segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Viva e seja feliz! Realmente...

Acabou passando o tempo de criança e não tive a oportunidade de ver Papai Noel descendo pela chaminé. Mas muito vi o Papai Noel chegando em minha casa, vestindo a tradicional roupa vermelha e carregando um saco com presentes. Já falei disse certa feita, por aqui Como era bom ser criança e poder acreditar em tantas crendices. Ter uma ideia pura e cristalina de esperança; reunir a família em torno da ceia de natal. Comer. Comer. Comer. Aí a gente cresce e o que resta daquele tempo? Comer, comer e comer. Tão somente.

Este ano, contudo, resolvi voltar a pensar como criança. Por que não? Nós adultos também podemos (e devemos!) acreditar em Papai Noel. Vamos parar com hipocrisia! Qual o problema de acreditar no mundo da fantasia? Ainda mais se pensarmos que a o mundo da fantasia não nos trás surpresas desagradáveis. Temos que parar de pensar que é caretice ser feliz, sonhar, acreditar e viajar no mundo da magia do natal.

Este ano, talvez - enfim, dei-me conta que não preciso muito para sobreviver, viver e ser feliz. E do pouco que tenho, eu já tenho tudo. Não há nada mais importante que a minha família. Que o Bernardo, a Mariana, o Rocky, a Mel, o Arthur, meus pais, mas Avós... Que o mais importante é viver, viver intensamente e ser feliz. Como for possível.

O dia de natal é o mais importante. Hoje é o dia para ser aquela criança que, juro, nunca saiu de dentro da gente.

Precisamos ter fé, esperança e motivação mas, acima de tudo, temos que aprender a viver. Vivendo, na 'assepsia' da palavra, não há outro caminho senão o da felicidade. Aprenda a ser feliz, que saberás visualizar o mundo de outra forma, encontrando coisas boas em cada cantinho dele.

Precisamos acreditar que o ano novo que se aproxima é a oportunidade única de recomeçar a vida, fazer tudo diferente. Eu acredito nisso, e você.

Viva, realmente, e seja feliz.

Precisamos de tão pouco.

Torço para que Papai Noel desça pela chaminé hoje. Traga bondade, fé e esperança.

Torço por ver fogos de artifício. Luzes. Respirar um ar puro.

Viver e realmente ser feliz.

Feliz Natal!

Feliz Ano Novo!

Seja bem vindo 2018...

sábado, 23 de dezembro de 2017

Parabéns, Mariana!

Hoje é o aniversário da minha prenda, a mulher que amo, a Mariana. Há trinta e um anos atrás ela veio ao mundo com um propósito, que é transmitir amor e bondade. Não falo isso por pura e demagogia: a verdade é que ela é uma pessoa do bem e que gosta de fazer o bem para outras pessoas.

Este ano a Mariana nos deu um susto bem grande, quando teve um AVC. Foi certamente o pior momento da minha vida, pois eu tinha a certeza que tudo que ela estava passando não era justo. Ela merecia ( e merece!) muito mais pra vida dela. 

Se tem uma pessoa que merece ser feliz, esta é a Mariana.

De alguma forma ou de outra, pensei dias atrás que precisamos neste dia de hoje voltar no tempo. Precisamente há exatos quatro anos. De alguma maneira, diante de certas coisas que aconteceram, a vida dela, e talvez a minha, ficou meio que presa lá atrás. Não na sua totalidade, é claro, afinal, construímos muita coisa e ganhamos nosso principal presente, fruto do amor incondicional, que é o Bernardo.

Hoje é um bom dia para, numa ideia de "efeito borboleta", corrigir o rumo do que por acaso não ficou resolvido lá atrás.

Hoje é o dia de dar um novo passo rumo a felicidade completa.

Hoje é o dia de recomeçar a viver, de forma plena.

Hoje é o teu dia, Mariana (um deles)!

Feliz Aniversário. Que tenha saúde, paz, sucesso, alegrias, felicidade...

Viva a vida intensamente!

Nós estaremos contigo, sempre!

Nós que tanto de amamos!

E Deus vai nos guiar por estes novos caminhos!

Com amor...

Com carinho...

Com muitos beijos (alguns melados)...

E upas... Muitos upas....

Bernardo, Bruno, Mel e Rocky!

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Ator principal.

Do início de abril de 2006 até o verão de 2008, por razões contratuais, não tive um dia sequer de férias. Em fevereiro de 2007, durante o feriado de Navegantes (trabalhava em Porto Alegre), resolvi esticar e ir para a praia, de ônibus. A praia era Curumim, que referi na publicação anterior. Não foi pouco proveitoso em razão da praia, mas sim, em função de um mal jeito que me deu nas costas, quando ainda em Porto Alegre quis colocar a mala nas costas para agilizar o caminho. De três dias, com otimismo, aproveitei a metade disso.
Até então, tinha sido o máximo que eu tinha ficado sem férias.

Tinha.

Minhas últimas férias, junto com a Mariana, foi em janeiro de 2014, salvo engano. Férias que tiveram alguns sobressaltos, já que o meu telefone já tocava para resolução de problemas de terceiros. Como ainda não tinha um preparo emocional para lidar com a situação, passei 4 ou 5 dias em Santa Catarina com o coração na mão, temendo ter de voltar às pressas.

Na época ainda sonhava em mudar o mundo com meu ofício.

Depois, nunca mais. Em 2015 deixei de ir porque meus cães eram filhotes e não queria deixar os mesmos na casa dos outros. 

Aí veio o Bê.

Todas desculpas, obviamente.

A verdade é que nos últimos 5 anos, pelo menos, tenho apenas visto a vida passar diante dos meus olhos. E agora, em 2017, depois que a mulher que eu amo quase se foi, dei-me conta disso. Somente agora.

Imaginem vocês tudo que eu já perdi?

Enfim, sequer posso me dar ao luxo de pensar em tudo isso. 

Hoje, passadas as 18h, começa o recesso da justiça. Fórum fechado até dia 08/01/2018; prazos suspensos até o dia 20 do mesmo mês. Não posso dizer que vou conseguir tirar umas férias, como eu e minha família merecemos, mas haverei de buscar chegar mais perto disso. E como irei buscar.

Não mais abrirei mão de segundos preciosos com minha família, as pessoas que tanto amo, por nada e por ninguém. Por dinheiro nenhum no mundo.

Ao final da minha passagem por esta vida, no derradeiro leito, quero pensar que valeu a pena viver. Do contrário, fui apenas mais um figurante.

Não vim para somar. Vim para ser o ator principal do meu destino.

Seja muito bem vindo recesso! Acaba logo 2017!

Boa semana a todos.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Chasque do começo do verão

É dia de sol a pino e amanhã vai ser pior. Enfim, o verão. Não que eu goste, mas também já não reclamo mais. Adianta? A promessa de temporal pra ontem não vingou e o de domingo, nem sei se vem.

Certa feita estava num versão em São Chico. talvez até morasse lá ainda. Recordo-me de um temporal que deu na cidade, coisa feia. Meia hora depois, um belo sol no fim de tarde. E foi assim que se terminou o dia.

***

Pois muitos verões eu passei de férias na Cazuza Ferreira, na Fazenda do Boqueirão, em São Chico, quando já morava em Novo Hamburgo. As idas para praia, eram para Curumim, talvez Arroio Teixeira ou Bom Jesus. Santa Catarina veio depois.

***

Entrei em Curumin na semana passada, já que há mais de 10 anos não passava por lá. Confesso-lhes que a nostalgia deu lugar aos desconsolo. Pareceu-me parada no tempo. Uma pena!

Por um tempo (pouco) tinha um bailão em Curumim. Logo trataram de dar fim, porque atrapalhava o sossego. Louvável que idosos aproveitem para curtir sua aposentadoria na praia. Mas sem movimento, elas se terminarão.

***

Dali segui minha viagem. Resolvi subir pela Serra do Pinto, outro lugar que há muito não passava.
Posso dizer que foi um passeio.

E tenho certeza que foi de grande valia.

Bom final de semana a todos. 

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Mundo véio virado

Uma música do Xirú Missioneiro diz que "o mundo véio da virado". Claro que o contexto é outro do que vou falar aqui, mas é de se refletir um pouco na ideia geral da coisa. Nesta madrugada tivemos 8ºC na serra gaúcha e 10ºC na região metropolitana. E pensar que estamos em dezembro...

Claro que isso não é tão incomum assim. Lembro-me que no natal de 2010, o primeiro em que a Mariana esteve pelas bandas de São Chico, ela teve de comprar um casaco porque estava (bem) mais frio do que deveria. Aliás, sequer frio deveria estar.

***

Estes dias estava o deputado federal Tiririca dando lição de moral na classe política. Com todo respeito ao Nobre Deputado que, a bem da verdade, jamais deveria ter chego a essa condição, para o bem do país, mas que é muito, mas muito mesmo, mais preparado que a grande maioria dos seus colegas de casa.

Daí ficamos aqui batendo cabeça sem saber em quem vota para Presidente da República, tendo em vista que se correr o bicho pega e se ficar o bicho come, quando na verdade deveríamos pensar em como transformar aquele elefante branco chamado Congresso Nacional em algo produtivo ao país. Se é que isso um dia será mesmo possível...

***

Tenho pensado muito nos rumos da minha vida, ultimamente. Muito mesmo. Para meu desespero, sem chegar a conclusões definitivas. Não vai muito, minha meta chegada esta época do ano era esperar o lançamento de um dos filmes da triologia do "Senhor do Anéis", que sempre estreou no início do ano vindouro.

E pensar que agora nem no cinema vou mais.

Por quê?

Pois é, por quê?

Fazer o que se a vida é das perguntas e não das respostas....

***

A sequencia da semana promete dias escaldantes. Será que o verão finalmente chegou ou é só mais uma ilusão?

Boa semana a todos.

sábado, 9 de dezembro de 2017

Sentimento de natal, enfim?

Em tempo de guaiacas vazias e pilas escassos, é que parece que vemos um natal mais voltado a questão da união familiar do que ao consumismo. Aparentemente. Há dias venho falando aqui que acho meio devagar os movimentos do comércio em torno do natal. 

Daí, me recordei dum texto que escrevi há mais de 08 anos, por aqui. Achei conveniente republicar. É datado de 01/12/2009. Atual, será?

***

"Sentimento de Natal

Hoje no início da manhã ao deslocar-me para o local em que me encontro neste momento, estava com o rádio sintonizado na Gaúcha e em um intervalo comercial eis que surgiu uma propaganda mais ou menos neste estilo: Para a Tramontina, o sentimento de natal é o ano todo. Em primeiro lugar, quero dizer que descrevo o nome das empresas aqui por livre espontânea vontade pois não tenho problema algum em divulgá-las. Em segundo, esclareço também, que não recebo nem um real para mencionar o nome de tais empresas, bem como até hoje não permiti propaganda no espaço deste blog que não tem nenhuma pretensão comercial. Mas voltamos ao assunto originário. Minha intenção desta vez não é tratar sobre algo vinculado na mídia, nem de argumentar sobre o conteúdo da propaganda feita pela empresa. O que chamou-me atenção foram três palavras: Sentimento de Natal. Aí está o verdadeiro sentido de tudo, de nossa vida mudar quando chegamos às proximidades do dia vinte e cindo de dezembro. O ser humano como pessoa única dentro dum contexto formador de sociedade é tomado, em sua maioria, por este sentimento que propicia torná-lo uma pessoa melhor, mais digna e humanitária, estendendo ao próximo tal façanha e fazendo com que toda a humanidade passe a ser um pouquinho melhor. O sentimento de natal esta aí, é um fato verídico e visível, mas será que ele só pode, ou só deve existir nesta época do ano?
Creio que o próprio informe comercial da Tramontina já diz tudo: o ano todo! Mas, afinal, porque não funciona o ano todo? Será que é porque as pessoas não têm dinheiro nos demais meses do ano? Ou é porque realmente a um fundo religioso presente nesta história toda? Dia vinte e cindo de dezembro é a data que se comemora o suposto nascimento de Jesus Cristo. Suposto, pois ninguém sabe se realmente existiu e se, caso tenha existido, nasceu realmente nesta data. Quem estuda história sabe muito bem que a história é contada pelo próprio homem e que por isso, está sujeita aos seus juízos de valores que nem sempre são dos mais corretos. Mas isso não é exclusivo da história religião no mundo ao longo dos tempos, acreditem. Aproveitando o gancho, ontem a noite escutando a mesma rádio, ouvi do tradicionalista e colorado Bagre Fagundes (entrevistado em face à polêmica gre-nal da vez) que o homem desde os seus primórdios é fadado à 'brageiragem' e a corrupção. Tais elementos ínfimos estão presentes em todos nós desenvolvendo-se externamente, felizmente, numa pequena minoria que já sabemos muito bem quem são. Este é mais um questão histórica e polêmica a ser discutida, e como todo o bom debate, será interminável. Por favor, deixo bem claro que não chamei ninguém de corrupto e nem fiz analogia a isto. O foco é em cima da transcrição do pensamento do Bagre Fagundes, fazendo uma analogia a evolução humana ao longo dos tempos.
Não sei dizer se o sentimento de natal teria o mesmo valor se existisse durante o ano inteiro. Este sentimento está unido à magia e a fantasia de algo inexplicavelmente diferente, e só é bem quisto por todos porque é diferente. No natal podemos sonhar sem sermos 'chacotados', afinal, todos sonham. Queira Deus que este ano eu também seja tomado por este sentimento natalino e que eu possa sonhar, sonhar e sonhar também. Mas queira Deus que a partir do dia vinte e seis de dezembro eu possa ter maturidade suficiente para pelo menos tentar pôr em prática uma parte destes sonhos, sob pena, de ter sonhado em vão, ou então, de ver algum sonho meu virar mais um pesadelo.
Enfim, parece que chegamos ao verdadeiro mês do natal! E que momento!"

***

Bom final de semana a todos!

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Chasque do fim da bosta deste ano

Escrevo-lhes, hoje, aos cinco dias do mês de dezembro do, para mim, já finando ano de 2017. Sei que a grande maioria irá ver este escrito somente no dia seguinte. Mas a verdade é que estou numa das semanas profissionais mais agitadas do ano, em que pese longe de ser a mais tensa.

Hoje mesmo estive em 5 cidades diferentes, em 3 Comarcas, mais de uma audiência e muita coisa ainda que ficará somente para o ano que vem.

Isso não quer dizer que eu não me preocupe com o que ocorre pelo país, pelo Rio Grande e pelas cidades que frequento.

É piada o que este governo federal faz com os preços do gás de cozinha e da gasolina. No tocante ao primeiro, está fazendo gente pobre ter de voltar a usar fogão à lenha, ou a comer comida fria ou quem sabe nem comer, afinal, pra que pobre precisa comer, não é verdade?

Já a gasolina atinge, apenas e tão somente, a classe daqueles que carregam o país nas costas para que a nossa classe política brinque de servir ao povo, servindo-se do seu dinheiro.

É uma pena que o Brasil tenha perdido, há muito tempo, o seu rumo.

Eu mesmo já não sei mais o meu rumo!

As eleições que se avizinham caminham para ser uma das maiores patifarias dos últimos tempos, afinal, se correr o bicho pega e se ficar ele come. Votar em quem?

Enfim, um chasque para começo do sepultamento do ano.

Voltaremos!

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Que termine duma vez

Enfim, chegou dezembro. Mais 30 dias pela frente deste que, para mim, foi um dos piores anos da minha existência.

Que termine duma vez.

Que termine duma vez!

Mas, enquanto isso não corre...

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O tradicional Rodeio de São Chico será nesse final de semana, no Parque Davenir Peixoto Gomes, a popular Balança.

Destaque para os fandangos:

Hoje, tem Ivonir Machado, a voz de ouro dos Garotos de Ouro;

Amanhã, tem Estação Fandangueira.

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Também tem Rodeio na Sociedade Gaúcha de Lomba Grande. Amanhã, tem baile com Machado & Marcelo do Tchê.

***

Não será raro eu anunciar fandangos neste mês, afinal, CTG's começam e terminam seus anos. Lamento que, ultimamente, tenha se limitado a isso.

***

Passou e eu não desejei por aqui, sucesso na nova empreitada do meu amigo Rafael, o Muti, que desde o mês passado passou a comandar as cordas do Grupo Minuano.

Um grande e talentoso músico de volta à gauchada. 

***

E seguimos adiante... 

Bom final de semana a todos.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Fim de novembro

Este mês de novembro, tal qual este ano de 2017, tem sido difícil pra mim. Queria eu, poder ser hoje já 27 de dezembro. Nunca quis tanto um final de ano como agora.

Óbvio que as expectativas para um novo ano, ao seu final, parece que não passaram de esperança, ou quem sabe ilusão; mas nesta virada para 2018 eu tenho a obrigação de renovar a minha vida.

Impossível viver como agora.

Não tem sido fácil, sequer, escrever coisas interessantes por aqui.

Não tenho conseguido tirar bons assuntos da realidade em que vivemos.

Mas que novembro termine de uma vez. E não passa desta semana.

Que 2017 termine duma vez. E já começa ao fim dessa semana.

Que, enfim, um novo ano represente uma nova vida. 

Nem que as coisas mudem somente na maneira de pensar.

***

Boa semana a todos.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Uma voz que se cala...

Mais uma, aliás. E tão se indo os bons...

Lá pelos idos do ano de 2006, se a memória não me trai, estava em São Chico em mais uma edição da Festa do Pinhão. Era final de tarde de um sábado (e eu de novo no achismo) e tinha um show de um cantor que eu não conhecia. Busquei informações e soube que era um músico talhado nos nossos festivais que, aquela altura, já tinham tido seus dias de glória.

Pois o show era do cantor Eraci Rocha.

Me sentei próximo do palco e tive o privilégio de assistir um dos melhores shows da história da Festa do Pinhão.

Uma bela e aveludada voz repassando sucessos do cancioneiro gaúcho.

Eraci Rocha, um dos grandes da nossa cultura gaúcha, propagador da música tradicional deste Rio Grande. Com "Vento Norte" venceu, em 1985, o Troféu Ana Terra na Coxilha Nativista, de Cruz Alta. 

Pois soube, ontem, do falecimento de Eraci Rocha, que há um bom tempo lutava contra problemas de saúde.

Mais uma luz que se apaga.

Mais uma voz que se cala.

Das boas.

Nossos sentimento à família e amigos.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Um dia depois do outro.

Há pelo menos 06 anos (sim, estamos ficando velhos) eu lembro de vir aqui fazendo uma referência acerca da antecipação do clima natalino. Lembro-me, ser ainda início de novembro, e já tínhamos em destaque as questões de Natal.

Critiquei, obviamente.

Denota-se, que diante da crise econômica enfrentada pelo país, ainda que eu tenha restrição à amplitude do verdadeiro significado de crise, estamos diante de uma realidade diversa: faltando pouco mais de 01 mês apara o natal, pouco se fala e pouco se vê sobre a circunstância pela rua.

Me dei conta disso, ainda que tenha referido acerca do tema dias atrás, ontem, quando o meu irmão Arthur me mandou uma fotografia dos enfeites natalinos de um shopping da região, sugerindo que eu levasse o Bernardo para ver. 

Com isso, vislumbrei a diferença da realidade atual. 

Não quero aqui criticar a influência do comércio no contexto do natal. Passei desta fase antes mesmo do Bê nascer e, com isso, muitíssimo menos. Prefiro acreditar na magia do natal como um instrumento de enfrentamento da vida. Penso que falta um pouco disso. Sequer um filme como Harry Potter tem nos aparecido para lembrar da fantasia, enfim...

Mas é claro que o comércio ajudou a transformar o Natal em algo bem maior do que o nascimento de Cristo. E vejam bem, não estou aqui diminuindo a realidade do dia 25 de dezembro. Eu mesmo tenho consciência que preciso aproximar a minha relação com Deus. Já reatamos, agora falta um plus a mais.

Hoje, aqui escrevo para expressão de uma realidade. Quem sabe ali na frente mude e, ainda em outubro, reapareçam os enfeites natalinos. Mas hoje não.

E isso me leva a crer que andar por aí, em facebook's, twiter's e redes sociais de relacionamento do gênero, pregando moral (muitas vezes de cueca) é algo que deve ser muitíssimo bem pensado. Não custa lembrar que a verdade de hoje é a mentira de amanhã, ainda mais no mundo artificial em que vivemos hoje em dia.

Não há nada como um dia depois do outro.

Nada mesmo.

Boa semana a todos.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Beatles no findi

Já referi por aqui, mais de uma vez, que o nosso intuito é sempre fazer deste espaço um canal de promoção do tradicionalismo gaudério e da nossa cultura gaúcha.
Entretanto, é lema deste que voz escreve, o apoio incondicional da educação e da cultura, na sua forma mais abrangente possível. Aliás, se um dia me enveredar para a política, a minha bandeira será a educação e cultura, sem sombra de dúvida.

Pois neste final de semana, e começa hoje, São Chico promove o primeiro "Beatles Weekend". O evento proporcionará aos amantes da banda inglesa, uma das maiores da nossa história, um reencontro com os sucessos da mesma. Muitas bandas, do Rio Grande do Sul, de fora dele e até de fora do país estarão presentes.

Parabenizo, desde já, a municipalidade pela iniciativa e desejo sucesso no evento.

Lembrando, que o intento será no Lago São Bernardo e o local, por si só, já é um belo atrativo.


***

Bom final de semana a todos!

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Falta de inspiração

A verdade é que entramos na rota de colisão do ano que busca se findar e o novo que quer chegar todo prosa, com a promessa de novos dias, uma nova vida - quem sabe, uma nova esperança.

A bem da verdade, sem esconder de ninguém, é que queria que hoje fosse um mês para frente.

Pela primeira vez em anos to só pelas férias.

To bem cansado mesmo.

Físico e mental.

Daí a clara falta de inspiração.

Que coisa!

Bom feriado a todos.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O poder da música

A música vive em mim e apesar de eu gostar de fazer e cantar aquilo que brota na tradição do Rio Grande, tudo que é bom, independente do gênero, encantando a minha alma e fazendo bem para os meus ouvidos, eu ouço.

Sou fã de Belchior e já deixei claro por aqui. Eu ouço "Como nossos pais" a todo final de cada semana.

Sou fã de Nelson Gonçalves. Naquela mesa...

Sou fã de Gonzaguinha. E tem uma música dele que me faz parar pra pensar no poder que tem a música e me faz entender que o meu cantar "é apenas o meu jeito de viver, o que é amar":

"Sangrando - Gonzaguinha
   
Quando eu soltar a minha voz
Por favor entenda
Que palavra por palavra
Eis aqui uma pessoa se entregando

Coração na boca
Peito aberto
Vou sangrando
São as lutas dessa nossa vida
Que eu estou cantando

Quando eu abrir minha garganta
Essa força tanta
Tudo aquilo que você ouvir
Esteja certa
Que estarei vivendo

Veja o brilho dos meus olhos
E o tremor nas minhas mãos
E o meu corpo tão suado
Transbordando toda a raça e emoção

E se eu chorar
E o sal molhar o meu sorriso
Não se espante, cante
Que o teu canto é a minha força
Pra cantar

Quando eu soltar a minha voz
Por favor, entenda
É apenas o meu jeito de viver
O que é amar"


Eu vou voltar Rio Grande Velho....

Abraço e bom final de semana a todos.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Intrigante

Finados é uma data que me intriga. Não que eu seja alguém afoito aos paradigmas da data, mas me fico a pensar no que ela representa, inclusive para o mês vindouro. 

Novembro já começa celebrando os mortos e a morte, por lógica. Ou não?

Aliás, novembro já chega com a expectativa de se ver dezembro no calendário. As festividades de natal já estão a pleno. Parece-me, aliás, que deveriam começar somente após finados, ao menos, por uma questão de repeito aqueles que valorizam os seus entes queridos que já morreram.

E são muitas pessoas!

Muitas vezes em finados estava na velha Cazuza Ferreira. Lá finados era sempre motivo para bastante gente no povoado. As vezes mais que em festa. Somente as vezes, quero imaginar.

Já não vou a tempos.

Sinal que a minha vida vem relegando meu passado e meus antepassados.

A família, num sentido amplo, já não é a prioridade de muitos.

Uma pena.

Finados é uma data que me intriga. Penso no vento, tradicional à data.

Finados é uma data que me intriga. E me toma a inspiração.

Que saibamos amanhã voltar a celebrar a vida e os vivos.

Abraço a todos.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Nem tudo são flores

Sentado na mesa mais próxima da janela, no restaurante, para que o bebê ficasse entretido com os movimentos da rua, pude observar a cada um que chegava. Poucos, importante referir, afinal, fim de mês nem sempre permite concessões às pessoas. 

Notei com mais afinco, todavia, aquele trio de mulheres que atravessara a rua em direção à porta. Como não vi carro estacionado próximo, supus terem vindo de a pé. Três gerações: a mais nova adaptada à realidade atual, vestida a contento e com um sorriso no rosto. A do meio meio com cara de arredia e a mais velha, certamente, xucra de berço.

Dava para enxergar nas duas mais velhas o receio e o medo de adentrar naquele ambiente que, dadas as reações, pareceu pouquíssimo habitual. Entraram e sentaram numa mesa mais ao fundo, com ninguém ao lado, o que entendi ser para não exteriorizar eventual ignorância. Pessoas simples. Pessoas que em pleno século 21 ainda vivem à margem da realidade (virtual) atual.

Ampliei minha ideia de que a vida é simples e nós que  a complicamos.

Só não fui embora mais satisfeito porque dois marmanjos insistiram em passar todo o jantar com bonés na cabeça. Ridículo, fútil e desrespeitoso.

Por essas que se vê porque o nosso país não vai para frente. Por um simples boné na cabeça dentro dum restaurante?

Sim. Não era um, mas sim dois.

Educação ainda é a base de tudo.

Feliz pela simplicidade e triste pela falta de educação.

É, nem tudo são flores nesta vida. Quase nada?

Boa semana a todos. 

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Estrada sem fim

Tem dias, como hoje, que me paro a pensar no sentido da vida.

Obviamente, nunca chego a alguma conclusão. Fosse assim, não voltaria a refletir sobre o mesmo tema.

A bem da verdade eu nem sei se isso tem alguma resposta.

Talvez algumas pessoas tenham este conhecimento.

Outros, a maioria, apenas acham que tem.

E assim a gente vai empurrando um dia atrás do outro até que chega num momento como este, em que se pensa qual o sentido de tudo que já foi feito.

E assim se percebe que a vida é mesmo um sujeito abstrato.

Que o pouco de concreto que se tem, é realmente muito pouco.

E as vezes é ilusório!

Quando vamos aprender que momentos felizes não se pode confundir com felicidade?

Eu passar bom tempo falando do que já passou, ainda que sejam boas lembranças, só mostra que eu nem sei o que faço aqui.

A vida é uma estrada sem fim, pois duvido que ela termina quando a gente morre.

E os que aqui deixamos a viver por nós?

Hoje, como se percebe, estou subjetivo. Naqueles dias (e são vários!) que acordo sabendo que vou do nada ao lugar nenhum.

Bom final de semana a todos.

PS.: a postagem inicial faria uma feliz referência aos mais de 100 mil acessos, conquistados por este BLOG DO CAMPEIRO, entre a última semana e esta. Suponho que, na verdade, este número seja no mínimo o dobro, já que a contagem oficial começou tão somente em 2011. Mas é um belo marco. Muito obrigado pelo carinho e a audiência de todos!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

O dom da desconstrução

Dias atrás voltava da serra gaúcha ouvindo uma rádio da Capital e nela um dos entrevistados era Luiz Philippe de Orleans e Bragança que, para quem não sabe, é herdeiro da família real brasileira, caso a monarquia tivesse seguido por aqui.

Abordava o lançamento de seu livro "Por que o Brasil é um País Atrasado? O que fazer para entrarmos de vez no século XXI". O título, convenhamos, é bastante sugestivo e instigante. Mas, independente da qualidade da sua obra, confesso para todos que achei sua visão de país bastante lúcida, em que pese o sinal do rádio tenha desaparecido por vezes.

É importante discutir nossos problemas de forma mais ampla e racional.

***

Por falar em rádio, ouvia hoje pela manhã, novamente no rádio, uma entrevista com o historiador Sérgio da Costa Franco, que abordava a história de Júlio de Castilhos que, embora muitas pessoas não saibam, tem uma importância muitíssimo maior que a de dar nome para ruas em quase todo o Rio Grande do Sul.

Falou de sua atuação diante da Constituição de 1891, quando militou pela maior autonomia dos Estados, com o propósito de confederação, onde as riquezas geradas pelos estados seriam suas por direito, restando à União apenas um residual.

Pois bem, passado mais de um século, seguimos discutindo a mesma coisa.

E há quem diga que evoluímos como nação.

***

Pois até sobre o trabalho escravo surgiu assunto estes dias. Para piorar, obviamente.
Impressionante como nossa classe política tem o dom de desconstruir.

Impressionante.

Não tem como este país dar certo.

E me paro por aqui. 

Boa semana a todos. 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Eu tenho cara de idiota?

Ontem, acompanhei a Mariana numa consulta (de rotina) no Instituto de Cardiologia em Porto Alegre. Como era encaixe, acabamos saindo de lá por volta de 22h. E com isso, resolvemos jantar no meio do caminho de volta.

Paramos numa dessas hamburguerias da moda, provavelmente a mais badalada da atualidade. Confesso que nunca morri de amores, a ponto de ser apenas a segunda vez que frequento ambientes do gênero, desde o estouro deste tipo de lancheria, há pelo menos 4 anos. Mas o passado da hora, não deixou muita escolha.

Um combo de hamburguer + batata frita + refrigerante= R$ 36. Não, não é piada. Acreditem, era o mais barato!

O hamburguer era meio sem sal. A batata frita meio encharcada de azeite e sem graça, e o refrigerante morno, para o meu paladar.

Saí de lá lamentando ter gasto valorosos R$ 72.

Saí de lá, também, determinando a não frequentar mais ambientes do gênero, afinal, não me acoco para a moda.

Saí de lá, por fim, ainda mais afim de comer o bom e velho Xis Galinha, da Dona Laura, em São Chico. 

Não tem comparação!

Quando nós, os brasileiros, aprenderemos a ser racionais e a deixar de cair no conto do vigário?  Ou nas loucuras da história da moda, como queiram.

Com estes mesmos R$ 36 é um Xis Galinha, duas Original e um picolé de sobremesa.

E eu lá tenho cara de idiota?

Bom final de semana a todos.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Um fraco...

... o brasileiro, pelo que sei, é considerado um povo alegre e gentil, para os que olham de fora. E de fato, não é qualquer um que consegue fazer graça da desgraça como nós, os brasileiros.

Não é qualquer um que consegue ser explorado mês sim e mês também, por meio de impostos, e fica tranquilo, esperando que o melhor aconteça.

O que nunca ocorre.

Não é qualquer um que assiste de camarote as patifarias do Congresso Nacional, e ontem nos deram mais um brinde, e segue votando naqueles que estão enriquecendo às suas custas.

E isso sempre ocorre.

O escritor Euclides da Cunha definiu em sua grande obra "Os Sertões" que " o sertanejo é, antes de tudo, um forte!"

O escritor Bruno Costa define neste "Blog do Campeiro" que "o brasileiro é, antes de tudo, um fraco!".

Sorte deste país é que eu não sou ninguém.

Mas opino mesmo assim. Gostem ou não.

Abraço a todos.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Gato preto, debaixo da escada

Hoje pensei em escrever sobre a mística da sexta-feira 13. A bem da verdade, no meu caso, que ando bastante atarefado, nem tenho tempo para pensar muito em possíveis consequencias dum dia como este, se é que elas são possíveis. Crenças populares geralmente são tão velhas que ninguém sabe de onde surgiram. Mas tem força quase que sobrenatural, a ponto de hoje, em pleno século 21, ainda ser assunto o fato da sexta-feira cair num dia 13.

A força da crença e do do costume é tão grande que a própria justiça, no caso do segundo, aceita como argumento de autoridade.

Mas o acreditar ou não é uma questão pessoal de cada um. Eu por um tempo era bastante apegado as questões do gato preto e de passar por debaixo de escada. Hoje, não consigo mais ver isso que uma simples coincidência do dia a dia. Felizmente, não padeço do mal deste tipo de superstição.

Não quer dizer que eu não tenha intriga com certas coisas. Admito que por vezes me pego confabulando comigo mesmo, imaginando algumas coisa que, na prática, não parecem ter muito sentido.

Tenho um número, por exemplo, que me persegue. As vezes, mesmo sem querer, olho no relógio e aquele número aparece. Muitas vezes. Muitas mesmo. Foi, inclusive, a matrícula de funcionário numa empresa que trabalhei. Talvez venha daí. Não sei. Nunca fui atrás para descobrir o que poderia significar.

Ao certo, caros Amigas e Amigos, é que me parece que se você está em paz consigo mesmo, dias como o de hoje pouco importa.

Mas e se você vive um tanto quanto assombrado, como eu?

Bom, aí, não sei. Quem sabe?

Um abraço e bom final de semana a todos.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Chuva e devaneio

Um dos sinais de que a vida da gente nunca depende só de nós mesmos é o tempo. Nem falo daquele apontado pelo relógio, que define dias, meses e anos; mas sim, hoje, da questão climática. Dizer como o "tempo está hoje" é uma figura de linguagem, deveria ser "como está o clima hoje?", porém, ao menos por estas bandas, para falar do clima falamos do tempo.

Simples assim.

Pois esta a meteorologia a  prometer uma chuvarada até o final de semana. Parece que semana que vem, mais aguaceiro tá por vir, e nós, pobres viventes do mundo, nada podemos fazer. Talvez pudéssemos minimizar os seus efeitos, evitando construções em locais impróprios, o desmatamento e etc e tal, mas daí entramos no campo do "se".

A verdade é que a nossa vida em regra não é pautada mas ao mesmo tempo é. A festa das crianças em um monte de lugar será transferida em função da previsão de chuva. Será no domingo, que nem dia das crianças mais é. 

E estas história de previsão do tempo? Estão todos afirmando que choverá até sábado! Previsão ou certeza?

Muitos motivos temos para pensar que não somos nada na vida pois, a bem da verdade, pouca gerência temos sobre ela. Conversa em tom abstrato esta nossa. Aliás, conversa implica troca de diálogo entre duas pessoas ou mais. Mas se ninguém resolver comentar ali embaixo, não será possível travar o debate e logo isso não é uma conversa, mas sim, eu escrevendo algo e vocês lendo.

Besteira? Provavelmente. 

E assim é a vida de alguém que, num dia de chuva, olha pra janela e não tendo o que fazer começa a pensar em tudo. Do tudo, pensamentos viram devaneios. No meu caso, um texto sem pé nem cabeça.

Mas como reclamar de mim se lá por Brasilia, para dar um exemplo apenas, o devaneio é constante mesmo sem estar chovendo?

Pois é.

Boa sequencia de semana a todos.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Chasque de início de outubro

Diante de notícias pouco inspiradoras e mesmo de tragédias que assolaram o Brasil e o mundo, nesta semana, hoje vamos de agenda de bailes e eventos pela região:

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GRUPO CARONA

Os amigos do Grupo Carona estará animando, amanhã, um fandango no CTG M'Bororé, em Campo Bom/RS

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LOMBA GRANDE

Na próxima terça-feira, a tradicional Noite Gaúcha da Sociedade Gaúcha de Lomba Grande será com JOÃO LUIZ CORREA E GRUPO CAMPEIRISMO.

É baile de casa cheia.

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Te agenda aí, Vivente:

No próximo dia 15, tem domingueira no CTG Rodeio Serrano, em São Francisco de Paula/RS, com OS BERTUSSI. O evento comemora o aniversário de 10 anos do Grupo Folclórico da Escola Orestes Leite. Segue o convite:


Vale a pena prestigiar este importante trabalho realizado pela Escola, que prestigia o fomento da nossa cultura gaúcha!

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LANÇAMENTO CD MOISÉS OLIVEIRA

O cantor MOISÉS OLIVEIRA e o grupo VOZES DO CAMPO, lançam disco no próximo dia 28/10, no CTG Tio Lautério, em São Leopoldo/RS. 
Ingressos a R$ 15 com direito a um CD de brinde.

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Bom final de semana a todos.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

O tocador da alma da gente

Nunca escondi de ninguém que a minha satisfação na música gaúcha é tocar fandango. Não interessa se é cansativo, se o retorno financeiro é pequeno e que o mercado está novamente povoado, embora os bailes estejam minguados (culpa da crise?). Eu sou um tocador de baile! Ou, como queiram, um cantador. E olha que já recebi propostas das mais varias, para migrar para o segmento de shows, mas não admito sequer pensar no assunto. Meu amigo Matheus Rechenmacher, o Puffi, que o diga!

Pois se eu posso chegar aqui hoje e contar da minha predileção, isso se dá em razão dos Irmãos Bertussi. Honeyde e Adelar.

Foi graças a eles que os bailes ganharam corpo e deixaram de ser simples "serenatas", sem menosprezar sua importância ou meras reuniões dançantes. Após excursões por São Paulo e Rio de Janeiro, bem sucedidas, os Irmãos Bertussi voltaram decididos a ganhar o Rio Grande, e assim o fizeram com garbo e galhardia.

Ninguém duvida que são os precursores do fandango porque foram eles que trouxeram a bateria para os bailes. A percussão, convenhamos, deu outro sentido a musica tocada, pois permitiu o som compassado e passou a dar "tranco" aos dançantes.

Honeyde nos deixou em 1996. Sábado, o último, o grande Adelar Bertussi resolveu encilhar o pingo e se bandiar para a querência do céu. Não tenho dúvidas que chegou dando um "Oh de Casa!" e o Patrão Velho abriu as portas do rancho para mais um fandango dos Irmãos Bertussi.

O grande Adelar Bertussi, de talento absurdo, bom humor e uma modéstia invejável. Diz um trecho de "Sanfoneiro Pachola":

"Me chamo Adelar Bertussi, cantador bom sanfoneiro, afamado no Rio Grande, também no Brasil inteiro."

Pois falou alguma inverdade? Claro que não!

Outras tantas composições falam do seu talento mas, o seu talento mesmo, foi saber falar das coisas do pago como poucos, encantar e sensibilizar a alma das pessoas. Um bom músico só pode assim se julgar quando tem o condão de tocar na alma das pessoas, muito além do seu instrumento ou das pregas de sua voz.

E nisso, senhoras e senhores, Adelar Bertussi não era bom, era ótimo!

Certa feita Adelar Bertussi tocou em Estância Velha. Num barracão de escola, haja vista que o CTG ainda não tinha estrutura própria. Foi a última vez que vi e ouvi Adelar Bertussi tocar ao vivo. Escutei e cantei "Oh de Casa!" muitas vezes, mas vendo ele abrir seu show com ela teve um significado especial. Me arrepio só de lembrar.

Nisso, Adelar Bertussi foi sempre diferenciado.

O grande Adelar Bertussi será sempre diferenciado.

Se foi o homem, mas sua história, sua música e seu trabalho pela cultura deste Pago e deste País existirá para sempre.

Adelar Bertussi e a música Bertussi não morrerão jamais!

Se foi o tocador da alma da gente!

Obrigado por tudo!

Com respeito e devoção, Ohhh de Casa.....