sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Qual a rádio que tu escuita?

Hoje pela manhã andava pela rua quando, passando em frente a uma obra civil, ouvi um rádio a todo volume tocando musica gaudéria. Por coincidência, não é a primeira vez que passo em uma obra e ouço música alta; é bem comum, por sinal. O que não é, de fato, é a música gaúcha ser a privilegiada. Como está cada vez mais raro ouvir música gaúcha nas rádios aqui do Rio Grande, cheguei a diminuir o passo para ver se descobria qual estação os trabalhadores da construção civil escutavam. Por sorte, acabou a música (“Sobrancelha de Jacaré” – do Beto Caetano) e constatei que o rádio sintonizava a Liberdade; uma das últimas, ao menos na região metropolitana, que mantém programação tradicionalista exclusiva. Mas nem tudo são flores, infelizmente.

Pois para minha surpresa, dia desses, sintonizei o '95.9', que há décadas acompanhava a Liberdade FM, e fiquei parecendo barata tonta, eis que só falavam de futebol. Logo imaginei que tinham dado fim na nossa Liberdade mas, indo atrás da notícia, descobri que a Rede Pampa, detentora do prefixo, fez uma permuta com o '101.9', da qual também é proprietária. Desde o início deste mês quase findo, a Liberdade passou a usar o prefixo da tal rádio grenal e vice e versa. Embora, ache um desprestígio com a Liberdade, ao menos não se encerrou o canal tradicionalista, tal qual o grupo RBS fará com a Rádio Rural, que já não tem mais programação ao vivo e, ao cabo de 2013, encerá suas atividades dando lugar a programação exclusiva para a Copa do Mundo de 2014. Lamentável!

Nesse sentido cumpre referir que a Liberdade, praticamente, já não possui mais programação ao vivo, salvo um programa no fim da madrugada comandado diretamente dos estúdios da antiga Universal FM (também da rede Pampa), direto da minha querida São Chico. Isso poderia me levar a crer que a tradição gaúcha estaria descendo a ladeira, principalmente no quesito comercial. Mas não sei. A poucos dias atrás o ENART mostrou exatamente o contrário, tanto que a TVCOM (do grupo RBS) transmitiu ao vivo. Seria a música então?

Como músico que sou, sinto-me no direito de traçar algumas críticas, principalmente no tocante a qualidade da sonoridade atual. Vejo alguns grupos gravando trabalhos medianos, com músicas do estilo “mais do mesmo” e que já não empolgam os colegas de profissão e o público em geral. Já não se formam mais “hits” gaudérios, do tipo que todos os grupos se obrigam a tocar porque o estado inteiro não para de ouvir. Há dez anos atrás, “Batendo Água” estourou com Luiz Marenco e hoje é obrigatória nos bailes. Logo depois, a regravação de Os Serranos da música “Nossa Vaneira” fez todo o estado conhecer e gostar da música e ela também é peça obrigatória em qualquer fandango. Agora, do início da década para cá, não lembro de nenhuma música que tenha virado unanimidade. Uma pena! Mas boto fé em “Floreando a Cordeona” do grupo Os 4 Gaudérios, uma vaneira à moda antiga daquelas de dançar de lado, tal qual preconiza o Porca Véia.

Parafraseando a música do Grupo Rodeio, te pergunto: me dia aí, qual a rádio que tu escuita?

Abraço e bom final de semana a todos.

Ps.: como esperado, já é sucesso a colaboração do Rodrigo de Bem Nunes. Se eu não tomar cuidado, daqui a pouco me expulsam daqui (hehehe).

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Esquerda, Direita, Hipocrisia e Marketing.

Você é de direita ou de esquerda? Para evitar eventuais discussões, não raro, alguém sempre responde “sou de centro”. Mas e o que é ser “de centro”, cara pálida? A resposta geralmente é confusa. Bom, depois do fim da guerra fria, tornou-se antiquado polarizar o debate político, afinal depois de 1989, quem ainda acreditaria em socialismo ou no seu irmão gêmeo mais feio, o comunismo? Não se esqueça que estamos no Brasil e aqui a retórica, mesmo que atrasada, vale mais que resultado prático.

Partidos socialistas e comunistas ditam os rumos do país graças a dois fatores: Hipocrisia e Marketing. Explico: Mesmo gerando empobrecimento e diminuindo liberdades individuais por onde quer que governem, o excelente departamento de marketing dos partidos socialistas e comunistas atrelam o conceito de “esquerda” à justiça social, à luta pelos trabalhadores e ao bem-estar coletivo.

O marketing esquerdista também é muito bom em rótulos caricaturais: Alguém que se diz de “direita” é militar a favor da ditadura, religioso preconceituoso ou rico explorador. Uma vez fui chamado “direitista, burguês e capitalista”. Sim, como se fosse xingamento. O que se vê é um raciocínio raso: Só quem é de esquerda, gosta dos pobres e trabalhadores. Perguntaria ao caro leitor: Quem em sã consciência seria contra os pobres? Quem não gostaria de ver uma melhora no nível de vida de toda população? O problema nessa conversa toda não são os FINS, mas os MEIOS. É aí que entra a hipocrisia.

A maioria dos esquerdistas que conheço apreciam cervejas importadas, usam tênis Nike e fazem comentários na internet contra o sistema através de seus Iphones. Políticos esquerdistas importam médicos de Cuba, mas se tratam apenas no Sírio-Libanês, o hospital mais caro do país. SUS? Que SUS? Políticos de esquerda demonizam as privatizações e no outro dia leiloam aeroportos. E qual é o partido que utiliza recurso dos impostos suados da população para dar dinheiro subsidiado a empresários bilionários, via BNDES? Eike Batista que o diga. Então o caminho é ser de direita?


Respondo com outra pergunta: O que é ser “ de direita”? Eu prefiro esquecer rótulos e me ater a projetos políticos que valorizem a meritocracia, livre mercado, liberdades individuais, imprensa livre, respeito às leis e às instituições democráticas. Um projeto político que não coloque benefícios estatais como moeda de troca para permanência no poder. O problema nem seria achar um partido que abrace tais projetos. O problema agora é achar um povo disposto a abraçar tal partido.

Por Rodrigo de Bem Nunes

sábado, 23 de novembro de 2013

A estreia

Calma, não farei uma introdução a cada novo texto postado pelo amigo Rodrigo. Excepcionalmente no primeiro, estou aqui para anunciá-lo. Como esperado, interessante e que me fez lembrar de um bom tempo que passou. Mas chega de conversa, com vocês o Sr. Rodrigo de Bem Nunes:




 Uma redação por R$ 5, três por R$ 10

Sempre gostei de escrever, vide as redações vendidas a R$ 5 reais para colegas “mais atarefados” na época de 1º e 2º Grau (sim, eu falo 1º e 2º grau). Aliás, a parceria com o Bruno começou ali. Ele tinha os clientes dele e eu tinha os meus. Palavras doces eram aquelas dos professores quando diziam que teríamos de fazer uma pesquisa ou um texto para serem entregues na próxima semana. Aquilo era sinônimo de mais CDs da Renner na estante do meu quarto e de seções extras de cinema com a minha hoje amada e adorada salve salve esposa Cátia. O Bruno, sempre mais atuante, criou este blog e por situações fortuitas do destino, a parceria na escrita reiniciará. Sobre o que escreverei, perguntaria um dos meus 4 ou 5 leitores. E eu prontamente respondo: Temas atuais, assim como tratam os meus costumeiros comentários no Facebook. O amor pelo Rio Grande não poderia faltar no blog do campeiro e ele estará presente através dos poemas que minha tia Zulma publicou em seu livro “Lampejos da Alma”. Postarei os meus preferidos. Outros temas estarão aqui presentes, é claro, com uma dose de humor, uma pitada de ironia, bastante informação e sempre com algo cada vez mais raro em tempos de redes sociais: Posicionamento e opinião, sem medo de polêmica e sem medo de ser feliz, afinal, como já disse um certo Capitão Rodrigo, “nos pequenos dou de prancha e nos grandes, dou de talho”!

Rodrigo de Bem Nunes

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Fonte nova

Expoente de democracia, o Blog do Campeiro sempre se orgulhou de não ficar em cima do muro. Também, sempre abrimos espaço para comentários sem moderação e, muitas vezes, trouxemos o contraponto de algum leitor no corpo do texto, na postagem seguinte.

Agora, surgiu uma nova oportunidade que me fez trazer uma novidade para o Blog do Campeiro. Meu amigo de longa data, uma figura ímpar, o bageense nascido em Novo Hamburgo Rodrigo de Bem Nunes é daqueles gaúchos que tem tutano e garra. Bastante direto e objetivo quanto suas convicções, a meu ver, tem se tornado um "político sem partido" (risos). Quase sempre comungamos da mesma ideia e quando isso não ocorre, devido ao seu breve "xiitanismo" (hahaha) ouso divergir, mas, apenas de forma pontual, para não parecer do contra. 

Residente parte em Novo Hamburgo (muito pouco, por sinal, embora os afagos e a contumácia de Dona Cátia) e parte em Houston (USA), enxerga as coisas ligadas à economia e à política brasileira com um olhar clínico de quem de fora, vivencia bem o dentro. Pois a partir de hoje, vez por outra (até para não derrubar este que vos escreve, tamanho seu talento) passará por aqui e traçará algumas linhas que, não tenho dúvida, farão com que pensamos ou repensamos o que é o nosso país. 

Abre-se, a partir de hoje, uma nova história no Blog do Campeiro, que se orgulha de ser e permanecer gaúcho, mas que não titubeia por uma boa peleia e que tem voz ativa e opinião formada para qualquer cousa que vier a surgir nessa nossa estrada.

Seja bem vindo Rodrigão, sucesso!

Bruno "Campeiro" Costa - Diretor Editorial do BLOG DO CAMPEIRO.

***

Como o autor ainda não me mandou o 1º texto, segue seu comentário ao último escrito por este que vos escreve, "Direto ao Ponto". Segundo ele, comentou como anônimo para "ser mais fácil" Pode isso "ooo Arnaldo?" (hehehe):

"Bruno, ótimo texto, mas descordo num ponto crucial: O mensalão não foi corrupção barata. Foi um atentado contra o Estado Democrático de Direito, um golpe contra a democracia. Por isso o fato de os mensaleiros terem ido para cadeia é algo a ser louvado. Demonstra que, de certa maneira, existe punição para atos contra as instituições brasileiras. Claro que ficaria em desvantagem técnica para discutir questões jurídicas no que diz respeito principalmente a defesa dos acusados. Neste caso, fico com a frase do próprio Dirceu que um dia falou (talvez em ato falho) "Estou começando a acreditar cada vez mais na minha inocência". Bom, apesar de bem construído, discordo de que este fato servirá apenas para vender revista. Existe um significado muito maior que isso no julgamento e na sentença do mensalão".  

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Direto ao ponto

A esmagadora maioria do povo brasileiro passou o último final de semana em comemoração, por ter visto alguns dos envolvidos no episódio do mensalão serem presos. Sem adentrar no mérito, creio que ver político sendo preso nesse país é tão surpreendente que merece ser louvado. Mas isso, repito, sem adentrar no mérito da questão. Tenho algumas convicções jurídicas, que só valem para mim mesmo eu creio, que vão um pouco ao desencontro das circunstâncias, mas, deixamos para lá.

A questão que me levará direto ao ponto é a seguinte: afora a questão moral, qual é o benefício que isso trará para o nosso país? 

Data vênia o entendimento dessa maioria, mas para mim será ralo. Primeiro que o dinheiro desviado dificilmente será devolvido para o povo. Depois, que mesmo com todos os protestos de meses atrás, o nosso glorioso Congresso Nacional segue a mesma política: a da esbórnia do dinheiro público. Por falar nisso, semana passada li uma matéria sobre o consumo de combustível por nossos parlamentares que me deixou estarrecido. Sério, a cada dia que passa tenho mais nojo do nosso país (politicamente falando). É de se frisar ainda, que a prisão de político não vai diminuir a carga tributária, elevadíssima, do Brasil. Nem protesto diminui imposto (no máximo R$ 0,20 do transporte coletivo).

Por fim, e não menos importante, basta ver as nossas opções políticas para o ano que vem: deprimentes! Com todo o respeito, mas ouso dizer que terei de votar em branco, pois não confio em ninguém!

No mais, a prisão dos mensaleiros, além de uma breve sensação de justiça (põe breve nisso), ao fim e ao cabo, servirá tão somente para vender revista. Uma pena. Perdeu-se a grande oportunidade de dar uma verdadeira lição de moral para o mundo.

Por favor, me corrijam se eu estiver errado (e tomara que eu esteja!)

Abraço a todos.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Pensando na vida

Cá estou eu, hoje, neste belo dia de sol, a pensar em certas coisas da vida. Pensar na vida, aliás, é uma coisa que tenho feito com frequência ultimamente.Mas, como a quantidade não é sinônimo de qualidade, pensar na vida, no meu caso, não tem sido sinônimo do encontro de respostas aptas ao futuro. Neste feriado, estive na graciosa Rainha do Mar onde pude refletir um pouco mais sobre todo o tema. Porém é quando chego em casa que tudo flui (ou não). Na praia, às 22h o sono já estava batendo.Em casa, a madrugada é longa... Só que a volta é algo compulsório, não adianta.

***

O melhor dia do feriado deve ter sido ontem. Contudo, para minha grata surpresa, as pessoas resolveram apressar o retorno já para o período da manhã, o que mostrou até mesmo um contrassenso; no qual me incluí, haja vista que ao meio dia já estava de volta. No meu caso, particularmente, por motivos de força maior.

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O engraçado da vida é que a gente sempre coloca uma condição para ser feliz ou para fazer algo diferente. Até pouco tempo atrás, eu me escorava na minha condição de estudante e que tudo seria diferente após a formatura. Pois já se vão mais de 3 meses de formado e até agora não mudei muito a minha rotina. O que consegui, aliás, fora voltar a me estressar com mixarias e idiotices de coisas que nem faziam mais parte da minha vida. Quem mandou eu remoer o passado?

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Definitivamente é natal. Até na praia montaram um pinheirinho. Dona Mariana, ontem, ao final da tarde se bandeou para o centro da cidade à procura de um. Não achou, mas voltou com sacola cheia com luzinha e etc. Agora só falta mesmo o pinheiro, uma vez que os demais apetrechos arrumou lá pela praia mesmo. Então, é natal...

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Sempre fui meio louco, a medida que muitas das decisões sérias que tomei na minha vida foram de um dia para o outro. Algumas com mais sucesso e outras com menos. Nunca me arrependi, entretanto. Mais uma vez estou as voltas de uma decisão importante na minha vida. Algo me diz que, novamente, será de relancina... e com barulho.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

República das bananas

Na linguagem do futebol, quando um time está mal todos dizem que bom é o jogador que está de fora. Com a devida vênia, transporto tal circunstância ao nosso país. Hoje, 15 de novembro, comemora-se do dia da proclamação da República do Brasil; em verdade o dia tem valido muito mais pelo feriado do que pelo motivo propriamente dito. Nisso, alguém há de levantar o questionamento: e se tivéssemos mantido a monarquia, seria melhor?

Pouco se vê, nos nossos dias atuais, acerca da monarquia. O maior exemplo é o do Reino Unido (Inglaterra, Irlanda, País de Gales, Canadá e Nova Zelândia – esqueci de algum?), onde a Rainha Elizabete II segue na ativa. Contudo, a monarquia tem ganhado destaque muito mais por casamentos ou natalidade, do que pelo desenvolvimento do regime. É um regime que caminha para extinção. Mas é pior que a república?

O regime republicano, em tese, é mais democrático que a monarquia. Na república, o povo tem direito, pelo voto, a escolher o seus representantes. Isso não é capaz, porém, de garantir um governo do povo, para o povo e pelo povo. O nosso país, infelizmente, é um exemplo disso. Escolher os nossos representantes não tem contribuído muito com o desenvolvimento do país, haja vista que a corrupção e o ineficiente serviço público não estão sendo combatidos por aqueles que elegemos. Aliás, pelo contrário.

Por força da Constituição de 1988, em 1992 (salvo engano) fora realizado um plebiscito onde nós brasileiros pudemos escolher pela mantença da república ou a volta da monarquia. Mantivemos o regime mais democrático, diante da escolha direta de representantes o que, aparentemente, mostrou ser a melhor escolha.

O problema é que, a cada dia que passa, a nossa república da maiores exemplos que aqui é a “república das bananas”. Não se pode afirmar que se fossemos regidos por um Rei (e um 1º Ministro) estaríamos em melhor situação. O problema mesmo está em nós mesmos e na dificuldade de, enfim, tornarmo-nos um país sério. Ainda privilegia-se o futebol, carnaval e outras futilidades, em detrimento do melhor serviço público, da menor carga de impostos e do combate à corrupção.

Logo, não há regime que resista. Brasil, “República das Bananas”? Pois é. É necessário uma discussão aprofundada acerca do nosso futuro e aonde vamos parar. Ouço (e vejo) os presidenciáveis falando disso e criticando aquilo. Para mim, são todos muito fracos para aquilo que o país precisa. Já não se tem mais um Getúlio Vargas, um Jango, um Juscelino e um Brizolla. Falta candidato com espírito Caudilho, com fibra e coragem para governar sem se arreganhar para o congresso nacional. Aliás, por falar nisso, precisamos de regime bicameral? Pois é.

Afinal, quem poderá nos defender?       


Bom feriado a todos e um abraço.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pororóca em Novo Hamburgo

As imagens não são profissionais, mas dá pra ter uma ideia de como ficou o o valão de Novo Hamburgo, hoje, no final da manhã. Imagens da Av. Nações Unidas esquina com Rua Tupi. Cousa de louco! É a pororóca no sul do Brasil, a julgar pelas ondas que se formaram embaixo das obras do trensurb.



Sonho de uma madrugada chuvosa

Esta noite sonhei que estava do volta aos palcos do Rio Grande, cantando a nossa música campeira. Exalava tradição. Acordei com este sonho e desde então não paro de pensar nele, afinal, a música nunca saiu e nem sairá de dentro de mim. O engraçado de alguns sonhos é que parecem tão reais que, naqueles instantes, vivemos aquilo como se acordados estivéssemos. Impressionante!

Mas a questão é a minha relação com o palco. Nunca escondi meu desejo de voltar a tocar fandango pelo Rio Grande afora. Também não escondo de ninguém que a vida as vezes nos leva a outros caminhos de modo que, fosse hoje - pasmem - fatalmente tenderia a recusar qualquer convite que me venha a ser feito. Claro que, como não houve um convite nos últimos meses, é fácil dizer isso. Duvido que se o convite aparecer eu não vá balançar.

***

Neste momento que vos escrevo, a chuva lá fora cai de maneira descomunal. Cousa de louco. Afora os problemas pontuais, Novo Hamburgo agora tem de se preocupar com o excesso de chuva que, pasmem, acarreta em falta d'água. 
Sem comentários.

***

Estes dias comentei com um conhecido na rua que logo haveria de surgir as primeiras "propagandas" de natal. Um indivíduo mais longe se intrometeu na conversa e disse que os supermercados já estavam "preparados". Tal fato ocorreu antes mesmo de adentrarmos no mês de novembro.
Pois dias depois, para minha surpresa, entrei num supermercado e achei que estava na semana de véspera do natal. Aliás, não posso ser hipócrita: surpresa como se todo ano é igual?
Saudade dos natais em família e daquele clima fraterno entre todos.

***

Sigo enxugando as mangas em razão desse aguaceiro medonho. Cruzes!

Abraço e boa semana a todos.


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Faixa de pedestres???

Costumeiramente paro antes da faixa de pedestres para que os transeuntes possam cruzar de um lado para o outro da rua. Não raro, vejo a cara de satisfação das pessoas, já que em solo hamburguense as manifestações de civilidade são escassas. Aliás, não é só em Novo Hamburgo. A exceção, na região, fica por conta de cidades como Ivoti e Gramado, onde a própria municipalidade incentiva que os motoristas parem na faixa. 

Hoje de manhã tive mais um exemplo claro da falta de vergonha na cara das pessoas (neste caso, motoristas). No cruzamento da Rua Cinco de Abril com a Avenida Primeiro de Março, uma senhora esperava para cruzar, carregada de sacolas. Pois nenhum, repito, nenhum dos três veículos parados à minha frente esperou a mesma passar (e também os demais que já se acumulavam em ambas as esquinas). Tudo isso, porque a sinaleira uma quadra adiante estava fechada, facilitando a conversão á esquerda no local, gize-se, único sentido possível para quem vem do lado do Shopping.

Pois eu, que não vou morrer por ter de esperar 1 minuto até fechar novamente a sinaleira parei, abri o vidro do carro, pus a mão para fora e disse para senhora atravessar que, com um largo sorriso no rosto, me agradeceu. Vou fazer uma correção no tocante ao horário: perto do meio dia. Logo, o sol já estava a pino e o calor bastante latente. Mesmo assim, afora eu, ninguém foi capaz de esperar alguns segundos para a senhora atravessar. Sim, segundos, pois quando finalmente arranquei o carro, o sinal ainda estava fechado e o caminho livre para minha conversão.

Pergunta 1: faixa de pedestre para quê?
Pergunta 2: guarda municipal para quê?

É, isso é Brasil. E o pior: vai piorar com a chegada do Natal, quando todo mundo enlouquece. É que quase não existe natal né?

***

Hoje, dando tudo certo, subo a serra no rumo da minha São Chico de Paula, para matar a saudade dos patrícios. Considerando o calor desta tarde, tenho certeza que subir à serra será um baita negócio.

Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Um sonho impossível...

Como todo brasileiro, tenho o sonho de adquirir a minha casa própria. Muitos, com base no incentivo do governo federal, tem alcançado esse objetivo, ainda que as paredes de seu lares tenham sido construídas em cima de mais de 20 (vinte) anos de prestações. Mas, são prestações da casa própria e isso é o que importa. Como todos devem ter percebido, sou bastante crítico quanto as ações do poder público que, a meu ver, é onipresente e pouco eficiente. Agora, o que é bom deve ser elogiado. O tal de "Minha Casa Minha Vida", com todos os problemas, é o programa de habitação mais bem sucedido da história desse país; pelo menos que eu tenha conhecimento.

Ao mesmo tempo que a atuação do governo deve ser elogiada, ao mesmo tempo, deve ser criticada. Ao lançar o programa, não previu certas circunstâncias que poderiam acarretar, num futuro próximo, condições embaraçosas a ponto de afetar, inclusive, a solidez da economia do país. Ora vejamos.

Primeiro, que a fórmula de concessão é bastante singela. Fora concedido crédito para bastante gente que, como garantia do pagamento, deu o próprio imóvel adquirido através do programa. Preocupou-se pouco com as reais condições das pessoas darem a contrapartida para realização de seus sonhos o que pode acarretar, dali a pouco, muita inadimplência e reais condições de despejo, depois de um enorme passivo judicial.

Segundo, que o "Minha Casa, Minha Vida" causou a maior especulação imobiliária da história desse país. Vi com os meus próprio olhos terrenos em área de barranco serem vendidos por R$ 55.000,00. Uma hipocrisia! O metro quadrado construído de uma casa de acabamento médio está custando, em média, R$ 1.000,00. Há visível falta de mão de obra na construção civil. Já houve falta de cimento e areia no comércio. Logo, para variar, o governo se preocupou bem mais com o resultado político em detrimento do consciente. 

Por fim, ouso dizer que, por uma questão racional, terei de aguardar um pouco mais para realizar meu sonho, já que sou pão duro o suficiente para não pagar R$ 150.000,00 por um imóvel que, convenhamos, em outro tempo valeria, no máximo, R$ 100.000,00. Muitos devem me achar maluco, prepotente ou pessimista.

Prefiro achar que sou reticente a fazer qualquer investimento quando, embora aquecida, temos uma economia tão instável. Tenho mais motivos para achar que a coisa vai degringolar ali na frente, do que melhorar. É, sou bem pessimista mesmo. Tão pessimista que consigo tornar o sonho de todos, ao menos para mim, impossível. Coisas da vida!

Abraço e boa semana a todos.

sábado, 2 de novembro de 2013

O velho baleiro


Qualquer dia desses irão dizer que não sei viver o presente e o futuro, pois só penso no passado. Seja nos carros, na arquitetura, nas cidades, enfim. Em verdade não é uma questão somente de nostalgia. Ora, só porque é moderno não quer dizer que é bom. Tem muita coisa antiga que é muito melhor que a nova e diversos fatores como resistência, por exemplo, diante da qualidade do material utilizado preteritamente e que não se repete nos dias de hoje.
Outras coisas tem todo um valor sentimental por trás. Neste caso, geralmente, ligados à nossa infância. Não raro me paro a pensar no tempo de criança e me brota uma saudade daquelas que as vezes chega a doer. Não que hoje não seja bom, mas a felicidade naquele tempo era diferente, mais pura e muito menos consumista e comercial. Sem contar na lembrança de pessoas que não estão mais presentes ou que a vida levou para outros caminhos, que já não se cruzam mais com os meus.
Pois hoje, um sábado de feriado de finados que não tem vento, o que é uma grande novidade, passando não tão rapidamente por uma rua de Hamburgo Velho, avistei dentro de um antiquário um velho baleiro, daqueles de vidro, com muitas tampas, e que girava 360º em cima do balcão de algum bolicho ou armazém.
Para começar, já quase não se vê mais bolichos ou armazéns abertos por aí. No interior, talvez. Foi-se o tempo em que íamos até a “Venda” para comprar algum seco ou molhado que tenha faltado para completar a “bóia” do almoço; hoje, a moda é ir nos “mercadinhos” ou em grandes redes sem hora para abrir ou fechar. Voltando ao baleiro, lembro-me de ir nas bodegas da Cazuza Ferreira atrás de balas e doces. Muitas vezes me contentava somente em girar aquele baleiro, ouvindo aquele barulhinho do eixo com falta de lubrificação. Fecho os olhos e escuto o barulhinho na minha mente... Impressionante!
Ou então, em alguma venda de bairro em São Chico, nas voltas que dava com o falecido Vô Neto, enquanto negociava a venda de alguns quilos de queijo serrano. Bahh tchê, que saudade do velho baleiro. É possível que eu esteja descontando minha saudade no baleiro quando, na verdade, o que parece é que os dias de hoje não me trazem felicidade. Creio parecer ser mais um contrassenso, visto que sou muito feliz com o que tenho hoje em dia. Logo, prefiro imaginar que é mesmo a nostalgia da saudade.
Saudade das coisas simples, belas e emocionantes. Que saudade do velho baleiro de minha infância. Que saudade!


Abraço e bom final de semana a todos.