segunda-feira, 25 de abril de 2016

Valeu, Tchê Loco!

Sexta-feira, por uma razão que não sei explicar, lembrei de Rui Biriva. Lembrei a ponto de ir para o youtube, para matar a saudade do seu talento e de sua irreverência. Não é querer ser saudosista ou crítico, mas a verdade é que não surgem mais nomes como Rui Biriva no cenário musical gaúcho, hoje em dia. Ou se é fandangueiro ou se é nativista. Não há mais muitos daqueles que misturam os dois gêneros com uma pitada generosa de irreverência e alegria.

Não como fez o Rui Biriva.

Pois, hoje, 25 de abril de 2016, faz exatos 05 anos que o Rui nos deixou. O Biriva, este não morreu e nunca morrerá, podem ter certeza.

Pouco tempo após o seu falecimento, o Tchê Barbaridade gravou um disco com sucessos da nossa música e a de abertura foi justamente "Tchê Loco", um dos grandes sucessos do Rui Biriva. No final, o Marcelo do Tchê encerrou a canção dizendo "valeu, Tchê Loco. Muitos não notaram, mas os entendedores sim, a homenagem justa e merecida.

Valeu, Tchê Loco!

Abraço e boa semana a todos. Que venha o frio!

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Sina de andejo

Enquanto aguardava no carro, com um sol de rachar e um calor infernal, motor desligado já que a luz do combustível piscava desde o dia anterior, prestei atenção num operário duma obra quase em frente; uma repartição pública. Juntava aquele entulho com uma vagareza plausível, afinal, o calor era mesmo intenso. Mas o que mais me chamou atenção foi que, a cada três ou quatro "pazadas", era uma olhada no celular. De certo atualizava o feed de notícias do facebook ou esperava retorno, via zap zap, do convite feito à "nega véia" para irem ao bailinho. Afinal, amanhã é feriado.

E até mesmo o peão de obra está hoje familiarizado com as benesses (ou não) da tecnologia moderna. E que bom, já que o sol nasceu para todos. E que sol minha gente, que sol.

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Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é hoje considerado um herói nacional, tanto que virou feriado, ocorrido ontem. É a representação simbológica, mas também real, da luta pela liberdade e pelo viés democrático. Ontem, era contra a coroa portuguesa e hoje contra a corrupção, que já existia na coroa portuguesa. E lá se vão mais de 200 anos e seguimos lutando contra alguma coisa. 

Pois Tiradentes não era um dentista do seu tempo, mas tinha a boca privilegiada por onde ressonava os seus ideais. Hoje, o que se vê, é que falta dente para muito deputado federal que é desprovido do mínimo de ideal.

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Hoje é uma daquelas sextas-feira meio complexas. Ontem, feriado. Alguns emendaram e curtem bons momentos de folga e lazer. Outros estão trabalhando, mas vendo a cidade num ritmo mais devagar. É uma incógnita saber o que pensam os que seguem trabalhando normalmente. Ou não, afinal, a vida é assim mesmo. Eu, há muito não me apego a feriados.

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A publicação de hoje está mais para um chasque generalista, em que pese o dia. Não me parece haver muito assunto pertinente nesse momento que não os perrengues políticos. Porém, este não é um espaço de política e muito menos trata dela objetivamente em sextas-feira. 

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No tempo da faculdade, que não faz muito mas parece uma eternidade, não raro tinha tempo para chegar com certa folga. Dirigia-me à cafeteria da biblioteca. La pedia um pingado, que possuía um nome mais sofisticado, mas para mim, sempre pingado. Degustava enquanto sonhava com o que o futuro me reservava, uma carreira a partir do dia que saísse de vez. 

Pois, por incrível que pareça, já não entro mais com tanta frequencia em alguma cafeteria. Também os sonhos já não são mais tão corriqueiros. A vida ficou mais pesada. A universidade te abre caminho e te faz um sonhador. Já a vida trata de fechá-los muitas vezes e te transforma num cético.

O que fazer para mudar esta sina de andejo?  

Penso na resposta e um dia destes comento por aqui.



Bom final de semana a todos.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Brasil imoral!

Os poucos momentos em que criei coragem para assistir ao circo de horrores que foi criado na Câmara dos Deputados para votação o prosseguimento do processo de impeachment da Presidente da República me serviram para ter certeza o quão grau acentuado de mediocridade que é este país. Impressionante e entristecedor.

Ouvi e vi votos pela família brasileira, pela própria família, pelos filhos, genros, noras e netos (não, não era anúncio fúnebre), talvez para as amantes e, pasmem, até pela paz em Jerusalém.

Muitas vociferações contra a corrupção, propugnadas por corruptores, afinal, grande maioria dos que lá estão respondem a, no mínimo, inquéritos policiais.

Apologia a tiranos e golpistas. Endeusamento de movimentos sociais e sindicais de competência e serviços duvidosos.

Em nome de Deus, então... Quanto pecado foi protagonizado, ontem, pela utilização de seu nome em vão.

Palmas ao Paulo Maluf e outros bandidos.

Quase nada de referência ao suposto crime de responsabilidade cometido.

Em suma, desde ontem eu tenho, em sombra de dúvidas, vergonha de ser brasileiro.

É muita boçalidade. É muita mediocridade. É muita incompetência num lugar só. Tem muito deputado sem qualquer condição de utilizar-se deste cargo. É assim que o povo estava representado?

Falo tudo isso com minha consciência tranquila. Não preguei a ira e a raiva contra ninguém. Não tenho partido político. Não respeito nenhum deles, portanto, sequer consigo ter ódio por algum em específico. Não concordo com os rumos atuais do país, por isso entendo que mudanças são obrigatórias. Mas não assim, desse jeito tosco e desrespeitoso.

Rasgaram a bandeira do Brasil e a Constituição. Opinião minha. Aqui sempre se tem opinião. No fundo, tinha esperança de que o Brasil um dia nos desse esperança. Perdi o que me restava, ontem. A merda do Brasil ontem foi para o esgoto. 

Puxaram a descarga!

Agora, quem se encarregará de apagar a luz do banheiro? O Temer? Não, este pela coerência deve descer pelo ralo também. Que não pare por aí, que a limpeza seja até o fim. Senão, concordarei com aqueles que falam de golpe.

Não haverá outra saída. Aliás, o Brasil é um beco sem saída.

O jornal "La Nación", da Argentina, definiu bem quando disse que a crise do Brasil é política, econômica e moral".

Hoje, digo sem medo de errar que a pior de todas e é moral.

O Brasil é imoral!

Quanta mediocridade! Quanta vergonha!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Mais, não digo!

Naturalmente, ao final de mais uma semana em que eu já comecei cansado, estou ainda mais cansado. Uma redundância necessária, nesse caso. Na próxima semana tem um feriado pela frente, mas ainda não sei se será o suficiente. Mas, e sempre tem um "mas" em tudo, são coisas da vida, não adianta.

Reconheço que a inspiração não é um forte para hoje. E, apesar de ser sexta-feira, outro assunto não povoa o pensamento popular que não a votação do processo de impeachment da presidente da república, no domingo.

Nesse sentido, gostaria que os nossos "nobres" deputados tivessem o mesmo empenho em votar assuntos de interesse da nação como agora se está tendo. Poderia-se, por exemplo, utilizar-se mais do sábado e do domingo; não apenas se fazer conta que trabalha, isso de terça à quinta-feira. Deboche!

Espero que em havendo mesmo o impeachment, que os lutadores pelo país livre da corrupção não percam seu foco. Do contrário, ficaria parecendo que a luta era contra o PT, simplesmente, e não a favor do Brasil.

Daí até eu ia acreditar nessa história de golpe.

Mais, não digo!

Sorte a minha de ser coxinha e poder, ainda, pagar por televisão a cabo. Domingo, poderei estar livre da baboseira da tv aberta que se esforça para transformar o processo referido em circo.

Coisa de Brasil, não é verdade?

Mais, não digo. Já tinha prometido. Que seja cumprido.

Abraço e bom final de semana a todos. 

terça-feira, 12 de abril de 2016

O meu cansaço.

Custei a admitir, ou ao menos a exteriorizar, mas a verdade é que estou cansado. A uma, que há muito tempo não tiro umas férias, assim, na assepsia da palavra. A duas, que a cada dia que eu acordo já sei que a grande maioria das coisas vão se repetir. É a política vergonhosa deste país, a situação decadente e em ladeira abaixo da economia e a apologia ao ódio que tem-se disseminado nas redes sociais.

Tudo isso cansa.

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Daí me vem o vice presidente deixando vazar áudio (me pareceu proposital) com discurso vencedor da tese do impeachment, sendo que sequer foi votado ainda. Como se fosse ele um paladino da moral e dos bons costumes.

Isso cansa.

Não tem o vice presidente muitas condições de assumir o cargo máximo do Estado brasileiro, a meu ver.

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Na verdade, verdadeira, com escusas pela redundância, não sei quando tive as últimas férias em que consegui descansar. Sim, em 2014 estive cinco dias em Santa Catarina. Mas meu telefone não parou de tocar um só segundo. Não desliguei como deveria ter desligado. Depois disso, aparições esporádicas no nosso litoral gaúcho, na minha querida Rainha do Mar. Sempre com a cabeça meio longe de lá.

Férias mesmo, se bem me lembro, foram em 2011. Há mais de 5 anos, portanto.

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Li em algum lugar que dos 38 votantes favoráveis ao impeachment, dentro da comissão especial para este fim, 35 foram indiciados por corrupção. Quase 90%.

Independente do que eu acho ou deixo de achar acerca do impeachment, certamente uma resposta eu tenho: esse país nunca será sério. Nunca chegaremos algum lugar. 

É muita mediocridade e podridão. E isso cansa.

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Recordo-me que quando da última férias reais, além de alguns dias na praia, aproveitei minha querida São Chico, inclusive, passando alguns dias lá fora, respirando o ar dos mais puros e sorvendo de um silêncio renovador, só quebrado pelo berro do gado, pelo latido dum cusco, o canto do galo e, algumas vezes, pelo velho minuano parceiro.

Foram dias em quantia, certamente.

E isso nunca cansa. Nunca!

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Ando cansado de levantar da cama e de escrever. Inclusive aqui, admito. Meu bebê também me dá um cansaço, mas este é maravilhoso. Aliás, o meu cansaço matutino é facilmente ceifado ao chegar no seu berço e ser recebido com um grande e belo sorriso.

É por isso que sigo todos os dias, mesmo cansado, na luta. Por ele, pelo meu "guli", tudo vale.

Abraço a todos e uma boa semana. 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Nono ano.

Não foram muitas, as vezes, que por aqui fiz referência a minha carreira musical. Antigamente, logo com o surgimento deste espaço, constantemente o assunto principal era a música feita por mim e por meus amigos que comigo caminhavam e caminham (alguns permanecem firmes e fortes), nesta trilha fandangueira que até parece uma cachaça. pois é viciante. Não, eu nunca ganhei dinheiro útil com a música de fandango, mas nem por isso algum dia sequer cheguei a cogitar profundamente fazer outra coisa. Gosto de ver o povo dançando enquanto canto(ou tento).

Esta é minha sina. E ponto final.

Pois, há exatos 08 (oito) anos, surgiu o BLOG DO CAMPEIRO, da necessidade de desvincular minha imagem a do antigo grupo Alma de Campo, que pouco tempo antes havia encerrado suas atividades. Minha inserção na vida blogueira se dera com o intuito de desenvolver o conjunto e anunciar sua vida musical e artística. 

Como peguei gosto pela coisa, entendi que necessário era seguir escrevendo, já que era essa uma arte que sempre gostei nos tempos de colégio, e havia abandonado um pouco com o passar dos anos. Desde o dia 07 de abril de 2008, quando abri cancha demonstrando o "meu jeitão bem bagual", trabalho para fomentar a cultura gaúcha, voltado com predileção à nossa música, mas sem esquecer dos assuntos pertinentes que ocupam as nossas cidades, estado e o país. Embora reticente, por algumas vezes abordamos o tema futebol e um pouco mais o tema política. Não lembro de ter abordado assunto religiosos, por aqui.  

Assuntos com componentes passionais devem ser evitados, afinal, a guerra de nervos se acirra a cada dia. Depois,  nunca foi o propósito deste blogue mesmo.

Por algumas vezes alguns percalços surgiram, mas sempre tentamos manter a regularidade semanal de duas publicações, uma no início da semana e outra na sexta-feira. A da sexta-feira é sagrada! Mas (e sempre tem um mas em tudo), desta vez, abro uma exceção justamente em comemoração ao nosso aniversário.

Hoje, portanto, ficou para quinta-feira. A meta deste 9º ano de história é, justamente, retomar uma relação maior com a música, inclusive a minha, e tratar das coisas deste nosso Rio Grande em prosa, verso e muita cantoria.

Adiante!

Parabéns, BLOG DO CAMPEIRO. Obrigado, caríssimos e caríssimas leitoras.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Um ar puro.

Ando cansado de ler tantas coisas estúpidas na internet, com predileção às redes sociais. Ademais, muitos ficam querendo saber em que categoria me enquadro: coxinha, petralha ou isentão? Quanta bobagem. Não sou daqueles que está gostando deste governo atual, coxinha, pois; mas também não sou daqueles que acha que o governo atual é um desastre por completo: petralha! Penso eu, também, que as discussões políticas não tem trazido nada de bom para o país e que é preciso respeitar as instituições e a legalidade. Um isentão convicto, então.

Estão vendo? Podemos ser todos em um só. E também não somos nada, afinal, a vida segue difícil e complicada por aqui, independente do seu lado do muro (ou mesmo em cima dele). Falamos de coisas menos massantes, portanto. Para conseguir respirar um ar puro, de quando em vez.

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Saí de São Chico quando tinha 9 (nove) anos de idade. Em agosto próximo, estarei completando duas décadas de abandono à querência, ainda que nunca tenha abandonado, verdade seja dita. Sequer conseguirei fazer isso alguma vez na vida, penso (novamente) eu.

Quando guri, reticente e com saudade daquilo que por lá deixei, aproveitava todas as oportunidades para lá estar. Férias escolares, finais de semana prolongados ou não. Quando rompi a barreira da maioridade e com ela vieram as responsabilidades que caminharão comigo para o todo sempre, minhas estadas por São Chico passaram e ser menos frequentes, ainda que constantes. Depois, diminuíram um pouco mais, restringindo-se a uma visita mensal. 

Entre 2009 e 2011, por razões profissionais, tive a oportunidade de frequentar São Chico com uma regularidade semanal, onde voltei a compartilhar do dia a dia da minha terra natal. Fiquei inicialmente intrigado e, por fim, entediado. Pensava como as pessoas conseguiam viver de forma tão devagar? Me decepcionei ao ponto de pensar que no meu destino não passava mais a ideia de um dia voltar para minha serra, de vez.

Nos anos que se seguiram, até chegarmos aos dias de hoje, aumentei minha ausência, conseguindo bater a marca de quase 4 (quatro) meses sem visitar São Chico. Condição vergonhosa, mas que ao menos me fez enxergar que aquilo ali é o meu lugar e jamais sairá de mim.

O problema, ao fim e ao cabo, não é São Chico, e sim eu. Não é São Chico que é muito parada; segue seu ritmo histórico de pacata cidade do interior. Fui eu que deixei entranhar em minhas veias esta vida louca da cidade grande que só sabe viver em ritmo alucinado.

Não, não encerrarei este texto afirmando que é hora de voltar para São Chico. Mas, sim, São Chico merece que eu lhe dê outra chance.

Aliás, carece de todas as chances que se fizerem necessárias. São Chico é terra boa, afinal. É a minha terra e isso, tempo nenhum conseguirá apagar.

Abraço a todos.

PS.: Embora amante de São Chico, não posso deixar de felicitar a cidade que me abrigou há quase 20 anos. Parabéns, Novo Hamburgo, por seus 89 anos, neste 05 de abril.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Bobices e maldades.

Certa feita, talvez até já tenha mencionado isso por aqui, fiz um churrasco num fogo de chão. Gosto da arte de assar carne. O fato ocorrera lá em São Chico e, embora não fosse inverno, a empreitada careceu de 8kg de carvão, tamanha a umidade da terra. Cousa de louco, tchê. Não tinha lenha nenhuma para dar um amparo, enfim; mas a carne ficou buenacha.
Sequer sei o motivo pelo qual estou falando nisso, mas ao me parar em frente do computador para escrever aqui, hoje, nesse primeiro de abril, talvez esta e outras histórias que contarei na sequência poderão parecer mentira.

Mas não são! Talvez sejam. Não sei. Não sei.

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Na sexta-feira santa, optei por assar um peixe na brasa. Ficou bom, mas como chovia (e bastante) começou a pingar uma goteira dentro da churrasqueira. Pode isso? Por favor!

Mas, ainda assim, a tainha ficou muito boa. Ao menos, só recebi elogios...

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Quando criança, nas férias que passava na boa e velha Cazuza Ferreira, distrito de São Chico, fazíamos, eu e meu amigo Gelson (nunca mais o vi, gize-se) uns galetos assados. Mas tinha um problema: não tínhamos churrasqueira. Daí o fogo era de chão e os espetos cravados na terra. Mas era boa aquela terra de Cazuza; tempero pra galinha, afinal, o peso do espeto fatalmente derrubava-o ao chão. 

Oh vida boa a de outrora... Oh tempo bom os de infância...

Algumas vezes começavamos o fogo com papel higiênico. Limpos, se a memória não me trai...

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Na mesma Cazuza andei uma vez de caiaque. Primeira e única, aliás. Engraçado que não consigo me lembrar do momento. Apenas recordo do que aconteceu depois. Também sei lá porque falei disso agora.

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Pois no mesmo local, onde andei de caiaque, vi minha única carreira da vida. Isso foi uma experiência interessante.

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Enfim, o texto de hoje está de acordo com a data. Bobo. Ouvi dizer que hoje é o dia do brasileiro. Achei duma maldade sem precedentes!

Quanta maldade. Quanta bobice.

De certo, mesmo, mais um final de semana. Graças a Deus!

Abraço a todos.