terça-feira, 31 de outubro de 2017

Nem tudo são flores

Sentado na mesa mais próxima da janela, no restaurante, para que o bebê ficasse entretido com os movimentos da rua, pude observar a cada um que chegava. Poucos, importante referir, afinal, fim de mês nem sempre permite concessões às pessoas. 

Notei com mais afinco, todavia, aquele trio de mulheres que atravessara a rua em direção à porta. Como não vi carro estacionado próximo, supus terem vindo de a pé. Três gerações: a mais nova adaptada à realidade atual, vestida a contento e com um sorriso no rosto. A do meio meio com cara de arredia e a mais velha, certamente, xucra de berço.

Dava para enxergar nas duas mais velhas o receio e o medo de adentrar naquele ambiente que, dadas as reações, pareceu pouquíssimo habitual. Entraram e sentaram numa mesa mais ao fundo, com ninguém ao lado, o que entendi ser para não exteriorizar eventual ignorância. Pessoas simples. Pessoas que em pleno século 21 ainda vivem à margem da realidade (virtual) atual.

Ampliei minha ideia de que a vida é simples e nós que  a complicamos.

Só não fui embora mais satisfeito porque dois marmanjos insistiram em passar todo o jantar com bonés na cabeça. Ridículo, fútil e desrespeitoso.

Por essas que se vê porque o nosso país não vai para frente. Por um simples boné na cabeça dentro dum restaurante?

Sim. Não era um, mas sim dois.

Educação ainda é a base de tudo.

Feliz pela simplicidade e triste pela falta de educação.

É, nem tudo são flores nesta vida. Quase nada?

Boa semana a todos. 

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