sexta-feira, 30 de março de 2012

Exagero

As coisas aqui pelo Rio Grande são sempre mais exageradas. Onde já se viu um frio destes em pleno mês de março?Pior nem é o frio, afinal pelo pago estamos bem acostumados, mas sim, a forma como ele veio. Não dá pra apagar com borracha as temperaturas da semana que passou, na casa dos 35 °C. Haja saúde! Desta vez, não se pode utilizar do outono como prévia. E mais, dizem que o inverno deste ano será disso para pior. Que barbaridade! Vida de extremos, andamos vivendo por aqui. Aliás, não é só por aqui. A Europa também fora castigada por estas intempéries de caráter brusco. Fim do mundo? Não. Se tivermos paciência e bom sendo de abrir os livros de história, saberemos que mudanças climáticas como esta já ocorreram mais de uma vez. A natureza por si só não é uma ciência exata. Já devíamos saber disso, ao invés de formular teorias mirabolantes acerca da derrocada da humanidade.
Não pensem com isto que estou me contradizendo ao texto relativo às previsões do Sr. Prefeito de São Chico. No dia, procurei não me posicionar acerca, ante eventual dúvida que poderia surgir. Trate desse como um complemento daquele, enfim, um ponto de vista.
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Dizem que tudo na vida é válido, porém sem exageros. Diria eu que nem tudo na vida é válido. Princípios, valores e caráter nos servem de base para repudiar certas atitudes, seja dos outros ou nossas mesmo, preste de consubstanciá-las. Alguns vão dizer que meu pensamento é devaneio ou utópico, quando acho que o dinheiro em excesso também é exagero. O luxo pode até fazer bem para o ego, mas quem disse que faz bem pra alma? Viver bem não se contrapõe aos exageros. Posso ter uma vida confortável, mansão, carros na garagem, e não viver exageradamente. Tudo é uma questão de realidade. A realidade social nos mostra um mundo e, principalmente o Brasil, recheado de desigualdade. É aí que eu me refiro.
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Muitos devem estar pensando que este texto de hoje está fugindo um pouco da realidade de sexta-feira, da bandeira defendida por aqui. A reflexão não crítica (afinal, estou trazendo um comentário, um ponto de vista) pode ser considerado uma arte também. Filosófica, ética ou antropológica. Matérias chatas? Sim. Mas nem tudo na nossa vida é legal, bom de fazer. Ao pensar no último texto deste mês, um dos mais compridos do ano, achei por bem tratar de alguma coisa - um tanto quanto – mais abstrata. No abstratismo da arte é que encontramos os fundamentos para sua objetividade. Em suma, é uma chatice este texto de hoje (risos). Afinal, março é um mês chato, estou certo ou não? Um exagero, talvez! Quem sabe um meio termo então?

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Abraço e bom final de semana a todos.

domingo, 25 de março de 2012

O Palhaço

Fazer rir é para poucos. Um palhaço não é simplesmente um palhaço, mas, um artista. É o instrumento que é capaz de transformar a coisa simples em riso, a dor da vida em felicidade. O palhaço não é um simples ator ou cantor; é um representante do povo, que conhece aquilo que a gente passa e o que sente. A piada é simples, quase que infantil, mas com ternura, com paixão e sensibilidade. Um palhaço tem sim a simplicidade daquilo que é puro, daquilo que é, enfim, simples. Como é bom ser simples, não acham? Se emocionar com pequenas coisas, com as coisas boas, relembrar dos tempos de outrora e aproveitar o que realmente é bom. Um palhaço tem esta sensibilidade. Um palhaço não é só um palhaço. É um artista. É o artista. Um palhaço é um palhaço. E ponto final. Aliás, o que é bom nunca tem um ponto final.
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Lamentavelmente, os nossos políticos conseguiram, além de tantas outras coisas (ruins), determinar a desgraça dos palhaços. Hoje, palhaço muito mais é o pobre coitado do trabalhador que trabalha para sobreviver e pagar impostos, do que o grande artista do circo. O do circo já não existe mais. Pelo menos não como era. Palhaço somos nós que vivemos sendo acossados por aqueles s.! (censurado), digo, senhores, que argumentam estarem trabalhando pelo povo e ganhando pouco por este sacrifício. Enfim, fazer o que... Pobre do palhaço, o verdadeiro, um artista belo e honrado que, por causa de tantos, acabou vendo a sua profissão virar apelido para todos nós, os brasileiros.
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Ser palhaço é tão honrado que merece virar enredo de filme. Não fui ao cinema e me arrependo. Assisti “O Palhaço”, de Selton Mello, em casa, e isto me deixou triste. Não com o filme em si, ótimo – por sinal – mas sim, pelo fato de não ter contribuído para o merecido lucro que o cinema proporciona. O brasileiro é tão criativo quando quer. Uma película simples, com orçamento modestíssimo, mas que é capaz de atingir seu objetivo quando este é encantar as pessoas. Senhores e senhoras, após a belíssima franquia de ‘Tropa de Elite’, indico-lhes ‘O Palhaço’. Excelente. É simples, enfim, como um bom palhaço.
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O humor brasileiro, não a cópia decadente daquilo que fazem nos Estados Unidos ou aquela bobagem que nos fazem engolir todos os sábado (ou qualquer outro dia da semana), bem, este realmente perdeu o seu brilho na última sexta-feira. Muitos tentam ou tentaram, mas a qualidade de Chico Anysio faz-lhes falta. Chico não era um palhaço, com nariz vermelho, mas agia como um quando fazia, como quase ninguém, o riso brotar naturalmente ao atingir e sensibilizar positivamente o coração das pessoas. A morte de Chico Anysio mostra que aos poucos o mundo realmente está acabando, isso porque com o passar do tempo temos nos esquecido daquilo que realmente é bom. O mundo morre quando se vão os bons, sem substitutos, e quando os nossos valores vem se perdendo na escuridão de um abismo. A profissão de Chico era humorista. Não era um palhaço, embora tivesse talento para tanto e muito mais. Um dia a luz apaga e o rumo que tomamos passa a ser outro. Tem um dia que o riso fica triste e aí, bom, aí talvez a vida deixe de ter um pouco de sentido. Salvai-vos os palhaços. Obrigado, Chico.

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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Quando a saudade aperta os cascos

Corre o “ditado” de que uma vez músico, sempre músico. Acho que é por aí mesmo. Ainda que eu me manifeste acerca do encerramento de minha carreira a alguns patrícios e que, na prática, esteja guinando para tal, tenho ciência de que uma vez músico, sempre assim o serei. Me arrepio só de assistir alguns vídeos na internet: Adelar Bertussi dando Oh de casa, Os Monarcas com o velho e bom tranco de sempre, Os Serranos que tem orgulho de serem do Rio Grande, a nostalgia da saudade com Rui Biriva, Leonardo e o grande Zé Cláudio. Serei sempre o Campeiro, isso é indiscutível. Se hoje, afinal, estou sendo cada vez mais o Bruno Costa, o velho Campeiro sempre estará junto comigo. Isso porque tenho orgulho do que fiz pela nossa música e pela tradição. Embora não tenha a petulância de me taxar de tradicionalista sei, ao meu modo, preservar e enaltecer aquilo que é nosso.
Coincidência, ou não, no último dia 11 voltei a subir num palco. Até então, já havia se passados exatos nove meses desde que havia “deixado” a música. O fatídico 11 de junho de 2011 já não povoava mais a minha cabeça. O engraçado é que no palco do CTG Palanques da Tradição, em Campo Bom, tinha a impressão de que aquele baile se tratava de uma despedida. Quem sabe um até breve. O que não diminui, todavia, a surpresa da decisão que me retirou do cenário musical. Lamento não ser tratado com o mesmo respeito que sempre tratei as pessoas. Mas bola para frente. Já pensei em voltar. Por vezes, tive a certeza que assim o faria. Hoje, não é que mudei de opinião, apenas, resolvi trilhar o meu caminho por outros rastros. O que não quer dizer que não posso vir a mudar de idéia. Um bom músico sabe qual é o resultado prático quando a saudade aperta os cascos.
Tive excelentes momentos com a música. Fiz grandes amigos. Citar todos seria até covardia de minha parte. Que saudade das domingueiras lá em São Chico, dos bailes no Essência, daquela noite gelada na Cazuza, das boas histórias do Juliano, da parceria com meu compadre Cirilo, da lealdade do Airton e da amizade do São Borja. Enfim, a música reserva um grande espaço fraterno dentro do meu peito. Quis o destino me “afastar” dos palcos. Coisas da vida, afinal. No entanto, da música nunca me afastarei, serei sempre o Campeiro. Hoje eu continuo sendo o Campeiro. Por aqui, sigo escrevendo umas linhas de vez ‘enquando’, sem jamais deixar de lado o lugar da onde venho. Este texto até pode ser um texto de despedida, ou não. Quem sabe é pura reflexão. Aliás, esta saudade que invade o meu peito ta me apertando os cascos! Que fazer então vivente?

Forte abraço a todos e um bom final de semana.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Os que merecem mais

A simpática Fátima é a responsável pela limpeza lá de casa. Antes, faxineira –hoje – diarista. O nome em si pouco importa, mas sim, a condição social a qual a mesma esta inserida nos dias atuais. Até bem pouco tempo, a profissão da Fátima era quase que marginalizada, exercida por mulheres que, desempregadas, acabavam se sujeitando a limpar a sujeira dos outros. Agora não. Hoje, ser diarista é possuir uma posição destacada e respeitada na comunidade. Não sei dizer quanto custa os serviços prestados pela Fátima, de forma quinzenal, mas sei que o valor de um serviço de diarista é bastante valorizado. Muito mais que de uma professora, a quem cabe preparar as nossas crianças para mundo, ou então, um brigadiano que, diariamente, arrisca sua vida na defesa de outras tantas. Que coisa!
Não pensem que estou aqui desmerecendo as profissões afinal, todas tem a sua importância. O que quero, é atentar para a triste condição dos nossos professores e professoras que mais uma vez estão num dilema contra o Governo do Estado. O CPERS, amparado em decisão judicial, quer que o Governo cumpra o piso nacional sem mexer no plano de carreira. Por sua vez, o Estado diz que não possui condições financeiras para cumprir a determinação judicial, embora pagar o piso, fez parte das promessas de campanha do governador eleito. Então, qual lado esta certo? Ao meu ver, se colocarmos todos os detalhes na balança, fico do lado da categoria do professorado. Aliás, como um defensor da educação como prioridade, de qualquer forma, me colocaria deste lado. O que não quer dizer que os professores devem ter direito a tudo. Não podemos esquecer, por exemplo, que por aqui o tempo de “férias” escolares passa dos sessenta dias, enquanto a maioria tem “no máximo” a metade disto.
Posição não muito diferente vive a classe Brigadiana. Os nossos policiais também merecem uma atenção melhor dos nossos governantes. Enfim, é chegado a hora de nós cidadãos, exigir uma maior prestação do nosso poder público, mais saúde, educação, segurança e qualidade de vida. Muito mais importante que bem remunerar os nossos políticos é valorizar aqueles que realmente são importantes nas nossas vidas. Senhoras e senhores, quem sabe vamos exigir uma pouco mais de respeito a classe trabalhadora deste país, aos pobres, ao povo, enfim. Este ano temos o poder do voto e este é o único que no fim das contas pode fazer a diferença. Cabe a nós mesmos, cidadãos, decidir, no fim das contas, quem merece mais.

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E o veranico vai se despedindo. Não sem antes deixar a sua marca com mais alguns dias de calor.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Do rodeio e uns fandangos

Nunca fui muito fã de rodeio, embora reconheça sua importância no meio tradicionalista. Tomemos por exemplo o de Vacaria, ocorrido há pouco, que trás “gaúchos e gaúchas” de todas as querências mesmo. A minha falta de integração não é sinônimo de preconceito, apenas, decidi pelear pelo gauchismo com outra arte. Traçando uma semelhança com o fandango, tenho para mim que o rodeio tem a virtude de atrair pessoas que não são adeptas a coisa xucra do Rio Grande. Muitos vão pelo lazer e pelo programa familiar, por isso, não há cidade em que não haja um grande evento hoje em dia: Campo Bom dias atrás, Novo Hamburgo no próximo mês... Esta interação com todo o tipo de público, entretanto, deve ser vista com ressalvas quando as coisas tomam proporções diversas do habitual. Em Santa Catarina, por exemplo, alguns rodeio estão fazendo chamada de atrações da música sertaneja, a menina dos olhos do momento, quando o MTG, explicitamente, coíbe tais circuntâncias.
Sem entrar no mérito de quem tem a razão, prefiro não defender a posição do garantismo do MTG, nem do modismo de alguns CTG’s. Creio que o bem maior é a tradição gaúcha que deve ser preservada. A evolução faz parte do nosso desenvolvimento enquanto sociedade, porém, jamais pode tratar de apagar os fundamentos da nossa origem, nem o orgulho que sempre sentimos dela.
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ESTRÉIA
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Ocorre amanhã nas dependências do CTG Rodeio Serrano, em São Francisco de Paula, a estréia do grande amigo e cantor Volnei Gomes, agora em carreira solo. Com uma trajetória ímpar dentro da música campeira do Rio Grande, Volnei, em conjunto com o Cantando o Rio Grande, certamente dá início a mais uma “campereada” de sucesso. Lamento profundamente não poder estar presente, mas desejo toda a sorte do mundo ao Volnei Gomes e grupo Cantando o Rio Grande, capitaneado pelo meu ‘irmão’ Adriano Claro e pelo grande gaiteiro Kátio.
Baita baile.
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ANIVERSÁRIO
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Por falar em baile, ocorre hoje no CTG Terra Nativa, em Novo Hamburgo, o tradicional baile de aniversário em conjunto do gaiteiro Porca Véia e da grande amiga e colunista Zelita Marina. É a oportunidade para dançar no velho tranco do músico de Lagoa Vermelha que vem acompanhado do grupo musical Cordiona.
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REINAUGURAÇÃO
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Agende para a próxima sexta-feira, 23, o grande baile de reinauguração do CTG Recanto Gaúcho, na Roselândia em Novo Hamburgo, com animação de Os Monarcas e Nardel Silva. Baita baile.

Abraço e bom final de semana a todos.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Fim dos tempos?

Minha doce e amada São Francisco de Paula, aonde nasci a pouco menos de um quarto de século atrás, esta no noticiário nacional. Não por causa de suas belezas naturais, a saber – infindas, mas pelo seu prefeito, Dr. Décio Antônio Colla, que nos últimos dias tem dado inúmeras entrevistas acerca de um possível “fim do mundo”. Segundo o prefeito, em breve tsunamis irão atingir a costa do nosso litoral, ocasionando o fim das nossas praias em virtude de ondas de mais de 120 de altura. Ademais, Colla incita os moradores da cidade a passarem a estocar comida, água e outras utilidades capazes de “garantir” a nossa sobrevivência por algum tempo. Bueno, depois de uma breve explanação dos fatos, sinceramente, não sei bem o que dizer. Mas vamos lá...
Primeiramente, nunca dei muita atenção a este tipo de história, de que o mundo ia acabar e tudo mais. Mesmo esta profecia do povo Maia não me chama muito a atenção. Isso, porque o que se diz mesmo é que o calendário Maia, por um motivo desconhecido, acaba, mas não que o mundo vá tomar o mesmo destino. No entanto, passei a pensar um pouco nisso depois que ouvi a “Profecia do Pampa” (como estão tratando o tema na internet). Conheço pessoalmente o Dr. Colla, já estive na sua casa e participei (ainda que pouco) das suas duas últimas campanhas a prefeito. Colla sempre se mostrou uma pessoa ponderada, com foco no desenvolvimento da cidade e do povo. Afora algumas manifestações de cunho religioso/espiritual, nunca vi o mesmo se posicionando de uma forma “trágica” como esta. O mesmo chega a cogitar que um ‘médium’ deixou Araranguá/SC migrando à São Chico, fins de fugir da catástrofe, e que outras pessoas estavam tomando o mesmo destino.
Quem me acompanha semanalmente por aqui, sabe que sou bastante cético quanto estas bobagens que surgem por aí. Todavia, neste caso específico, passei a pensar nas palavras do prefeito assim que as li no Correio do Povo. Agora, tomou proporções nacionais através do noticiário televisivo. A nossa imaginação vai além quando lembramos das últimas catástrofes naturais que atingiram tanto oriente, quanto ocidente. Depois, se coadunam a realidade local, quando ruas de Novo Hamburgo alagaram de forma repentina, ruas onde isso nunca ocorreu, ou então em Porto Alegre onde isso ainda persiste neste momento. Com toda uma vida ainda pela frente, tendo a pensar que isso tudo não passa de uma baboseira para autopromoção, como li em um comentário de um site. Mas e se for verdade? Afinal, será mesmo o fim dos tempos?
Só o tempo é capaz de nos dar a resposta.
Forte abraço a todos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Que coisa!

A questão é saber se o ano de 2012 está mais parado que os outros ou se a rotina é sempre a mesma, de modo que novos assuntos já não se perfectibilizam como de outrora. Ao abrir as páginas de um jornal ou ao ligarmos o televisor para assistir o noticiários, mas manchetes são sempre as mesmas, enfim. Acho que a nossa sociedade atual passou a se acostumar com as coisas sempre do mesmo jeito. Os programas de domingo na televisão estão cada vez mais repetitivos. Salvo um ou outro, não há nada de novo para ser visto. Que coisa! E aí que me deparo com um dilema neste dia de hoje: qual assunto abordar? Pensei em tratar do polêmico projeto de lei que visa banir da televisão o tal de MMA ou UFC. Confesso que mal sei a diferença, se é que ela existe. Mas eu não assisto este “esporte”. Estaria sendo leviano se criticasse e perspicaz se elogiasse. Tem horas que melhor mesmo é evitar pisar em ovos, ou no campo alheio.
De igual modo, parece que passei a noite inteira correndo, tamanha minha fadiga em forma de ressaca que tenho hoje. Minhas juntas e pernas parecem padecer de algo que as lubrifique, para dar por cabo o ranger dos ossos. Os músculos, bem, parece que eu peguei um velho martelo de amaciar bifes e bati neles sem dó nem piedade. Em suma, estou com o corpo todo estropiado. Pior é que nem sei o porquê. Aí já viu né. Segunda-feira que começa mal é prenúncio de semana trabalhosa. Que coisa!
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Pode até parecer estranho, mas por vezes a corrupção no nosso país ganha ares secundários. Vejam só, que o Ministério do Esporte brasileiro aprovou uma verba de R$ 1 milhão ao neto do ex-piloto Emerson Fittipaldi, em prol do desenvolvimento do garoto no esporte do seu avô. Parece até piada. Pietro Fittipaldi nasceu e mora nos EUA e disputa uma categoria da Nascar, também nos EUA. Porque cargas d’água, então, é o governo brasileiro que patrocina o guri? O automobilismo é um dos esportes mais caros do mundo e até onde eu sei, o vovô Emerson vai muito bem obrigado.
É por isso que nossa participação nas Olimpíadas é sempre de figurante. Que coisa!
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Falando nisso, depois de mais de duas décadas no comando da CBF, Ricardo Teixeira renunciou hoje pela manhã. Vai ser um mudar não mudando, certamente, mas pelo menos deu pra se ter uma ideia de que nada e nem ninguém é para sempre.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Flor do campo

Ontem, foi o dia internacional da mulher. Sei que a postagem deveria ter sido feita no dia correto, não no seguinte, mas aí deparei-me com duas situações controversas: a falta de tempo e a necessidade da postagem em sextas-feira. No fim das contas, o que vale mesmo é a intenção, não é verdade? Pois bem. Fico pensando em como exaltar e enaltecer a importância das mulheres, sem desmerecer muito nós pobres homens, é claro, mas estando focado única e exclusivamente nelas. Que tal um adjetivo definitivo para elas? O problema é acertar o correto. Nem todas são iguais, nem todas pensam do mesmo jeito e, por fim e infelizmente, nem todas merecem elogio. Mas, enfim, em respeito às merecedoras, destacaria um adjetivo: fibra. A mulher, é (redundantemente) uma mulher de fibra. Com o Rio Grande do Sul constando em sua cédula de identidade então, parece que esta condição se propaga, toma maiores proporções. Com todo o respeito às demais.
Nós, músicos, muitas vezes tentando acalentar as mulheres com nossas composições, tendemos a perder o prumo quando a relação que nos envolve passa a ganhar forma dentro do canto. Música sobre a mulher tem que falar só dela, do que nos causa admiração e ternura. Aqui pelo Rio Grande muito já escreveram sobre as mulheres, alguns com galhardia e outros nem tanto. Hoje, destacaria uma composição de Daltro Bertussi, que como herdeiro do legado é conhecedor da causa, digo no sentido de compor e creio que no de mulher também, sendo “Mulher Gaúcha” defendida e transformada em sucesso por Porca Véia. Diz a letra que a mulher gaúcha “és flor do campo” e que seu encanto é que nos fascina. Perfeito! Uma composição simples que, simplesmente, define com pompa o que representa para nós a mulher. Estendendo o elogio às demais, é claro.
Uma flor do campo nos encanta por sua beleza e odor exóticos. Um cheiro puro e instigante que é capaz de levar qualquer homem à loucura. É nessas horas que a mulher toma as rédeas da relação e faz nós de “gato e sapato” (risos). A sequência do verso, “coração bate quando te vejo, sinto desejo, me dá calor”, vem de encontro, ao meu pensar, do momento em que a mulher nos desperta o instinto animal, o amor, a paixão, quiçá, a loucura. A mulher gaúcha ainda com a sua fibra, nos mostra cada vez mais a sua capacidade de autonomia e independência, dando-nos, ao mesmo tempo, uma sensação de diminuição e vontade de estar junto, participando dessa evolução. Afinal, o que seria de nós sem as mulheres? Nada. Nem sequer, aliás, conheceríamos dos bons cheiros da vida, principalmente, do mais puro e exótico: o das flores do campo.

Parabéns a todas nossas mulheres.
Forte abraço e um bom final de semana a todos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Das desilusões

Dizem que às desilusões que se apresentam em nossa vida são coisas da própria vida, com o perdão da redundância. E que também não é coisa singular, mas plural. São as desilusões. Claro que quando a gente nasce não recebe uma cartilha de como se deve enfrentar as ocorrências do tempo. Embora as figuras maternas e paternas, no âmbito do seio familiar, nos dão um belo retrato de como devem ser as coisas, a prática e a vivência parecem ser muito mais ‘embrulhonas’ do que nos ensinam em casa ou até mesmo na escola. As desilusões podem ser amorosas, políticas, profissionais ou da vida mesmo. Ainda que a gente “enxergue”, na prática, somente a primeira e a última opção, a complexidade das relações, seja no âmbito que for, são plenamente causadoras deste “instituto tão presente em nossa vida. Mas o que fazer para superar momentos como este?
Os mais otimistas dizem que devemos deixar os momento felizes e alegres serem “mais fortes”, fazendo com que assim, estas “pequenas” mazelas se tornem diminutas perante à realidade. Contudo, nem todos conseguem agir do mesmo modo. No meu caso, por exemplo, sempre fui meio pessimista quanto a maioria das coisas. Assim, certamente uma desilusão qualquer, tende a superar qualquer bom momento que venha a surgir. Não vou conseguir deixar de pensar no problema até que eu possa resolvê-lo, ou então, que venha a esquecer quando pessoal. Portanto, o otimismo nem sempre é capaz de superar as barreiras da realidade. Muitas vezes, esta é tão mais cruel que qualquer pensamento bom. Não há superação então? Deve haver! O tempo deve ser o melhor remédio. Quem sabe ele possa dar uma resposta mais definitiva, positiva ou não.
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Depois de alguns dias de temperatura um pouco mais amena, seremos surpreendidos por um calor senegalês que se aproxima, com máximas na casa dos 39°C. Ainda que eu já não seja um crítico do verão, pelo menos não como de outrora, isso não quer dizer que eu não ache simplesmente “terrível” o calor que está por vir. Confesso que há muito deixei de gostar do inverno, mas acho que já está na hora do verão encilhar o pingo e se “bandiar” pra outra querência. Afinal, não dá nada, o Rio Grande é grande, mas ele sempre volta.
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Antes que me perguntem, quero deixar claro que minha desilusão ou desilusões, não tem cunho sentimental. Pelo contrário, meu relacionamento amoroso continua firme nos cascos! De resto, já não posso ser tão taxativo.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Pelo "Campo"

Final de semana agitado para o mundo tradicionalista na região. Às voltas de mais uma edição do já reconhecido Rodeio de Campo Bom, temos dois eventos paralelos e igualmente realizados do Parque do Trabalhador Municipal (antigo Parque de Rodeios – CTG Campo Verde), quais sejam, o 10° Bivaque da Poesia e o 11° Acampamento da Canção Nativa, festival já tradicional que este ano reúne nomes como Adair de Freitas, Shana Müller, Robledo Martins e outros, disputando em belo prêmio. Nesse sentido, é de parabenizar a iniciativa da municipalidade de Campo Bom, quem vem trabalhando em prol do desenvolvimento da cultura como um todo durante anos, com um olhar mais dedicado ao nosso tradicionalismo nos últimos anos. O evento geral ainda conta com atrações artísticas, tais como com shows de Leonel Gomez, Paulinho Micharia, Mas Bah! e Ivonir Machado & Novos Garotos.
Esta última atração, aliás, merece uma atenção especial. Desde que deixou o comando dos Garotos de Ouro, Ivonir Machado tem se dedicado a uma carreira mais próxima ao sertanejo do que ao gauchismo propriamente dito. Por isso, a chiadeira no meio tradicionalista foi grande quando foi anunciada a programação do evento. Confesso, sinceramente, que também estranhei um pouco a contratação do Ivonir. Entretanto, sei que o mesmo possui inteiras condições de fazer um espetáculo à moda antiga, relembrando os grandes sucessos de sua carreira, esta galgada pelo cerne puro do gauchismo. É ver pra crer. E por isso, talvez eu compareça ao evento neste sábado. Não só pelo Ivonir, é claro, mas também por ele.
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Volnei Gomes e Grupo Cantando o Rio Grande ainda nem estreou e já promete ser um dos grandes conjuntos gauchescos do Brasil. Amparado por grandes músicos, Volnei trará consigo uma das vozes mais campeiras do Rio Grande, aliada à sua grande experiência atingida pelas passagens por Os Tiranos e João Luiz Corrêa e grupo Campeirismo, principalmente. Quando anunciei aqui, em primeira mão, a carreira solo do Volnei, abstive-me de mencionar o novo grupo a pedido do meu amigo e majestoso guitarreiro Adriano Claro, ante a necessidade de garantir os direitos pela marca. Feito isso, agora é esperar pela volta triunfal de Volnei Gomes e Grupo Cantando o Rio Grande aos palcos. Já é sucesso garantido!
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Depois de quase uma década, para minha alegria Os Mirins voltaram a lançar um trabalho discográfico inédito. “CAMPO ABERTO”, é o título do novo disco do grupo liderado por Albino Manique, o maior de todos, e está sendo lançado pela Gravadora Vertical, de Caxias do Sul. Como bem diz a apresentação da gravadora acerca do disco, “Os Mirins se credenciam para retomar o lugar que sempre foi deles”. O disco está em pré-venda no site da gravadora: www.gravadoravertical.com.br
É disco de primeira, certamente.

Pelo “Campo”, portanto, que vai se criando o nosso gauchismo em 2012.
Forte abraço a todos e bom final de semana.