segunda-feira, 30 de abril de 2012

Chasque de um final de abril

Segunda-feira entre um final de semana e um feriado não é algo muito inspirador. Ainda mais se for o último dia do mês. Se ainda estivesse de perna pra cima em casa (e olha que estou precisando e merecendo) até vai, mas aqui, trabalhando, não há nada que se possa comemorar. Nem mesmo a vitória em um gre-nal. Dizem que futebol, mulher e religião não se discute. Pois é. Isso só vem a corroborar com a minha tese de que meu time não tem treinador e as vitórias paliativas só vem a enaltecer o discurso pífio da direção, ausente, que sequer se dá conta de que não temos um reserva pra zaga e no domingo, lá vem Bolívar. Credo! No mais, ainda que hoje não seja um dos melhores dias, não posso deixar passar alguns tópicos do cotidiano. Que serão tópicos mesmo, afinal, tem coisas que de tão faladas já caem no marasmo e no ridículo:

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Os nobres Ministros do Supremo Tribunal Federal, como previsível, julgaram constitucional na semana que passou o sistema de cotas para negros nas Universidades Públicas do país, quiça privadas também. De agora em diante está deflagrado o preconceito, segundo dizem. Primeiro, aos pobres que freqüentam a mesma sala de aula que os negros, tem as mesmas dificuldades sociais e financeiras e que não terão qualquer benefício. Depois, ao próprios negros que atestarão, ao utilizarem-se do benefício, condição de inferioridade perante aos demais. Por último, certamente terão os radicais que tratarão de lembrar aos negros que eles continuam dependendo de benefícios para “serem alguém” na vida. Uma patifaria, certamente. Mas que vai existir, isso vai.

Sou a favor das cotas, entretanto, acho que a discussão deveria ter sido mais aberta, de forma que a contemplação tivesse mais amplitude. Os pobres de fato (não aqueles que fingem pra ganhar bolsa isso ou bolsa aquilo ou outro benefício qualquer) também deveriam ser agraciados. No fim ganharia todo o país no momento em que a educação, finalmente, teria uma posição de destaque.

Mas é um começo, pelo menos.

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Depois de muitas idas e vindas, parece que a Festa do Pinhão 2012, em São Chico, de fato será realizada. Pelo menos é o que a municipalidade vem prometendo. Tanto que, finalmente, admitiu a realização do show da banda mineira Jota Quest para o dia 16/06, o que este blogueiro já sabia desde janeiro.

Ganha a população de São Chico e o próprio município. Espero que a estrutura deste ano seja condizente à grandeza da festa.

Abraço e bom feriado a todos.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O país da fantasia

É aqui, com certeza. Longe de mim, vir com um pensamento pejorativo. Na verdade é apenas uma conjectura que faço de como o brasileiro enxerga a vida, de certa forma. Pois bem. Aqui, da noite para o dia uma música é capaz de estourar nas “paradas do sucesso”. Ritmos variados, culturas distintas de norte a sul, enfim, os sotaques se misturam e músicos e cantores são agraciados com a “paixão” do público por sua letra e melodia, quiçá o plural disso. E o sucesso que chega de forma abrupta e repentina da mesma forma se vai, às vezes sem seque deixar vestígio. Aí, perdura aquele capaz de se manter, afortunado de capacidade de composição ou até mesmo de sorte, quando um possível sucesso lhe bate a porta, enfileirando mais uma paixonite no povo. A vida de músico, de fato, é bastante difícil. To falando dos músicos das massas, do dia a dia, do salão da igreja do povoado. O músico da mídia, do empresário influente, bem, este tem seu lugar garantido neste mundo da fantasia.

Num contraponto, vou tomar como exemplos os dois maiores grupos deste nosso Rio Grande: Os Monarcas e Os Serranos. Você não os vê com facilidade na televisão. O segundo ainda tem a experiência de ter se apresentado no programa do Faustão, o que não mudou em nada sua forma de agir e se comportar. Retomando, quero chegar no ponto da realidade nossa de cada dia. Os Monarcas e Os Serranos têm cachê hoje na casa dos R$ 20 mil, talvez um pouco mais, quem sabe um pouco menos. Ouço um burburinho aqui, outro ali, questionando o valor cobrado pelos mesmos, “incoerente à realidade dos CTG’s”, como certamente ouvi um patrão comentar. Nobres leitores e leitoras, de fato é incoerente este valor cobrado pelos grupos; por cinco horas de baile sem parada, precedendo uma longa viajem de ônibus com o mesmo caminho de volta após? Vocês acham mesmo?

Enquanto Os Monarcas e Os Serranos a esta altura do dia devem estar no alto de sua jornada estradeira, algum outro artista qualquer, com cachê bem maior, qualidade certamente inferior e um show de 1h30min (quando isso) pela frente, espera descansando num hotel até chegar a hora de rumar ao aeroporto para tomar o avião que lhe conduzirá ao seu “espetáculo”. Este é o mundo da fantasia que lhes falo, próprio do nosso Brasil varonil. Às vezes, não é preciso nem talento basta a sorte. Ou o dinheiro, quem sabe... Enquanto isso, Os Monarcas e Os Serranos seguem sua luta diária, por amor a música e o gauchismo. Com os pés no chão, a sapiência da realidade e o mais importante: a essência do Rio Grande. Daqui, poucos fizeram e farão sucesso por lá, afinal, é uma questão de princípio, de bairrismo ou como queiram rotular. No fim das contas, é melhor ser índio pobre a se vender por um punhado de moedas marcadas. E a fantasia? Muitos fantasiam até que um dia acordam. Aí? Bom, aí já é outra história.

Um fraterno abraço ao grande Valmir Sauer, o Xirú! Um baita gaiteiro e um grande amigo, que por alguns anos dividiu o palco comigo e jamais deixou de manter a consideração por mim. Bah tchê, me segurei de emoção com aquele teu abraço sincero no Rodeio de Novo Hamburgo.

Um bom final de semana a todos.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Despropósito que envergonha

Na corrida, peguei uma notícia pelo rádio e fiquei até meio incrédulo, tanto que nem dei muita bola. Aí, lendo o Blog do meu amigo e grande escritor e poeta Léo Ribeiro, a saber um dos melhores blogs que falam das coisas do Rio Grande, compreendi a importância e a extensão da notícia. Senhoras e senhores, nobres leitores deste humilde espaço, o município de Bento Gonçalves, uma bela cidade na serra gaúcha - pertencente à Rota dos Vinhedos – resolveu agraciar o cantor Gabriel, o Pensador, com a honraria de patrono de sua 27ª Feira do Livro. Sei que assim como eu, vocês devem estar achando tal notícia estranha, afinal, alguém conhece algum livro escrito pelo cantor? Pois é, parece que felizmente ele escreveu. Imagine ser patrono de feira do livro sem nunca ter escrito uma linha sequer? Pois é, mas no Brasil isso, infelizmente, acontece. Enfim...

O despropósito, entretanto, não é a qualidade literal do cantor, mas sim, o ônus que esta “honraria” vai custar: R$ 170.000,00 (cento e setenta mil reais). Esse é o valor do cachê que Gabriel, o Pensador vai receber pra vir até Bento. Fico imaginando se o cantor está com esta bola toda mesmo? Será que se fosse fazer um show cobraria isso? Pelo jeito, deve estar muito requisitado, já que está ganhando mais que sertanejo estourado. Quando este tipo de coisa acontece lá no nordeste, ou em qualquer outro lugar, logo nós, por aqui, dissemos: ou eles são muito pobres de cultura ou tem esquema. E agora, quando a coisa acontece em uma cidade patrícia, dizemos o que? O que pensar eu não sei, mas o que sentir sim: vergonha! Vergonha pelos nossos grandes escritores que aqui temos e que certamente iriam até Bento somente pelos gastos de deslocamento e hospedagem, ou até mesmo de graça, afinal, como valorar o orgulho que é ser homenageado?

O amigo Léo Ribeiro, que tantos serviços vem prestando a nossa tradição, sintetizou e intitulou bem o seu pensamento e posicionamento: “Despropósito Cultural”. A municipalidade de Bento Gonçalves, repisa-se, um bela cidade na serra gaúcha, simplesmente apunha-la todo o bom senso que se deve ter acerca da literatura brasileira, tão rica e prestigiada mundo afora. O despropósito começa em convidar um artista que, pelo menos em termos de literatura, em nada contribuiu com o desenvolvimento cultural do país; depois, pagar um cachê deste porte ao que deveria ser honorífico, afinal, é uma honraria ser patrono de uma Feira do Livro. E pensar que toquei algum baile de graça e que daria tudo para defender uma composição no Ronco, na minha terra, tudo em nome da nossa tradição e desse gauchismo que tanto me orgulha. Eu respondo a pergunta supra: digo que é uma vergonha! Bento Gonçalves está envergonhando o nosso povo, pensando que aqui é uma terra de bobos. Mas que despropósito, hein? Uma barbaridade!



Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Feito comichão

Por alguns anos vivi bailando pelo Rio Grande afora. Não necessariamente num salão dançando, mas sim, nos palcos cantando. Ainda que dançar seja um esporte em que eu me saia relativamente bem, é o canto que sempre me cativou. Relembro com saudade e nostalgia dos tantos finais de semana que abandonei o conforto do lar e os braços macios da prenda, para subir no palco e cantar as coisas do nosso pago. Ao meu lado, tantos parceiros dignos da jornada, músicos de qualidade e personalidade únicas. Aí, veio um dos tantos percalços da vida e o palco eu deixei. Lá se vão mais de 10 (dez meses) desta minha “briga” com as escadas. Sim, deve ser isso que me impede de subir de novo num palco pra fazer aquilo que gosto e que sei fazer. Se não é, por favor, alguém me acode e me faz acordar ou quem sabe abrir os olhos, que seja.
Confesso-lhes que achei que “aguentar” esta distância seria mais fácil. Inclusive, cheguei a anunciar a alguns patrícios o fim de minha carreira. Aliás, pensando bem, acho que nunca tratei do assunto como um fim, mas sim, um até breve. Portanto, cheguei a anunciar a alguns patrícios meu “até breve” dos palcos. Os últimos dias, contudo, tem me tomado por um sentimento que, sequer, sei explicar. É como se uma comichão tomasse conta do meu corpo véio (que nem é tão velho assim – risos), de forma incessante e contumaz. Que coisa! O resultado, assim como a ação a ser tomada, para piorar, são desconhecidos por mim. Não sei o que fazer! Voltar? Quem sabe seria uma boa mesmo. Mas e todo o resto que serviram de embasamento para esta distância até aqui?
Enfim, nobres e perspicazes leitores, eis que o dilema encontra-se postado! Quem vai ganhar esta luta, afinal: a vontade e o desejo de voltar ou a necessidade de me formar na faculdade rapidamente? Será que não é possível chegar num denominador comum? Não será o meu estudo do direito capaz de encontrar a ponderação através da balança da justiça? Vocês devem estar perguntando: mas que justiça? A da vida! Porque será que a vida é feita de escolhas? De perguntas? Pois é, e além de tudo não sei responder. O que sei é que parece que a música anda me chamando, pedindo o meu retorno, comichando de saudade dentro de mim. E como comicha!

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Fim de semana tem rodeio em Novo Hamburgo, no Parque do Trabalhador. Destaque para o grande show de Walther Morais, amanhã, precedendo baile com o grupo Eco do Pampa.

Forte abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A amizade favorece

Para evitar tautologia, e antes que realmente reste confirmada a minha ausência nos dias de postagem previamente determinados, utilizo-me do pequeno espaço que tenho de almoço, ou que deveria, para escrever rapidamente um texto digno da leitura de vocês, meus nobres leitores e leitoras. Nem sempre é fácil, principalmente, quando de uma hora para outra surge um compromisso inadiável, capaz de me obrigar a esquecer de todo o resto. Menos de vocês, é claro. Nos últimos tempos, tenho reparado que esta situação tem se repetido constantemente. Já não adianta mais me programar com antecedência, haja vista que tal compromisso tem grandes chances de não ser cumprido. Que coisa. Da vida? Talvez. Diria que é da vida que eu escolhi para mim, agitada, por certo. Mas seguimos por diante.
Ao longo da semana que passou, fiquei a pensar como se faz para conquistar um amigo, e ainda, quando a pessoa passa a ser considerada como amigo. De festa, a maioria é. Bahh, parceiro de baile eu encontro a qualquer hora, contudo, basta pedir qualquer favor, ainda que singelo, e essa amizade cessa rapidinho. Que coisa! Dessa forma, creio ser nos momentos de dificuldade que descobrimos quem, de fato, nutre por nós estima capaz de conduzi-lo para dentro de nosso problema. Sei que não dá para generalizar, tem momentos e momentos, mas, com o passar do tempo dá pra se ter, sim, um bom juízo de valor sobre cada pessoa. Quando a questão envolve justiça então... Se é a do trabalho, mais ainda, afinal, quem testemunha contra empregador? Um exemplo, é claro. E as coisas na vida são assim. É com o passar do tempo que a gente vai aprendendo a conhecer o outro e saber até onde vai a sua amizade e lealdade. Na maioria das vezes, o tombo é tão grande...
Na última sexta-feira, tive um exemplo de amizade que, de fato, me deixou bastante alegre. Sei que daqui pra frente a coisa pode mudar e que, amizades da infância, geralmente, são sempre mais duradouras e verdadeiras. Mas é possível sim, dar um voto de confiança. Não costumo me enganar facilmente com as pessoas e por isso, sei quando devo chamá-las de amigo ou amiga. No mais, me mantenho obsoleto ante as possíveis (e desta vez, claras) decepções. Não agirei da mesma forma, até porque, não é de minha índole; mas, pensarei duas vezes antes de estender minha mão, de corpo e alma, novamente. Não quero transparecer qualquer mesquinhez, mas as pessoas tem que aprender que nada cai do céu e que a justiça foi feita para ambos os lados, seja boa ou ruim. Quer o peixe? Aprende a pescar! No mais, que prevaleça este sentimento de felicitação da minha parte, pois, de fato, o princípio da amizade me favorece!

Abraço aos amigos e uma boa semana a todos.

sábado, 14 de abril de 2012

Chasque à galope

Parece até repeteco, mas desta vez a minha ausência na sexta-feira não foi motivada por nada especial, a não ser o dia intenso que começou com entrega de trabalho na faculdade, visita a dois tribunais, volta a faculdade para uma prova e termino da noite em uma pizzaria, festejando os 13 anos do Arthur. Enfim, dia cheio. Sei que não justifica, mas imprevistos e situações diferenciadas sempre ocorre, de modo que desta vez, e espero que apenas esta, dou um desconto para mim mesmo e estou me auto perdoo. No mais, seguimos por diante, neste dia chuvoso, típico de outono e prenúncio de mais um inverno que não tarda muito a chegar. Coisas da vida, como sempre.
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Como hoje é sábado, independente do marasmo de ter que ficar em casa para não ficar parecendo um pinto molhado pela rua, o melhor a fazer é um chasque à galope:
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Grande perda para o futebol e para o rádio gaúcho. Assim é que se pode definir a morte do “Mestre” Cláudio Cabral, que nos últimos anos figurava o quadro da Rádio Bandeirantes de Porto Alegre e que na década de 1970 emprestou, com bastante qualidade, seu conhecimento futebolístico ao Sport Club Internacional. Nossa solidariedade a família.
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Hoje é noite para conferir um belo show do bageense Lisandro Amaral, na Sociedade Gaúcha de Lomba Grande. Um canto de fundamento que presa, além de tudo, o canto apaixonado.
Baita programa pra um sábado a noite.
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Está previsto para o mês de maio o lançamento do segundo DVD do grupo Os Tiranos. Gravado no Sítio Novo, em Joinvile/SC, este novo trabalho certamente será mais um grande sucesso do conjunto de São Chico.
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Amanhã, domingo, é dia de subir a serra e ir festeja junto como a Dona Neuza, minha avó, afinal, não é todo dia que se faz 70 outonos. Parabéns!

Um abraço a todos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os que mandam

Ala pucha que o baio resolveu pregar uma peça hoje, mas, pelo menos deu tempo de aparecer (risos). Hoje é feriado em Novo Hamburgo, assim, resolvi dar uma esticada na minha estada por São Chico, afinal, já fazia um tempo que não me achicava por lá. Como ia dizendo, hoje é feriado em Novo Hamburgo. Emprestado, haja vista que o dia do município fora mesmo na última quinta-feira, 05. Todavia, fazer o feriado no dia real certamente acarretaria numa hecatombe ao comércio, ante a véspera da Sexta-feira Santa e dos festejos de Páscoa. Algo que fatalmente seria responsável por um prejuízo de proporções épicas, tal, que o Prefeito resolveu que o feriado poderia ser transferido, até porque, o que significa uma data histórica, não é verdade? Salvai-vos os ovos de páscoa dos herdeiros dos comerciantes, tão assolados pela queda “vertiginosa” das vendas... Convenhamos! Até que ponto chegamos! De fato, o que reina hoje em dia é o poder do capitalismo. História, fé e tradição já não movem mais montanhas.
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Não gosto muito de reprisar assunto já batidos e debatidos, contudo, ouso dizer que o clamor popular supera qualquer interesse pessoal. Fatalmente, a Colheita da Macela, evento histórico da minha querida São Chico, está com o seus dias contados. Não há qualquer retorno turístico e financeiro ao município. A cidade, na verdade, clama pela ordem em prol da desordem e da baderna. Não é mais possível tamanha “chinelagem” tal qual a protagonizada por moços e moças alcoolizados e transformados pelo barulho infernal de veículos, lado a lado, com algo que, de longe, pode ser confundido com música.
Uma pena que um evento voltado aos motociclistas tenha tido lamentável fim. Uma cidade com vocação turística tem que investir no que lhe propicia um retorno. Precisa-se de bons restaurantes, confeitarias, cafés, hospedagem, cultura e contrapartida infraestrutural do poder público. Baderna e chinelagem acabou. Fiasqueira, diria mais.
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Alguns dias de descanso fazem muito bem à saúde. Diria até que merecia mais, mas, quem disse que tenho direito de merecer alguma coisa ultimamente? As vezes é um caso de “quem manda”, outras de “os que mandam”. Quem manda não me daria um período de férias e os que mandam são a rotina e a realidade que dizem que é preciso me esforçar um pouco mais para, finalmente, atingir o meu objetivo. O resto será consequência. Isso, é claro, se o mundo não acabar antes (risos) ou então se eu não pirar na batatinha (risos, novamente). Diz a Mariana que a segunda opção é bem provável. Pobre de mim, um incompreendido! Mas não dá nada, o Rio Grande é grande. Sigo na peleia e o pingo baio vai juntito comigo. Foi difícil, mas consegui manear ele pelo campo. E dê-lhe boca estrada fora.

Abraço e boa semana a todos.

sábado, 7 de abril de 2012

Festa e tradição

Há quatro anos, eu dava início aos trabalhos deste blogue. No início o fiz como alternativa a mantença do meu gosto de escrever, haja vista que pouco tempo antes tinha se encerrado o blog do Alma de Campo junto com o grupo. De lá pra cá, tenho procurado manter atualizado as coisas do Rio Grande, a charla, a música e a poesia. Alguns percalços é claro que existem, afinal, nem tudo na vida é feito como a gente quer. Entretanto, ouso dizer que no geral o BLOG DO CAMPEIRO tem atingido o seu objetivo, que muito além de informar, tem o papel de se posicionar acerca dos temos que direcionam o nosso cotidiano. Felizmente, o retorno é bastante positivo quando sei que leitores cativos me acompanham todas segundas e sextas-feira. Por isso, fica explicada a postagem no sábado: é dia de festa!
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Depois de 4 anos, voltei a acompanhar um evento que já se transformou em marca registrada de São Chico: a Colheita da Macela. Durante os últimos anos, milhares de motociclistas utilizavam-se da quinta-feira Santa para se reunirem em prol desta pratica milenar em torno dos benefícios da erva medicinal. Todavia, o que assisti desta vez de longe lembra a tradição da festa. O evento mais parece um campeonato de som, com carros lado a lado onde os donos querem se aparecer, moças seminuas apesar do frio (dizem que já estavam nuas com o passar da festa), bebedeiras e muita confusão. Ouvi na manhã de ontem, da boca de um policial militar, que a confusão era generalizada fazendo com que o Hospital de Caridade virasse o destino de muitos jovens embriagados e machucados.
Ou seja, toda a tradição da Colheita da Macela que dava ensejo aos fundamentos da sexta-feira Santa já não existe mais. Logo, o evento deixa de ser necessário. Lamentavelmente, São Chico perdeu mais uma bela oportunidade de maximizar seu potencial turístico. Tradição? Não, perdição.
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Para uma postagem de festa, esta está bastante polêmica. Contudo, não há como fugir da realidade e assim, vamos em frente. Ontem, sexta-feira Santa, ouvi um Padre explicando o porquê de o peixe ser o principal prato da data. Em suma, deu a entender que isso se devia, visto se tratar de uma “iguaria” de fácil acesso aos pobres, por ser mais barato que a carne vermelha. Bom, se isso é verdade então já podemos repensar a tradição. Fiquei apavorado com o preço do quilo do pescado em nossos supermercados. Peixes de média qualidade estão mais caros que carnes seminobres, tipo alcatra. Ou seja, no fim das contas o que manda mesmo é o comércio. Não a religião ou a tradição.
Sigo em São Chico respirando o ar mais puro, nos campos mais verdes. Oh coisa boa!

Forte abraço a todos e um bom final de semana.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Direito pelo Direito

Ao longo do desenvolvimento da nossa sociedade, mais precisamente após a proclamação da República Federativa do Brasil, passamos a buscar fundamentos sociais capazes de realmente garantirem o verdadeiro Estado Democrático de Direito. Com alguns retrocessos, mediano na Era Vargas e acentuado dentro da ditadura, desde a Carta Magna de 1988 estamos vivendo momentos de transição. A tão sonhada democracia mostrou-se altiva dentro da campanha das “Diretas Já” e do “impeachment” do Presidente Collor (embora o mesmo tenha renunciado), porém, nos últimos tempos tem perdido força ao se concentrar tão somente no processo eleitoral a cada dois anos. Temos sim o processo eleitoral mais democrático e organizado do mundo. Tal condição, contudo, não é suficiente para garantir um Estado menos desigual e corrupto. A democracia deve ser muito mais abrangente e atuante, pois está ligada diretamente na condição de cada cidadão em exercer seus direitos e garantias fundamentais.
Momentos oportunos, entretanto, existem sim, quando a democracia realmente exerce o seu verdadeiro papel: de protagonista. Na última terça-feira, durante a Aula Magna da faculdade de Direito da Unisinos, esta proferida pelo Sr. Reitor Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, os alunos do Centro Acadêmico de Direito, que nos representam perante a instituição, haja vista que o Diretório Central fora destituído há quase dois anos, proferiram um manifestação respeitosa acerca do constante aumento das mensalidades, com a campanha “Somos Infinitas Mensalidades”; bem como acerca da melhoria das condições das salas de aula e de ensino. Repassada a palavra ao senhor Reitor, o representante do CAED, então, pediu um aparte ao mesmo para que houvesse uma manifestação mais clara e objetiva do movimento. Num gesto de grandeza e defesa explícita da democracia, o Reitor não só concedeu o aparte como ouviu atentamente a manifestação do colega Lucas Fogaça.
Embora não tenha respondido aos questionamentos de Fogaça, o Pe. Aquino demonstrou em um gesto de grandeza ser um defensor claro da Democracia. A Democracia é um dos principais fundamentos do nosso ordenamento jurídico. É a forma com que nós, cidadãos, possamos exercer o Direito de ter Direito. É a capacidade de viver em harmonia numa sociedade onde, objetivamente, possuímos o poder da escolha e de interferência naquilo que realmente deve ser feito. Se haverá resultado, bom, aí dependerá da condição da atuação do povo em prol deste seu direito à Democracia. A Democracia é o poder que a população tem em suas mãos em prol de dias melhores. É ela que dá ensejo a tudo que realmente temos e merecemos. Na última terça, enfim, pude ver uma nova manifestação democrática pura, ao vivo e atual; dentro do ambiente universitário que sempre foi pioneiro em questões desta envergadura, mas que calou-se em prol de ações dos últimos governos. O que eu vi na última semana foi um ato de esperança democrática. É o Direito pelo Direito, certamente, e que um dia há de triunfar.

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Abraço e boa semana a todos.