sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Bacudo e Os Monarcas


Há algumas semanas, tomei conhecimento de mudanças num dos mais tradicionais grupos deste nosso Rio Grande: Os Monarcas. Segundo o compositor e cantor Dionísio Costa, Ivan Vargas e Luiz Carlos Lanfredi estariam deixando o grupo por motivos de saúde, depois de mais de duas décadas de serviços prestados ao grupo de Erechim e a nossa música gaúcha. No mesmo segmento, informara a chegada do grande cantor Jeferson Gamim, o Bacudo, que com sua voz campeira, fatalmente, engrandecerá os estilo e o velho "tranco dos Monarcas".
Dias atrás, no sítio do Grupo, fora anunciado a chegada do Bacudo, oficialmente. Todavia, não há qualquer menção à saída do Ivan e do Lanfredi. Pelo contrário, o próprio Gildinho afirma que Bacudo chega para somar e não para substituir alguém. Enfim, torço para que ambos fiquem, afinal, como bem referi acima, os mesmos já fazem parte do patrimônio do grupo e da nossa musicalidade cultural. Abaixo, transcrevo a nota publicada no sítio do conjunto Os Monarcas:


"Família Os Monarcas terá mais um integrante


Comemorando 40 anos de história e com o lançamento do 2º DVD, o grupo Os Monarcas vive um dos melhores momentos de sua carreira. Para presentear o público, na Semana Farroupilha, o grupo anuncia a chegada de mais um integrante: Jeferson Gamin, o Bacudo, um dos grandes nomes da música tradicionalista gaúcha e responsável pela primeira gravação de sucessos consagrados, como De Chão Batido, Iguaria Campeira e Gritos de Liberdade.

Bacudo deixará o Sinuelo Pampeano, de Santa Catarina, e dividirá a voz principal do grupo Os Monarcas com Ivan Vargas. Gildinho, o porta-voz e líder do grupo, explica que o novo integrante chega para somar.


O perfil do grupo Os Monarcas, ao longo de nossa carreira, tem sido o de incorporar grandes artistas da música gaúcha. Desta forma, Bacudo ingressa em nossa família, sem substituir ninguém, mas para ser mais uma grande voz a divulgar o nosso Rio Grande e levar o nome Os Monarcas a todos os rincões do Brasil, acrescenta Gildinho.


Bacudo iniciará o novo desafio, junto ao grupo Os Monarcas, em outubro, com bailes em Tapejara, Caxias do Sul e Pelotas. Acompanhe as notícias e as novidades de Os Monarcas pela internet acessando o site oficial (www.osmonarcas.com.br), o Twitter (http://twitter.com/osmonarcas) e o Facebook (http://facebook.com/grupoosmonarcas).

Daiana Silva
Assessoria de Imprensa"


Enfim, ganha a nossa música com a chegada do Bacudo a Os Monarcas.

Os fãs agradecem! Sucesso aos músicos!


Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Se eu for votar...

Nem tudo são flores na nova primavera que adentra em nossas vidas. Inicialmente, que a última semana foi totalmente abaixo d’água. Estamos a mercê, pelo visto, de intemperes cada vez mais agudas e estranhas. Primeiro que o inverno este ano sequer deu as caras. Depois, ficou quase um mês sem chover e quando finalmente choveu, resolveu vir tudo de uma vez só. No mais a vida foi seguindo seu curso. No 20 de setembro, estive no Acampamento Farroupilha de Novo Hamburgo. Confesso que melhorou bastante se comparar cinco anos atrás, mas ainda está longe de ser algo que se possa chamar de “organizado”. Já na sexta, peguei o rumo da serra e fui a São Chico rever os patrícios. Por lá tudo meio parado. Nem a política tem empolgado muito. Confesso-lhes que pela primeira vez em anos preferi não ter ido a minha cidade, pois voltei de lá bastante acabrunhado.
***
Ainda não refleti sobre a ida ou não São Francisco de Paula para exercer meu direito de Cidadão, que é votar. Quando tirei meu título em 2003, o maior orgulho se abateu sobre mim eis que, enfim, eu poderia participar efetivamente do desenvolvimento de minha cidade e, por consequência, do meu Estado e país. Hoje, já não tenho o mesmo entusiasmo. Temo até ser leviano em dizer isso, mas tenho para mim que o meu voto já não é o bastante para fazer essa revolução toda. Aos poucos, vou ficando numa situação bastante complicada, uma vez que pareço estar enfileirado ‘naquela’ daqueles que se cansaram de lutar por um país mais justo e já pouco ligam para o que acontece. Isso mostra-se mais evidente quando levo alguns tombos, como por exemplo este aumento das taxas do Detran-RS que o atual governo vem implantando. Do nada, o imposto do meu carro em 2013 vai aumentar cerca de R$ 150,00. Isso claro, se ainda possuir veículo até lá, uma vez que estou vendendo o meu carro por motivos bem mais importantes.
***
Do mesmo modo, nunca se viu no poder legislativo municipal de São Chico pessoas tão despreparadas para nos representar. Atento a isso, chego a conclusão que a culpa da roubalheira toda e desse descaso para com o cidadão de bem é do povo, afinal, é o povo que elege esta gente. Eu já disse isso e ainda faço uma mea culpa, tendo em vista que meu candidato a vereador na última eleição pouco fez no mandado e ainda foi ser secretário de governo. Lá no governo, como secretário, ainda fez menos ainda. O que posso e vou fazer, se eu exercer meu direito ao voto, é não mais votar neste aí. Já decidi meu voto (repetindo: se eu ir votar). Não voto no antigo, pois artigo de museu fora feito para relembrar, matar a saudade e nada mais. Também tenho restrições ao continuísmo exacerbado no poder. Me restaria uma terceira via que já me pareceu um bom futuro para a cidade e ao longo do tempo se mostrou mais do mesmo. Logo, o “Branco” se destaca nesta divisão toda. Mas isso pode mudar até o dia 7 de outubro. Mas é claro, seu eu for votar.
Abraço e boa semana a todos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Os que tem tutano e garra

Quando o General Bento Gonçalves da Silva tomou as rédeas da República Riograndense, depois da proclamação proferida pelo destemido General Antônio de Souza Netto, estava ali estabelecido o principal ato da nossa Revolução Farroupilha. Denota-se que tal fato ocorrera em 11 de Setembro de 1836. Logo, por este aspecto, a data a ser comemorada seria esta e não o 20 de Setembro, quando iniciou-se a Revolução (há, inclusive, discussão nesse sentido). Todavia, penso que o nosso 20 de Setembro já é data calcificada nos ditames de nossa história, haja vista que ali, há cento e setenta e sete anos atrás, ecoava o grito de liberdade, de respeito aos nossos patrícios e a nação do Sul do país. Ali, não se discutia o anseio de alguns, mas sim, de muitos, de uma maioria peleadora que já estava cansada do cabresto que tentavam nos impor. A nossa história é manchada de sangue? Sim. Mas também de suor, lágrima e fundamento. O sangue escorrido foi dos brados combatentes que ousaram se rebelar à tirania imperial. E o resultado da guerra veio forjado pela nossa liberdade.
De lá para cá viemos aos poucos enaltecendo a nossa tradição farrapa. Para os que pensam que somente “ontem” passamos a valorizar o que é nosso, no mínimo é um alienado. Ou, deve viver a história dos outros. Virtude, Gaúchos e Gaúchas, é algo que deve estar impregnado entre nós. Os que andam por aí, de boca em boca, minimizando o que é nosso, sequer sabe o significado de virtude. E aqui, não peço que ninguém passe a utilizar bombacha ou um lenço no pescoço para provar que é gaúcho. Basta saber que não foi à toa que muitos dos nossos pelearam por quase uma década. Se hoje temos o respeito dos de fora, é porque ontem alguém doou sua vida em prol de um objetivo e de um legado que paira em nossas consciências. Senhoras e senhores, que os nossos Farrapos não tenham peleado e morrido em vão.  
Quando digo que até hoje cultivo os ideais separatistas, é porque tenho a certeza de que o nosso povo, por si só, é capaz de conduzir a sua nação. Nós nascemos para viver em liberdade, para cultivarmos a nossa própria cultura e história, eis que sabemos da onde viemos e para onde queremos ir. Hoje, neste dia 20 de Setembro, encho-me de orgulho para dizer que SOU GAÚCHO. Um dia antes e um depois, mantive e manterei o mesmo sentimento. Aqui no Rio Grande, trazemos com altivez e na ponta dos cascos a nossa história de luta. A data de 20 de Setembro é um símbolo de uma história que a cada dia se constrói em cima da peleia de outrora. Serve para relembrarmos Bento, Netto, Corte Real, Garibaldi, Anita, os Lanceiros Negros, eu, você, enfim, nós os Gaúchos que construíram e que constroem essa história. Esses são os GAÚCHOS, povo de brio, valor e essência. São esses os que tem tutano e garra.
 
Viva o Rio Grande e todo o nosso povo.
Que baita orgulho Tchê, ter nascido Gaúcho. Uma marca que nunca se apaga!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

De bombacha também

Os que aqui me acompanham, com certa frequência, sabem que desde sempre defendi que as portas da nossa casa, ou seja, do nosso tradicionalismo, deveriam estar sempre abertas aos desgarrados. Já recebi muitas críticas por isso, mas assim me mantenho. Há a necessidade clara de agregar, de recuperar a nossa musicalidade e sua abrangência, jamais remar no sentido contrário a correnteza. Foi assim com o Luiz Cláudio, Garotos de Ouro e Tchê Barbaridade. Agora, temos mais uma ovelha que volta ao rebanho: Tchê Guri. Precursor do Tchê Music, o grupo de São Leopoldo está disposto a reassumir a condição de protagonista, tendo recuperado a bombacha e a música fandangueira autêntica. Há alguns meses, trouxe para seu “casting” o cantor Zé Leandro, com passagens por Garotos de Ouro e Tchê Barbaridade, que possui um timbre de voz bem apropriado a música da nossa terra. Enfim, retorno montado e batendo o casco.
Para tanto, o Tchê Guri lança um novo disco, o qual trás músicas num tranco gaúcho e bem fandangueiro, que nem de perto chega ao malfadado maxixe. Felizmente. Aliás, diga-se de passagem, sou um pouco suspeito para falar do repertório do novo disco do grupo. Entre as regravações, eles trazem a música que, para mim, é a melhor de todas: “Dia a Dia de Fazenda”. Só por ela, já valeria a pena adquirir o cd. Mas tem mais: “Sul dos Mates” (milongaço do João Luiz Corrêa), “Êra Cavalo” e “Cavalo com Alma de Gaiteiro”. Enfim, um belo repertório, bem gaúcho e com uma pitada da irreverência do início de carreira do grupo.
Enfim, é mais um filho que volta para casa. Novamente, sigo com o pensamento de que quem ganha é a nossa tradição. Há cada dia que passa, mais temos perdido espaço para outras culturas, portanto, retrocesso é querer se imbuir de bairrismo contra nós mesmos. O Tchê Guri tá de volta sim a nossa música autêntica. Prova disso é o seu novo disco que, na sua totalidade, trás músicas com a essência do Rio Grande. Para mim, isso basta. O que passou, passou. De agora em diante é reforçar as trincheiras da música do Rio Grande para conseguir vencer a peleira. Tchê Guri foi mais um que encontrou o caminho de casa e mostra o seu talento tocando música gaúcha. E antes que eu esqueça, de bombacha também!
 

Abraço e boa semana para todos.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Cantor e Campeiro


 
No mês da gauchada, nada mais obrigatório para esse que vos escreve senão falar das coisas da nossa terra e da nossa gente. Felizmente, assuntos tem pairado as rodas galponeiras e motivos não faltarão, ao longo deste mês, para serem abordados por aqui. Para tanto, dividirei os assuntos por interesse distintos, quer sobre a música ou a nossa tradição como um todo. Neste mês, por exemplo, temos ótimos lançamentos na nossa música, dentre os quais destaco o primeiro disco solo do Volnei Gomes. Ex-integrante de grupos como Os Tiranos, Campeirismo e Coração Gaúcho, neste ano corrente o Volnei decidiu dar um novo rumo na sua carreira musical, lançando-se solito (ou quase) junto com seu grupo, o Cantando o Rio Grande. Herdeiro musical legítimo do imortal José Cláudio Machado, Gomes trás uma sensibilidade musical ajustada as lidas campeiras, cantando as coisas da terra como poucos.

Seu primeiro disco, “Cantor e Campeiro”, trás música fandangueira com essência de nativista, brilhantemente desempenhada, por sinal, pela interpretação de Volnei Gomes, além da gaita de Cátio Rodrigues e as cordas magistrais no meu grande amigo Adriano Claro, dois dos músicos, estes, que fazem parte do grupo do cantor. O repertório então, exalta toda a sua trajetória pois trás a pureza de nossa musicalidade de raiz, com vaneiras, chamamés e milongas de fina estampa. Logicamente, não haveria de faltar um bugio, cria de São Chico, terra que Volnei adotou como sendo a sua e a qual representa com orgulho e abastada competência. Das composições, destaco a música título “Cantor e Campeiro”, “O Meu Cavalo Crioulo e Gaiteiro Serrano” (parceria com Léo Ribeiro), “São as Armas Que Conheço” (milongaço de primeira) e “Baile Nativo”; isso, para encurtar e exemplificar. Todo o repertório é de primeiro.

Senhoras e Senhoras, gaúchos e gaúchas, Volnei Gomes – Cantor e Campeiro, é um daqueles discos que não pode faltar na coleção de nenhum de vocês, eis que trata-se de um trabalho que enaltece e trás toda a pureza da música e das coisas do Rio Grande. Valorizar a musicalidade de Volnei Gomes e do grupo Cantando o Rio Grande, é ter a certeza de que, pela voz e o talento destes músicos, a nossa cultura estará sempre preservada. Nessas horas, de mão em produtos como este disco, é que tenho certeza que quem canta o que é nosso, não morrerá jamais.

 

Um dos lançamentos do ano, certamente.

Parabéns Volnei pelo grandioso trabalho. Forte abraço, em especial, ao amigo Adriano Claro.

Sucesso a todos,

Bruno Campeiro  

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A vida é como poesia


Desta vez foi premeditada a minha ausência ontem. Posso, inclusive, ser culpado por isso. Ocorre que a esta altura de minha vida, dada vista a proximidade com o fim da minha graduação, tenho que optar por algumas prioridades e a faculdade tem vencido a briga. Minha querida e amada São Chico tem sofrido as mazelas de minha ausência, creio eu. Aliás, acho que eu tenho sentido mais a saudade. Por vezes, me pego de olhos fechados a refletir sobre as belezas da minha terra, com aquele velho minuano parceiro, cortando o rosto e trazendo um ar puro, com cheiro de campo, de mato, de terra e de serra. Oh coisa boa. Num fim de tarde, arranchado num galpão meia parede de taipa, um mate velho parceiro vai passando de mão em mão, com a gauchada ao pé do fogo de chão vertendo também dali,  uma sapecada de pinhão das buenas. Vejam só que até rimou o meu conto. A vida, afinal é assim, quando pensamos e fazemos coisas que gostamos, soa como poesia.

***

Parece-me que o processo eleitoral parece ganhar ares de realidade, ainda que esteja longe de ser o que já fora outrora. Fazer política antigamente, principalmente em cidades como São Chico, também soava como poesia. Era um ambiente diferenciado, as pessoas pareciam que só respiravam política, nas rodas nas varandas das casas, nos escritórios, na rodoviária, em tudo, só se falava nisso. A expectativa era saber se o favorito ia mesmo confirmar na urna, ou se haveriam “força$ oculta$” capazes de reverter o pleito no último suspiro. Lembro de um vez, creio que em 1992, de um comício que fui no Lajeado Grande, distrito de São Francisco de Paula, com o salão paroquial lotado. Há certa altura do evento, o sistema de som parou de funcionar obrigando os candidatos a falarem gritando suas propostas para o povo. Bons tempo aqueles ou divertidos, ao menos. Hoje em dia, sequer se fazem mais comícios. Subir a um palanque eleitoral, no meio de milhares de pessoas e falar elas era facilidade de poucos. Daí que os comícios eram uma arte. Se fazia política como arte.

***

As vezes tento ser menos nostálgico. Procuro pensar que a realidade hoje é um reflexo dos adventos do novo mundo e que não dá mais para remar contra a maré. Mas até pensar e viver em nostalgia é uma espécie de poesia. Você já viu alguém escrever poesia ou mesmo música falando de algo que ainda não aconteceu? Que existe, existe, mas não é a regra. É dos tempos de outrora que surgem as boas recordações, as saudades e as passagens que já não voltam mais. Ontem, eu estava apenas adentrando na faculdade, como um jovem sonhador. Amanha, ou breve, estarei saindo com um diploma na mão e uma responsabilidade e tanto. Como era bom o tempo de criança em que a responsabilidade se limitava a respeitar os pais e avós, ir bem no colégio e no mais, a farra. Engana-se aquele que acha que a vida não é como a arte. A vida é sim como poesia, com começo, meio e fim. Tem também todo um encantamento recheado de emoções. E como encanta!

 

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Pergunto de novo: Pátria amada?

No último dia da independência, acabei por não dar uma atenção a importância da data, assim fazendo cerca de cinco dias depois. Agora, e por coincidência, o 7 de setembro é numa sexta-feira, que fatalmante já me traria até aqui. Logo abaixo, vou repisar parte do texto que escrevi no ano passado, com base no questionamento do título. Será mesmo que damos valor a nossa Pátria? A meu ver, não. De qualquer sorte, sou uma pessoa totalmente suspeita para falar, haja vista que minha característica é de imparcialidade. Sou um bom Gaúcho, daqueles defendedores da República Riograndense, que embora há bastante tempo extinta, convive no coração e no sentimento cívico de muitos espalhados pelo mundéu afora. Para o Rio Grande a resposta da pergunta é não. Basta ver a diferença do 7 de setembro para o 20 de setembro. Todavia, somos todos brasileiros, ao cabo, de modo que esse dia, então, deve ser comemorado afinal, em que pese todos os nossos problemas, ainda devemos vangloriar a democracia, acima de tudo. 
 
***
 
"Pátria Amada?
 
Percebe-se que não dei muito destaque às festividades da independência do Brasil, para não dizer que apenas mencionei. Considerando, entretanto, que mantenho posicionamento favorável acerca da República Rio Grandense e, portanto, acabo tornando-me um indiferente para as coisas do Brasil (no que tange às comemorações, tão somente), até que mencionar já deve ser considerado louvável. Louvável nestas circunstâncias, logicamente, mas não respeitável. Não, meu posicionamento é indigno. Muito embora eu carregue comigo este ideal separatista, sou brasileiro nato e, dessa forma, deveria respeitar o simbolismo da data. O que me conforta é que há coisas piores. Muito piores, aliás. Senão vejamos:
Assistindo o começo de um telejornal noturno, o último da noite, não fora feita menção alguma acerca dos festejos da pátria. Não bastasse isso, ainda se deu um destaque tamanho a “comemoração” do decênio do ataque às torres gêmeas em Nova York, que um dos apresentadores fora enviado para a cidade. De fato, o problema dos outros é o nosso problema. O que é teu é melhor do que é meu. Vocês sabem o que significa o dia da independência para os norte americanos? Pois é. Semelhante o significado do 20 de Setembro para nós gaúchos. Com menos pompa e glamour é claro. É, pelo que se vê copiamos só o que não presta mesmo."
***
 
O respeito pela Pátria, contudo, passa não só por mim ou por você, mas por todos. Embora não quisessse repetir o tema olimpíadas, não posso deixar de traçar um comparativo com as Paraolimpíadas. Os nossos atletas tem orgulho de estarem em Londres, não só pela superação que almejam e alcançam, como pelo fato de poder dar 'orgulho' para o nosso país. E como retribuímos? muitos de nós nem sabemos que existe paraolimpíadas, ou então que nossas atletas já conquistaram 14 medalhas de ouro, 29 no total. Portanto, o orgulho do nosso país são estes grandes cidadãos, que batalham, superam obstáculos e vencem. Não dão desculpas para o vento ou sei lá o que. Nossos verdadeiros atletas são os que estão em Londres neste momento, e algumas (raras) excessões que participaram das olimpíadas mês passado. E o resto é o resto. Não representam nada na nossa vida e não fazem por merecer o orgulho da Pátria porque, afinal, não fazem o mesmo por ela.
 
Abraço e bom feriado a todos.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mês do Gaúcho

Importante, para a nossa história, termos um mês de comemoração. Tem sido assim, nos últimos anos, uma corrida de toda gauchada para acampamentos, CTG’s e piquetes. Tudo isso mostra que nossa cultura jamais será esquecida e sempre terá força, certo? Não sei. Confesso-lhes que ao mesmo tempo que fico alegre com esta movimentação toda em cima do Mês Farroupilha, preocupa-me o fato destes tradicionalistas efêmeros que possuímos por aí. Sim, aqueles que só se lembram da nossa bombacha nesta época do ano e que, no restante do tempo, pouco ou quase nada contribui com o resgate de nossa cultura. No mais, devemos, de fato, celebrar nossas conquistas bravias, peleadas e legitimamente gaúchas. Também, há de se valorar o fato de que andamos festejando o mês inteiro, não só a semana que antecede o dia 20. Logo, quem sabe, estaremos estendo para uma programação que se inicia tão logo se encerre o mês farroupilha do ano anterior. Mas isso é sonho que, um dia – se o Patrão Velho permitir, se torna realidade.

***

Este mês de setembro será atípico para mim. Confesso-lhes que temo por não conseguir dar conta das postagens habituais por aqui. Aliás, isso até não é incomum para o mês de setembro. A diferença, é que anteriormente o motivo era o excesso de bailes tocados na época, o que não ocorre agora.

Por falar nisso, este é o segundo mês farroupilha seguido que não estarei num palco animando a gauchada. Uma situação atípica para mim, a julgar a última década. Ao mesmo tempo, me dá sobriedade para refletir acerca de uma possível volta e montar um projeto, realmente, interessante e possível. Logo, é provável que este Campeiro que vos escreve volte a cantar e ecoar as coisas deste Rio Grande somente em 2013.

***

A esta altura do ano ainda não nos damos conta de que o fim está próximo. Calma, não estou aqui me referindo a nenhuma profecia em torno do 21/12/2012, mas sim, ao fim do ano mesmo. Parece que num piscar de olhos o ano que parece ter recém começado, já se caminha para o seu final. Poucos se dão conta de que 3/4 do ano já se fundaram. Estamos no último estalo de agonia do ano de 2012. Aliás, dia desses ouvi alguém dizendo que um sinal do fim do mundo é que o tempo andava mais rápido e ninguém tinha notado. O relógio parece andar do mesmo jeito, mas no fundo, ele vem passando os segundos cada vez mais de pressa. Será mesmo? Bom, a verdade eu não sei. Só sei que já estou programando as minhas férias.

Assisti o último Batman neste final de semana. Como esperado, valeu cada R$ investido.

Abraço e boa semana a todos.