sábado, 29 de junho de 2013

Pelo que se protesta...

Há pelo menos 20 (vinte anos) vivemos num Brasil de povo adormecido, embebido em devaneios democráticos que, com o tempo, mostraram-se inócuos sonhos de liberdade e muitos direitos. Foram tantos direitos, que muita gente achou que podia fazer o que bem queria com o dinheiro público, enriquecendo ilicitamente às custas das altos (e intermináveis) impostos pagos por nós. Somos todos palhaços, sim. Não se sinta ofendido meu senhor e minha senhora, pois, nesta canoa, estou à deriva com vocês.

Pois bem. Eis que chegou a hora em que o povo, que em duas décadas foi acossado por esta meia dúzia aí (meia dúzia multiplicado por quanto, será?), cansou de saúde do tipo açougue (afinal, no sus não parece que todos que se encontram nas intermináveis filas estão no caminho do abate?), duma educação patética que não se importa com a qualidade do ensino, mas, sim, em fazer com que as crianças e jovens saiam logo da escola, independente do aprendizado, para dar lugar aos demais. É a ciranda da burrice. Também daqueles que cansaram de andar "encoxados" em verdadeiros "pau de arara" travestidos de ônibus.

Dias atrás eu disse que a classe média do Brasil um dia ia cansar de ter de sustentar este suposto combate à miséria. A miséria deveria ser combatida pelo dinheiro enterrado nestes estádios da Copa do Mundo. Aliás, sobre este tama falo com propriedade, visto que, desde o início, afirmo que o Brasil não tinha condições de assumir esta responsabilidade. A miséria deveria ser combatida com o corte de regalias que tem o Congresso Nacional (auxílio guarda roupa, assessor disso, daquilo, daquele outro...) e com a diminuição das emendas parlamentares, verdadeiro método de financiamento (i)lícito de campanha política com o dinheiro público. Reforma política para financiar campanha política? Piada! Até quando vão continuar nos metendo a mão?

Não é por R$ 0,20. É por todo o desserviço público que nos é oferecido diariamente, de má qualidade e de qualquer jeito. É por esta corrupção nojenta que começa lá nos confins com tostões e ganha contornos milionários no centro. É por tudo e ao menos tempo por nada! Faz 25 (vinte e cinco) anos que vige a nossa atual Constituição Federal; o texto constitucional que mais trouxe direitos fundamentais inerentes à pessoa humana não consegue, sequer, dar garantias mínimas ao povo. Não precisamos de uma nova Constituição, de plebiscito ou sei lá o que. Precisamos é que se respeite a Carta Magna em voga e que se dê dignidade a todos.

Pelo que se protesta? Se protesta por aquilo que já é nosso mais que, em razão da ganância de alguns, está bastante distante.

A propósito: vândalos, baderneiros e saqueadores não me representam. Está na hora da polícia fazer cumprir a ordem!

Bom domingo a todos. 

terça-feira, 18 de junho de 2013

A revolução da Internet

O assunto que eu iria abordar no início dessa semana nem era esse, mas, dados os acontecimentos, não há como fugir do tema. A República Federativa do Brasil, após mais de duas décadas de inércia de seu povo, está assistindo quase que perplexa - claro, é a falta de costume - às diversas manifestações populares que tem pipocado em todo o país. Inicialmente, versando sobre os aumentos das tarifas de transporte urbano. Começou mesmo aqui em Porto Alegre e se deflagrou em São Paulo. 
Sou inteiramente favorável aos protestos, pois acho que já estava caindo de maduro uma manifestação mais forte contra esta roubalheira que assola o país, todo mundo se apoderando um pouco do nosso dinheiro e, cada vez mais impostos sendo cobrados. Chega de arrochar o povo. Entretanto, não é com barbárie que se consegue alguma coisa. Não é pichando prédio público, queimando lixeira, ateando fogo em ônibus e partindo para confronto físico contra a polícia que chegaremos a algum lugar. Antes de tudo, precisamos mostrar para estes corruptos que estão nos governos (não são todos, deixo bem claro, tem muita gente boa ainda) e mesmo os que fazem de gato e sapato do nosso dinheiro, que o povo não é burro e cansou da política do pão e circo. Mas para isso, com o perdão da redundância, tem que manifestar de forma inteligente, pacificamente e de forma ordeira.
Só assim poderemos mudar alguma coisa e só assim se conseguirá adesão da maioria. Chega de explorar a classe média desse país! E viva a internet que conseguiu, depois de décadas, mobilizar o povo. Estádios novos? Ótimo! E a saúde? E a educação? E o bem estar do Povo?

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Na semana que passou, manchete em periódicos do Rio Grande mostraram que a safra de soja em nosso estado bateu recordes, motivo pelo qual o PIB gaúcho superou (e muito) o nacional. Isso demonstra a força que o campo tem, capaz de, por si só, carregar a nossa economia nas costas.
É bom que os pseudos gaúchos, aqueles que pouco ou nada valorizam a nossa lida campeira e nossa tradição tomem tenência, e enxerguem que de falácia ninguém vive. Falar que o Rio Grande está longe de ser um estado desenvolvido, em face do nosso bairrismo, é coisa de gente com dor de cotovelo, que não sabe nada de como se construir um história vencedora.

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Acabou a Festa do Pinhão em São Chico e, pelo que soube, com saldo positivo. Foi aquém do que poderia, certamente, mas prefiro dar um voto de confiança para a atual administração. No ano que vem, espero que tenha o destaque merecido.
A propósito: aumento de número de vereadores em São Chico? Só pode ser piada! De fato, não dá pra ter muita esperança com a classe política da minha cidade. Dizer que a cidade tem território muito extenso é provocação Sr. Presidente do Legislativo municipal! De fato, é extenso, mas tem muito campo, mato e coxilha também! Precisa mesmo de mais dois vereadores ou os que aí estão é que precisam visitar mais o interior?
Outra: se há um movimento forte para que o distrito de Cazuza Ferreira seja incorporado a Caxias do Sul, precisará de mais dois vereadores? Os senhores tem é que lutar por Cazuza Ferreira, que é muitíssimo importante economicamente, ao invés de ficar arranjando boquinha para os seus pares.
Vergonha!

Abraço e boa semana a todos.  

terça-feira, 11 de junho de 2013

Mais um chasque...

Pelo que fiquei sabendo, há mais de 20 anos a seleção brasileira de futebol não vencia à francesa. Ganhou no domingo. Motivo para comemorar? Olha, sei que sou bastante cético quanto à nossa seleção, mas convenhamos, tem coisas que estão caindo de maduro. Primeiro, vencer daquele arremedo de seleção, recheada de reservas e nitidamente pouco interessada com a partida não é lá motivo para comemorar. Em verdade, o Brasil não tem uma boa safra de jogadores e o nosso "treinador" se dá ao luxo de não convocar o Ronaldinho Gaúcho que, mesmo fazendo festa, ainda é o melhor que temos.
O tal de Neymar, que parece ser o personagem mais importante da história do Brasil, tendo em vista a papagaiada que foi a cobertura da sua saída do Santos para o Barcelona (fosse nos dias atuais, a volta de Dom Pedro I à Portugal teria tanto destaque?), faz algum tempo que não joga futebol. É só marketing!
Enfim, pode até ser que viemos a ganhar essa Copa das Confederações (e mesmo a Copa do Mundo); agora, aquele futebol que aprendemos a ver e nos orgulhar, que fez o Brasil ser conhecido mundo afora, já não existe faz tempo. Também por isso, mantenho-me torcedor do meu time. A seleção, ao menos para mim, pouco faz diferença.

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Falando em meu time, dá pena de ver meu presidente administrando o futebol; aliás, dá raiva! Impressionante a sua capacidade de desmanchar tudo que foi construído nos últimos anos. O Dunga só foi contratado porque a diretoria não tem competência nem coragem para mandar no vestiário. Temerário e Lastimável. Que coisa!

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Hoje, fazem exatos 2 (dois) anos que subi pela última vez num palco gaúcho, para cantar o som do Rio Grande. Foram bons tempos (outros nem tanto) animando bailes pelo Rio Grande afora, conhecendo as pessoas e levando nossa cultura para os mais longínquos rincões. A saudade daquele tempo é latente, por elementar.
Confesso-lhes, entretanto, que a cada dia que passa menos certeza eu tenho da volta. E não é por falta de convites. Já foram dois só neste ano. Mas, sim, por entender que a vida continuou e eu fui abrindo outras portas, seguindo por novos caminhos... Músico eu serei para todo o resto e com um orgulho imensurável. Minhas composições serão ouvidas, cantas por amigos e colegas. Agora, a presença deste que vos escreve em cima do palco, não é mais uma possibilidade tão real. É triste dizer isso, mas, pugno pela sinceridade.

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Por falar nisso, quero mandar um abraço para meu grande amigo Airton de Lima e Silva, um dos maiores músicos que dividiu o palco comigo e que se casou recentemente. Ontem, nos "achamos" num semáforo de Novo Hamburgo. A conversa foi rápida, mas serviu para matar um pouco da saudade dos tempos do antigo Alma de Campo. O Airtão que é o maior gaiteiro tocador de valsa que eu conheço. Figuraça!

A todos o meu forte abraço. Volto quando o patrão velho, e o tempo, permitirem.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Chasque de início de junho

Se há vida pós Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, eu ainda não sei, mesmo porque ainda nem protocolei a entrega do mesmo. Contudo, posso dizer que sentimentos diversos podem surgir ou ressurgir deste negócio todo. Neste exato momento, estou com pena da Mariana, pois o meu nível de estresse está altíssimo e, pra variar, tem sobrado pra ela. Pelo menos tenho discernimento para assumir isso e é um bom motivo para eu parar, respirar fundo, e lembrar que amanhã a vida segue. Acabou? Ainda não. Mas está quase no fim, tenho certeza!

Ahh: Desculpa, Mari. Nossa vida voltará ao normal. A propósito: Eu te amo!

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Começa hoje a 17ª Festa do Pinhão em São Chico. Não ouviu falar? Pois é, de fato a nova administração demorou um pouco para divulgar a festa. este ano, não há nenhuma atração de voluptuosa. Destaco o show de abertura com Volnei Gomes e grupo Cantando o Rio Grande; e o de encerramento com Os Tiranos. Estes shows demonstram o respeito da administração para com a cultura do Rio Grande e de São Chico, considerada a cidade mais tradicionalista da serra gaúcha.
Agora, é torcer pelo sucesso da festa e que, em agosto (conforme previsto), seja realizado o Ronco do Bugiu.

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Hoje à noite parto para São Chico. Amanhã comemoraremos meio século de vida da Vera, do Lambote. Pessoa ímpar! Minha madrinha emprestada. Não poderia deixar de estar presente. No final do dia, volto pra Novo Hamburgo, pois os compromissos seguem latentes.

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Salvo engano, hoje tem baile do Porca Véia, no CTG Terra Nativa, em Novo Hamburgo. Uma das últimas oportunidades para assistir, ouvir e dançar ao som do músico que, de relembrar, anunciou a aposentadoria para o final deste ano corrente.

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Mês que vem volto à vida baileira. Morto de saudade e com disponibilidade que a mesma merece e precisa.

Abraço e bom final de semana a todos.

terça-feira, 4 de junho de 2013

O que dizem por aí...

O Rio Grande em retrato! (Bruno “Campeiro” Costa)


Dizem que não sou campeiro, mas vivo no lombo do pingo
Não refugo um tiro de laço, de domingo em domingo
Se ser campeiro é o que me basta, já posso morrer feliz
Mas se ficar vou de a cavalo, serei sempre um aprendiz

Dizem que não sou cantor, mas aplaudem o meu canto
Gosto duma gaita gaúcha, que sabe florear o tranco
Se ser cantor é o que me basta, o palco é minha morada
O Rio Grande eu corto a gaitaço, pouco importa o pó da estrada

Dizem que a minha bombacha não respeita a tradição
Pois eu sou taura de lida e não preciso de brasão
Minha estampa é a bandeira, não preciso de outra mestra
E se o fandango é flor dos bueno, chego de chapéu na testa

Dizem que o gauchismo já não corre em minhas veias
De certo não me conhecem e se prestam a falar besteiras
Eu sou filho do Rio Grande, gaúcho, simples, de fato
E quem vê o meu semblante, sabe: é o Rio Grande em retrato!

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Ala pucha, tche! Que saudade da cantoria, das noites de fandango, dos festivais e dos versos de canto puro.

Perguntinha...

Há vida pós TCC?

Espero que sim e que, em breve, eu possa estar por aqui, novamente, publicando as tradicionais postagens semanais.

Grato a todos pela compreensão.

Abraço...