terça-feira, 7 de março de 2017

O Brasil do descaso!

Faz algum tempo que, finalmente, enxerguei o que está a vistas de todos nós, talvez sempre atrapalhado por nuvem: o sucesso do agronegócio. Tanto, que tivesse dinheiro, sobrando é claro, e tempo, investiria nele, resgatando as minhas origens do campo. E elas são profundas. Vejamos.

Pelo lado do pai, vos falo do meu bisavô, Affonso Scholles, que deixou a região de Dois Irmãos e se aventurou na velha e outrora pujante Cazuza Ferreira, distrito de São Francisco de Paula. Lá, se fez como dentista, mas foi com o campo que fez grande parte de seu sustento que, até hoje, meu pai faz questão de preservar.  Pelo lado da mãe, o Vovô Neto, um filho legítimo da Lomba Chata (já falei dela por aqui) e a Vovó Neuza do Cerrito. Foi do gado que criaram e bem 4 filhos. Muito disso ainda permanece intacto, representando a criação de gado a renda principal de parte da família.

No meu caso, me animo mais com a agricultura do que com o gado. Iria investir em plantação de batata, soja e outros gêneros alimentícios de massa, caso tempo e dinheiro dispusesse. Sem medo de arriscar. Sem medo de ser feliz.

Mas o título desta postagem não remete a nostalgia dos primeiros parágrafos, é bem verdade. Apenas referi minha reverência ao campo para alertar o quão vergonhoso é o papel do nossos governos para com ele. Não fosse o agronegócio, essa tal crise que assola o país seria colossal. A coisa estaria muito séria, com a miséria batendo a porta de muitos, afinal, trocaram o presidente mas os gastos continuam igual. Os políticos são os novos ricos da nação, fazendo fortuna com o dinheiro do povo que, pelo que parece, agora, assiste tudo passivamente.

Pois as produções gigantescas de alimentos desse país estão apodrecendo no campo, ou numa boléia de caminhão (aqui no sentido figurado, é claro), já que inexistem estradas nesse país para sair das fazendas. É um atoleiro só, uma vergonha. Uma vergonha. A comida sai da terra e para no barro.

Uma vergonha!

Caminhões tendo de ser puxados por trator. Carros enterrados no mesmo lamaçal. É incrível que o dinheiro dos impostos recolhidos (e são muitos) não servem para arrumar uma estrada boa do interior dos estados do Mato Grosso, de Goiás, Minas Gerais, Paraná e é claro, aqui do Rio Grande do Sul, entre outros ou todos. Preciso falar na Transamazônica? Para fazer de conta que trabalha em Brasília, político tem dinheiro. Agora para favorecer uma das principais fontes de renda do país, com estradas decentes, não tem. Outro absurdo é não termos uma malha ferroviária que corte o país. Impressionante como nesse país sempre se pensou pequeno. É muita promiscuidade.

Neste contexto, pensar que aqui no Rio Grande, sequer acesso asfáltico para todos os municípios nós temos, problema este que deve ser a tônica de todo o país.

Se fossemos um país sério, daríamos suporte para escoar toda a produção de grãos e hortigranjeiros, facilitando a vida de pequenos, médios e grandes produtores. Teríamos mais gente trabalhando no transporte, afinal, os veículos resistiriam mais e, no preço final, o alimento sairia mais barato para nós consumidores. Ademais, a produção tenderia a aumentar mais e mais, afinal, o produtor se sentiria prestigiado e motivado a investir.

Mas daí ficaria mais fácil. Mas daí melhoraria a vida de toda a população.

E você, acha mesmo que os políticos querem a nossa vida mais fácil ou melhor?

A resposta está intrínseca.

O Brasil do descaso! O Brasil que não tem mais jeito!

Boa semana a todos.

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