segunda-feira, 31 de março de 2014

Nublado e cinzento

Muitas vezes, melhor que encarar a vida de frente, e seguir pelos lados dela por meio de atalhos, afinal, para que tomar uma decisão arriscada e, com o perdão da redundância, arriscar o que já está funcionando de algum jeito ou de outro? É a questão do apego, que venho trazendo discutindo muitas vezes comigo mesmo. O que trato como desapego muitos mencionam como 'deixar a zona de conforto' que, a meu ver, são sinônimos. As pessoas se apegam ao salário no final do mês, ao vale alimentação e preferem garantir este pouco a arriscá-lo, isso na busca de seu sonho. Está criada então, a zona de conforto. Se não sinônimos, se equivalem e seguem para o mesmo caminho. Enfim, é preciso dar um passo a frente na vida sem medo de ser feliz...

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Antes que pareça que estou me repetindo, vou seguir em diante.

Na semana que passou estive algumas vezes em Porto Alegre e, em todas elas, passei pelo Parque da Harmonia. Impressionante como o mundo dos rodeios anda movimentando a nossa tradição. Na segunda, já via algumas barracas pelo parque, em razão do Rodeio de Porto Alegre. Na sexta, era um cidade de lona construída na "região central" da Capital. Cousa de louco tchê!

E a gauchada não se restringia ao parque, já que muito cavaleiro avistei pelas ruas do entorno.

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Fosse hoje as eleições que definirão os novos membros executivos e legislativos da União e dos Estados eu teria sérias dificuldades em escolher meus candidatos. Impressionante como estamos mal representados de aspirantes de uma (finalmente) nova política. É mais do mesmo sempre.

Me desculpem as opiniões contrárias, mas eu não consigo imaginar um futuro mais alentador pela frente.

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Enfim chegamos ao final do 3º mês do ano. Ano, aliás, que parece andar devagar. Querendo ou não a sociedade está mesmo pela Copa. Não dá para achar que um país deste é sério e tampouco condenar nossa classe política.
Se tocar uma bom e começar de novo será que conseguiremos construir um novo e progressista país?
Como cético que sou, larguei de mão.

Acho que hoje não estou num bom dia. Melhor parar por aqui.

Dia nublado e cinzento serve para isso...

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Chica Fandangueira

Não sei da onde veio a minha sina por cantar música do Rio Grande mas, quando me dei por gente, já cantava o Tordilho Negro em alguma ou outra festa da família. E aí, com o passar do tempo a cousa foi tomando prumo e minha rotina com a música foi se acentuando. Entretanto, eu devo o meu gosto pela música de bailes a um grupo: Os Monarcas.

Pois foi na antiga loja de discos do Candinho, lá em São Chico, que conheci o grupo de Erechim que me fez gostar de baile. Lembro que o Candinho insistiu para o meu pai comprar o disco deles, o que fez. Desde então, tenho todos. O projeto "Do Rio Grande Antigo" ainda tinha um "plus a mais", pois a música título do disco fora vencedora do 11º Ronco do Bugio em São Chico, regravada pel'Os Monarcas em vaneira. Eis a capa do disco:




Tempos depois, tive a oportunidade de ver um baile d'Os Monarcas num Rodeio de Campo Bom. Desde a primeira música conclui que a fama dos "reis do fandango" era legítima. E aquele baile começou com "Chica Fandangueira", presente neste disco acima referido e um baita tranco para abrir baile. Outros tantos bailes dos Monarcas fui e a música de abertura era a mesma. Nunca me esqueço. Aliás, nunca me esquecerei:

"Aperta aqui, aperta alí, aperta lá
E a chiquita fandangueira parou de se lamentar
Aperta aqui, aperta alí, aperta lá
Que remédio bom prá tudo, é esses fandangos do lugar"


Abraço e bom final de semana a todos.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Porto SEMPRE Alegre!

Muitos até podem não gostar, mas quem um dia viveu na nossa Capital sabe de seus encantamentos. Eu não escondo que voltaria a habitar em Porto Alegre sem sombra de dúvida.

Hoje, Porto Alegre está de aniversário. Quando as imagens dizem mais que as palavras:



Parabéns Porto Alegre pelos seus 242 anos.

Abraço a todos.

sexta-feira, 21 de março de 2014

As armas que conheço!

Eu sou um fã declarado do imortal José Cláudio Machado que, para mim, é o maior intérprete de música gaúcha da nossa história cultural. O Zé era Rei. Pois muitas músicas que fizeram sucesso na sua voz são cantadas até hoje e tem relativo sucesso, como "Milonga Abaixo de Mau Tempo" e "Pêlos". Eu, contudo, sou muito fã também, de outras duas canções: "Defumando Ausências", do Telmo de Lima Freitas e "São as Armas que eu conheço", letra de Mauro Bicca e música de Mauro Moraes. 

A primeira eu já falei anteriormente por aqui, razão pela qual decidi hoje colacionar a segunda:


"São as armas que eu conheço

Um lombilho, um baixeiro, cincha, peiteira e rabicho
Buçal, cabresto e maneia e uma espora garroneira
Mango, rédea e bocal são as armas que conheço
Pra fazer um cavalo manso quando me entregam um bagual
Ou uma junta de boi mansos, um arado, pula-toco
Cangas, brochas, tamoeiros, uma regeira um cambão
Machado, enxada e facão são as armas que conheço
Pra fazer a terra bruta me dar o trigo pro pão
Esteios, rimas, baldrames, travessas e cachorretes
Caibros e pontaletes, gaipa, taquara e cipó
Cupim, leiva em Santa Fé são as armas que conheço
Pra fazer meu próprio rancho e deixar de viver só

(As plantas estão maduras, os meus cavalos domados
O meu rancho está plantado, só meu catre está vazio
Quem sabe numa volteada eu encontre por aí
Alguém que junto comigo seja feliz por aqui)"

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A referida composição nos ensina que para seguir em frente basta que saibamos utilizar das armas que conhecemos, muitas vezes disponíveis em algum lugar das nossas vidas. Logo, ao invés de lamentar a falta dê, que saibamos agradecer a existência do que temos. E no mais, que tratemos de seguir em frente e buscar os nossos sonhos e objetivos.

Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 17 de março de 2014

A verdade nua e crua - editado

A pressa é, definitivamente, a inimiga da perfeição. O bom de tudo isso, é que aprendo de uma vez por todas a não mais transcrever coisas que não foram escritas por mim mesmo ou pelos colaboradores deste blogue. A verdade nua e crua é que tal entrevista tem grandes chances de não ser verdadeira, mesmo que tudo que estava ali escrito seja bem real, ou seja, represente algo bem próximo da realidade brasileira. Mas, enfim, texto editado e entrevista suprimida, diante da vulnerabilidade da fonte.

De qualquer sorte, aproveito o questionamento do meu amigo Antônio e de muitas outras pessoas, acerca da relação de um advogado com fatos reprimidos pela sociedade, como o crime, por exemplo, para traçar algumas (breves) linhas. Até porque, esse não é o espaço ideal para aprofundamento de tal discussão.

Muitas vezes as pessoas acham que o advogado (principalmente o criminalista) é desagasalhado de capacidade moral, ou seja, que não tem pudor de "defender bandido". Eu não defendo bandido ou a impunidade! Eu defendo o direito, a constituição e a leitura correta das leis existentes em nosso país.

Muito me preocupa o andamento pré, durante e pós processual no nosso país. Tenho para comigo que temos muito mais chances hoje em dia de condenar um inocente a absolver um culpado. A balança da justiça (e a nossa constituição) determinam que a inclinação deve ser sempre para o lado mais fraco, ou seja, na dúvida, que se absolva o réu. Na prática creio que isso não esteja ocorrendo.

Fossemos um país sério, não influenciado pela mídia (que absolve e condena quem bem entende), talvez muitos advogados, deveras, tivessem o tal pudor que a sociedade "exige" da classe. Entretanto, diante da realidade que se apresenta, tenho certeza que a grande maioria dos advogados deste país pensa como eu: melhor deitar a cabeça no travesseiro depois de absolver um culpado, do que tentar dormir após ver um inocente ir para a cadeia.  

Por outro lado, tivesse os advogados o tal "pudor" acima referido, não deveriam ser advogados. É dever dos bacharéis ter coragem de ir para o enfrentamento em defesa de seus clientes dentro, é claro, dos limites éticos que a profissão nos exige e determina.


Em suma, é a verdade nua e crua. Pelo menos é a minha.

Boa semana a todos.

sexta-feira, 14 de março de 2014

O que se perdeu pela estrada

Ontem, tive uma breve conversa com meu primo e amigo Antônio, parceiro do Blog Que Momento! Nos encontramos num evento festivo. Ao menos isso! Enquanto for em festa tudo bem. Por algum tempo, no passado, tínhamos uma relação mais aproximada, afinal, em algum baile na Várzea do Cedro dividimos o transporte. Grandes noites aquelas. Outras, nem tanto. Lembro-me dum baile no CTG Rodeio Serrano em São Chico (a que deram o nome de "Planeta Tchê") que culminou numa pancadaria bonita de se ver; também certa feita numa festa em Tainhas... Bueno, nossa conversa de ontem foi rápida, porém produtiva. Em verdade, a vida vai nos direcionando para outros caminho e, muitas vezes contra a vontade, tomamos rumos opostos.

Muito disso eu coloco como culpada a faculdade. Admito que de 2012 para cá abdiquei de uma vida social mais ativa em prol da conclusão da  minha graduação. Não me arrependo, é claro. O difícil, entretanto, tem sido acostumar com a volta a rotina. Confesso-lhes que por muitas vezes, me pego em casa em noites de puro marasmos, de alguém que ainda não se acostumou que a rotina de ir toda noite para a universidade para assistir a aula já acabou. É preciso seguir em frente.

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Aos poucos, todavia, tenho aprendido a retomar às minhas relações, tão abrangentes que sempre foram. Por exemplo, dia desses quando me dei por conta já estava em meio a uma cantoria, lá na Lomba Grande tendo, inclusive, me arriscado a cantar uma ou duas marcas. Deu para matar a saudade quer de cantar ou mesmo duma bóia campeira de sustância. Desde que parei de tocar baile, nunca mais tinha encarado uma janta de fundamento como aquela. Oh coisa boa!

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Enfim, nobres leitores e leitoras, se algum de vocês tem alguma reclamação para com este que voz escreve, achando que tá faltando alguma coisa por aqui, por favor, não deixe de opinar. Disponibilizo, inclusive, o novo contato deste blogue: blogdocampeiro@gmail.com

Que façamos daqui um muro de lamentações mesmo, fins de trazer o que de bom se perdeu pela estrada de volta.

No tocante ao relacionamento com os velhos e bons amigos, já estou tratando de recuperar o tempo perdido, ainda que de forma acanhada, confesso. 

São as novas responsabilidades que surgem. Pois não é que meu amigo Antônio anda recusando até mesmo baile do Porca Véia (ou grupo Cordiona, que seja)? Faz bem! Já demonstra antes mesmo do(a) primogênito(a) nascer que é um bom pai.

Fraterno abraço ao Antônio e a Dani!

Bom final de semana a todos.

segunda-feira, 10 de março de 2014

O ano que começa já acabando

Não são poucos os que acham que o ano começa, em verdade, na segunda-feira pós carnaval. Assim sendo, no caso deste já corrente 2014, hoje estamos comemorando a entrada do novo ano. Mas porque é assim e o que isso realmente representa para todos nós é o que tentarei abordar de forma simples daqui para frente. Defino como simples, simplesmente (aqui, com o perdão da redundância) o ato de evitar polemizar sobre o tema.

Quando morei na Capital, há alguns anos, era nítida a diferença no andar pela cidade nos meses de janeiro e fevereiro. Fazer, por exemplo, a rótula da Plínio Brasil Milano com a Carlos Gomes era rápido e fácil, bem diferente do restante do ano, que demandava paciência e bem mais de 10 (dez) minutos, em certas horas do dia. Não duvido que hoje em dia a coisa continue igual ou mesmo pior.

É inegável que são diversos os fatores que determinam a diminuição do fluxo de pessoas nas grandes cidades, O principal é que durante os meses de janeiro e fevereiro as pessoas tem predileção por gozar de seus períodos de férias. Também as escolas e universidades não promulgam sua atividade fim, o que diminui o fluxo de estudantes, pais e vans escolares pelas ruas. Tudo isso gera uma reação em cadeia que culmina numa favorável locomoção pela cidade e entre elas. Nunca é tão bom (alguma vez é bom será?) andar de ônibus ou trem como no verão. Você adentra no coletivo e muitas vezes escolhe o lugar em que quer permanecer. No restante do ano você fica onde tem lugar, que muitas vezes é sinônimo de nenhum! É a experiência de ser sardinha por um dia, ou por quase todos...

Nem todos, é verdade, estão de férias. Muita gente trabalha durante o período. Entretanto, durante o verão, talvez, as pessoas tenham um sentimento bem menos estressado. Isso porque é nessa época em que todos se motivam a ir para o litoral, nos finais de semana, e o mar, sem dúvida alguma, é um importante instrumento de paz e tranquilidade. Alguns minutos próximo do mar são revigorantes. Ao menos para mim são! Ou seja: as pessoas na segunda-feira lembram que no final de semana haverá mais uma oportunidade de ir para a praia na sexta-feira e trabalham mais relaxadas, com a expectativa do lazer do final de semana.

Estas são suposições misturadas à realidade. Mas há somente a realidade.

A realidades, um pouco mais obscura, é que de fato temos uma ideia de que nada será resolvido nos dois primeiros meses do ano e, por isso, tudo pode ficar para depois do carnaval. Aliás, se prestarmos atenção nos foliões, parece que todos estão em férias, tamanha a quantidade de álcool ingerida durante o período. E assim, acabamos por nos acomodar, empurrar as coisas com a barriga.

O problema é que a gente começa o ano agora sem saber bem por onde começar, já que os gastos de janeiro e fevereiro extrapolaram qualquer tipo de orçamento (ahhh as idas para a praia, cervejadas, churrascadas...).

Logo o que temos hoje é um feliz ano novo que já não é mais tão novo assim.

Uma confusão esta minha. Mas enfim, que comece a andar o ano mais bagaceira da história brasileira pois, em junho, para com a copa, depois com as eleições e etc...

Que tal pularmos para 2015?

Feliz ano novo a todos!

Abraço e boa semana. 

quinta-feira, 6 de março de 2014

A história do cavalo encilhado

Engraçada a vida! Muitos vivem a sonhar e são criticados pelas pessoas por viverem "no mundo da lua". Aliás, embora não seja fã do filme, uma cena em "Dois filhos de Francisco" me marcou, na única vez que assisti, quando num diálogo entre os personagens da atriz Dira Paes e do ator Ângelo Antônio, este segundo falava alguma coisa sobre os sonhos deles e a atriz respondeu: "Não foi sonhando que criei estes meninos, foi bem acordada!" A memória me trai um pouco, mas o sentido da frase é este mesmo. E muitas vezes, por "viver acordado" acabamos vivendo algo que não quisemos ou queremos. Os compromissos e as responsabilidades nos levam por caminho diferentes daqueles que um dia imaginamos. Está errado ser assim? Claro que não, afinal, cada um sabe onde aperta o seu sapato.

Contrário senso, quantas pessoas sonharam com algo que a vida em princípio não podia lhes dar, foram atrás, renegaram muitas coisas e colheram os frutos depois? É impossível sonhar? É inimaginável fazer loucuras atrás dos sonhos? Respondo isso me desvencilhando de qualquer emoção ou cunho religioso: se temos uma vida só e a expectativa é de viver 70 anos(por exemplo), pra que esperar? Adianta eu ter uma boa aposentadoria e não poder gastar o dinheiro porque minhas pernas já não aguentam mais o tranco?  Por isso, nobres leitores, entendo que cada um deve avaliar o que espera da sua vida. Viver com segurança ou botar a cara a tapa e ser feliz? Impossível misturar os dois? Claro que não! Mas nem todos nasceram com tamanha sorte...

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Por vezes a própria vida nos oferece um novo caminho, com um cavalo encilhado passando devagarito a nossa frente. Uns montam e outros, com medo de novas estradas, acabam por deixar o animal passar. Enfim, é de cada um. Eu sou do risco. Não raro sou criticado até mesmo pelos meus, que faço "tudo fácil". Primeiro que minha vida não gira em torno do dinheiro. Segundo, que para que dificultar, não é verdade? Botei a mala nas costas e saí de casa quando tinha 18 anos de idade. Voltei, é verdade, mas quando saí de novo não olhei mais para trás. Tirei licença do meu cargo público e fui perseguir o sonho da advocacia. É verdade que também voltei, mas estou decidido a novamente andar para frente sem olhar para trás. Vai dar certo? Vai! Não tenho dúvidas! Quem sabe o que quer sempre encontra pouso em alguma morada pela estrada e alcança o seu destino. Os percalços que a vida vai apresentar para mim, tratarei de superá-los e crescer ainda mais.

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Pois meu grande amigo e colaborador deste blogue, Rodrigo de Bem Nunes, vai embora de vez, para Houston, no Texas - EUA. Levará consigo sua esposa, a querida Dona Cátia. Lá formarão sua nova família e serão felizes. No abraço de despedida que dei em ambos, mandei (olha minha prepotência!) irem para lá e vencerem. Tenho dúvidas que isso ocorrerá? Nenhuma! Ambos são iluminados e sabem o que querem da vida. É um caso em que o cavalo encilhado apareceu no rancho e os dois resolveram montar. Neste caso, o cavalo os levará até o aeroporto (no máximo - hehehe), afinal, pobre gateado se tivesse de percorrer tamanha lonjura. Os patrícios daqui sentirão saudade, mas não titubearam em aceitar a decisão de ambos.

Daqui por diante, os textos do Rodrigo serão "made in USA". Não perderão a qualidade, tenho certeza.

Vão, vençam e de vez em quando voltem, para abraçar os que aqui ficaram...

Abraço especial ao Rodrigo e à Cátia, e um bom final de semana a todos.