segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Esperar é o que resta.

Pois o processo eleitoral de 2014 que caminhava a passos de tartaruga ganhou contornos de agitação (infelizmente) com a morte do presidenciável Eduardo Campos e hoje, na última semana antes do 1º turno, desenha-se um dos pleitos mais acirrados dos últimos tempos. Não difere muito aqui no Rio Grande, aliás. A eleição ao governo do Estado que parecia páreo corrido (não para mim!) para a candidata Ana Amélia Lemos, faltando seis dias para a definição inicial, a quem diga que um "vira, virou" não está descartado. Quanto ao senado, seria surpresa se insistissem em manter Lasier Martins na ponta, quando as ruas, há bastante tempo, deixam claro que Olívio Dutra é quem está na frente.
Dizer o que dessas pesquisas, hein? Sem comentários!

Vendo tudo de fora e sem engajamento algum, resolvi tirar algumas conclusões que podem se confirmar ou não, ainda que algumas já tenham se confirmado. No auge da comoção social pela morte de Campos e com a ascensão de Marina Silva ao primeiro lugar nas pesquisas, afirmei aos mais tensos, em face de suas posições duvidosas e temerárias, que a data de 15 de setembro seria o divisor de águas. Pois dito e feito! Hoje, no início da semana derradeira, se tivesse que apostar minhas fichas em alguma coisa, seria na reeleição da atual presidente em primeiro turno. Se acho isso válido? Por amor ao debate, lógico que não. Aliás, justamente por isso, seria bom termos um segundo turno entre Dilma e Aécio, justamente para termos o confronto de ideologias e de governos que, cada um, diz que foi melhor que o outro; creio que nenhum está certo, mas, opinião é opinião.

Aqui nos pagos, também não me surpreende a queda nas pesquisas da candidata favorita. Ouvi alguém dizer que ninguém perde o que não é seu. Ou seja, Ana Amélia Lemos, em verdade, nunca esteve tão a frente nos números reais como "alguém" tentou fazer transparecer. A subida repentina do ex-prefeito de Caxias José Ivo Sartori também não causa estranheza, embora creia que já não há mais tempo para alcançar um segundo turno. Logo, por aqui a eleição está aberta e a reeleição de Tarso Genro não está descartada. Para o senado, abstenho-me de maiores ponderações afora as já feitas, no início deste. Só completo: o Rio Grande pode se privar de ter como senador uma figura como Lasier Martins.

Então, resta claro que a eleição que iniciou no breu, a meia luz de candieiro, ganhou vida e a cada dia que passa, até o derradeiro 05 de outubro, pode trazer muita novidade sob a luz da esperança de que dias melhores virão para a nossa sociedade como um todo. Pena que a tal esperança, ao menos para o povo brasileiro, tem se transformando numa pecha intransponível entre o sonho e a realidade.

Só nos resta, pois, esperar.

Abraço e boa semana a todos. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Depois de juntar os cacos

Enquanto uns juntam os cacos que sobraram do corpo, já que em pouco mais de vinte dias fizeram o que não fazem o ano inteiro, do tipo: montar acampamento, fandango, dormir por cima de qualquer coisa, fandango, assar e comer churrasco todos os dias, fandango, preparar o resto da bóia em fogão à lenha, fandango, cantar o hino riograndense, fandango, contar o (pouco) que sabe sobre nossa história e ainda por cima meio distorcido, fandango, cantar os maiores sucessos gaúchos (pela metade), fandango, desmontar acampamento, fandango e voltar para casa, prometendo ficar mais um ano longe de tudo isso já escrito, principalmente dos fandangos (risos); outros seguem pensando no que fazer para transformar a vivência gaúcha e tradicional em algo da rotina e costume.

Pois li em algum lugar que a municipalidade da nossa Capital cogita a possibilidade de deixar o Acampamento Farroupilha montado de vez, transformado numa espécie de parque temático da nossa cultura gaúcha. Confesso, que não tenho uma opinião bem formada sobre o tema. Fosse para seguir nestes moldes atuais, talvez fosse interessante. O risco é começar a deturpar nossa tradição com situações alheias às coisas da nossa gente.

Logo é aguardar para ver e ver para crer. 

***

Muito feliz o compositor, escritor e poeta, Léo Ribeiro, em manifesto assinado pelo mesmo em seu blog (acesso rápido pelo link à direita da tela), intitulado "CARTA ABERTA DE UM GAÚCHO", onde o patrício de São Chico fundamenta a necessidade de alguns jornalistas pararem de aproveitar o mês farroupilha para difamarem nossa história e os gaúchos de boa e bombacha. Como disse o Léo, se não estão satisfeitos é só deixarem o Rio Grande...

***

Noutra monta, concordo com quem afirma que está cada vez mais caro vestir a nossa pilcha. No dia 20 de Setembro, levei o amigo Lucas Schneider, parceiro de Som do Pampa, em uma loja de artigos gauchescos e fiquei apavorado com os preços. Bombacha por R$ 90 é de assustar o vivente. Lenço por R$ 32? Pior é que a verdade é meio lenço só.
Neste rumo, o negócio é comprar o pano e bater à porta de uma velha e boa costureira.

***
Pois na quarta feira saí de NH ao finalzito da tarde com tempo nublado, meio quente e sem nenhuma chance de chuva. Cheguei em São Chico com chuva, muita cerração e frio. De fato, não há nada igual a boa e velha São Chico.

E para lá me vou hoje novamente.

Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Arranca o dente, Aécio!

Digo sem medo e sem vergonha: Aécio é um bom candidato, educado, experiente, consistente com a realidade e com seu passado. Tem seus defeitos, longe de ser perfeito que perfeição não existe, mas ainda assim, um bom candidato. Por isso fico me perguntando: como o mais razoável dos candidatos não é o favorito para ganhar a eleição brasileira? Ao perder noites de sono com este assunto, creio que cheguei à conclusão.

O postulante ao cargo máximo da República deve saber vender sonhos. Não falo de promessas descabidas, mas daquela pinta de “escolhido” pelo poder celestial que um povo sincretista, como o brasileiro adora. A Dilma tem isso com o Lula, a Marina tem isso com Eduardo Campos. Eu, se fosse o Aécio, convocaria uma entrevista coletiva para hoje e diria que teve um sonho em que o FHC voava em um unicórnio sobre um arco-íris. Se isso não pegar bem, talvez deva tomar uma medida emergencial, ao menos: arrancar o dente da frente. Um sorriso desdentado e sincero causa certa compaixão no coração mais duro. Enfim, a certeza que fica é a de que continuar se colocando como candidato sério e bom mocinho não esta funcionando bem, e o segundo turno esta ai.

Aliás, ao vislumbrar um segundo turno no Brasil entre Dilma e Marina, vejo claramente os 4 pontos que fazem alguém ser eleito presidente nos trópicos: você tem de ser 1) Inarticulada, para inspirar superação. 2) Feio que dói, para inspirar pena. 3) Socialista no discurso, para monopolizar a virtude. 4) Capitalista na prática, pois todos gostam de dinheiro. O problema é que alguns decidem ficar ricos trabalhando e investindo. Outros decidem fazer parte da elite gritando palavras de ordem contra a... elite. E funciona. Esta ai para provar Lula, seus tapetes egípcios e os automóveis oficiais alocados para o transporte exclusivo de Michelle, sua fox terrier de estimação.


Arranca o dente, Aécio!  


Por Rodrigo de Bem Nunes, de Houston - Texas - EUA.

sábado, 20 de setembro de 2014

Sirvam nossas façanhas...

Ficaram para a história as glórias que os combatentes da Revolução Farroupilha conquistaram para o legado que carrega o Rio Grande do Sul. Não se comemora, aqui, o vinte de setembro, tão somente para parecer que forjamos uma vitória que não obtivemos. As vitórias em grande parte das vezes vão muito além do troféu na parede; são construídas em função dos percalços que a vida coloca em nossos caminhos. O Rio Grande venceu a Revolução Farroupilha, pois construiu ali uma história que o tempo jamais irá apagar e que nunca deixaremos de reverenciar. 

Nós temos orgulho de sermos GAÚCHOS!

Nós temos orgulho da história GAÚCHA!

Nós temos orgulho do ideal peleador.

Nós temos orgulho daquilo que somos e para onde vamos.

E que sirvam as nossas façanhas de modelo a toda terra.

Eu sou gaúcho, com orgulho, e isso nunca ninguém vai tirar de mim.

Viva o Vinte de Setembro!


terça-feira, 16 de setembro de 2014

O gauchismo da moda

Dias atrás, recebi críticas por não estar andando pilchado nestes dias que antecedem o glorioso vinte de setembro. Tá certo que a desaprovação fora no seio familiar, mas, nem por isso, menos eloquente. De fato, ainda não vesti minha bombacha, tampouco calcei a bota ou maneei o lenço no pescoço neste mês farroupilha; e sabe o que isso significa? Nada (ou quase). Ao menos para mim. Todos que me conhecem sabem da minha vocação gaúcha, meu apreço pelo tradicionalismo e minha ligação com a música e as coisas gaudérias. Minha essência é gaúcha e tradicional, pois. Não será, daí, estar ou não usando bombacha, calçando bota e com o lenço tremulando ao pescoço que serei mais ou menos tradicionalista. Isso tudo, é claro, um pensamento meu que é passível de outras condenações mediante posicionamentos contrários.

Pior que isso, a meu ver, são aqueles que tem uma bombacha só, guardada no fundo do armário e abrigando o mofo, ou sob o odor de naftalina, e que nesta época do ano, justamente, resolvem botar um ar na peça e passam a semana inteira pilchaditos. A grande maioria, sem sequer saber para que serve um tirador e até mesmo um barbicacho. Estes seriam o que o músico João Luiz Corrêa, em um dos tantos sucessos de sua carreira, definiu como os "gauchões de apartamento". Merecem estes "gaudérios" uma voz forte de contrariedade deste que voz escreve? Talvez, não. Explico.

Muito pior que usar bota, bombacha, lenço e chapéu apenas uma semana por ano, são aqueles que renegam suas origens e tratam a nossa tradição com desdém e deboche. Pois vejam que o município de Novo Hamburgo este ano sequer liberou verba para a Semana Farroupilha, porém, não deixamos de ter o carnaval. É o carnaval uma cultura nossa? Sim, mas emprestada e não genuína. Sabem qual é o público do Carnaval de Novo Hamburgo? Irrisório a julgar que vivemos em uma cidade com mais de duzentos mil habitantes. Nesse ínterim, deixo claro que não sou contra o carnaval, apenas exemplifiquei. O problema não está só nas municipalidades (algumas). Nossa imprensa, em parte, não é muito melhor.

Precisa estar pilchado para apreciar a nossa tradição? Óbvio que não!

Tenho um familiar que é dançador e apreciador de uma boa música gaúcha, como poucos. Não refuga convite para um bom fandango. Pois o vivente nunca colocou uma bombacha. Nunca. É menos gaúcho? Não! Precisamos lamber nossas próprias feridas. Estamos num processo de involução, onde, cada vez mais rígidos, os CTG's acabam por afastar a sociedade de seus esteios. Noutra senda, surgem alguns "tradicionalistas" adeptos a este gauchismo da moda, que andam pilchados porque parece bonito e pode trazer algum "status" em uma camada polarizada da sociedade.

Pois muitas vezes andei bem gauchão pelos corredores da faculdade. Uns, poucos é verdade, de certo me achavam ridículo. Retribuía com o mesmo desprezo. A maioria aparentava uma visão de admiração, quer por eu ser gaúcho que tem respeito às suas tradições e, principalmente, pela minha coragem. Ao mesmo tempo em que não se precisa coragem para andar pilchado, não se pode andar pilchado para bonito. A tradição não é feita de moda, porém, a tradição pode sim evoluir.

Vamos abrir as portas dos CTG's para todos os que querem entrar e respeitar o que é nosso. Ao mesmo tempo, vamos lembrar da nossa bombacha, esquecida no fundo do armário, com mais frequência. Como um ar faz bem de ora em vez. Se estão certos os que me julgam por não andar bem gaúcho e mostrar o que sou? Claro! De que me vale a essência para mim sem espalhar para os demais que me cercam?

A culpa é toda minha, confesso. Pois neste compasso, chegará o dia que dirão que sou um gaúcho da moda, de apartamento. Logo, nada mais me resta senão levantar, vestir a bombacha e ir à luta! Como é bom tomar um ar e pegar um sol, não é verdade?

Abraço e boa semana farroupilha a todos.  


PS.: Muito bem alertado pelo querido amigo Aristeu Nunes, pai do nosso festejado colaborador Rodrigo de Bem Nunes, o CTG pode ser sim palco para casamentos crioulos, tal qual o seu com dona Marindia. Não duvido mesmo que fora um festão amigo Aristeu! Fraterno abraço e gracias pela leitura e oportuna correção.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Curto e grosso

Lamentável o episódio ocorrido em Santana do Livramento, que culminou com o incêndio nas dependências do CTG onde, amanhã, está marcado a cerimônia de casamento de 28 casais, dentre eles, um homossexual.

Compartilho das ações que visam coibir a homofobia, o racismo e qualquer tipo de preconceito.

Todavia, confesso que desde o início não entendi qual a necessidade de tal solenidade ser nas dependências de um Centro de Tradições Gaúchas?!

Como bem diz o nome, ali se perpetua a tradição e costumes de outrora, cativados pelo tempo. Por alguma razão que eu não sei qual é, entenderam os gaúchos por não aceitarem (dentro do CTG) manifestações mais explícitas de cunho afetivo, de QUALQUER natureza. 

Embora não tenha dono, os CTG's se assemelham com ideais de associação, onde todos os sócios tem direito a participar das decisões e que figura como entidade privada.

Em sendo uma entidade privada, considero que há o livre arbítrio desta em não aceitar que o evento fosse realizado no CTG.

Então, qual a intenção do Patrão em permitir? Qual a intenção da douta Magistrada em insistir?

Não será permitindo que um casal homossexual case dentro dum CTG que o preconceito deixará de existir.

Quantos casamentos, digo a cerimônia civil, são realizados em CTG's? Eu nunca ouvi falar!

Deste modo, analisando as colocações acima, reitero que acho lamentável o desfecho do caso, mas, entendo que um CTG, por seus princípios, não é o lugar ideal para a cerimônio. De todos os casais, imperioso referir!

Não tinha outro lugar para realizar o feito?

Em suma, a sociedade brasileira está ficando chata e ainda mais hipócrita. No meu entendimento, não é assim que se combate o preconceito. 

Por fim: muito interessante ver gente que nunca entrou num CTG criticar as suas decisões. Volto a frisar, CTG não é entidade pública e tem o direito de ter suas regras, costumes e tradição!

Não gostou do que escrevi? Não to nem aí! Prefiro ter posicionamento a fazer parte desta hipocrisia chamada Brasil. Não tenho nada contra ao casamento gay; só não acho que um CTG seja o local adequado para realização deste tipo de evento. Aliás, CTG não é lugar de nenhum casamento.

E ponto final.

Abraço e bom final de semana a todos.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O dia da pátria

Por razões médicas, estou impossibilitado de escrever muito (aliás, não deveria escrever nada!) e, por isso, resolvi trazer novamente um texto sobre a nossa pátria, escrito no ano de 2012(publicado em 12/09/2012), fazendo referência a outro de 2011:


No último dia da independência, acabei por não dar uma atenção a importância da data, assim fazendo cerca de cinco dias depois. Agora, e por coincidência, o 7 de setembro é numa sexta-feira, que fatalmente já me traria até aqui. Logo abaixo, vou repisar parte do texto que escrevi no ano passado, com base no questionamento do título. Será mesmo que damos valor a nossa Pátria? A meu ver, não. De qualquer sorte, sou uma pessoa totalmente suspeita para falar, haja vista que minha característica é de imparcialidade. Sou um bom Gaúcho, daqueles defendedores da República Riograndense, que embora há bastante tempo extinta, convive no coração e no sentimento cívico de muitos espalhados pelo mundéu afora. Para o Rio Grande a resposta da pergunta é não. Basta ver a diferença do 7 de setembro para o 20 de setembro. Todavia, somos todos brasileiros, ao cabo, de modo que esse dia, então, deve ser comemorado afinal, em que pese todos os nossos problemas, ainda devemos vangloriar a democracia, acima de tudo. 
***
"Pátria Amada?
Percebe-se que não dei muito destaque às festividades da independência do Brasil, para não dizer que apenas mencionei. Considerando, entretanto, que mantenho posicionamento favorável acerca da República Rio Grandense e, portanto, acabo tornando-me um indiferente para as coisas do Brasil (no que tange às comemorações, tão somente), até que mencionar já deve ser considerado louvável. Louvável nestas circunstâncias, logicamente, mas não respeitável. Não, meu posicionamento é indigno. Muito embora eu carregue comigo este ideal separatista, sou brasileiro nato e, dessa forma, deveria respeitar o simbolismo da data. O que me conforta é que há coisas piores. Muito piores, aliás. Senão vejamos:
Assistindo o começo de um telejornal noturno, o último da noite, não fora feita menção alguma acerca dos festejos da pátria. Não bastasse isso, ainda se deu um destaque tamanho a “comemoração” do decênio do ataque às torres gêmeas em Nova York, que um dos apresentadores fora enviado para a cidade. De fato, o problema dos outros é o nosso problema. O que é teu é melhor do que é meu. Vocês sabem o que significa o dia da independência para os norte americanos? Pois é. Semelhante o significado do 20 de Setembro para nós gaúchos. Com menos pompa e glamour é claro. É, pelo que se vê copiamos só o que não presta mesmo."
***
O respeito pela Pátria, contudo, passa não só por mim ou por você, mas por todos. Embora não quisesse repetir o tema olimpíadas, não posso deixar de traçar um comparativo com as Paraolimpíadas. Os nossos atletas tem orgulho de estarem em Londres, não só pela superação que almejam e alcançam, como pelo fato de poder dar 'orgulho' para o nosso país. E como retribuímos? Muitos de nós nem sabemos que existe paraolimpíadas, ou então que nossas atletas já conquistaram 14 medalhas de ouro, 29 no total. Portanto, o orgulho do nosso país são estes grandes cidadãos, que batalham, superam obstáculos e vencem. Não dão desculpas para o vento ou sei lá o que. Nossos verdadeiros atletas são os que estão em Londres neste momento, e algumas (raras) exceções que participaram das olimpíadas mês passado. E o resto é o resto. Não representam nada na nossa vida e não fazem por merecer o orgulho da Pátria porque, afinal, não fazem o mesmo por ela.

***

Não há dúvida que não nos trás motivação a semana da pátria. Aliás, valoramos por baixo o Brasil e isso se vê tão somente pelo processo eleitoral, onde não há um projeto claro e objetivo que nos mostre que há um futuro para o nosso e país e seu povo.

Enfim, são as questões que permeiam a nossa sociedade.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O mês gaúcho

Na primeira semana do mês farroupilha, cujas festividades movimentam o Rio Grande e mais alguns estados amparados pela cultura e tradição gaúcha. São piquetes, acampamentos, fandangos e muita festa para comemorar as coisas da nossa gente. Se por um lado isso demonstra a importância da nossa cultura, trás o velho questionamento do "porquê" tudo agora e pouco para o resto do ano. Qual a razão para os fandangos, por exemplo, não serem fartos nos demais meses do ano?

Talvez a resposta seja simples: você, quando está de aniversário comemora todos os meses ou só na data certa ou próximo dela? Logo, embora não seja a melhor resposta para o caso, tal condição pode servir para dar um pouco de rumo para algumas perguntas. Em verdade, a escassez de bailes também é responsabilidade nossa, os tradicionalistas, que de certa forma criamos um mundo um tanto quanto reticente as coisas novas e a realidade do outro mundo, o externo.

Mas, isso é apenas uma ideia breve sobre a coisa.

***

Estes tempos passei a discutir a questão do separatismo e como seria o Rio Grande separado do Brasil. de certa forma, ainda que culturalmente, já somos separados do Brasil. Num evento, alguns dias atrás, prestei atenção na quantidade de pessoas cantando o hino nacional brasileiro e depois o gaúcho. No primeiro, cerca de 30% dos presentes cantavam sabendo o que cantavam, 50% algumas partes e 20% estavam esperando terminar, apenas; já no riograndense, impressionantes 90% dos presentes cantavam e com entusiasmo. 

Por aí fica claro que, ainda que por convicção íntima, o gaúcho lá no fundo é mais gaúcho do que brasileiro. Eh Rio Grande!

***

Embora não esteja muito animado com estas eleições atuais, e sexta-feira não ser o dia ideal para isso, passando os canais da televisão parei no debate promovido pelo SBT esta semana. Vi uns 3 minutos. No período, o candidato do PRTB Levy Fidelix lascou essa: só Deus para salvar o Brasil!

Ora, quem lê o que este humilde gaudério escreve por aqui, verá que a afirmação do candidato não está tão longe da realidade. Ao menos da minha (risos).

E o amigo Rodrigo De Bem Nunes voltou antes do esperado e com tudo! Um dos melhores textos que li este ano. Grande Rodrigão!


Abraço e boa semana a todos. 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Me engana que eu gosto

Tirando fotos, sorrindo sobre o cadáver ainda quente. Mais um voto.


Experimente perguntar a uma viúva, logo ao término do enterro, sua opinião sobre o marido recém falecido. Provavelmente a imagem do marido será confundida com a de um santo. A dor recente, ainda latejante, se apresenta como um componente preponderante no momento da lembrança.  Agora, experimente perguntar a opinião desta mesma viúva dois anos depois da morte. Provavelmente as boas memorias continuarão a ser enaltecidas, mas os defeitos e alguns problemas do falecido marido já serão comentados com maior naturalidade. Obviamente, depois de algum tempo, a morte já foi melhor assimilada e a comoção da perda já não tem mais o controle no senso de julgamento.

Falo deste exemplo para explicar, o que demonstra ser a única razão pela qual Marina Silva saiu de inexpressivos 9% das intenções de voto quando era vice de Eduardo Campos, para despontar como favorita, duas semanas após a morte do candidato. A exposição da tragédia, o desejo natural e humano por “mudança” na politica e os sentimentos de pena e pureza que Marina inspira com seus trejeitos de profetisa tropical são fatores que acabam por consolidar a vantagem. 

Por acompanhar a política com olhos mais pragmáticos, eu tenho grandes desconfianças sobre nossa Gandhi tupiniquim. A Marina era do PT até certo tempo atrás, vestia boné do MST e tudo mais, até que saiu do partido. Sera que o PT saiu dela? Enfim, ela era do PT, depois foi para o PV, depois foi para REDE e como não conseguiu fundar o partido, esta agora no PSB. Afinal, qual é a convicção dela? Parece-me que a nova política é cheia da velha conveniência. Agora preste atenção nesse dado: Marina Silva acumulou mais de R$ 1,5 milhão fazendo palestras. O que ela falava? “Temos de parar com o consumismo, frear a ganancia, deixar de acumular mais e mais para pensar no amanhã, pensar no próximo, no planeta que queremos, etc...”. Palavras proferidas, provavelmente, 5 minutos antes de consultar o saldo milionário de sua conta, enquanto o marido já ganhava quase R$ 20 mil do governo, petista, do Acre. Ai, ai...

A Marina Silva não pode ser milionária ganhando dinheiro com palestras? Claro que sim. Deve. Mas porque falar uma coisa e fazer outra? Porque não defender claramente ideias que permitam com que mais brasileiros possam chegar ao seu patamar financeiro, através do empreendedorismo, do livre mercado, da meritocracia, da iniciativa privada? Ela é a favor ou contra os métodos do MST? Por que ela vestiu o boné do movimento? A Marina não é fruto de superação individual? Por que ela não mostra que sua condição de pobreza nunca foi desculpa para se tornar uma criminosa? Afinal, ela vai cortar ministérios, cargos de confiança? Vai fazer uma gestão eficiente do Estado?  

Ela não responde nada de maneira clara, nunca é objetiva. É estratégia. Quanto mais ela faz isso, mais votos consegue. Ela leu a mente do brasileiro. Me engana, que eu gosto.    

Por Rodrigo de Bem Nunes, de Houston - Texas - EUA.