Acabo de assistir à matéria jornalística
no Jornal da Band, onde fui informado que uma cidade do interior paulista
(Santos – se não me engano), a partir de amanhã, deixará de aceitar moeda
corrente no seu transporte coletivo, com o objetivo de diminuir a
criminalidade. É a máxima do, se não há dinheiro, não há ladrão. Vou me furtar
de entrar na seara da constitucionalidade do dispositivo legal que entrará em
vigor, já que não é o tema principal deste.
A questão versa nos motivos
da “necessidade” desta lei. No Brasil, temos, infelizmente, essa sina de
cachorro sarnento. Ao invés de enfrentarmos de frente os nossos problemas,
vamos andando pelas beiradas e protelando as mazelas. Ora, ao invés de combater
a criminalidade dentro do transporte coletivo, ceifamos o direito do cidadão de
ir e vir. Sim, pois a partir de amanhã, em Santos, só anda de ônibus quem tem
um cartão, a espécie do nosso “TRI”. E se sou turista? E se meu carro quebrou e
tenho que voltar de ônibus para casa? E se encontro o ponto de ônibus, mas não
há local próximo para recarregar o cartão?
Essa é uma medida que
ajudará (e muito!) as empresas de ônibus, já que deixará de ter prejuízo com os furtos. O
povo, que aparentemente será beneficiado, ali na frente verá que esta no meio
de um engodo: o marginal agirá em outras frentes, ao invés de abandonar a vida
delitiva. Logo, senhoras e senhores, é mais um direito do cidadão que está
sendo abatido sem que resultados, plausíveis, embasem tal medida. O tempo
mostrará isso. Quem viver, verá!
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Outra papagaiada é essa da
importação de médicos, para que venham para o Brasil suprir a visível carência
de profissionais na área. O Conselho Federal de Medicina é contra. Lógico, nem
esperava que fosse diferente. Acerta quando insiste na necessidade de que os
profissionais estrangeiros sejam testados antes de começarem a clinicar por aí.
Mas também quer fazer reserva de mercado. Alega, inclusive, a dificuldade da
língua, pasmem. Alguém sabe a quantas anda a qualidade das nossas
universidades de medicina? O Conselho de São Paulo fez teste com os residentes,
meses atrás, e 54% reprovaram. O que aconteceu? Nada! Continuam trabalhando
normalmente.
Afinal, o que vale mais? O
direito de meia dúzia ou o direito de todos nós termos acesso a uma saúde
pública e de qualidade?
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Amanhã o CTG Gaudérios da
Saudade, de Estância Velha, inaugura seu novo galpão. Visto de fora, mostra o
que é a grandeza da entidade. Bagual e meio. Para coroar esta grande
inauguração, Os Monarcas. É baile pra história do tradicionalismo. Parabéns,
Gaudérios da Saudade. E que em breve possamos estar lá, tocando mais um baile.
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Abraço e bom final de
semana a todos