Eu tenho orgulho de ser
gaúcho. Vou além: eu gosto de ser gaúcho. Como um bom gaúcho que sou, defensor
das nossas tradições e da nossa bombacha, sou um tremendo apreciador de
churrasco. Aliás, não minto ou cometo devaneio quando afirmo que a churrasqueira
é parte que mais gosto de minha casa. Já lasquei carne gorda em muita querência
por este Rio Grande afora. Não esqueço, jamais, dos celebres churrascos de
ovelha em espeto de pau, lá na Várzea do Cedro - São Francisco de Paula. Também
não foge da memória uma carne das buenas, com fogo de lenha, oferecida pelos
amigos do CTG Garrão da Serra, em Morro Reuter. De igual modo, não esqueci dum
churrasco de aniversário que comi na casa do meu grande amigo e colaborador
deste blog, o Rodrigo de Bem Nunes (por falar nisso, alguém sabe de seu
paradeiro?).
Lógico
que não foi o Rodrigo o responsável pela arte de assar a carne. Sim, o
churrasco é uma arte e assar a carne faz parte de um ritual campechano que
muitos tentam aprender, mas só o gaúcho é que tem habilidade plena. Pois o
responsável por garantir a bóia da gurizada era o Seu Aristeu, pai do Rodrigo,
figura ímpar e também um grande amigo. Embora aniversariante, a estrela do
Rodrigo ficava restrita a isso e ao fato de ter tentado nos
"embuchar" com coisinhas miúdas. Lembro dumas azeitonas e duns
licores... Isso lá é coisa de gaúcho oferecer para o vivente? Se é para
embuchar que seja com categoria: um pão com alho, um xixo e até um salsichão
... hahahaha.
Mas,
e sempre tem um mas em tudo, a estrela da festa mesmo era o churrasco e, por
óbvio, o assador o mais bajulado. Certa altura, com uns já roxos (não sei se de
fome ou engasgados com alguma azeitona oferecida pelo Rodrigo - hahahahaha)
indagado por algum esfomeado (que não era eu), o Seu Aristeu tratou de garantir
a janta de todo mundo: tinha uma leva de carne assando numa outra
churrasqueira, nos fundos. Ora, se era verdade ou brincadeira, passados mais de
dez (10) anos do fato, eu já não sei. Mas isso é resposta de gaúcho que não se
assusta com qualquer peleia e qualquer boca. E era gente para matar aquela
carne, credo.
Confesso-lhes
que a memória me trai e já não tenho tanta certeza quem, além de mim, teve o
prazer de saborear churrasco de tamanha envergadura. Lembro-me do Caio, do
Maurício... Pena eu não ter uma chapa (popularmente conhecida como fotografia)
para ilustrar o evento. Tens memória deste dia Rodrigão? Seu Aristeu, amigo
leitor deste blogue, certamente não esqueceu do dia em que ele marcou a
trajetória de estudantes do ensino médio ao demonstrar, in loco, o quão importante é
saber assar um bom churrasco. Felizmente, eu estava lá.
Também
nunca esqueci do aipim da dona Marindia, mãe do Rodrigo, que nos fora servido
aquela noite. Nunca mais esquecerei, aliás.
Fica
aqui a minha lembrança e a cara de pau de dizer ao Seu Aristeu, que não
refutarei o convite para um novo churrasco daqueles. Deixamos o Rodrigão
participar, se por acaso ele for encontrado. Por falar nisso, alguém sabe de
seu paradeiro? hehehehe.
Grande
abraço ao Seu Aristeu e a Dona Marindia e um bom final de semana a todos. E que
venha dezembro!