terça-feira, 31 de maio de 2011

Coisas da Serra

E começa amanhã o mês de junho, representante único da divisão do ano, afinal, trata-se da metade. Algumas coisas já vem acontecendo, outras ainda estão para acontecer. Todo ano é assim, mas algumas coisas sempre marcam mais que as outras. Podemos considerar que este ano até agora está sendo hilário. Afinal, tem cantor de funk (ou algo inútil quanto) pregando a regeneração através da palavra de Deus cantada, político com conduta totalmente discutível, dizendo acreditar na integridade de outro (também controverso), milicos transformando o nosso hino nacional em funk e palhaço assumindo assento no Congresso... Enfim, um bom ano (risos). De qualquer forma, a partir de amanhã surge a oportunidade de fazer uma segunda metade diferente para o corrente ano. Ou se pode fingir que vivemos num mundo maravilhoso, afinal abrir os olhos para a realidade não vai tornar-nos pessoas melhores. Tem sido assim nos últimos tempos, pelo menos. Por falar em pelo menos, pelo menos a gasolina já baixou um pouco nas bombas. Já há esperança de deixar de respirar por aparelhos. Ahh a esperança...
***
_
No dia seguinte a amanhã, dia dois melhor dizendo, a senhora minha mãe estará de aniversário. Como mãe é sagrada, eu não poderia deixar passar em branco esta data tão importante, ainda que um pouco adiantado. Portanto, parabéns mãe, muitas felicidades, saúde, enfim, Feliz Aniversário.
***
_
A prova de que este blog é um “canhão da notícia” é o fato de que poucos dias depois a denúncia mencionada acerca da “cratera” existente na rua atrás do Colégio 25 de Julho em Novo Hamburgo, o buraco foi finalmente fechado. E o serviço parece ter ficado bom, pasmem. Está certo, melhor é esperar pelo menos mais um mês antes de ficar elogiando. No mais, continua este blog atento as constantes obras que estão sendo realizadas na dita “Capital do Calçado”.
***
_
Por falar em “Capital do Calçado”, na última sexta-feira tive a infelicidade de de passar em frente a um conhecido centro de eventos existentes na cidade, onde ocorria um show nacional. Nada contra ao show, afinal é louvável termo ocorrências deste tipo na cidade, mas sim a organização acerca do mesmo. Acreditem, não foi nada fácil atravessar poucos metros da referida rua para seguir o meu caminho. Sim, eu realmente não precisava ter passado por lá, porém, como todos sabem, a rua mesmo com a ocorrência de um show nacional continua sendo pública. Não acham? Não né? É devo estar sendo um chato de galocha mesmo. Acho que é o branco dos meus cabelos que aliás, ficarão mais brancos daqui alguns dias. Ficarei cada vez mais chato? Não sei, só o tempo dirá. Eis o tempo meus caros e minhas caras.
***
_
Fiquei muito feliz pelo fato do amigo José Claro, o Zézinho, ter vencido a 20ª edição do Ronco do Bugio. Com a composição Coisas da Serra, parceria com o grande Dionísio Costa, Zézinho de certa forma leva novamente o nome de São Chico para o ponto mais alto do palco, dado a sua forte ligação com a terra.
_
Parabéns amigo Zézinho.
_
Forte abraço.

sábado, 28 de maio de 2011

Resgatando origens

Neste exato momento, Elton Saldanha canta seus sucessos ao público que acompanha a segunda noite do 20º Ronco do Bugio, dentro da programação da 15ª Festa do Pinhão em São Francisco de Paula. Ainda que eu não esteja lá acompanhando, por motivos diversos, mantenho-me a par do que ocorre na edição deste ano do festival. Pode ser que muitos não saibam, mas os saudosos Leonardo, Edson Otto e Rui Biriva já venceram o Ronco. Não, este não é mais um texto nostálgico. Leonardo venceu a primeira edição, Otto a décima e Biriva, ainda que muitos não saibam, venceu a oitava edição defendendo a música “Briga de Bugia”, composição do mesmo Elton Saldanha que faz o show neste momento. Foram outros tempos sim, mas uma coisa persiste: o poder da interpretação. Não raro, a música vencedora também angaria o melhor intérprete. Podemos estar diante de uma composição preciosa, porém, se a mesma não for interpretada de forma clara e emotiva, de nada adianta o brilhantismo da letra e melodia. São pontos cruciais que devem estar sendo analisados, junto com outros importantes, pelos competentes jurados que estão acompanhando a evolução do Festival. Lá em São Chico de Paula, onde o Bugio é monarca soberano, e o povo neste momento se aquece batendo palmas para o talento de Elton Saldanha.
***
_
Temos sorte de no Rio Grande terem nascido grandes intérpretes, tais como Luiz Menezes, Cesar Passarinho e José Cláudio Machado. Este último, ao meu ver, o maior de todos. Quem já viu o Zé Cláudio cantando ao vivo, provávelmente concordará comigo. Os festivais do nosso estado não servem apenas para divulgar a música gaúcha, mas também para ensejar o surgimento de novos talentos. E serão estes que continuarão firmes na peleia, defendendo o que é nosso. Assim, é preciso resgatar o verdadeiro fundamento dos festivais, qual seja: o de renovar. O resgate de nossas origens passa por uma revisão de fundamentos. Afinal, porque os festivais perderam sua força de outrora? Porque sempre os mesmos figuram entre os vencedores? Se as respostas talvez não sejam respondidas com tanta facilidade, servem de embasamento para minha ausência no processo de seleção e por que não, em uma das cadeiras como telespectador. É preciso resgatar as origens para continuar cantando o Rio Grande com motivação. Ano que vem quem sabe eu esteja lá. Quem sabe sentado em uma cadeira. Quem sabe em cima do palco. Quem sabe...
***
_
Na tarde de hoje, nas dependências da “Estância Modelo” em Lomba Grande, o grupo Fandangueiro realizou sessão de fotos para o novo material publicitário 2011/2012. Um trabalho dedicado as coisas do campo, de muito bom gosto certamente. Se for possível, e permitido, prometo trazer em primeira mão alguma das fotos que foram tiradas hoje. Quem não conhece Lomba Grande além da Sociedade Gaúcha, certamente é órfão do verdadeiro fundamento da localidade: o campo. Cheiro de campo, costelão na brasa e o grupo Fandangueiro. Mistura de sucesso, certamente!

Abraço a todos e um bom domingo.

_

PS.: Por motivos ainda não exclarecidos, Elton Saldanha deixou de fazer parte do Júri do Ronco do Bugio, bem como não fez o show referido acima. Coisas que acontecem só em São Chico...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Eu não sou Madre Teresa

Coincidência ou não, no sábado a tarde assisti uma palestra sobre tráfico de drogas ministrada por um Juiz de Direito que atuou em uma das Varas Criminais da nossa Capital. Digo isso, porque ele mencionou uma coisa que a muito tempo eu já imaginava assim funcionar: traficantes investem fortemente em farmácias afim de limparem o dinheiro do tráfico. Na rede hoteleira também. Quem conserva um pouco a memória, há de lembrar-se da quantidade de farmácias que tínhamos até bem pouco tempo atrás e a que temos agora. No final da década de 1990, existia duas redes a nível de estado, hoje, são dezenas. Em São Chico, quando eu ainda lá morava, havia três farmácias, bem menos que a quantidade de hoje. Deixo bem claro que isso não quer dizer que todas as farmácias que existem hoje são originárias do tráfico. O fato é apenas exemplificativo. O ponto que quero chegar é na realidade da nossa sociedade hoje: estamos cada vez mais doentes ou consumindo mais remédios? Ainda que o primeiro questionamento deva ser considerado, creio ser o segundo o mais correto. Qualquer dorzinha já nos leva para a farmácia. Isso não quer dizer, todavia, que antes da farmácia freqüentamos um consultório médico. A questão é de automedicação, e com isso, o fortalecimento das doenças que estão espalhadas por aí. E como elas se fortalecem.
***
_
Por mais que eu tenha ficado recluso a um auditório em pleno sábado até o início da noite, creio ter sido bem produtivo este dia. Gosto de estar em Porto Alegre. A nossa capital nos dá opções incontáveis de estudo, trabalho e lazer. Existem “poréns”, é claro, mas se analisarmos a realidade da nossa sociedade de forma bem específica, veremos que há problemas em todas as cidades. Não existe uma que seja perfeita. Fiquei bastante surpreso também com a boa qualidade estrutural do IDC – Instituto de Desenvolvimento Cultural. Nos poucos momentos em que tive oportunidade de ir na rua, percebi o quão belo estava o sábado. E mesmo assim eu não reclamo da minha opção em ficar recluso a um auditório enquanto o sol brilhava. Dias bonitos de sol, eu creio existirão mais, oportunidades de agregar conhecimento não têm a mesma freqüência. Enfim, como todos sabem, a nossa vida é feita de decisões. Como é impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo, resta-nos escolher um local para visita. E eu o fiz. Perdi um dia de céu azul, mas ganhei outros tantos sob a luz do sol. É só uma questão de tempo. E o tempo, voa.
***
_
Já não posso falar tão bem de domingo. Ainda que o tempo ainda estivesse considerável, algumas ocorrências deram jeito de estragá-lo. Primeiro tudo se encaminhava bem. Aí, após o almoço, fui convencido a ir a Dois Irmãos visitar uma revenda de carros para oferecer o meu carro, afinal, já faz algum tempo que pretendo vendê-lo. Devia ter seguido meu instinto e não ido. Revendas venho visitando desde o final do ano passado. No começo, muito a título de curiosidade, depois, com o passar do tempo, com real interesse em negociar meu carro. Fiquei calejado. Já sei o que os vendedores dizem e o que eles oferecem pelo meu carro. Alguns são sinceros, outros prepotentes. O que atendeu-me ontem conseguiu superar todos índices de prepotência. Um babaca. Mais dois minutos dentro da loja eu ia me avançar no tipo. Só faltou me chamar de ladrão, tendo em vista o valor que me ofereceu. Por negócio, a gente tem que saber que sempre perde alguma coisa, agora, uma coisa é perder alguma coisa, outra bem diferente é botar fora algo que foi comprado com bastante dificuldade. Prefiro ficar com o meu carro então e andar com ele até que não sobre um parafuso inteiro na sua estrutura. Aí posso até dar o carro para um ferro velho, com a certeza que ele não vale muito mais que sucata. Não vou mais em revenda alguma. E ponto final. Se alguém quiser comprar um carro ao invés de ganhá-lo é só falar comigo. Será um prazer atendê-lo. Do mais, não tenho vocação para Madre Teresa.

_
Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

De mãos dadas

Por estar um tanto quanto ciente de minha ausência no dia de hoje, é que comentei dessa possibilidade no último texto. Quis o destino, todavia, que eu pudesse superar minhas expectativas e, com isso, cá estou a traçar este diálogo, meio capenga admito, com todos vocês. A premonição furada acerca da minha “não” presença aqui hoje infelizmente ceifou um estudo mais aprofundado acerca do tema a ser debatido. Mas, como eu já estou escaldado nesse quesito de escrever, falar e cantar de improviso, tentarei mais uma vez escrever algo que dignifique a leitura dos meus preciosos (e preciosas) leitores. Fácil eu sei que não é, afinal, a cada dia que passa mais pessoas passam a utilizar-se deste espaço como fonte de leitura o que, inegavelmente, me enche de orgulho e prepotência também (risos). Manter a atenção de um diversificado, mas seleto, grupo não é uma tarefa das mais simples, porém, engrandece a responsabilidade minha para com o texto que será exposto a todos. Mas que enrolação hein? Pois é. As vezes, enrolar faz parte, ainda que todos saibam que por aí, tem gente que vive enrolando sempre (risos). Mas vamos em frente.
***
_
No momento em que vocês lêem este simples texto, eu devo estar sentado em um auditório assistindo palestras no campo do Direito, o qual tenho pretensões de me ver formado o mais breve possível. E este desejo iminente de ver a ocorrência disto, é um dos fatos que me levaram a tomar a atitude drástica acerca de minha vida profissional. O que me deixa um pouco mais tranqüilo, é que de uma forma geral, todos os familiares e amigos mais próximos me deram apoio e incentivo, com pensamentos atrelados ao meu, este que me deu ensejo a colocar um ponto final em uma página de minha vida e começar a escrever outra sem fundamento algum referendado na anterior. Nova vida, nova história. O que vai acontecer daqui para frente é uma imensa página em branco, contudo, o lápis e a caneta estão em minhas mãos. Será minha a responsabilidade de escrever as linhas deste novo texto. O desafio da construção desta nova página é meu, bem como os risos. Coisas da vida, afinal, quem nasce com sua história pronta jamais viverá uma vida, mas sim um conto de fadas.
***
_
Não será fácil, mas valerá a pena. Neste exato momento estou em Porto Alegre e saio daqui por volta de 23hs. Deslocar-me-ei em seguida para as dependências do ACTG Portal da Serra em Dois Irmãos, onde o grupo Fandangueiro estará, juntamente com inúmeros colegas músicos, animando um grandioso baile beneficente em prol da reconstrução do CTG Amigos da Tradição de Santa Maria do Herval, destruído pela enxurrada que atingiu a cidade e região no último mês de fevereiro. O evento contará também com um jantar campeiro que será servido a partir das 20hs ao custo de R$ 20 por pessoa. Senhoras e senhores, neste momento faço um apelo a todos que possuem a disponibilidade de tempo, afim de que possamos nos engajar nesta bonita ação para levantar novamente o galpão tradicionalista na cidade de Santa Maria do Herval. Desde já, agradeço aos amigos e amigas que estarão presentes, aos amigos e colegas músicos que prontamente se disponibilizaram, gratuitamente, a contribuir com a realização do fandango e parabenizar a coordenação da 30ª RT pela iniciativa. Atitudes como esta engrandecem o espírito solidário gaúcho e fortalecem os laços do nosso tradicionalismo. Dê-lhe boca gauchada, se “bandiemo” a Dois Irmãos que lá a gaita vai tocar bem alto...
_
Forte abraço e um bom final de semana a todos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Peleando parelho

Independente de qual fosse o resultado do jogo de domingo, eu não trataria de futebol no início desta semana. E olha que chega a ser tentador face às circunstâncias da vitória do meu time. Mas mesmo assim, sigo em frente. A cada dia que passa tenho constatado novas situações que se surgem. Algumas boas e outras nem tanto, mas enfim, são situações que me trazem aprendizado. De sábado para domingo quanta diferença. Foram detalhes que me levaram do inferno ao céu. Do calvário ao altar. Em suma, nossa vida é feita de detalhes. Só que as vezes estes detalhes surgem por causa de uma intransigência de nós mesmo. A coisa não ficou legal no sábado porque eu sou um abobado (risos) que levo as coisas tudo em ponta de faca. Não fosse assim o domingo teria sido de perfeita harmonia. O bom de tudo na vida é o poder do aprendizado. Espero eu, poder me tornar uma pessoa melhor sempre que cometo algum erro. Lamento, todavia, que nem todos tem a sabedoria da reflexão. Se assim fosse, seria meio caminho andado no sentido da pacificação social.
***
_
Noticia-se que a prefeitura de Novo Hamburgo publicará edital acerca da concessão do transporte coletivo do município. A partir de 2012, haverá um novo sistema de transporte, integrado, bem como novos abrigos de grande proporção ou paradões, como queiram, além de melhor fluxo de horários e intervalo entre uma linha e outra. Espera-se, primeiramente, que a referida licitação cumpra com o seu propósito. Recordo-me que quando vim embora para Novo Hamburgo, o preço da passagem era menos de R$ 1. Hoje, mais que triplicou e o serviço continua do mesmo jeito: ruim!
Por falar nisso, louvável a substituição da rede de água e esgoto em toda cidade de Novo Hamburgo. Lamenta-se, todavia, que para isso seja necessário a abertura de uma buraqueira sem precedentes, e o pior, o conserto destes buracos é bem deficiente, Assim, a malha viária de Novo Hamburgo que já está péssima, tem ficado ainda pior. Creio que a autarquia responsável pelo serviço de saneamento do município podia dar um pouquinho mais de atenção no requisito reparo, fiscalizando e também contratando empresas um pouco mais qualificadas para desempenho do serviço.
Pra não deixar passar: Na parada de ônibus que há atrás do Colégio 25 de Julho, uma das principais da cidade, há uma cratera, que a muito deixou de ser buraco, capaz de absorver uma motocicleta com seu condutor junto. Cadê a eficiência do serviço público?
***
_
Nas minhas constantes inserções aqui neste espaço, acabo por esquecer de mencionar que, muito embora esforçar-me-ei para manter a postagem de dois textos semanalmente, talvez isso não seja na mesma característica de até então. Ou seja, bem possível que as postagens não sejam religiosamente em segundas e sextas-feira. No mais, sigo na peleia com a tentativa firme de levar as coisas do Rio Grande além fronteiras. Da mesma forma que abro espaço para discussões de cunho social, afinal, somos todos um mesmo povo as dificuldades de um, afetam a vida do outro. Na oportunidade do começo da Revolução Farroupilha, a luta certamente não era de todos, mas de uma minoria. Agora na hora de pelear na defesa dos nossos certames, todos pegaram parelho e defenderam as cores da nossa bandeira. E esse é o nosso lema de vida, meus caros e minhas caras: na hora da luta, todos devemos pegar parelho!
_
Abraço e boa semana.
_
PS.: Informo aos conhecidos, por este canhão da notícia, que estarei sem telefone ao longo da semana. Contato:
bruno_campeiro@hotmail.com * Na sexta-feira, é possível que não haja postagem devido a compromissos com minha graduação.

sábado, 14 de maio de 2011

Evolução e tradição

Quando avistei, o pingo já andava volteando a coxilha. Agora pouco já com a chuva batendo no lombo, achou o caminho de volta, no más... Voltei a estudar música. Quero ver se volto a estudar um pouco da música fandangueira, voltar aos bailes como um simples espectador. Quem sabe compor algumas letras de fundamento, voltar a tentar a sorte em alguns festivais. Ou ainda: cedo a pressão do amigo Puffi, corroborada por alguns amigos mais próximos. Do que estou falando? (Risos). Quem sabe eu até conte, um pouco mais para frente. Mas retomando, acho que a gente deve estar sempre atento a realidade e para isso, é preciso um aperfeiçoamento. Como eu já disse aqui mesmo, eu continuarei sendo sempre um tradicionalista, defensor da história e das coisas do Rio Grande. Agora, isso não quer dizer que eu vivo bitolado, enxergando somente um sentido. Modismo não tem vaza nesta minha essência, agora a evolução sim. Cada tempo é um legado. O legado serve de ponto de partida, mas não pode ser a única fonte do nosso conhecimento. Se reconhece e louva o passado, mas se vive o presente em prol do futuro. Não se pode voltar para trás, regredir. E é sob esta ótica que eu defendo a evolução do gauchismo. Seguimos firme nos tentos, não nos esquecendo da onde viemos e sempre sabendo para onde vamos. E assim se vai...
***
_
Há algumas semanas atrás lembro de ter falado de alguns lançamentos da nossa música. Dos que mencionei o único que ainda não consegui adquirir foi o novo disco do grupo Os Tiranos. Fazer o que se a gravadora não coloca o produto no mercado... De qualquer forma já escutei todo disco e garanto a qualidade e procedência do trabalho dos patrícios de São Chico. No mais, estão rodando no rádio do meu carro os novos trabalhos de Os Monarcas e os Mateadores. Dois bons discos. Até acho que os lançamentos tem sido menores, mas a qualidade tem sido maior certamente. Oportunamente, trago a ficha-técnica destes trabalhos aqui no blog.
***
_
No final deste mês, dentro da programação da Festa do Pinhão edição 2011 em São Chico, ocorre o 20º Ronco do Bugio. Este ano eu não quis mandar nenhum material para o processo seletivo. Até escrevi uma letra e já tinha outras duas músicas gravadas e, mesmo assim, resolvi não ir. Acho que vou me preparar bem este ano, vou acompanhar a próxima edição, o novo ou velho bugio e então, ano que vem, volte a mais uma tentiva. De qualquer forma, estou comunicando quinze dias antes para dar tempo de todos se prepararem. É de suma importância valorizar o único ritmo originalmente gaúcho num dos festivais mais antigos e respeitados deste Rio Grande. Já na primeira edição o saudoso Leonardo já cantava para o bugio se levantar. O bugio que não estava morto naquela época e nem agora. O bugio, aliás, que não morrerá jamais.
_
_
Um abraço e bom final de semana a todos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Preconceito e o guarda-chuva

Por preconceito eu acabava olhando aquela cidade com desdém. Recordo-me que ia a São Chico com uma certa freqüência, bem mais do que atualmente, e ao cruzar Parobé achava tratar de uma cidadezinha qualquer, com violência e desorganização. Aí, em meados do ano de dois mil e nove fui trabalhar em Taquara, atendendo além deste mais cinco municípios. Dentre os quais estavam Parobé. Medo eu nunca tive, afinal, cheguei lá sabendo o que me esperava. Mas confesso que não estava muito confortado. A má impressão, contudo, passou logo. Não demorou muito para mim perceber que Parobé era uma das melhores cidades da região e a mais desenvolvida. O desenvolvimento é tamanho, que esta se tornou a cidade mais visitada por mim neste período de quase dois anos que lá fiquei. O volume de serviço lá gerado era desproporcional as demais cidades, inclusive, Taquara. Taquara, aliás, que parou no tempo. Uma cidade velha, feia e com problemas estruturais sérios. Parobé não. Uma cidade preocupada em melhorar seu conceito. Cidade limpa, conservada e renovada. E pensar que o meu preconceito era com Parobé...
Ontem quando li a manchete de todos os jornais, da região ou não, atentando para o fim das atividades da empresa de calçados Azaléia realmente preocupei-me. Ainda que a empresa já não tenha mais seu porte de outrora, é o carro chefe da arrecadação do município, compreendendo 30% deste, conforme informações da imprensa. O fato de os jornais hoje citarem que muitas empresas absorverão os funcionários da Azaléia é um motivo de alento sim, mas não tira o foco da preocupação quanto ao futuro da cidade. Com emprego as pessoas continuarão movimentando a economia, todavia, isso já está sendo feito. O “plus a mais” redundantemente falando, que é a arrecadação de ICMS por parte da prefeitura em face exclusivamente a empresa, não mais existirá. Ora, a consonância dos fatos não gera outra interpretação, senão, a de que o município sofrerá sérios problemas para se manter. Serviços básicos como saúde, educação, cultura e lazer terão cortes significativos. E cortes financeiros significativos em dias de total capitalismo como atualmente estamos vivendo, acreditem, é uma hecatombe de proporções inimagináveis.
No meu caso, resta torcer para o melhor. Parobé merece, acreditem.

***
_
Estar aqui hoje não isenta a minha ausência da semana anterior, mas me deixa com a consciência um pouco menos pesada. Assim, por ser este um texto de “descarrego”, no poderia estar aqui reclamando, ou então, dando ensejo a polêmica, ainda que o título deste texto seja bastante inspirador. Vou ater-me a fazer uma crítica construtiva ao povo brasileiro como um todo. Estamos vivendo dias preocupantes, ainda que muitos não percebam. Alguma vez você lembra de ter pago cerca de R$ 3 por um litro de gasolina? É, nem eu. Está na hora de sermos um pouco mais incisivos nas críticas, não nos contentarmos com migalhas. Vivemos tempos de “Pão e Circo” na Roma antiga e em outras épocas da história recente. Hoje chego a conclusão que devemos sempre desconfiar quando as promessas começam a ficar muito vantajosas para o povo. Podem ter certeza: o dia ensolarado de hoje, está sempre escondendo a tempestade de amanhã. Assim, o melhor a fazer é andar com um guarda-chuva embaixo do braço. Ahh sou índio velho aprevinido...

_

Abraço a todos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Desestímulo

Com o passar do tempo a gente vai se desestimulando com algumas situações. De repente é porque a gente começa a enxergar o fato em questão de forma mais racional e menos emotiva. O ser humano, pelo menos na sua maioria, tende a agir no impulso e com isso, muitas vezes, não toma uma atitude muito inteligente, ou então, que possa trazer-lhe arrependimento mais tarde. A vida é assim. Num dia a gente tem certeza que quer uma coisa, no outro já não tem muita e num eventual terceiro já esquece daquilo. Por isso, antes de tomar qualquer atitude é preciso uma reflexão muito precisa, muito segura, para evitar transtornos posteriores. Entretanto, meus caros e minhas caras, isso não quer dizer que a gente não deva arriscar em certos momentos. Cada um sabe o que é melhor para si e ainda, é o dono do seu destino. O arrependimento, porém, não deve ser tratado como um demérito e sim como uma oportunidade. De começar de novo e tentar acertar.
Não é de hoje que venho tratando do meu desestímulo quanto à política. Mesmo assim sempre mantive a minha posição político-partidária intacta. Só que de uns tempos para cá comecei a rever isso. Não decidi mudar de ideologia, simplesmente, porque não há mais ideologia em partido algum neste nosso país. Hoje há interesse e não mais ideologia. A minha ideologia sempre manter-se-á intacta, agora, bandeira de partido político algum eu não levanto mais. Neste segmento, recordo-me quando ao completar dezesseis anos dirigi-me ao Cartório Eleitoral de São Francisco de Paula. De posse do título de leitor, pairava em meu pensamento ser aquilo uma arma para transformar a minha cidade num lugar realmente próspero e bom de se viver. Logo na primeira eleição este sentimento foi renovado pelo resultado. Senti-me útil. Aí veio mais um ou dois processos eleitorais e constatei que o que eu pensava era apenas um “sonho de uma noite de verão”. As coisas são mais complexas. A realidade é tão mais cruel. As pessoas tem interesses particulares como ponto de partida, estes, muitas vezes escusos, inclusive. Não fui votar na última eleição, justifiquei. Estou providenciando a transferência do meu título para Novo Hamburgo. São Chico é a cidade do meu coração, amo aquela terra, mas é em Novo Hamburgo que decidi viver e é aqui que devo depositar meu voto.
Por algum tempo eu conduzi minha faculdade sem muito interesse. Privilegiava tudo frente aos meus estudos. Hoje me arrependo profundamente. Minhas atitudes de outrora estão me penalizando hoje. Sempre imaginei que a minha carreira profissional fosse em outro segmento e acho que aos poucos estou acordando do meu sonho. Não sei. De qualquer forma, independente da carreira que eu venha a seguir, se exclusiva ou não, o fato de eu estar repensando a minha vida é algo importante. Desistir não é sinônimo de fugir da peleia, mas sim, de dar enfoque a guerra. Quando as coisas deixam de ser prazerosas e passam a ser motivo de irritação e desentendimento, é hora de repensar. O que vai acontecer no dia de amanhã eu não sei. Só sei que o juízo de valores a que eu me proponho, continuará o mesmo, minha essência tradicionalista também, o meu pensamento, meu posicionamento e o meu canto. A minha voz jamais se calará, e as palavras deste blog seguirão por aqui. Não abandono uma peleia, salvo, quando a retirada for estratégica em prol da vitória que está me esperando ali na frente. Segue o baile na base da voz do Campeiro.
_
Peço desculpas pela breve ausência.
_
Abraço e boa semana e todos.