segunda-feira, 30 de julho de 2012

Isto é São Chico

Quando as imagens falam mais que as palavras...







Ao meu velho, Dr. Luis Cezar, felicidades por mais um ano de vida.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tempo de Guri

"Tenho saudade do meu tempo de guri
Quando cedinho eu saía pra escola
De calça curta, pé no chão e bem faceiro
Do lado esquerdo pendurado uma sacola
E dentro dela meus livros para estudar
E um bonezinho para poder jogar bola
E na saída com minha namoradinha
Pela estrada eu voltava bem pachola"


Embora o trecho da brilhante música d’Os Mirins não condiz completamente com o que vivi na infância, uma coisa é certo: tenho saudade do meu tempo de guri. Mas afinal, quem não tem? Difícil é achar alguém que não se lembre da infância com carinho e saudade. As longas férias de verão, a despreocupação com as mazelas e dificuldades do dia a dia, enfim, não quero generalizar, mas que a maioria sente falta, a sente. Quando se é criança, sonha-se com a liberdade de ser adulto. Quando se é adulto, lamenta-se a falta da liberdade de ser criança. Não é nostalgia nem rancor, mas sim, uma constatação clara de que a melhor fase da vida é sim a infância e, por mais que tenhamos bons momentos depois, até o dia de partir para outra querência, nada será igual a felicidade de criança, pura e sem constrangimentos. De qualquer sorte, o bom da vida hoje é relembrar. E disso, seguir por diante, tentando ao menos igualar um pouco os tempos bons de outrora, os de guri.

Neste exato momento vos escrevo da sala de casa da vó Frida, nos altos e mais verdes campos dobrados de São Francisco de Paula. Após algumas semanas de intensivo na faculdade, vou curtir uns dias de férias e assim, aproveitando umas horas extras no trabalho, tirei uma folguinha pra enganar este corpo velho, que nem é tão velho assim mas tá aparentando como tal. Por aqui, a vida é diferente, mais pacata (as vezes até demais) e alguns assuntos ganham proporção maior que numa cidade tipo Novo Hamburgo, por exemplo. Nas rodas de charla em frente à rodoviária, no ponto de táxi ou no supermercado o assunto principal, nesta altura do ano, é a política que, assim como nas demais cidades, está surpreendentemente bem parada. Mas não vou escrever da política de São Chico, não se preocupem. Vou mesmo é relembrar, ainda que superficialmente, dos tempos em que nesta época, já estava por aqui curtindo o recesso escolar de inverno. No inverno e verão eu me “bandiava” pra cá, pra rever os avós, familiares e os patrícios. Dos tempos em que o futebol fazia parte da minha vida, noite e dia. Bahh tchê, que saudade!

Hoje o futebol me largou, a gurizada foi cada um para um canto diferente e nos tornamos conhecidos, daqueles que se avistam lá de vez em quando e perguntam como anda a vida. Depois se despedem e seguem cada um para um canto, cada um para a sua vida. Além da visita as vós e a familiares, hoje o que me trás a São Chico também são os negócios. No fim das contas, depois de um tempo a gente se coaduna à realidade da cidade grande e transforma o capitalismo em uma espécie de filosofia de vida. Não deveria ser assim, mas acabamos por nos tornar reféns de algumas coisas meio ingratas. Os negócios, contudo, não vão atrapalhar o meu maior objetivo de estar aqui: o descanso. Vou sim recarregar as baterias, com este friozito macanudo, com o minuano velho assobiando pelas frestas, trazendo consigo o ar mais puro dos verdes campos dobrados da serra. É, tenho saudade do meu tempo de guri. Mas que saudade!

De São Chico de Paula, um forte abraço e bom final de semana a todos.     

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Chasque ligeiro

Bahh! Hoje, se o bagual passou encilhado eu nem vi. E o pior, só me dei conta agora. Como amanhã, terça-feira, estarei durante todo o dia meio que fora do ar, o negócio é tentar trazer alguma coisa agora, ainda que no apagar das luzes da segunda-feira, do que deixar os nobres amigos e amigas sem algo de positivo. Não que hoje eu vá escrever mensagem profética dizendo que o amanhã vai ser melhor. O positivo aqui, no caso específico, é simplesmente o contrário do negativo. E o negativo, bem, o negativo seria deixar esta lacuna no início da última semana completa do mês de julho. Pois é. Não vai muito, semana que vem e já estaremos no pior mês do ano. Mas isso não é assunto para hoje. Futebol? Sem chance! Política? Tá ruim hein, nunca vi uma campanha tão sem graça. Dizer que é porque está no início é balela. Já participei de 'alguma' campanha e sei que quem quer ganhar, faz militância dia e noite desde que o TRE libera a carnificina.

***

Enquanto todos estão em recesso das aulas, quer universitárias (o meu caso) ou escolares, eu sigo em intensivo de inverno aqui da Unisinos. Não posso me queixar afinal, faz parte do meu “último suspiro” para me formar de uma vez. Depois de acompanhar a cerimônia de formatura do Rogerinho, no sábado, então, cheguei a conclusão que, de fato, meu tempo na faculdade já está acabando.

Segue o barco então!

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Muito bonito o Teatro do Sesi, dentro da Fiergs em Porto Alegre. Eu já tinha passado na frente mas entrar mesmo, nunca tinha entrado. Tenho uma predileção pelo teatro. Creio que a cultura do nosso povo seria outra se, ao invés de televisão, investíssemos em publicidade para o teatro. Temos que reaprender a dar valor para coisas que realmente prestam. Para a leitura de um bom livro, para a oitiva de uma boa música (funk às 08h ninguém merece!). E é claro, o teatro. Para isso seria bom investir e estimular o teatro e, logicamente, facilitar o acesso da população à arte. Cem reais num teatro da envergadura do Sesi se paga, afinal, vale cada centavo investido, mas que dói no bolso, a dói.

Não muito diferente está o cinema. Dia desses descobri que podia ir assistir um filme, acompanhado, por “apenas” R$ 12. Isso em razão de que tenho benefício de ser estudante. Mas aí, só de pipoca e refrigerante, ia gastar uns R$ 18. Um absurdo! No total saíria R$ 30 por um cineminha. No fim, tem que fazer como a gurizada: levar de casa ou comprar no supermercado minutos antes.

No Brasil não adianta mesmo, quem manda quer continuar mandando. E assim, difícil será conquistar um povo educado. Povo culto cobra, exige, questiona. No fim, vale aquela máxima: não mexe com quem está quieto!

Abraço e boa semana a todos.


Sucesso Dr. Rogério Faccin!




sexta-feira, 20 de julho de 2012

Canção do Amigo

Ouvi no rádio, hoje pela manhã, que é dia do amigo. Definitivamente, sou péssimo para guardar datas. Já não presto para aniversário e as demais, então, nem se fala. Tinha pensado em falar em outra coisa, mas aí com esta história de "Dia do Amigo", resolvi me bandiar pra este lado. Não tenho muitas pessoas a quem chamo de amigo, meia dúzia - se muito . Amigo é aquele para se guardar do lado esquerdo do peito, como já diz a festejada música. Embora possua muitos conhecidos, por quais nutro certo apreço, por estes ainda não consigo considerar a relação um sentimento. Sim, a amizade é um sentimento. Tal qual o amor ou a saudade. Possui seus requisitos e talicoisa. Muitas músicas falam do amigo ou amizade. Nenhuma, talvez, com tanta emoção tal qual a "Canção do Amigo", do saudoso e inesquecível Rui Biriva. Quisera o Biriva que cantava a alegria, compor uma música tão bonita e emocionante. Fica com a "Canção do Amigo" uma homenagem a todos os amigos e é claro, ao imortal Rui Biriva:


"Canção do Amigo - Rui Biriva



Os amores qual as flores são encantos passageiros


Em chegadas e partidas, mas te digo companheiro amigo á pra toda vida


Todo amor cobra seu preço, brilha mas se despedaça


Beija e deixa cicatrizes, porém as horas felizes o amigo traz de graça



Amizade, amizade, é dom divino da paz


É poesia e violão cantando a mesma canção com duas vozes iguais


São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente


Um amigo é para sempre, um amigo é para sempre



É um duende, é uma fada, é nosso anjo da guarda


A mãe, o pai, o filho, a eterna mão abençoada sempre estendida ao auxílio


Quando mesmo Deus nos falta, mesmo assim está presente


Pois se a gente leva um tombo, o amigo empresta o ombro e chora junto da gente




Amizade, amizade, é dom divino da paz


É poesia e violão cantando a mesma canção com duas vozes iguais


São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente


Um amigo é para sempre, um amigo é para sempre"

 
***
 
Palavras simples, as acima, capazes de dizer tudo!
 
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Há cerca de um ano atrás, quando Dorival Júnior fora contratado para comandar o Sport Club Internacional, publiquei aqui que achava que não era um profissional à altura do Clube. O resultado está aí, com a sua demissão hoje pela manhã. Começa-se do zero mais uma vez!
 
Abraço a todos e um bom final de semana.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Uma nova caminhada

De uns dias pra cá tenho tido a sensação de que perdi alguma coisa. Relendo textos de outros tempos e comparando-os com os de agora, esta estranha sensação parece que se enaltece. Aonde foi que eu deixei a minha felicidade, afinal? Tenho deixado de lado algumas circunstâncias que são preponderantes à vida do ser humano, como a humildade, a alegria, a paz e a amizade. Abandonei tudo e, não, fui abandonado. No fim das contas, fui eu que criei um mundo particular intransponível ao que vier de fora. Sim, eu me afastei. Daí chegar na música foi um pulinho. Eu conduzi a coisa de maneira errada, não enxerguei o óbvio e quando tentei remediar, mais uma vez meti os pés pelas mãos. Resignei-me em ficar todo este tempo de fora, com a desculpa intrínseca de que, a esta altura, música e faculdade não combinavam mais. Nunca deixaram de cominar. Ocorre que, de fato, o tempo me tem sido escasso, mas, é sempre possível encontrar bons momentos para se fazer o que gosta.

***

Mais uma vez, me enxergo pensativo quanto ao futuro, tentando enxergar algo de positivo no passado e no presente. Mesmo assim, fazendo a leitura correta daquilo que fora importante, tendo a achar que, mais uma vez, o meu caminho não cruza por esta estrada que estou seguindo. Voltar? Acho que não. Talvez direcionar o rumo para outro horizonte. Não é uma decisão fácil. Não é fácil explicar para os da volta porque, pouco mais de um ano, tendo a fazer novamente uma escolha: a de partir do zero. Alguns me chamarão de louco, inconseqüente, que não tem destino a minha vida. Outros dirão que certo sou eu, que não satisfeito com o resultado deste caminho tenho coragem para enfrentar um novo e partir para um novo começo. Enfim. Embora esteja muito mais reticente que outrora, muito mais pensativo, tendo a pensar que se meu caminho sequer chegou ao meio, é porque o começo ta muito mais perto do que o final. Assim, há de se respeitar o futuro sem, contudo, temê-lo.

***

Boa hora para tratar de repensar, aí, a minha carreira musical. Não será chegada a hora de voltar? Taí um questionamento que corre paralelo, em autos apartados, juridicamente falando. Voltar para o palco, hoje, foge bastante da relação vontade/oportunidade. Há de se discutir se um novo retorno trará novidades no meio, se ao voltar poderei proporcionar a música e seus admiradores algo novo, de qualidade e gosto apurado. Não posso simplesmente arranchar meia dúzia de parceiros numa mesma idéia e sair por aí a moda bicho. É preciso ter o diferencial. Aí é que entra o tempo mencionado. Será que serei capaz de fazer diferente neste curto espaço de tempo que tenho tido? Confesso-lhes, que não será desta vez que terei uma resposta quanto o meu retorno ao cenário musical. Ademais, embora tenso e preocupado, pareço trilhar novamente um caminho sem volta. Passou-se o tempo em que alguém me pegava pela mão e me levava até o lugar de desejo. Já faz uns dias que me enxerguei adulto. Já faz uns dias que descobri que posso fazer o caminho sozinho. Talvez hoje tenha decidido caminhar com as próprias pernas. E deste hoje, fazer o sempre.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Hoje a FESTA é VERMELHA em NH

Confesso-lhes que desde o início da semana tenho pensado no que escrever hoje. Tudo em razão da produtividade, ou seja, da tentativa de falar de coisas com conteúdo e procedência. Nem sempre é fácil, principalmente quando as movimentações culturais e sociais não estão muito agitadas. Problemas envolvendo o nosso país pipocam por aí, mas, e sempre tem um mas em tudo, hoje é sexta-feira e, como todos sabem, por aqui não se fala de mazelas em véspera de fim de semana. Do mesmo modo, tenho evitado ao máximo de tratar de futebol por aqui. Um, porque este espaço desde sempre assim o fez, aja vista o entendimento de que a cultura gaúcha e os assuntos gerais devessem preponderar neste. Depois, que pelo Rio Grande a rivalidade é muito grande, de modo que as manifestações clubísticas sempre pendem para outro lado. No entanto, nunca escondi aqui que sou colorado. Aliás, sou muito colorado, daqueles de cruz na testa como diz o velho ditado. Assim, hoje abro espaço para uma manifestação cultural ligada ao meu time:

O grande amigo João Carlos Carvalho é o Cônsul do Internacional em Novo Hamburgo. Um colorado incansável quando o assunto é a divulgação do Consulado e do Clube. Tanto é, que tem o reconhecimento da comunidade hamburguense da diretoria do Sport Club Internacional, haja vista que frequentemente, no sítio oficial colorado, temos notícias daqui se expandindo mundo afora. Pois hoje, 13 de julho, o grande João Carlos está promovendo, em nome do consulado do qual faço parte como colaborador, a segunda “Grande Festa Colorada em NH”, com a presença das Taças (Mundial FIFA, Libertadores 2006 e 2010, Copa Sul Americana e Recopa Sul Americana 2007 e 2011), de jogadores que fizeram parte da história gloriosa do Internacional, além de membros do grupo atual e da diretoria. Para animar a festa, a Banda Ataque Colorado, composta por músicos com identificação clubística e com um repertório pra lá de motivador.

Tudo isso ocorrerá nas dependências da Sociedade Ginástica de Hamburgo Velho, a partir das 20h30min, com um jantar especial de primeira. O valor do ingresso é R$ 45,00, que dá direito a janta e toda esta festa que mencionei. Posso lhes garantir que a emoção compensa cada real investido no evento, afinal, nada pode ser maior que a alegria que o nosso colorado nos proporciona constantemente.

Os convites são limitados e eu acredito que nem estejam mais disponíveis, mas, como a esperança é a última que morre, não custa dar uma tenteada. Então vivente, te apruma e liga pro João (51 8177-2526) que ele te dará as coordenadas.



Vais ser uma grande festa em prol do no Inter. É “Vamo, Vamo Inter”! E vamos todo mundo pra festa também. Vai ser imperdível!

Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Santo forte na balança

Deu-se início, na última sexta-feira, mais uma corrida eleitoral no Estado brasileiro. Confesso-lhes que até pensei em tratar do assunto no próprio dia, eis que fatalmente estaria aqui para cumprir a já característica postagem do final de semana. No entanto, já faz algum tempo que venho mostrando descrédito pela política de nosso país, e pelos políticos também, de modo que, a meu ver, não se dá pra ter muita esperança de futuro. Pois bem, mesmo assim, deixar de lado a realidade não deve ser uma atitude a ser tomada, eis que, o que está ruim, tende a ficar pior. O que fazer então? Bueno, diria que temos que tentar minimizar os erros. Votar em branco ou anular o voto não é a idéia a ser tomada. Temos que tentar ver o que foi feito pelo candidato no passado, se de fato trabalha pelo bem da sociedade ou somente para o seu bem próprio. É difícil? Lógico! Mas pior que fazer este estudo de campo, e ver um safado corrupto tomar conta do nosso dinheiro e nos deixar a ver navios, sem aquelas necessidades básicas de praxe.

Afora isso, rezar uma novena e apelar para algum Santo forte é bastante válido. Sempre.

***

Tenho até medo de dizer que o inverno, enfim, chegou, já que da última vez eu cai bonito do tordilho. Que coisa.

Disse aqui, há algum tempo, que o inverno já não mais me cativava como outrora. Deve ser o passar da idade ou outra coisa qualquer. Não abandono minha serra, minha São Chico de Paula, mas aprendi a gostar também do litoral e da boa brisa de Rainha do Mar. Acho que ambas podem conviver bem, cada uma a seu tempo.

De qualquer sorte, o que me basta hoje são as temperaturas mais amenas. Nem oito, nem oitenta. Nem muito calor, nem muito frio. Nem chuvarada, nem seca braba. Enfim, uma questão de balança bem equilibrada.

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Poderia encerrar esta postagem do hoje falando de futebol. No entanto, desta vez, vou me privar de traçar qualquer comentário. Também não vou tratar de política mais afundo, condicionando bons ou maus políticos. Ou então, estipular a política de alguma cidade em específico. Não agora, pelo menos. Do mesmo modo, não vou entrar na cachaça de um candidato de oposição aí, que anda dizendo que o que anda privando os investimentos da municipalidade é o excesso de terceirizações. Pode até ser que seja demais mesmo, contudo, não há como esquecer do sucateamento que assola as Prefeituras da região. Portanto, tem que ter balança e Santo forte.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

"Meio sertanejo é podre"

Quem me conhece sabe que a música gaúcha reina na minha vida, de modo que falta espaço para outras tendências. Não sou adepto a moda "universitária", que nada tem de universitário. O que tem fundamento eu escuto, aquilo que tem raíz e história. Tempos atrás meio que defendi o Michel Teló, mas como músico e não sua música, que fique bem claro. No mais, o que toca meu coração é uma milonga, um bugio, um vaneira, enfim, as coisas que cantam este pago altaneiro.
Isso não quer dizer que eu não observe o que acontece na volta. Por exemplo, dia desses me chamou atenção um título de uma reportagem sobre a música sertaneja (esta tal de universitária). Nela, o cantor Jorge, da dupla Jorge e Matheus, fazia uma crítica a seus pares, da carnificina que está o negócio musical. Sim, a música virou uma questão de negócio, e faz bastante tempo. A qualidade de seus agentes, no Brasil, parece questão de "detalhe a mais". Mais o que me chamou mais atenção, foi que, o que o Jorge falou, é algo que conheço bem aqui na volta. Nada muda. Têm gente querendo fazer concorrência, toca quase de graça, em suma. A entrevista é grande, mas é muito boa. Por isso, trago-a na íntegra, com os devidos créditos. Antes, tratei de escutar alguma coisa da dupla. Até gostei quando fizeram releituras de sucessos de outrora.

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Do sítio do UOL, em 05/07/2012:

“Nosso meio é podre e eu tenho nojo”, diz Jorge sobre o mercado da música sertaneja

Por André Piunti

Mercado

Por que você decidiu falar agora?

A gente chegou a uma situacão insuportável, e acho que é um momento em que alguém precisa falar algo. O mercado nosso é podre, podre. Onde já se viu essa competição que acontece hoje entre duplas, entre escritórios? Nossas carreiras não são um jogo, ninguém tá competindo, ninguém vai ser campeão no fim do ano se fizer mais pontos. As pessoas estão equivocadas. Há uma briga de bastidores hoje entre os escritórios que só atrapalha.

Hoje existem grupos isolados, escritórios que criam rixas com os outros, e isso não leva ninguém a nada. Enquanto você se preocupa demais com o que os outros tão fazendo, você tá deixando de se preocupar com seu trabalho. Eu tô com nojo, disso. Nojo.

O seu escritório também é bastante criticado…

Sem dúvida, e eu incluo o meu nisso. Os escritórios viraram ilhas e os artistas se fecharam em grupinhos. Tá todo mundo esquecendo que nós não somos nada, somos apenas cantores tentando fazer o que a gente mais gosta. A vaidade tá acabando com qualquer coisa boa que ainda restava nesse meio nosso. Se a nossa preocupação principal não for a música, a carreira tá com os dias contados.

Houve alguma passagem específica que te incomodou mais?

É muita coisa, não são acontecimentos isolados. Eu fico puto, por exemplo, com essa cultura do tapinha nas costas. Você recebe a pessoa numa boa no seu camarim, na maior boa vontade, e fica sabendo que ela vive tentando descobrir quanto foi seu último cachê, seu último público, como anda sua carreira… com qual intenção? Onde a pessoa acha que vai chegar com esse comportamento?

Não é um comportamento comum a qualquer mercado?

É diferente. Diferente porque aqui não há concorrência. Uma dupla ganhar menos não quer dizer que eu vou ganhar mais. Uma dupla sumir, não quer dizer que outra vai aparecer. Isso não competição. Não muda nada se fulano ganha mais ou menos que eu. Você me entende? Nós temos mais de 6 mil municípios no Brasil. Tem dupla pra cobrir tudo isso? Não tem, essa visão de concorrência dentro do próprio mercado é o fim. Olha o que eu tenho, olha minha casa, minha vida… você acha que eu tenho que me preocupar se tem um cara ganhando um cachê mais alto que eu? Eu tô errado?

E quem alimenta, quem cria essas intrigas?

São coisas de bastidores. Há uma competição insana entre empresários. Eu não preciso citar nomes pra que as pessoas saibam, todo mundo no meio sabe o que acontece, mas isso precisa acabar. Isso tá estragando a vida de quem tá ali pra trabalhar, de quem vive de música. Me diz, cara, como é que uma pessoa trabalha a semana inteira, às vezes tem um dia só de folga, e consegue perder tempo pensando numa forma de derrubar uma outra dupla? Qual o benefício em ver um evento dar errado? Em geral, as pessoas precisam baixar um pouco a bola e pensar mais na própria carreira.

Critica-se muito os anos 1990, falam que os “Amigos” fechavam o mercado, que só três duplas cuidavam sozinha do mercdo, mas o que se faz hoje é muito pior. É ridículo.

Não é um pouco de romantismo da sua parte achar que um mercado tão grande não vai se comportar como qualquer mercado?

Não, não. Minha visão é realista e atual. Eu vivo isso, eu sei o que eu tô falando. Hoje nós temos 20 grandes contratantes no Brasil, e eles tem aquele menu não muito extenso de artistas que vão fazer as festas mais importantes do país. E tem cara que não sabe aproveitar, agradecer por fazer parte desse grupo seleto, sendo que a gente tem milhões de artistas querendo esses lugares. Cara não aproveita, prefere ficar gastando tempo bolando uma forma de te derrubar.

Toda a situação que você descreveu já te fez pensar em parar em algum momento?

Sim, várias vezes. Já pensei em parar, sumir, ir pra roça e ficar lá. Eu não trabalho pra viver isso, eu não sou obrigado a passar por isso, viver essas situações. O que nos mantém é que há sim relações de amizade muito firmes, pessoas que você quer muito bem e você sabe que é recíproco. Mas no geral, fazemos parte de um meio muito podre.

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Música

A nova linha do mercado sertanejo, que trata música mais como negócio do que como arte, já tem seus resultados negativos?

Sem dúvida. É visível pra todo mundo. Hoje você compra tudo, as pessoas aprenderam isso. Paga o jabá na rádio, compra a matéria, aparece na TV, então qualquer coisa é capaz de aparecer, por isso muita coisa ruim consegue espaço. Mas aparecer e fazer sucesso são coisas diferentes. Você pode estourar uma música ruim, ganhar uns trocados, comprar um carro bom, mas em menos de um ano você já tá de volta à estaca zero por não haver base. Não adianta querer explicar o que é uma carreira de sucesso pra alguém que tá feito louco atrás de um hit.

Eu tô ficando meio grilado com esse lance de história musical. Eu não posso falar de carreira porque eu tenho 7 anos, mas eu posso falar de base, de conhecimento. Hoje tem artista que não conhece de música, não vive música, não tem noção de nada, acha que ser músico é uma profissão que você escolhe da noite pro dia pra ganhar dinheiro.

E isso ilude muita gente, não?

Exatamente, estamos criando uma geração de artistas iludidos. Música é mais dom do que meio de vida, não adianta o cara pensar de repente música pode ser um trabalho como qualquer outro. Eu participo de festival de música desde os 8 anos de idade, e mesmo assim eu não pensava que música seria minha profissão. Essa ideia de artista como negócio, como lançamento de um produto qualquer, sem nenhuma verdade e espontaneidade, só faz criar iludidos que somem na mesma velocidade que aparecem.

E o futuro é ruim, como muito se fala dentro do próprio meio?

De forma alguma. Isso que tá acontecendo musicalmente é passageiro. Vai estourar um aqui, outra ali, mas a música sertaneja não cai, não some. O romantismo vai acabar voltando a ter mais destaque, nos shows a gente percebe a reação quando você canta uma música nova romântica.

Se um cantor novo, com investidor poderoso, te pedisse uma dica do que fazer pra começar, o que você diria?

Sinceramente, eu mandava ele esperar. Calma, deixa essa loucura passar, ela vai passar. Com a música sertaneja, com a música romântica, ninguém acaba. Vai devagar, pensa numa carreira, pensa em repertório, em um trabalho concreto, e deixa a poeira baixar um pouco.

As pessoas se esqueceram completamente que quem escolhe o sucesso é o público. Não é o empresário, o cantor, o escritório ou o dinheiro. É o público. Você pode fazer barulho, reclamar, xingar, gastar dinheiro, mas se as pessoas não gostarem, você não é ninguém, a música não é nada. Você pode ter 5 milhões pra investir e gastar esses 5 milhões sem ter nenhum retorno.

Você já viu um show do Amado Batista? Já foi em um show do Leonardo? Aquilo é a resposta: povo. O sucesso quem escolhe é o povo, é a massa, é o lance da identificação, e isso parece ter sido completamente esquecido. É por isso que no meio você ouve falar de um monte de “sucesso”, mas quando chega na vida real, vê que é tudo mentira. Isso aqui é vida real.

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E aí, o que você pensa das palavras do Jorge? Ele está certo ou não?

Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Coisas que não deveriam acontecer!

O fato ocorrido na última sexta-feira, nas dependências da Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo-RS, expõe não só a vulnerabilidade de segurança do próprio prédio, como também da cidade. E a segurança a que me refiro vai além de furtos ou roubos. Creio eu que no trânsito, motoristas e pedestres também estão expostos, constantemente, a condições de colapso, ainda que de nervos. Na sexta-feira, quando o carro-forte chegou para trazer o dinheiro do pagamento dos funcionários à Prefeitura, os agentes propulsores do delito já se encontravam dentro do prédio, pasmem municiados, inclusive, de metralhadora. Caberia a Guarda Municipal, no mínimo, ter tentado barrar os mesmos ainda fora do prédio, já que é sua a responsabilidade de fazer a segurança do local. Todavia, mais uma vez demonstrou a mesma incompetência e impotência tal qual a de condução do trânsito da cidade. Não raro, algum caos não fora completo em razão da ação da Brigada Militar que, ao tomar conhecimento de um fato gerador, ainda que não fosse de sua alçada, passou a organizar o trânsito.

Assisti a uma cena destas, até mesmo, na rótula em frente a prefeitura. Coube a briosa Brigada Militar dar vazão ao fluxo de veículos já que a Guarda Municipal sequer apareceu. Uma vergonha! Pior é que os Guardas Municipais, uma minoria é verdade, ainda são senhores de si, arrogantes e prepotentes. Uma lástima! Mas isso é a minoria. Sei que lá possuímos grandes agentes que, de fato, estão preocupados com o desenvolvimento da cidade. Mas que casos como o de sexta-feira não podem mais ocorrer, isso não podem. Não devem, aliás!

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Assisto pouquíssimo a programação da televisão aberta, mas isso vocês já sabem já que constantemente menciono por aqui. Ontem a noite estava resolvendo outras pertinências e o televisor estava sintonizado no programa Fantástico, da Globo. Algum momento, que não sei o porquê, prestei atenção no que o apresentador dizia e cheguei a conclusão que estavam eternizando a conquista da Libertadores pelo Corinthians. O problema é que o Corinthians NÃO GANHOU a Libertadores ainda!! Me tapei de nojo e prontamente desliguei a televisão, ainda que nem na minha casa eu estivesse. Mais de hora depois, a televisão novamente fora ligada e, pasmem, continuavam a enaltecer a torcida do Corinthians e tal e coisa!

Senhores, com todo o respeito, mas é impossível não relembrar tempos outrora, quando outros clubes brasileiros disputaram a final da mesma competição e não houve por parte da emissora dedicação sequer parecida. Enfim, mais um motivo para eu torcer pelo Boca Juniors!



Abraço e boa semana a todos.