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Encerrou-se ontem o verão para os gaúchos. Sei que na teoria a estação mais quente do ano segue ainda por alguns dias, mas na prática, com o fim de fevereiro encerra-se a vocação praiana dos nossos gaudérios. Ouso dizer que nem o carnaval, este ano no próximo mês, será capaz de dar um último suspiro ao veraneio. Assim, aos poucos voltam-se todos a sua rotina diária corrida e concorrida. Ontem deu-se por fim a 27ª Cavalgada do Mar e eu que hoje falaria sobre ela acabei desistindo de novo. A própria mídia não deu muita atenção neste ano. A última matéria que li sobre a mesma foi na quarta-feira passada e ali, dizia-se não ter havido até então nenhuma perda de animal, o que, na prática, parece que não ocorreu infelizmente. Em frente. Faleceu ontem o escritor Moacir Scliar. Da vida, afinal, as pessoas nascem, crescem e morrem. O caso específico, porém, é um pouco mais abrangente, afinal, perdemos uma figura ímpar, um grande escritor aliado a uma grande pessoa, pelo que dizem. Li até hoje apenas uma obra de sua autoria há alguns anos. Um livro de ficção muito atento ao realismo, o que me leva a crer até hoje tratar-se de uma história baseada em fatos reais. Detalhe é que ele falava dele próprio enquanto fazia sua residência médica. Sim, para quem não sabe Moacir Scliar era médico. É mais um imortal que morreu sem deixar de viver, contudo, pois a sua obra, bem, essa será eterna.
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Eu pego a estrada todos os dias. De tanto fazer o caminho de São Chico, parando antes, no entanto, eu acabei deixando de ir a São Chico. Não suporto mais andar na mesma estrada todos os dias e então, quando chega o fim de semana, eu prefiro ficar em casa. Hoje pela manhã um fato fez com que eu interrompe-se meu trajeto rotineiro, não impediu que eu viesse, afinal, cá estou inclusive a escrever, mas esta tudo diferente, tudo mudado. O caminho parece ter tornado-se mais longo, massante e inoportuno. Parece que o carro gasta mais combustível para vir e eu hoje estou vendo o que ontem via como futuro, o passado. Enfim, cansei. Talvez este cansaço possa ser atenuado por um bom psiquiatra mas mesmo assim continuarei cansado. Isso porque acabou mais um ciclo da minha vida, assim como encerram-se relacionamentos, parcerias, amizades... O que eu tinha para fazer aqui eu já fiz. As horas e os Km que eu tinha para andar nesta estrada eu já andei e não quero andar mais. Está na hora de voltar pra casa e deixar esta estrada somente como rota de passeio a São Chico. Assim como era ontem e como deveria ser sempre.A estrada vai continuar no mesmo lugar sempre e eu, voltarei a vê-la somente como a estrada e nada mais.
Abraço e boa semana a todos.