sexta-feira, 26 de maio de 2017

Num tempo feio

Em dias como hoje, chuvosos, me parece que a nostalgia que vive aflita dentro de mim se transforma numa agonia. Fico a relembrar das coisas de ontem, com um saudosismo que já me é característico. Os que aqui me acompanham, sabem bem disso.

Não consigo achar que me faz mal ficar relembrando o passado. Muitos dizem que quem vive o passado desconhece o presente e não construirá o futuro. Não penso assim. Isso porque eu sigo vivendo e relembrando, tudo ao mesmo tempo. Daqui há alguns anos, provavelmente, posso estar aqui neste espaço falando justamente deste dia. Assim como lembro da minha infância, em breve estarei relatando a saudade de coisas pequenas que o Bernardo hoje faz e eu sentirei falta quando ele crescer e me responder com um singelo "pai não enche".

O ano de 2002 para mim foi um dos mais difíceis destes quase 30. Passei alguns perrengues na minha vida colegial e pouco posso dizer que aproveitei naquele ano. Mas foi em 2002 que um grande músico, que agora completa os mesmo 30 de carreira, ganhou a notoriedade e fez o Rio Grande e o Brasil, enfim, valorizarem o seu talento. Falo-lhes de LUIZ MARENCO.

Pois foi em 2002 que o grande sucesso "Batendo Água" ganhou as rádios e os palcos gaúchos. Ouso dizer que é um dos últimos grandes sucessos arrebatadores que vimos nascer por aqui, daqueles que se não tocar nos fandangos o povo vai embora reclamando.

Vamos combinar que falar de batendo água é algo propício para hoje e os dias que seguem, já que o aguaceiro tomou conta de quase todo o Rio Grande.

Guardo comigo até hoje o disco ao vivo do Marenco, com Batendo Água e outros tantos sucessos, poesias cantadas que falam das coisas do nosso Pago e relatam com propriedade a história do nosso povo. Ouvir Marenco, num dia como hoje, é lembrar das coisas boas de ontem, pensar nas coisas boas a se fazer amanhã e acalmar os ânimos para o dia de hoje.

"Meu poncho emponcha lonjuras, batendo água".

Talento do Marenco. Talento do Gujo Teixeira.

Alegria nossa e sorte maior ainda, de ter nascido Gaúcho.

Hoje cruzo o dia ouvindo coisa boa. Pensando em novos desafios, por que, "mesmo que o mundo desabe num tempo feio, sei o que as asas do poncho trazem por dentro".

Bom final de semana a todos e um forte abraço.

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