sexta-feira, 29 de julho de 2011

Chasque para um final de julho

Iniciamos a próxima semana já no mês de agosto, o fatídico. Desta forma, redundantemente, hoje acaba por ser a última postagem deste corrente mês de julho, claro, se não houver nenhum causo de força maior. Com o fim deste mês encerra-se também as férias escolares, universitárias e demais. Na quarta-feira a no início da noite estive no Bourbon Shopping de Novo Hamburgo e a fila do cinema dava voltas. Parecia até final de semana. Entretanto, como contraponto, tenho que dizer que vou muito pouco a shoppings, assim, posso até equivocar-me ao traçar qualquer comentário acerca do fluxo de movimentação do cinema, praça de alimentação e etc.. Mas como eu ia falando, a fila do cinema estava extensa certamente em função do fenômeno chamado ‘Harry Potter’. Diga-se de passagem, prometi levar o meu irmão, também fã da saga, para assistir o filme em algum cinema, porém, fiz ressalva para que não fosse no período de recesso escolar. Não critico os pais que levam dão ensejo a popularização do fenômeno. Em função do meu irmão, assisti a todos os filmes da série e acho que a história faz parte do mundo de magia que é o das crianças e, por que não, pré-adolescentes. Muito pior seria permitir que os jovens permanecessem somente em casa em frente a uma televisão e com uma travessa de negrinho (para esclarecer ao resto do Brasil= brigadeiro) sobre o colo. Não que eu não goste do doce, mas em excesso da dor de barriga (risos).
Falando em férias, nossas crianças não tiveram muita sorte no recesso deste ano. Em quinze dias, difícil foi conseguir botar os pés para fora de casa. Dessa forma, acabo tendo que render-me a crítica supra, afinal, como só tem chovido, não sobra muita opção para uma criança no auge da disposição, senão passar o dia na frente da televisão, jogando vídeo game e com uma travessa de negrinho sobre o colo. Coisas da vida. (risos).
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Após algumas semanas de parcimônia, voltei a minha vida social no último sábado. Voltei a vestir bota e bombacha e entrei novamente em um CTG. Desfrutei de uma excelente “boia” campeira, revi alguns conhecidos e prestigiei o esforço de jovens e crianças que buscavam recursos para seguirem divulgando a nossa tradição.
Estava com saudade de vestir uma bombacha, calçar um bota e de frequentar um CTG. Quem sabe daqui para frente eu volte a, como um bom gaúcho, viver o tradicionalismo.
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Final de mês é sempre complicado, pois, assim como os pilas na guaiaca, assuntos são escassos. Geralmente as pessoas a esta altura passem a diminuir o ritmo de suas atividades. Poucos bailes, festas e eventos em geral. O supermercado até tem um movimentinho mas é daqueles clientes denominados “pré-datados” (risos). Desta forma, vou encurtando distância, pois a paciência e o bom gosto dos amigos, estes sim, jamais se esgotam. Fecha uma porta domingo e abre uma nova na segunda-feira. Com ela virão novos assuntos, novas notícias e quem sabe, boas histórias para contar.

Amanhã o velho faz aniversário. Parabéns pai, muitas felicidades.

Abraço a todos e um bom final de semana.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Garagem

No início da semana mencionei acerca da sequência de dias ensolarados. Algo raro ultimamente. Não raro, entretanto, é ver, nestes dias, tudo que é tipo de motorista trafegando pelas nossas ruas e rodovias. Domingo então... Domingo de sol é dia de passear com a família, principalmente se os dias que o sucederam foram de chuva. Geralmente quem tem habilitação mas utiliza-a como enfeite da carteira durante a semana, no domingo cria coragem. Deve pensar: hoje eu posso fazer barbeiragens, afinal, outros tantos também fazem. Barbeiragens não são exclusividade do domingo, eu sei, mas neste dia elas são mais contumazes. Coisa de louco. O que me conforta é que minha crítica não é isolada. Na segunda-feira ao ouvir um programa de rádio pela manhã, o apresentador do mesmo abordou o tema sob a mesma premissa, acrescentando que é no domingo que a fiscalização e o efetivo policial devem estar mais presentes nas ruas e estradas, quando, na realidade, acontece geralmente o contrário. Enfim, devo estar eu, nesta postagem extra, sendo um chato. O negócio é deixar as pessoas serem felizes com suas barbeiragens. E a mim? Bom, a mim, a propósito do título do último texto, resta intensificar a busca daquela paciência... de mamute.
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Tá bom. Como hoje a postagem é extra, falarei de futebol. Contrariando o meu pai, eu mantinha minhas esperanças quanto a Falcão treinando o Internacional. Diga-se de passagem, meu pai achou péssima ideia ainda quando da contratação. Eu não. Não sei se era hora de tirá-lo do comando. Assim como não sei se acertou o co-irmão em trocar de treinador. De qualquer forma, agora é torcer para que a coisa ande, com o técnico que vir. O futebol faz parte da minha vida, assim como da maioria dos brasileiros. Esse ano, entretanto, não estou me animando muito. Não fui a nenhum jogo no gigante. Mantenho-me como sócio, pagando minha mensalidade em dia. Mas não mais assisti a um jogo no Beira-Rio. Quanto ao jogo de ontem, dada à importância ($) de tal competição, prefiro abster-me de comentários.
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Tenho passado com frequência na frente do Colégio Santa Catarina, em Hamburgo Velho. Lá vivi grandes momentos da minha juventude, na transformação dos tempos de guri para a situação que vivo hoje. Lá fiz grandes amigos, os quais ainda me lembro com “uma certa memória considerável”. Para provar que os tempos de Santa não foram bons apenas para mim e que o tempo de colégio não é só mais um dos que a gente tem que viver, o Antônio e a Dani, amigos de longa data que muito estimo, vão contrair o matrimônio. Que momento hein? Conheci ambos no Santa. Para minha alegria, pouco depois vim a saber que o Antônio é meu primo. “Masss queee momento!!” Serão muito felizes, não tenho duvida.
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Pelo que se vê na previsão do tempo, se é que dá para confiar nela, teremos que remangar as mangas sob o aguaceiro que está por vir nos próximos dias. Aí o infortúnio no trânsito não será dos motoristas de domingo, mas, dos desbravadores aquáticos. Desbravador é um bom termo. Vejamos: não parece-vos que os motoristas em dias chuvosos estão pegando o carro pela primeira vez, em um local desconhecido? Acontece também de termos motoristas exclusivos da chuva, que por temer se desmancharem feito açúcar, se obrigam a tirar o carro da garagem. A garagem aliás que é o lugar mais propício para abrigar um carro. Algumas pessoas deveriam guardá-lo e deixar por lá, como um bom enfeite decorativo do lar.

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Abraço a todos.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Paciência

Novamente a chuva em excesso fez estragos por toda a região. Nota-se que há algum tempo eu já venho abordando este tipo de ocorrência sob vários aspectos. Já fiz menção a (ir) responsabilidade do poder público, dos cidadãos (no qual me incluo) e de repente até na natureza, ainda que de forma sucinta. Chover no molhado a esta altura, além de ser um trocadilho de péssimo gosto frente as circunstâncias, é sair do nada chegando a lugar nenhum. Assim, muito além disso eu não posso falar. Continuo a lamentar as vítimas fatais, os danos materiais, enfim. No mais, devo me preocupar em tentar escrever textos similares ao da última segunda-feira, ainda que, confesso, nele estivesse uma pitada generosa de humor sarcástico. Mesmo assim, deve ser melhor que ficar aqui reclamando de algo que aconteceu ou que não aconteceu. Dessa forma, seguimos em diante... Canso de ouvir as vezes pessoas reclamarem que não sou mais o mesmo. Aliás, falar no plural é um tanto quanto exagerado, pois, na verdade é uma pessoa só. De qualquer forma, quando ouço tal reclamação que a mim chega por terceiros, tento fazer uma reflexão. Afinal, realmente eu não sou mais o mesmo? Será que mudei minhas atitudes? E se mudei, foi tanto assim?

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Por falar em chover no molhado, vou novamente bater numa tecla que até não deveria tratar por aqui, mas, não posso me furtar. A pavimentação asfáltica de algumas ruas de cidades da região é algo extremamente vergonhosa. Vejamos: Rua Marcílio Dias em Novo Hamburgo (trecho entre Av. Nações Unidas e Primeiro de Março), Avenida Presidente Vargas (via lateral) em Estância Velha, rótula (se é que dá para chamar assim) de acesso a Ivoti (Av. Bom Jardim esquina Presidente Lucena) e outras tantas. Três exemplos em cidades distintas. Poderia ficar uma semana aqui e não listaria todos os problemas de pavimentação. Fora o resto, é claro. Mas isso é cosa de tempo, afinal, ano que vem temos eleições novamente e aí, o serviço público funciona como nunca.
Vejam senhoras e senhores. Prestem atenção agora, como a coisa anda, para não se iludir depois com aquelas camadinhas “chinelonas” que vão colocar “na véspera”.

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Eu acho que não mudei. Não para pior pelo menos. Acontece que hoje penso diferente, vivo diferente. Algumas coisas já são banais, e as que assim já eram, beiram o insuportável. Se eu faço transparecer que não gosto que bom. Pior seria viver fingindo. Eu não sei fingir; ou gosto ou não gosto e ponto final. No mais, depois da reflexão que fiz, vou procurar então ser um pouco (muito pouco, aliás) mais paciente. Pouco porque tenho sido muito nos últimos tempos. Eu acho que o denominador comum deve ser mesmo comum. Não é só eu que tenho que refletir, mas também quem hoje reclama. Será ser só eu o problema? Mas já estou acostumado. Sempre foi assim e sempre será pelo mesmo motivo. No fim o culpado sou eu mesmo. A tal da paciência que eu alego possuir parece não ser suficiente. Acho que no caso em questão eu poderia ter toda do mundo que continuaria não sendo. Ou então tenho que adaptar-me ao conceito familiar, ver por outro ângulo. Quem sabe? ... Pensando bem, vou buscar aquela paciência mesmo.

Enfim, alguns dias ensolarados.
No futebol, como se vê, o que se planta colhe. Parabéns Uruguay. Vibra a torcida charrua.

Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Bom para domir

Ando dormindo em pé ultimamente. A impressão que tenho é de que se eu ficar dois dias dormindo direto em casa, ainda assim no terceiro continuarei com sono. Na terça-feira ao chegar em casa por volta de 11h30min, meu irmão estava recém levantando da cama. Justo, afinal ele está de férias escolares, seu único compromisso. Além do mais, era o primeiro dia de férias. Sim, primeiro dia de férias numa terça-feira. No meu tempo o recesso começava ao soar do sinal em uma sexta-feira como esta. Certa feita, num dia ensolarado, aguardava pacientemente o início das férias de inverno. Na verdade, nem tão paciente assim, afinal, nos dois últimos períodos haveria uma prova de matemática. O “troço” sem fundamento né? Onde já se viu fazer uma prova no último dia de aula. E pior, sabendo que você só saberia do resultado da mesma na volta. Dias intermináveis de sofrimento? No meu caso, talvez as primeiras horas. Depois, parti ao rumo de São Chico e lá fiquei até a véspera do recomeço. Bons tempos meus caros e minhas caras. Hoje, posso até estar de férias dos estudos, como de fato estou, mas o resto continua bastante corrido. Mas enfim, de nada adianta remoer o passado neste exato momento. Como eu mesmo digo por aqui, algumas coisas tem início, meio e fim. Inevitavelmente, a infância e a adolescência são exemplos disso.
Engraçado, eu já tratei do tema “início, meio e fim” uma porção de vezes, mas mesmo assim fui surpreendido com alguns acontecimentos. De certo, em função de que nas outras vezes eu mesmo fui o responsável por escrever esta história, o que não correu nestes últimos casos mencionados. Um grande aprendizado certamente. Não sabem vocês o isso fez bem para mim. Posso agora, quem sabe, seguir por diante utilizando os fatos de cepo, como um apoio para montar de novo. Ou não também. Aliás é o que acontece nesse caso. Deu-se por cabo uma página na minha história. Uma história que ajudei a criar, construir, mas enfim, que não era só minha. Com o lápis e o papel na mão eu fui tentando compor uns versos da melhor maneira possível. Hoje não tenho mais o papel, porém, ainda tenho o lápis e a habilidade para escrever os versos. Papel? Esse eu arranjo e começo a escrever de novo. E eu farei isso, não tenham dúvida.

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Quando temos a sensação de que muito sabemos da vida é aí que não sabemos nada. Coisa simples de se dizer e pensar. Difícil mesmo é por em prática, acreditar. Muito embora este texto esteja mais parecendo de auto ajuda do que qualquer outra coisa, acho que as vezes é muito válido usar o poder da reflexão. Não sei, contudo, se isso é muito propício para um dia como hoje. Hoje é para festa e fandango e não para reflexão. Por falar em fandango, ando “as cata” de um pra dançar, daqueles ‘flor dos bueno’. Agora é a hora de voltar a ser um “gaudério normal” e novamente vir a frequentar um CTG como um bom apreciador de um baile gaúcho. Rever velhos amigos, dançar um bugio, uma milonga e um chamamé. Os dias foram passando e eu há muito tempo que não ando fandangueando. E baile bom para dançar sempre se acha pelas voltas, terra de bons grupos e grandes músicos; e, se por acaso algum deles resolver convidar este que vos escreve para subir ao palco para matar a saudade, vou agradecer. Não vou voltar aos palcos. Não hoje e nem amanhã. Depois de amanhã? Uma boa pergunta que já possui até resposta. Mas esta, deixo para contar-lhes uma hora dessas, em outra oportunidade. Mas não hoje.
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Dias de chuva bons para dormir, a propósito.
Feliz dia do amigo a todos.
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Abraço a todos e um bom final de semana.
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À Parte
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A pouco chegou ao meu conhecimento a ocorrência de um triste fato. No último final de semana, parte do galpão do CTG Palanques da Tradição em Campo Bom/RS foi consumido pelo fogo, e a partir de agora resta-nos contribuir para a reconstrução desta tradicional entidade de nossa região. Os contatos para a ajuda são através do n° 9909-4866 com o Clésio Vicente. Coincidentemente, a última vez que subi no palco foi no Palanques, dia 11 de junho.

Desde já, coloco-me a disposição da patronagem, torcendo para que muito em breve a boa música do Rio Grande esteja ecoando novamente no Palanques.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Aspas

A julgar pelo calor da última sexta-feira, realmente temos que ter uma saúde de ferro ultimamente, levando em consideração as mínimas temperaturas que tivemos a poucos dias atrás. Por muito menos, um terço da população europeia foi dizimada no final da Idade Média (risos). Logicamente só poderia estar brincando. A Peste Bubônica, ou Peste Negra como ficou conhecida, é considerada uma das piores pandemias da história da humanidade, senão a pior. E pensar que a doença era transmitida ao homem através da pulga que entrava em constato com ratos contaminados. Sim uma simples pulguinha. Hoje, portanto, a coisa está mais evoluída. As doenças contagiosas são transmitidas por frangos, macacos, porcos, ratos... Grande evolução (risos). De qualquer forma, como dizia, estas mudanças bruscas de temperatura, culminada com dilúvios tipo o de quinta-feira, fazem com devamos estar sempre alertados as necessidades pontuais: manga curta ou casaco (ou muitos casacos também), óculos de sol ou guarda-chuva (de repente umas galochas também ajudam). Previsão do tempo? É pra dizer que tem né? Convenhamos. Bom, melhor mudar de assunto, afinal, nada “mudará” de lugar.
Por falar nisso, algumas coisas não mudam de lugar, mas são expandidas. Inaugurou-se na última semana mais um horário de novelas neste país: 23 horas. Nota-se que, provavelmente, fará sucesso. De repente é um sinal de que muito em breve teremos um canal passando novela nas vinte e quatro horas do dia. Um progresso a “humanidade” brasileira. Não vai muito seremos reconhecidos como o povo mais culto do mundo, fazendo com que milhares de difundidores da cultura mundial venham ao Brasil para estudar tal “fenômeno”. É senhoras e senhores, de rir para não chorar. Mas, e sempre tem um más em tudo, não é de se perder a esperança, até porque, sendo a televisão uma fonte inesgotável de entretenimento e cultura, não faltarão variadas opções para os que não são muito “afeiçoados” a novela. Principalmente na dita TV Aberta. Caso você ainda assim não se satisfaça, aconselho a cavar um buraco e enfiar a cabeça dentro (risos). Se ainda assim não resolver o “problema”, invista num livro. Oh Brasil hein? Por aqui, o livro é a última das últimas opções de entretenimento e cultura. Não vou generalizar, certamente, há exceções. Muito poucas, mas existentes.
Percebe-se que hoje estou num dia de humor apurado. Oh glória! Para uma segunda-feira isso com certeza é uma benção. Admito: Eu sou um abençoado! Sarcástico ou não, o humor é uma das coisas principais em nossa vida. Falando em Brasil, por aqui temos grandes humoristas, tais quais: Chico Anysio, Renato Aragão, Ronald Golias, Mussum, Zacarias e outros tantos. Tantos, aliás, que podem ser milhares: de palhaços. Melhor eu não continuar. Hoje talvez até não seja um dia dos melhores, nem dia dos bobos. O começo de semana geralmente é chato, ao pensar que ainda faltam mais quatro dias pela frente até vir o fim de semana novamente. Fazer o que. Quem dera eu, se num dia como hoje estivesse sempre assim bem inspirado. Ainda que a inspiração seja um tanto quanto sarcástica, cheia de “aspas”. Tem gente aliás que vive assim: entre aspas. Bom não deve ser. Mas tem também o outro lado. Pense como seria uma vida de fingimento. Finge que trabalha, finge que recebe, enfim, um faz de conta. Mas faz de conta é um tanto quanto superficial, imaginário. No meu caso prefiro o subjetivismo das aspas, que sempre podem trazer algo novo após o ponto final.


Quem sabe em breve...
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sucesso e motivação

Confesso-lhes que não ando muito a par de assuntos acerca do gauchismo, ou então, dignos das tradicionais postagens de sexta-feira. Temo, inclusive, tornar-me repetitivo, uma vez que não é a primeira vez que dou início a um texto falando mais ou menos nestes termos. Pior, entretanto, é ausentar-me. Assim, faço um esforço para tratar aqui de algo útil, tentando, de todas as formas, evitar o máximo o uso de pontos e de vírgulas, o que, como podem ver, não esta sendo cumprido de minha parte. De qualquer forma, certamente vou dar sequencia ao que já escrevi até agora e ao final, estarei me sentindo um pouco melhor. Digo isso no sentido de que pelo menos mantive o intuito de escrever algo, ainda que não tão digno do conhecimento de vocês. Indigno então? Não. Por pior que seja a minha falta de inspiração, ainda assim tenho como primordial o respeito para como todos os leitores e leitoras dês Blog. Os ideais tradicionalistas permanecem intactos por aqui até mesmo quando eu não estiver tratando do tema, até porque, trata-se do foco principal deste. Na mesma proporção segue o interesse que tenho para com todos vocês. Então, cabe respeitá-los incondicionalmente. Reparem que mesmo quando faço aqui uma crítica contumaz a algo, ainda assim estou respeitando-os, pois estou oportunizando-lhes também a crítica, ainda que seja para mim mesmo.
Relendo o que escrevi supra, constato que mais parece um texto de quarta-feira. Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Nem tanto a segunda-feira, nem tanto a sexta-feira. Dessa forma sigo por diante, como alias tem sido ultimamente, esquecendo por alguns instantes os pormenores e tratando de suavizar as palavras, notícias e pensamentos. Deste jeito, logo me vem a tona as coisas do Rio Grande, a música e a poesia. Hoje eu até não ia falar em música, porém, não poderia deixar de tratar aqui do novo disco dos amigos do Tchê Moçada. Recebi o cd das mãos do Márcio, diretor do grupo, quando prestigiava uma domingueira animada pelos patrícios, numa tarde fria, em Estância Velha. Um grandioso trabalho, sem dúvidas. Lamento, contudo, que eu não consiga colacionar a capa do disco, o que farei assim que tiver oportunidade.
O terceiro disco do Tchê Moçada, intitulado “Acústico”, é um trabalho de muito boa qualidade e de certa forma bastante peculiar. Afinal, não é nada comum por parte dos nossos grupos regionalistas investirem em um disco acústico. Eu mesmo, numa rápida consulta a minha memória (risos), lembro-me somente do disco produzido pelo Grupo Rodeio (excelente, por sinal), isso no início dos anos 2000. No que diz respeito ao repertório, os amigos do Tchê Moçada estavam realmente inspiradíssimos. Com algumas regravações do próprio grupo, destaque para as músicas “Peão de Estância”, “Retrato do Rio Grande” e Baile Campeiro; e outras de grandes nomes da nossa música, como “Cambicho de Gaiteiro” e “Caçador e Pescador” (Os Mirins), bem como “Serrano Cantor” (Os Serranos), o complemento do belo trabalho traz músicas inéditas das quais destaco “Vida Guria” e “É Nisto que Boto Fé”. Por fim, não poderia deixar de mencionar as participações especiais que, por si só, garantem o sucesso do volume: Oscar Soares (Oscarzinho), Régis Marques e Walther Moraes. Um belo investimento, lhes garanto!
Ao chegar nas linhas derradeiras, chego a conclusão que embora sem muita inspiração vou sempre estar escrevendo por aqui. Pelo simples fato de escrever, ou para simplesmente colocar uma idéia no papel (bons tempos estes, hoje, na tela). Quem sabe pode ser até uma soma de ambos. Bom, no fim acho que o que realmente me motiva em estar aqui é a oportunidade de estar falando um pouco das coisas que fazem a nossa vida.



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Sucesso ao Tchê Moçada.

Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Seguindo por diante

Os dias de frio parecem ter, ainda que momentaneamente, esquecido um pouco destes reles mortais aqui do Rio Grande. “Ala pucha tchê, que se assustemo” (risos). Passados os últimos acontecimentos as coisas vão se colocando no seu devido lugar e eu já começo a dar início em um novo projeto na minha vida. Peço a todos que tenham paciência, que muito em breve utilizarei deste espaço para divulgar as minhas idéias. Isso não impede contudo que eu aproveite este (breve) recesso perante os palcos do Rio Grande afora para refletir acerca desta minha carreira de mais de quinze anos de música. Sim, por incrível que pareça, já possuo todo este tempo de convivência com a arte melodiosa. Destes, os últimos seis ininterruptos dedicados a vida baileira. Posso me considerar uma pessoa que conhece o ramo e assim, não será difícil começar de novo mais uma vez. Num primeiro momento me senti meio que desacorçoado. Depois, lembrei-me da onde vim e como agem os gaudérios de minha terra. Por fim, levantei de novo e já estou de pé pronto pra montar no lombo do pingo novamente.
Creio que a minha primeira reação, a de impressão de não saber o que fazer, se deu em função da novidade que aquilo representava em minha vida. Muitas vezes não estamos preparados para coisas novas. Assim como os idosos tem bastante dificuldade de aprender a lidar com a modernidade, com o celular, por exemplo, também somos seres humanos e inevitavelmente possuímos dificuldade em enfrentar algumas circunstâncias, principalmente quando inesperadas. Insta salientar que muitas vezes até sabemos, no fundo, que as coisas estão prestes a acontecer, porém, não queremos enxergar. Como diz o velho ditado: mais cego é o que não quer ver. Enfim, não sei. De qualquer forma, como dizia o saudoso Presidente do Sport Club Internacional Frederico Arnaldo Balvé: vamos fazer do limão uma limonada. E assim se vá gauchada, “ p’ à três cruzes”.
Se as palavras de hoje restam como remanescentes das últimas de sexta-feira, certamente serão as últimas acerca do assunto. Se não se pode passar uma borracha no passado, também não se pode viver em função dele. O que se passou, passou. Agora seguimos por diante na busca de coisas novas sem, contudo, jamais renegar as origens. A minha origem gaudéria, nos primórdios lá nos campos de Cima da Serra, trago sempre comigo e utilizo esse fundamento para seguir em frente. Assim vou seguir cantando e compondo, falando das coisas do meu Rio Grande, do campo, do cavalo, da lida e dos campeiros. Campeiros como eu. Campeiros que trazem as coisas do Rio Grande na essência e que não se entregam jamais. Não tá morto quem peleia e eu vou seguir por diante...peleando.

Forte abraço a todos uma boa semana.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Porteira

Finalmente chegamos a mais uma sexta-feira. Passado literalmente a metade do ano, acho que começa a contagem regressiva para a chegada de seu fim (risos). Ou, no caso específico deste, a chegada pelo menos da primavera. Sei que muitas vezes apregoei por aqui acerca das vicissitudes do inverno, mas confesso que isso já faz parte de um pensamento que não semeio mais. Sim, ainda gosto do inverno, contudo, desde que este seja de temperaturas um pouco maiores do que estamos vendo. Felizmente, tenho discernimento suficiente para repensar velhas idéias e publicamente retratar-me. Isso faz parte da doutrina do gaúcho. Muito embora haja por parte do restante do país uma visão distorcida de nosso povo, como se realmente bairristas fossemos, a simplicidade que trazemos conosco nos dá a oportunidade da retratação, e assim a fazemos sempre que surge a necessidade. Coisas do gaúcho. Uma hora abre-se uma porteira e outra a mesma se fecha. Coisas da vida.
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Aproveitando o grande número de leitores deste Blog, quero aqui parabenizar de pronto e publicamente, a nova patronagem do CTG Rodeio Serrano em São Francisco de Paula-RS. Depois de alguns anos carecendo de eventos que realmente retratassem a verdadeira história da entidade, parece que a situação começa a ser revertida no comando do novo patrão, Sr. Assis Tadeu Barbosa Velho. A cada dois anos é realizado o tradicional Sarau de Prendas de São Chico, ocorrendo este ano. Ainda que a última edição tenha sido animada com muita qualidade pelo grupo Os Mateadores, o evento (assim como o CTG) carecia de um baile de impacto para, como uma fênix, renascer das cinzas e voltar ocupar o seu verdadeiro lugar frente ao movimento tradicionalista gaúcho. Em outubro haverá mais uma edição do já tradicional e belo Sarau de Prendas do CTG Rodeio Serrano em São Chico. As rainhas da festa são as jovens prendas que serão apresentadas a toda a sociedade serrana. O rei, é sempre o conjunto que anima o baile. Neste ano, volta-se as glórias do passado, pois a animação será de Os Serranos. Imperdível.
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Comunicado:
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Utilizo-me deste espaço, por fim, aproveitando a grande visibilidade que possui o Blog do Campeiro, para informar a toda comunidade tradicionalista, aos amigos e amigas que acompanham minha carreira, que não sou mais integrante do grupo Fandangueiro. Após cerca de quatro anos, desde a fundação a qual participei, deixei a sociedade do grupo há cerca de um mês e no início da semana fui comunicado do meu desligamento. Agradeço aos amigos músicos que conquistei pela oportunidade, aos patrões de CTG pelo apoio que tive e a todos os fãs e amigos que me acompanharam durante todo o tempo. Confesso que a surpresa tomou-me conta, e assim, desta vez, não posso informar qual será meu próximo passo. O que sei é que deixo os palcos momentaneamente, e quem sabe, num futuro próximo possamos estar juntos novamente.

Desde já, agradeço a todos pelo carinho.

Um abraço aos amigos e amigas e um bom final de semana a todos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

As vezes

As vezes a televisão até se presta a agir como uma fonte de cultura, tal qual foi seu princípio, nos primórdios do seu desenvolvimento aqui no Estado brasileiro. Mas isso só ocorre as vezes. Nos últimos tempos o que temos visto é uma corrida comercial que visa tão somente o lucro de meia dúzia, se é que chega a “tantos” assim. As vezes temos estas situações que só ocorrem “as vezes” e aí, é preciso que haja a serenidade por parte deste que vem aqui escrever toda a semana para reconhecer. Eu admito que não assisti a referida cena, até porque muito pouco assito televisão. Novela então, raramente. Mas o caso aconteceu em uma novela. Pelo que li ontem em um jornal de grande circulação, a novela das vinte e uma horas mostrou uma cena na qual um criminoso do “colarinho branco” enquanto era preso, se é que isso realmente ocorre na vida real, sua mulher, advogado e outro juntavam agitadamente dinheiro do chão, como se a cena quizesse dizer que ainda que preso, a lavagem iria continuar pelas mãos de seus comandados. Tudo isso, ao som da música “Que país é esse” de Renato Russo. Peço desculpas por não saber ao certo o ocorrido, até porque não assiti a cena, contudo, não é preciso muita imaginação para ter idéia do que ocorreu. Na verdade, do que vem ocorrendo neste país nos últimos anos (muitos anos). É o ontem que será sempre o hoje.
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Eu até nem ia tocar no caso, mas no andar da carruagem... O assunto dos últimos dias em nível nacional ( diga-se imprensa) dá-se em razão da fusão do grupo Pão de Açucar com o Hipermercado Carrefour. Num primeiro momento, o questionamento seria apenas em função da concorrência leal ou não neste nicho econômico. Mas, e sempre tem um mas em tudo, tal questão ficou em segundo plano em virtude de como será processado a parte financeira desta fusão: com recursos do BNDS. A saber, BNDS é um banco público, ainda que da administração indireta. Pra não me alongar nas delongas do noticiário nacional, posiciono-me do mesmo lado da maioria que acha não caber ao governo intervir no privado. Cabe ao governo intervir sim na concorrência desleal que tal fusão poderá causar, e, principalmente, intervir na melhoria e reconstrução do péssimo serviço público que temos, na construção de escolas que estão faltando, de teatros públicos, bibliotecas, enfim, investir na verdadeira cultura: aquela que realmente enriquece o cidadão.
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O sucesso da televisão no Brasil é até bem aceitável, afinal, num país que até pouco tempo grande parte da população freqüentava a classe “D” e “E” em nível de pobreza, não é de se esperar que teatros e livrarias fossem as principais fontes culturais do nosso povo. Dessa forma, sendo pláusível conviver com o sucesso da televisão, pode-se subir mais um degrau e tratar de outros assuntos importantes. É impossível não trazer uma crítica ao Estado brasileiro que muito pouco fez nestes últimos anos para pelo menos tentar equiparar o nível de contribuição cultural de cada “fonte”. Ora, não se faz esforço algum para incitar a população a visitar um teatro, uma biblioteca, uma livraria. Dá-se desconto para compra de televisão, mas não se oportuniza ao grande público a possibilidade de freqüentar um bom teatro, um bom cinema e comprar um bom livro a preços acessíveis. Num contraponto, não posso deixar de fazer uma auto crítica, afinal, o que venho fazendo para enriquecer a cultura do povo brasileiro? Cantando a pura música do Rio Grande, que, se não é a melhor do mundo, pelo menos tem idealismo, história, fundamento e valor. No mais, sigo a criticar este “endeusamento” que se faz da televisão no Brasil. E quando as vezes há algo de bom, elogiar. Mas isso, acontece bem “as vezes”.

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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Meu orgulho em ser serrano

Tenho procurado assuntos acerca do gauchismo. Contatei as minhas velhas fontes em busca de novidades, todavia, não consegui resultados muito satisfatórios. Se formos ver a agenda da região, por exemplo, no que tange ao gauchismo temos poucas opções. Os bailes estão ficando mais escassos. Estão ficando mais escassos por culpa de quem? Dos CTG’s? Dos gaúchos e gaúchas que por questões diversas estão abandonando os galpões gaudérios? Eu tenho um posicionamento claro sobre o assunto, que na prática se dá através da soma dos dois questionamentos. Mas hoje é sexta-feira. Como todos sabem, em regra, por aqui não se trás assuntos polêmicos neste dia da semana. Assim, segue o baile (risos). Falar sobre o inverno mais uma vez seria chover no molhado, afinal, nas duas últimas postagens creio ter falado sobre esta gloriosa estação climática. Sim, gloriosa. Tal como as outras três. Cada uma com característica própria, vantagens e desvantagens. Como o resto da vida. Posso falar sobre a a atual estação, no entanto, de forma indireta. Hoje ao final da tarde, parto ao rumo do friozinho lá dos campos dobrados da nossa serra e no rastro da fumaça dos fogões de lenha, chegarei contente ao meu destino: São “Chico” de Paula.
Faz algum tempo que não vou pra São Chico já na sexta-feira. Tempo menor, contudo, faz que não visito os meus patrícios. Saudade? Sempre. Quem nasceu ou viveu nos limites da Terra Boa, jamais vai deixar de sentir saudade quando encontra-se longe dos pagos. Aliás, nos brilhantes versos que escreveu, o saudoso acordeonista, cantor e compositor Adelar Bertussi já explicitava que o serrano (como é conhecido quem nasce em São Chico) só morre feliz, morrendo em cima da serra. Os compromissos desta vida agitada que levamos acaba por nos privar de algumas coisas. No meu caso específico, não deixei de ir com freqüência a minha terra natal por algum motivo específico, mas sim, por razões oriundas da necessidade profissional. As vezes precisamos fazer algumas escolhas e estas nem sempre vão de encontro com as coisas que gostamos de fazer. Faz-se opções nem sempre tão “animadas” hoje, para aproveitar os frutos colhidos amanhã. Se a vida é feita de escolhas eu faço as minhas, sem titubear, e por saber que ali na frente eu atingirei os meus objetivos pessoais e profissionais. Mas amanhã eu vou matar a minha saudade.
De poncho emalado por diante. Frase, aliás, que tem servido de lema para mim nestes últimos dias. Assim, sigo logo mais a tarde para São Chico de Paula, não buscando o frio que de forma intensa lá me espera, mas sim, o calor dos patrícios, familiares e do povo de cima da serra. Se a falta destes fomenta a minha saudade, serve também de combustível para suprir as ânsias e pegar a estrada no rumo do meu povo. Subir a serra e rever a minha gente, ouvir o som do minuano num contraponto ao toque de cordeona. Assistir a fumaça dos fogões de lenha entrelaçadas a cerração sempre presente. Passear pela “Avenida” ou pelo “Lago” e ver as pessoas entrouchadas e sorrindo. Lá impera a felicidade. Isto é São Chico: terra boa, gente forte hospitaleira, todo serrano é pachola e a serrana é faceira (Adelar Bertussi). É nesta terra que tenho origem e digo isso até para quem não me pergunta. Eu sou de São Chico e com um orgulho imensurável.
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Um fraterno abraço e bom final de semana a todos.