segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

ROSERAIS EM LUTO


NÃO PARECE TER SOBRADO NADA SOBRE OS ESCOMBROS
NESTE MAR, IMENSO, DE ROSEIRAIS EM LUTO
Ó PATRÃO, QUE SOFRIMENTO BRUTO
QUE RECAIU SOBRE TANTOS E TANTOS OMBROS

A DOR DA SAUDADE É TAMANHA A DA PERDA
E NEM OS DIAS HAVERÃO DE CURAR ESTAS FERIDAS
DE SABER QUE TANTAS E TANTAS VIDAS
SE PERDERAM NAS PROFUNDEZAS DA INCERTEZA

Ó PATRÃO, QUE SOFIMENTO BRUTO
O QUE SERÁ AGORA DOS QUE AQUI FICARAM?
SABERÃO CONTER EMOÇÃO DOS CORAÇÕES QUE DISPARAM
NESTE MAR, IMENSO, DE ROSEIRAIS EM LUTO

A DOR NÃO SE MEDE E AS PALAVRAS JÁ NÃO BASTAM
NADA QUE EU FALAR MUDARÁ ESTE CINZENTO FATO
CAPAZ DE UNIR EM DOR CHIMANGOS E MARGATOS
QUE JUNTOS, SÓ LAMENTAM E CHORAM

MAS JUNTOS SE LEVANTARÃO PARA A BRIGA
CONTRA O QUE RESTOU DA VIDA
QUE PARECE QUE SEGUIRÁ PERDIDA
MAS QUE NOS BRAÇOS ALHEIOS ENCONTRARÃO GUARIDA

NESTE MAR, IMENSO, DE ROSEIRAIS EM LUTO
NADA QUE EU FALE OU DIGA SERVIRÁ DE CONSOLO
PARA UM PAI, UMA MÃE QUE PERDEU SEU TESOURO
NESTE INFERNO QUE É DE UM PRETO BRUTO

MAS AS PALVRAS QUE HOJE NÃO SERVEM
QUEM SABE NO AMANHÃ VIRÃO
NÃO COMO PRÊMIO DE CONSOLAÇÃO
MAS COMO FORÇA PARA OS QUE AQUI SEGUEM


* versos de Bruno Costa "Campeiro"

domingo, 27 de janeiro de 2013

Rio Grande de luto

No verão de 2010, participei de fiscalização conjunta a casas noturnas (boates e etc.), isso numa parceria do Crea-RS, Corpo de Bombeiros e Brigada Militar. Nossa participação era bem menos importante, eis que cabia aos Bombeiros determinar e estipular as condições de segurança, enquanto elencávamos as empresas responsáveis pela recarga de extintores e manutenção de instalações de emergência. Agora, e vos escrevo ainda no domingo, acordei com a trágica notícia do incêndio em uma boate em Santa Maria, o qual – até o momento em que vos escrevo – já havia ceifado a vida de cerca de 233 pessoas (sim, duzentas e trinta e três!) e deixado mais de 100 feridos. Segundo a Zero Hora, é a maior tragédia da história do Rio Grande do Sul!

Não, não é hora de caça as bruxas, tentando encontrar culpados (mas impossível deixar de mencionar a falta de segurança: inexistência de saídas de emergência e extintores que não funcionaram). Informações preliminares dão conta de que integrante de uma das bandas que se apresentou no local acendeu um sinalizador, que gerou um incêndio na espuma acústica do teto da boate Kiss. A partir daí, certamente, deve ter havido um pânico geral; que se agravou em virtude da existência de APENAS UMA saída (a mesma da entrada). Não sou médico, mas imagino que a maioria das pessoas foram vitimadas pela fumaça preta, originária da espuma.

Tchê, estou mesmo bastante abalado. A gente se acostuma a ver e ouvir acontecer estas coisas nos outros países, nos outros lugares, e não imagina que isso possa acontecer por aqui, com os nosso patrícios. Tento imaginar (mas não consigo) como estão os familiares destas vítimas, o desespero e o estado de tristeza de Santa Maria, que se espalha para todo o Rio Grande e Brasil.

Que o Patrão Velho possa dar conforto para os familiares, amigos e para alma destas vítimas. E que possamos evitar tais ocorrências fatais e trágicas como esta.
Peço-lhes desculpas por alguma informação errada que aqui possa ter dado.

 Luto!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O veraneio do Tio Laudelino - parte 2


Defumando Ausências


Um croquete! Assim Tio Laudelino tava se sentindo depois de 3 ou 4 dias de praia, sol, mar, areia e, é claro, nordestão! Para o Tio, a cada dose de protetor solar que a Tia Maria lhe obrigava a passar no avantajado lombo, ficava mais parecido com um croquete, já que o nordestão trazia no a areia e esta facilmente grudava naquela meleca do protetor – credo! Entre um caipirinha e outra ( e eram muitas ao longo do dia), Bentinho dava umas incertas no Tio que, malandro, desconversava e logo reclamava do trago, quer da cachaça que não era de Santo Antônio “_São uns lacaios esta gente, Santo Antonio aqui do lado e trazem estas porcarias lá dos cafundós”; do limão “_Credo! O terrinha de limão amarguento tchê! Nem urtiga arde tanto na boca da gente.”; e até mesmo do gelo, quando não tinha mais nada para reclamar. 
Enquanto isso, Verinha batia perna pelas feirinhas e levava a mãe junto, a uma para ganhar o apóio da “véia” e a duas que, gastando tudo em salão de beleza, certamente não tinha um pila para comprar sequer um chapeuzinho de palha, para ficar a beira da praia.
Mais de uma vez, durante a estada à beira do mar, Tio Laudelino me perguntava o que eu tava achando do passeio e aproveitava para se queixar da saudade da lida: “_ Será que o 'Torresmo' tá cuidando direito das vacas? Apartou os terneiros que deixei na invernadinha? E o queijo? Aquele guri é capaz de ir na vila com os queijos e gastar todo o dinheiro em trago e no chinaredo” Aí já às gargalhadas. E completava: “fosse eu na idade dele faria isso”. E continuava rindo às gaitas. No fim das contas o Tio Laudelino até que estava se divertindo. Ahh, antes que eu esqueça, o 'Torresmo' hoje em dia é o administrador lá da fazenda. Na verdade ele é quase um filho para os tios, tanto que mora na casa grande num quarto só pra ele.
O 'Torresmo', na verdade, é filho do falecido Joãozinho e da também falecida Ana Laura. Ambos trabalharam para o Tio Laudelino e Tia Maria por muito tempo; criaram todos os guris mas queriam ter um filho deles. Depois de muita briga Ana Laura conseguiu, mas na sua idade a gravidez era de risco. Quando o 'Torresmo” nasceu a mãe não resistiu ao parto, tanto que Tia Maria virou sua mãe. O pai, Joãozinho, teve um infarto fulminante quando o guri tinha seis anos. Desde então, Tio Laudelino o cria como um filho e um tem orgulho do outro. O 'Torresmo', acreditem, é médico veterinário graças ao investimento do Tio. No dia da formatura eu juro que vi uma lágrima correndo no rosto do velho Laudelino (na formatura do Antonio Carlos ele só foi obrigado pela Tia; Bentinho nunca terminou a faculdade de administração e a Verinha logicamente nunca quis estudar. Para terminar o ginásio foi uma briga!)
O Ricardo (ou Torresmo) é o orgulho dos tios e também faz por merecer. Ano passado o Tio Laudelino comprou uma camionete novinha e deu de presente para ele. O Bento, principalmente, subia pelas paredes de raiva (risos – bem feito!). O chamam de “Torresmo” porque quando era pequeno era gordinho e adorava a iguaria. Daí o Bentinho inventou essa (só podia ser coisa dele!) e acabou pegando.
Na beira do mar dava para ver que o Tio Laudelino se defumava ao sol e sofria com a ausência do campo. Mas seguia ali - firme nos cascos - fazendo as vontades dos seus filhos “queridos”. Algo me dizia que Tio Laudelino tava se armando para aprontar alguma, afinal, no laçaço, ninguém podia com ele.

E a gineteada continua minha gente...

***
Abraço e bom final de semana.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Continua lindo...

Aos pés do Cristo Redentor. Pois é, no último final de semana estive no Rio de Janeiro, muito rapidamente, mas felizmente pude conhecer alguns pontos turísticos da cidade maravilhosa. Em dois dias conheci o Pão de Açucar, Ipanema, Arpoador, Copacabana, Corcovado e o Cristo. A visita do Cristo foi, sem sombra de dúvida, a mais emocionante, muito mais que encarar as alturas do bondinho ou o sol escaldante das belas prais cariocas.
 
Algumas considerações sobre o Rio:
 
- Andar de táxi na Capital fluminense é barato, principalmente quando se compara aos preços de Porto Alegre;
 
- Sal (na comida) e bebida gelada, bem gelada, não são coisas muito admiradas pelos cariocas;
 
- A violência que a televisão prega realmente existe no Rio (não tão aguda, creio), mas lá, não é muito diferente daqui. O que importa é saber aonde andar e por onde ir.
 
- A arquitetura do centro da antiga capital da república, e de alguns bairros tradicionais, é realmente facinante, principalmente para quem gosta de história, como eu; 
 
- O Copacabana Palace já virou ponto turístico. Principalmente para mim que, sempre de guaica vazia, dificilmente um dia me hospedarei lá.
 
De fato, o Rio de Janeiro, como diz a música, continua lindo e faz jus ao título de Cidade Maravilhosa. Contudo, não há nada como nosso Rio Grande; aliás, o bom de fazer turismo em outros lugares é saber que, ao cabo do passeio, o solo gaúcho estará a nossa espera e, assim como o Cristo, de braços abertos para nos esperar e receber.
 
Ahhh o Rio Grande...
 
Abraço e boa semana a todos.

PS.: por problemas técnicos do blogger, não consegui postar algumas fotos que tirei, por aqui.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O veraneio do Tio Laudelino - parte 1

A ‘estória’ da casa da praia

 
Tio Laudelino, de tanto pelear na lida de fora, já não mais se acostumava – assim tão fácil – com mudanças em sua vida. Também, o véio já beirava os setenta “mas só na rabugice!” – diria Tia Maria; aliás, a tia era conhecedora profunda do caso, afinal, era mais cinquenta de convivência. No mais, Tio Laudelino parecia um guri: não perdia uma armada!

Pois convencido (ou obrigado – como queiram) pelo primo Bentinho, Tio Laudelino foi passar uma ‘temporada’ em Arroio Teixeira, na sua casa de veraneio. Sim, numa venda de boi mal sucedida para um gaiato do litoral, afim de não perder todo o patrimônio, aceitou a tal casa no negócio. No início pensou em ‘passar nos cobres’, mas daí cedeu aos apelos do Bentinho e as manhas de Verinha (aquela guria é o “calcanhar de Aquiles” do tio. O prima esperta!) e acabou ficando com a casa que, pasmem, foi conhecer só agora, quase dez anos depois da “compra”.

Sonhando com uma reforma pomposa, com direito a piscina e tudo, Bentinho – com o apoio da Verinha (é claro) – resolveu que era chegada a hora do pai “aproveitar” o patrimônio litorâneo afinal, só lida de campo não chega para a vida de um homem. Confesso-lhes que há tempos não via Tia Maria tão entusiasmada com a mudança de ares, ainda que de forma temporária; o mar vira de relance, há tanto tempo que esquecera do dia em que o fato se ‘assucedeu’. Ao certo, devia estar relacionado algum negócio de venda de gado ou até mesmo um rodeio em que o tio tenha ganho. Sim, bastava Tio Laudelino levar um troféu pomposo de 1º lugar, para nunca mais voltar participar do rodeio. Diz ele que é pra dar chance pros outros, mas na verdade, é uma questão de ego. Por isso fez fama em tudo que é canto deste Rio Grande e pelo mesmo motivo, hoje em dia só laça na cancha que fez lá num ‘chatozinho’ da fazenda.

Mas voltamos ao que interessa. Como Tio Laudelino detesta aperto (a se ver pelo galpão da estância que cabe tudo e mais um pouco), Bentinho e Verinha tramaram de levar o pai pra casa da praia, afinal, com o véio se sentindo sufocado lá dentro, fatalmente a verba brotaria da guaiaca recheada do pai, para bancar os luxos dos calaveras. Boas pessoas sim, mas gananciosos e espertos, muito espertos.

Ahh, mas esta eu quero ver! O que o Tio Laudelino tem de manteiga para os filhos mais novos (esqueci de mencionar o mais velho,  Antônio Carlos – que nunca deu margem para apelidos no diminutivo e que quando pode, acaba com a festa dos irmãos), tem de pão duro. Bentinho e Verinha até podem ser espertos, mas o Tio Laudelino não fez fama por acaso: é o rei de todos!

E segue o baile...

***

A partir desta sexta-feira, passarei a contar as estórias do Tio Laudelino (e seu veraneio no litoral gaúcho), um gauchão de marca maior, até debaixo d’água e pouco afoito a frescuras e modernidades. As histórias que trarei são de ficção e inventadas por mim mesmo. Não foram feitas para ter coincidências. Mas se por acaso você se achar nisso tudo, me manda um e-mail e desembucha o caso: bruno_campeiro@hotmail.com
Abraço e bom final de semana a todos.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mais uma vez

Novo Hamburgo, mais uma vez, figura nas manchetes dos cadernos de pólítica de todos os grandes jornais da região e do estado. Mais uma vez teremos de ter uma eleição suplementar para defeinirmos, afinal, quem governará o município até o final de 2016. E a coisa começou bem, com mudança de rumo de partido que, ora apóia um ora apóia outro. Convicção? A meu ver, data máxima vênia, tudo não passa de cobiça por mais poder e dor de cotovelo. Mas quem sou eu para achar alguma coisa, não é?
Aliás, esta eleição é tão tosca que a maioria do povo hamburguense sequer dá bola para o pleito, afinal, os problemas que nos cercam continuam e se agravam. Quem olhará pelos problemas da cidade e do povo?

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Mais uma vez uma mudança no trânsito em função das obras do trensurb em prol da "melhoria" da cidade. Senhores e senhoras, este que vos escreve é contrário não a vinda do trem à NH, mas sim até a região central da cidade. O trem não só muda - negativamente - o visual da cidade, como tem trazido bastante desconforto para a população. O trânsito por aqui já é terrível e a cada dia piora um pouco mais.
O tempo dirá se estamos diante do desenvolvimento necessário. O tempo dirá.

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Descobri ontem que a carga tributária em cima dos materiais escolares chega perto de 50%. Bahhh. Mais uma vez o Brasil mostra que é uma república das bananas mesmo, tá louco. isso é resultado da governança hipócrita que temos desde que nos entendemos por gente, agravado pelo começo da república e a propagação do institudo da corrupção. Sim, a corrupção é um instituto com diversos membros seguidores. Não vai muito é comparada a religião...
Fosse o Brasil um país decente, a educação e a cultura seriam nosso carro chefe. Mas...

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O Congresso Nacional está investindo cerca de R$ 280 mil na reforma de cada apartamento funcional para uso de nossos "nobres" parlamentares, em Brasília. Os apartamentos funcionais foram feitos no projeto original de Brasília, afim de que fossem utilizados por Deputados e Senadores para desempenho de suas atividades em prol do Brasil. Na prática, pouco parlamentares utilizam desta benesse, optando por uma indenização do tipo "vale-moradia". É uma piada né? Não quer usar o apartamento funcional o problema é teu, vai morar em outro lugar com o teu dinheiro!
Para proporcionar maior conforto aos nosso "competentes" representantes, banheiras de hidromassagem estão sendo instaladas nos imóveis. Que Momento! Mais uma vez.... Bem, deixa pra lá, vocês já sabem!

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Chasquinho de verão

Nesta época do ano fatalmente me lembro dos tempos de guri, quando já em dezembro me “bandiava” para São Chico e de lá só retornava as voltas de março, com a volta das aulas e bastante a contragosto. Era um tempo diferente e que eu sinto saudade, evidentemente. Não quer dizer, contudo, que ficarei remoendo o passado e dizendo que tudo antes era melhor. O que era melhor era minha forma de vida, sem as preocupações do dia a dia e outras tantas coisas. Mas como todo mundo nessa vida nasce e cresce, e como eu cresci, devo me adaptar e aceitar esta continuidade progressiva. Então, o negócio é lembrar do passado com saudade, mas nunca com nostalgia.
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Nesta época do ano as movimentações tradicionalistas se resumem a rodeios. Neste final de semana, por exemplo, Canela promove o seu tradicional evento, sempre nesta mesma época e com uma novidade: a 1ª edição internacional, já que receberá ginetes da Argentina e do Uruguai. Como de costume, o rodeio será no Parque do Saiqui e receberá milhares de pessoas. Na parte musical, hoje  tem Porca Veia e grupo Cordiona e amanhã, Régis Marques e grupo Rodeio.

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Também por isso as sextas-feira não tem sido pautadas com assuntos aqui da nossa gente. Em que pese eu discorde um pouco desta teoria de que CTG aberto em janeiro e fevereiro trás prejuízo (poderia se criar um no nicho, privilegiando as pessoas que permanecem por aqui), entendo que é preciso que as patronagens descansem, para que possam voltar com todo gás em março.

Todavia, para aqueles CTG’s que fizeram figuração no ano passado, isso na vale. Tá na hora de se mexer, pois a nossa cultura está carente.

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Dias de sol e calor pela frente e alguma chuva para amenizar (acho brabo!). Só se vê o caminho do litoral pela frente, certo?

Pode ser. Mas pelo sim pelo não, fico por aqui na companhia dos patrícios que não abandonam suas querências assim tão fácil.

Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Língua afiada: saldos

Engraçado que o ano é novo, mas os problemas são os mesmos de sempre e a politicagem, para variar, pouco se preocupa com nós, os que sustentam esta roubalheira toda. Viver no Brasil, como uma pessoa honesta, custa caro - muito caro. E antes que alguém diga qualquer coisa, que eu devia ao invés de reclamar tentar melhorar o meu país, digo que este pensamento é hipócrita, já que este país sequer tem concerto. Já perdi as esperanças! Mas, por que não se desiste disso tudo então? Porque temos água doce limpa e em abundância, parece que temos bastante petróleo também (ainda que muitos digam que é de qualidade duvidosa este pré-sal) e a amazônia (que tá largada pelo governo, em prol de fazendeiros e estrangeiros que pintam e bordam. Acreditem, sucatear o exército não é a melhor forma de eliminar a chance de uma nova ditadura. Por causa disso, vamos perder logo logo este ouro verde!) No mais, temos o carnaval, praia, sol e mar. Enfim, viver aqui é uma festa, um paraíso. Para a bandidagem então, bah!, um espetáculo!
Nunca antes na história deste país a criminalidade fora tão alta; e aqui no estado, o PT parece que não aprende. Depois da experiência desastrada do Bisol como secretário da segurança no governo Olívio, de novo a violência volta a crescer, justamente com a volta do partido ao poder. Coincidência ou incompetência?
Saldo: a gente que se ferre!

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Decidi tirar uma folga este final de semana e fiquei por casa. Sim, porque ultimamente eu to sempre como barata tonta, andando de um lado para o outro. Fazia horas que queria fazer um programa deste que só não foi melhor por causa do calor, que voltou a rondar às portas dos nossos ranchos. Ademais, fiquei meio chateado com algumas coisas. Por exemplo, resolvi comprar um aparelho leitor de dvd que tá funcionando direitinho. O problema todo tá no disquinho para que ele funcione. Pois bem, fui fazer ficha numa locadora famosa de NH, conhecida pelo seu vasto acervo, em que pese tenha um preço meio salgado. Até aí tudo bem. O problema mesmo tá no acervo. Muito abaixo do esperado. Penei para achar três filmes bons. Aliás, como recém tinha aberto o cadastro, três era o limite de filmes que poderia locar. Isso foi o mais fácil, já que achar estes três é que foi difícil.
Saldo: R$ 19,50. Se faz parte eu não sei, mas que dói no bolso a dói. Vou procurar um locadora mais perto de casa. pelo menos na gasolina eu economizo.

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Estradas abarrotadas e cerca de 8 horas para fazer o percursso Capão da Canoa/São Leopoldo. Eu não fui para o litoral na virada do ano, mas uma colega que foi chegou dizendo que o calvário de seus familiares fora este. Que loucura! Aí são duas vertentes: a primeira, do povo que deve uma vela para cada Santo, fica o ano se queixando que tá na pindaíba, mas (e sempre tem um más em tudo) que não deixa de passar o ano acotovelado no meio de guarda sóis, carros com som alto na beira da praia e filas, muitas filas (supermercado, padaria, caixa eletrônico...); a segunda, da hipocrisia do governo que transformou a compra de carros novos numa festa, forrando os bolsos das montadoras, enquanto as estradas continuam as mesmas porcarias de décadas. Aliás, chamar as nossas estradas de porcaria é um elogio. Insulto é ter que pagar um absurdo de IPVA todo ano e ter de trafegar sobre elas.

Por falar nisso, accorda prefeitura de NH. Transitar em algumas ruas, tipo a Marcílio Dias, tá brabo. Aliás, transitar em toda NH tá brabo. Quando não é a buraqueira são as obras do trem. Custo do progresso? Hahahahahaha. Veremos qual será o progresso, veremos.
Saldo: mais uma vez, sobra pro povo, que pra variar, se ferra.

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Bem se sabe que é início de ano, pois começam novas edições daqueles lixos que a emissora top (top do que mesmo?) coloca no ar, para "entreter" o povo brasileiro (leia-se ganhar dinheiro às custas de quem tem coragem de assistir). E isso vai até abril. Cruzes! É a velha política do pão e circo. Mas um dia a casa cai.
Saldo: lixo cultural. Acorda, Brasil!

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Me permito fazer um aparte para elogiar um filme brasileiro. Sei que vindo de mim isso é pouco comum (para não dizer: milagreee! - risos), mas o filme - de fato - é muito bom. Falo de "2 Coelhos", que fora dirigido por Afonso Poyart (espero não ter errado o nome) e é uma bela película nacional, com um enredo muito bom, além de efeitos visuais de primeira.
Pena que não fez, no cinema, o sucesso que deveria. Também pudera: o brasileiro só dá valor pra estes besteirois chinelões que tão sempre em cartaz, com um humor pobre, ruim e caça níquel. Cada povo tem a cultura que merece! No nosso caso, nenhuma!
Saldo: baita filme para americano ver (e não pra a promiscuidade brasileira). Tanto, que os direitos do filme já foram comprados por Hollywood (é assim que se escreve?) e o filme será refilmado por lá. Dúvida de sucesso? Nenhuma!

Desculpe a língua afiada já no início do ano, mas, sabem como é, o ano pelo menos uma vez na vida tem que começar em janeiro.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Expresso duplo

Sentei na mesa do bar, a saber a mesma de sempre, e antes mesmo do garçom rumar para trás do balcão para me preparar “o de sempre”, tratei de persuadi-lo a vir até mim – o que o fez – ainda que meio contragosto. Como se não me conhecesse, foi irônico ao me indagar: “pois não senhor?!”. Em seguida, já me perguntava das contratações do Inter, do que achava do time co-irmão e tal. Antes mesmo que se encorajasse em falar de seleção, fui logo dizendo – num só tiro e de forma certeira: me traz um expresso duplo!
Notei que aquilo soou como um apunhalada para o lépido garçom que, fatalmente, se perguntou: mas ele não tomava sempre um simples, com aquela espuma á base do bafo quente da velha e competente máquina de café? De fato, e com razão à estranheza que causei ao jovem atendente da cafeteria, eu sempre tomava um expresso simples, com aquela espuma clara, à base do vapor da velha máquina de café. Gize-se, velha mas flor de especial – mas que café, tchê! Mas se a vida é feita de mudança, por que nossos gostos também não podem mudar um dia?
Sorvi aquele expresso duplo de forma suave e com o intento de de degustar cada gole do seu sabor amargo. Sim, café eu bebo sem açúcar. Confesso-lhes que inicialmente mal senti diferença no gosto da bebida. Com a chegada na metade da xícara, todavia, já podia sentir meu paladar acostumado com um sabor diferente, forte, de amargor suave e intenso. Bem melhor que as experiência experimentadas com um simples expresso? Não diria melhor, mas diferente. E aqui a diferença não está relacionada somente ao tipo do pedido, mas principalmente a capacidade e a coragem da mudança. Mudar, em que pese seja uma atitude difícil de ser tomada, muitas vezes significa renovar, rejuvenescer e, muitas vezes, enfim alcançar o velho e tão sonhado objetivo.
Quando finalmente tomei coragem e pedi um expresso duplo, contrariando e até mesmo assustando o simpático e já amigo garçom, não dei-me por conta de que a virada do ano, guardadas devidas proporções, pode ser comparada a minha atitude, sendo o expresso duplo o ano que chega e o expresso simples o ano que se vai. No início vamos achar que tudo continua como estava antes. Depois, com o passar dos meses, damo-nos conta de que as mudanças podem ser sim reais, basta querermos. Sei que aquele dia em que sentei à mesa da cafeteria estava disposto a dar um novo sentido à minha vida. Dar novo sentido a vida com um café? Sim! O contexto todo não está no café, mas sim na ideia de que nós podemos sim mudar um dia, experimentar outras alternativas, afinal, o cardápio nos proporciona várias opções.
Já estou me preparando para um capuccino e para um 2013 diferente daquilo que tenho vivido nos últimos tempos. Sei que vou enlouquecer o amigo garçom e muita gente à minha volta. Mas e daí, quem sabe da minha vida sou eu mesmo e, então, vou tratar de vivê-la e aproveitá-la.

Expresso duplo? Recomendo!

Forte abraço e um bom começo de ano a todos.