sexta-feira, 30 de abril de 2010

The Guritles

Antes de falar alguma coisa que trate de desabonar o final de semana de alguém, tenho a percepção de abster-me de escrever neste dia de hoje, trazendo a todos um pouco de humor. O melhor humorista da atualidade se chama Jair Kobe com o seu personagem, Guri de Uruguaiana”. É simplesmente impagável. Realmente o talento é o principal fundamento para um artista. Veja abaixo (no link) a homenagem feita por ele aos Beatles:

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http://www.youtube.com/watch?v=8G3AuaIbbDI

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Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Calor senegalês

Conforme o colunista Paulo Sant'Ana do jornal Zero Hora, tivemos na última segunda-feira, dia dezenove, um calor senegalês. Já vi inúmeros adjetivos para os dias de temperatura alta, agora, “calor senegalês, confesso que nunca tinha ouvido ou lido. Claro que tal caracterização não é nada estranha uma vez que é sabido de todos que o Senegal, no continente africano, é um país de temperaturas elevadas. Como no resto da África, aliás. O que mais salienta-se é o calor absurdo que tivemos neste dia: mais de 35ºC em Campo Bom. Na terça-feira, uma chuvinha matreira foi caindo ao longo do dia e com ela a temperatura. Assim, não há saúde que resista a esta miscelânea climática a qual estamos submetidos. Até certo ponto de minha vida eu detestava o calor excessivo. Não gostava, não tinha jeito. Bom mesmo era o clima de São Chico. Gostar de calor eu ainda não gosto e o clima da serra ainda é o melhor de todos. O que mudou, no entanto, é a forma de ver a coisa. Gostando ou não de calor, estou fadado a convive-lo, então, o melhor mesmo parar de reclamar e tentar achar os benefícios do verão e seus complementos. E assim sendo, suportar o mormaço, o abafamento e a chuva que vêm em seguida é parte deste meu aprendizado constante.
Por falar em Senegal, não pode passar despercebido por este que vos escreve que a pouco menos de dois meses dá-se início a mais uma Copa do Mundo de Futebol, na Africa do Sul. Como brasileiro é claro que torço pela nossa Seleção, porém, não com muita animação. Sempre fui assim. Nem os títulos já conquistaram me animam muito. Sou um torcedor de clube ao invés de Seleção. E o clube da moda hoje é o Santos. Com quase cem gols marcados ao longo do ano de dois mil e dez, o time paulista desponta como um dos favoritos a conquista do campeonato nacional deste ano. Falo do Santos em virtude do assunto da hora: Afinal, Dunga deve levar Neymar e Paulo Henrique Ganso à Copa? Não gosto de time muito faceiro mas também não gosto de time com ex-jogador. Convenhamos que o Gilberto Silva já deu o que tinha que dar não é verdade? E o Josué então? Credo. Sob a modesta opinião deste comentarista esportivo oportunista, os dois deveriam ir a copa. Assim como o Ronaldinho Gaúcho também. No entanto, como o Dunga não se curvou a pressão alguma durante o processo todo, duvido que agora, ná véspera, vá dar atenção ao que pensa a opinião pública. Se ganhar o título todos ficam felizes e não estão nem aí para quem foi ou não. Se perder, bom, certamente será massacrado pela imprensa do resto do país que não vai muito com sua cara. Isso, aliás, não é só com o Dunga, pois eles não gostam de Gaúchos como um todo. Azar é o deles não é verdade? Recalque puro. Enfim, torço pelo título, porém, sem apostar nada com ninguém.
No mesmo dia do calor senegalês, comemorou-se o dia de Santo Expedito. Ainda que nos últimos tempos eu tenha analisado a minha fé sob outra ótica, a crença que tenho por este Santo mantém-se intacta. Talvez eu tenha sido agraciado em causas de natureza urgente em face do meu próprio esforço, mas talvez não. Quem sabe eu tenha escapado das “minhas” em virtude da ajuda de Santo Expedito. Pelo que sei, para ser canonizado há a necessidade de reconhecer dois ou três milagres do beato. Este já é Santo, portanto... No fim das contas, eu acho que a verdadeira crença de cada um e o resultado disso vai da sua própria fé. Eu posso ter fé de que só consigo o que eu luto para tal, ou então, só consigo porque o Santo está do meu lado. Vai de cada um. O que importa é atingir os seus anseios no fim das contas. Só não esqueça: Santo faz milagre mas não trabalha sozinho. Portanto, se ajude!
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Chasqueando

O destino quer que eu cante e ao cantar eu me compreendo. Esta frase contida na música de Cristiano Quevedo, interpretada com brilhantismo por Luiz Marenco, remete com maestria aquilo que é a minha vida. Eu não sei porque sou músico e desconfio que puxei pelo meu avô por parte de pai o gosto por esta arte. Mas desconfio, apenas. No fim das contas, acho que sou músico desde o começo de minha vida e o primeiro choro nada mais foi do que um sapucay meio ressonado face a voz ainda fria. Não tenho a pretensão de ser melhor que ninguém, conheço as minhas limitações. Contudo, com este cantar simples que ecoa de minha goela tenho emocionado um pouco e me emocionado bastante. Sempre que digo que vou largar a música declino instantes depois. Menos mal, pois realmente não saberia viver mais sem ela. Em suma, vivo para a música e ela vive em mim, e assim, tenho sido feliz a pelear por este Rio Grande na defesa daquilo que é nosso. Muito nosso, por sinal.
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Nico Fagundes, apresentador de televisão, folclorista e tradicionalista, na abertura do último Galpão Crioulo, tratou de citar a importância dos CTG's realizarem grandes fandangos e de darem a oportunidade de novos grupos se promoverem com isso. Posso dizer com aptidão, em nome do Grupo Fandangueiro, que por onde passamos sempre fomos bem recebidos e inevitavelmente retornamos para novos bailes. A prova disso é a Semana Farroupilha da 22ª Região Tradicioalista: serão três bailes o período este ano. Alçar novos caminhos e trabalhar constantemente para o primor musical também são coisas pertinentes ao Grupo Fandangueiro. A busca pela primasia deve ser constante.
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Demorou um pouco, mas enfim, a verdadeira estreia nos palcos este ano vai ocorrer. E em grande estilo. Ocorre amanhã no CTG Estância do Campo Grande em Estância Velha, grande fandango animado pelo Grupo Fandangueiro precedido por um show do consagrado intérprete Luiz Marenco. Nada melhor que um evento deste para começar com chave de ouro e ciente da responsabilidade que é tocar para um público deversificado entre amantes do nativismo e apreciadores do fandango. Baile de casa cheia certamente. Esperamos todos lá.
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Em breve, volto com mais um chasque. Chasqueando por aí...
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Forte abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sim sou chato

Creio que cada pessoa vem ao mundo destinada a uma vocação. Uns são melhores em alguma coisa, outros noutras. No meu caso, acho que tenho vocação para ser chato. É verdade! A cada dia que passa, acho que este sentimento, transtorno de personalidade, têm se feito mais presente em minha vida de forma e se tornar parte de mim. Sou um chato e pronto. De galocha? Não sei, talvez ainda não tenha atingido tal profundidade, contudo, se nenhum obstáculo cruzar o meu caminho muito em breve serei o mais novo chato de galocha, filiado ao sindicato da categoria, presente em nossa sociedade capitalista. Mas afinal, da onde surge esta chatice? Não sei, a resposta pode ser tão chata que eu tenho medo até de pensar. Em suma, o que ocorre é que me considerar um chato é o primeiro passo para me conscientizar que eu devo declinar deste emburramento que constantemente toma conta de mim, sob pena, de muito em breve, afastar todos que me cercam e os que gostam de mim. Oh negócio chato ser chato né? Pois é. Mais chato ainda é começar o texto desta segunda-feira com um assunto chato deste. Chatice a parte, segue o baile.
Pensei em tratar no texto de hoje sobre o lamentável episódio ocorrido semana passada na nossa capital, onde um rapaz de vinte e um anos morreu eletrocutado em uma para de ônibus da capital. O episódio por si só já é vergonhoso, agravado pelo fato de que a prefeitura municipal já tinha sido alertada das ocorrências simultâneas no local e nada fez. Estava pronto sim para tratar deste descaso, porém, venho batendo na marca a semanas e no fim, continuará tudo como está. É como chover no molhado, sabe? Nosso poder público é ineficiente em todas as instâncias e os políticos são parecidos em todos os graus. Se eu abandonei de vez a política? Não. Mas hoje em dia acompanho de longe, muito mais para saber emitir opiniões quando protelado, do que por interesse no assunto mesmo. Enfim, declinei da idéia de reclamar mais uma vez. O artifício da reclamação constante acaba por saturar a mente da gente de forma a desistirmos ou então nos contentarmos com muito menos. Deve ser assim que que os malandros que estão no poder pensam: Faz ele desistir no cansaço. E assim temos feito dia após dia: desistido por cansaço. Gaudério de fina estirpe não desiste da peleia jamais, é do nosso sangue. Agora é bem conhecido também que o gaúcho é um dos povos mais inteligentes do país, senão, o mais. Dessa forma, acabamos por darmo-nos conta da hora certa de tirar o time de campo antes do desgaste profundo. Retiradas estratégicas muitas vezes nos trazem mais força e sabedoria para saber o momento certo de voltar a agir.
Por fim, trato de um assunto não menos importante que os outros dois retratados acima: a falta de assunto. Quem acompanha-me ao longo destes dois anos de história deste blog sabe, que não foram inúmeras as vezes em que fui agraciado por esta fadiga intelectual. Não foi por isso que deixei de escrever das outras vezes, que deixo agora ou que deixarei daqui para frente. O mais importante de tudo é ter sapiência e sinceridade suficiente para reconhecer que hoje, uma segunda-feira, não é um dia bom. Aliás, não lembro de relatar nos últimos tempos uma segunda-feira que tenha me deixado muito animado. De qualquer forma, é melhor eu encerrar por aqui este assunto meio chato antes que a minha chatice se espalhe e estrague a semana de mais alguém. O cara chato né? Sou chato até para escrever um assunto chato. Você acha que eu acho chato ser chato? Eu não sei. Pensar nisso me deixa um pouco chateado. (hehehehe)
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Mais Fundamento

Nada melhor do que falar de música numa sexta-feira, ainda mais quando esta trás mais fundamento gaudério ao nossos lares. Abaixo, uma das preciosidades do nosso regionalismo, que ganhou notoriedade no brilhantismo da voz imortal de Casar Passarinho:
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Os Cardeais
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Não chora, menina, não chora
Por que foram-se os cardeais
Se cantavam, na prisão
Campo a fora cantam mais
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Tanta gente, anda vagando
Sem saber onde pousar
Mas as aves, só voando
É que podem se encontrar

Você ainda não sabe
O que cabe nesta paz
Quando a gente, abre as asas
Nunca mais, nunca mais
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Era tão triste menina
Não tinha aceno este cais
Na despedida eram dois
Depois, depois serão mais
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A gaiola abriu as asas
Por que até a prisão se trai
E o campo se fez casa
Para o canto dos cardeais
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Abraço e um bom final de semana a todos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Da inércia

Polêmica a vista certamente, foi o pensamento que tive quando surgiu-me a idéia de falar dos tórridos acontecimentos naturais no estado do Rio de Janeiro. Falo em acontecimento natural, ainda que, sob minha ótica a mão humana é tão responsável quanto a natureza neste triste episódio todo. Friso também que, para mim o poder público é o principal culpado dentro desta parcela humana. Há, no entanto, quem discorda da minha pessoa e afim de manter e ampliar a democratização que sempre procurei impor na conceituação deste blog, volto a tratar deste tema sob um novo ponto de vista no que tange a participação humana no processo. Há sim, acreditem, quem ainda crê que o poder público não é o único culpado. Que a sociedade de uma forma geral tem uma parcela de culpa significativa uma vez que é ela quem elege os que lá estão desempenhando a chefia do poder. Neste conceito de sociedade, acabo por lembrar-me que também estou incluído, que você também está e que, enfim, todos nós estamos. Assim sendo, ouso a definir que sob esta ótica eu sou um dos culpados pela aquela gente ter invadido uma área que outrora fora um depósito de lixo em Niterói/RJ, construído casas e estar vivendo lá até o dia em que tudo veio abaixo em face a um desmoronamento de terra de grande proporção. Eu sou culpado? Você amigo leitor é o culpado? Afinal, quem é o culpado? E será mesmo que há um verdadeiro culpado? Em suma, como relatei a um tempo atrás aqui mesmo, o mundo é feito de muitas perguntas e poucas respostas. Fazer o que?
Claro que eu generalizando a conceituação de sociedade tenho que incluir-me também dentro dela. Agora, se eu pontuar para a geografia do Rio de Janeiro talvez eu possa, então, delimitar e enxergar melhor esta lógica do pensamento adverso. O que posso fazer, também, é transcrever alguns problemas da nossa sociedade, coisas aqui do pago mesmo. Aí é provável que verei sob a mesma luz do pensamento distinto. Ao traçar estas analogias diria que sim, é mesmo possível dizer que a sociedade têm uma parcela de culpa nos acontecimentos do Rio na última semana. Além de ser proveniente de sua soberania a eleição dos que lá estão a conduzir e chefiar o poder público, a inércia de muitos contribuiu para que as pessoas invadissem a área do lixão e construíssem casas em cima. Como assim? Explico. Ora, se um ou mais vizinhos da área tivessem reclamado junto a prefeitura ou ao Ministério Público quando as invasões deram-se início, é bem provável que a tragédia a esta altura tivesse diminutas proporções. Se os moradores de morros e encostas sob risco se unissem de forma cooperativada, é sim bem possível batalhar para uma solução única que beneficie o conjunto.
Na verdade, somos um povo acomodado. Cansamos de lutar, ou as experiências na peleia não nos favorecem. Na nossa rotina, o que vale é a máxima do “time que está ganhando não se mexe”. E assim, a vida vai se levando sem muitos objetivos e sem nenhuma perspicácia de melhora real. As benfeitorias são mascaradas. Por fim, devo admitir que mudei de opinião em partes, e devo admitir também que a sociedade tem sim, sua parcela de culpa, não na existência dos desastres naturais, mas nas suas conseqüências. Deveríamos considerar a inércia como um desastre natural. Talvez, a inércia seja mesmo um desastre, mas social. Sei que em ano de eleição é fácil vir aqui e falar para votar em alguém que seja diferente dos que aí estão. Sei também que a história tem nos mostrado que a raça de político é praticamente a mesma mudando apenas a cor da bandeira partidária. Agora, se com base nesta realidade eu perder de toda a esperança, bom, aí eu realmente devo me mudar para outro lugar, outro país. Ninguém aqui pediu para ser brasileiro, mas já que somos, devemos levar ao pé da letra o discurso mais animador de nosso povo: Sou brasileiro e não desisto nunca!
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Fundamento

Os grandes e celebres momentos dos nossos festivais de música campeira e nativista se foram, no entanto, os órfãos admiradores desta rica cultura em forma de música simples e pura seguiram vivos e vêm propagando seu conhecimentos, afim de, não se deixar morrer a figura do festival que canta as coisas do nosso Rio Grande. Não sei se posso falar em crise existencial, mas de fato, o que acontece é que um festival hoje em dia não se faz por si só, depende da boa vontade do poder público municipal, estadual e até mesmo federal. O primeiro, geralmente realizando o mesmo e os outros dois patrocinando sob a forma da LIC – Lei de Incentivo a Cultura. Vejam só que contradição: ora, se é sabido de todos que a cultura juntamente com a educação são o carro chefe para o desenvolvimento do nosso povo, devia ser cláusula pétrea delegarmos isso como parte da nossa vida, sem precisar de Lei alguma de incentivo. Há, porém, uma justificativa lógica de que as disparidades sociais existentes no nosso país, impedem a ampliação cultural tupiniquim. Impedem que a cultura sente-se junto a mesa do brasileiro. Creio, no entanto, que a questão é bem mais abrangente do que a simples falta de poder aquisitivo. Há muita falta de vontade deste poder público as vezes, bem como de nós, povo, que muitas vezes relegamos as nossas origens ao secundarismo frente os adventos momentâneos da dita moda tão propagada. No gauchismo não tem modismo. Não gauchismo tem história, legado e tradição. No gauchismo há os nossos festivais que não morrem. Não pelo menos enquanto houver gaúchos de fina estirpe disposto a defender este nosso pago nativo.
Nesta última terça-feira, seis de deste corrente mês, tive a oportunidade de falar pessoalmente com o Secretário de Turismo do município de São Francisco de Paula, Sr. Sidi França, que confirmou-me a realização da 19ª edição do Ronco do Bugio, um dos festivais mais celebres da história deste Estado. O evento ocorrerá nos dias 28,29 e 30 de maio junto a programação da 14ª edição da Festa do Pinhão que será realizada este ano novamente nas dependências do Parque Davenir Peixoto Gomes, a popular “Balança”. Agora, no entanto, não houve processo classificatório, uma vez que, foi privilegiado os classificados no processo do ano passado. Em face do advento da Gripe A, acabou por não ser realizado o festival no passado ano e, assim, temos agora, na verdade, a seqüência do processo iniciado no ano de 2009. Além das músicas concorrentes, destaca-se o show de abertura com Cesar Oliveira & Rogério Melo e o baile do sábado com Os Tiranos, cria da terra, e com uma qualidade reconhecida pelo meio fandangueiro. Falando em fandango, não há como esquecer dos celebres bailes ocorridos com o Ronco do Bugio. Os Serranos, Os Mirins, Grupo Rodeio e outros tantos. Em uma das edições, tivemos Os Serranos e Os Mirins dividindo o palco num meio a meio de tirar o fôlego e de entrar para a história. História esta que começou no ano de 1986 debaixo de um lonão onde hoje está localizado o ginásio municipal de esportes. Edson Dutra, lider de Os Serranos, foi o idealizador do festival, que, felizmente fora abraçado pelo poder público municipal e por toda a comunidade serrana expandindo-se, aí então, a todos os cantos deste nosso Rio Grande e até de Santa Catarina e Paraná.
Falar de Ronco do Bugio é falar de um festival com “Fundamento”. E é por ter fundamento gaudério corrento no sangue das minhas veias é que falo com conceito e propriedade da importância de todos os festivais para o desenvolvimento cultural do nosso Rio Grande. Valorizar o que nosso é saber glorificar os pilares da nossa identidade, saber reconhecer os que empunharam adagas na luta pelo nosso povo, saber dar conceito para o verdadeiro Ser Gaúcho. Como conseqüência lastimável do desenvolvimento de nossa sociedade, perdemos o poder e a sensibilidade de cultuar o que é do pago, nossas origens e nosso legado. Que os gaúchos e gaúchas engajados nunca percam este espírito lutador de colocar a bandeira do Rio Grande no ponto mais alto destas glórias que a história nos trás. E que brote a certeza na alma destes “Taitas”, de que, quem vive nas gaitas, não morre jamais.
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Forte Abraço e um bom final de semana a todos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Crise, fanfarronice e politicagem

A palavra crise é algo eminente frente as constâncias inglórias de caráter físico, politico e social. Ouso dizer que a pobre coitada já está banalizada na boca do povo, relegada a sarjeta. Não posso, contudo, minimizar suas atribuições quando ela realmente se faz presente em nosso cotidiano. A situação do Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, não só pode como deve ser tratada como crise. Neste caso, trata-se de calamidade pública expressa e muito facilmente visível aos olhos de quem realmente sabe enxergar a realidade a luz do bom senso. Eu poderia agora traçar um paradigma baseado no meu lado humanitário visto as famílias que tudo perderam, casas, móveis e o pior: mãe, pai, filho e filha. O bem da vida, o mais precioso de todos os nossos bens, esse não tem volta e não há dinheiro no mundo que pelo menos amenize a dor destes duramente atingidos. Sou mais cético, no entanto. Os mais antigos neste espaço, devem recordar bem que a época dos acontecimentos catastróficos naturais no nosso vizinho e agraciado Estado de Santa Catarina, fui taxativo, ao elencar algumas das causas para todos os problemas causados pela chuva e suas conseqüências. Não será agora, falando da cidade cartão postal do nosso país, ou seja, Rio de Janeiro, que serei diferente. É preciso, neste caso, agir sim com solidariedade, mas não, em momento algum, com politicagem.
Em Taquara, cidade em que trabalho, de uns tempos para cá as chuvas um pouco mais torrenciais resultam em alagamento das ruas centrais do município. Algo vergonhoso ao levar-se em conta que já estamos no ano de dois mil e dez e não na década de sessenta ou setenta. Culpa de quem? Só do atual prefeito eu sei que não é. Políticos, na sua grande maioria, pouco estão preocupados com as conseqüências de seu atos, mas sim, com a popularidade e com os votos que eles trarão. Assim, dão um jeito de asfaltar ruas, permitir o crescimento do número de habitações e assim por diante. O problema vem de longe, mas sim, a culpa também é do prefeito atual que até agora nenhuma providência tomou para minimizar os efeitos da torrencialidade das chuvas. No Rio, não fugimos muito disso. Casas e mais casas construídas nas encostas de morro, crescimento habitacional e populacional desenfreado. Mas isso é detalhe apenas. Os problemas vão muito além da falta de estrutura urbana da cidade do Rio de Janeiro e dos municípios ao seu entorno. Há uma questão geográfica também, tendo em vista a característica de uma cidade litorânea: de um lado mar e do outro morro. Condenar os que constroem casas nas encostas quando isso surge como única alternativa frente a não existência de espaço físico mais adequado? Deve-se condenar quem deixou construir, quem não apresentou alternativas, quem vai para a imprensa chorar e expor-se ao ridículo, ao invés de olhar para seu próprio umbigo e utilizar o mar de dinheiro oriundo do petróleo para realmente fazer algo socialmente produtivo. O Rio de Janeiro não precisa de coitadismo. Nunca precisou, aliás.
A profissionalização dos políticos neste nosso país tem nos tornado reféns de seus mandos e desmandos. É sim uma tristeza ver o Rio embaixo d'água, o Maracanã submerso, pais perdendo seus filhos soterrados e casas sob o mar de lama. É bem mais que triste para quem vivencia. É doído, doloroso. Esta imagem não se apaga em mente alguma. Agora não podemos fechar os olhos. Para uma cidade que já sediou Jogos Panamericanos, que sediará a final da Copa do Mundo em 2014 e que será o berço dos Jogos Olímpicos de 2016 a resposta do poder público frente ao caos em que o estado fluminense encontra-se beira ao ridículo. Ir para a televisão pedir que as pessoas não deixem suas casas sr. Prefeito, ora, para isso não precisa estar no seu cargo. E quem até agora não chegou em casa? Sim, os adventos da natureza são muitas vezes imperdoáveis. Porém, para uma cidade que espera receber o mundo em alguns anos, a resposta para tudo isso tinha que ser iminente e enfática. Como diria o “Capitão Nascimento”: Pedem para sair, seus fanfarrões!
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Abraço e boa seqüencia de semana.
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PS.: O motivo para o texto ter sido postado na data de hoje, sete de abril, é o fato de o Blog do Campeiro estar completando nesta data dois anos de existência. Aos que acompanham desde o início, mil gracias pela parceria.
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Campeiro

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Nós, bobos?

Coincidência ou não, hoje estamos a cerca de noventa dias, ou três meses em face da alternância na quantidade de dias/mês, do começo de mais um processo eleitoral no Brasil. O oficial, é claro, o permitido por lei, pois, na prática, já estamos no meio do barulho a alguns meses. Todo este rito sagrado dá-se a cada dois anos diferenciando, todavia, a circunstância e a pomposidade da eleição: escolha de Prefeito e Vereador ou Presidente, Governador, Senador e Deputados. Nem preciso dizer que o neste caso, a segunda opção é o exemplo mais celebre. Vou confessar para todos que já tive pretensões políticas, militância partidária e o sonho de ser Prefeito de São Francisco de Paula. Se eu disser agora que este sonho acabou eu estarei mentido, no entanto, ele é neste momento praticamente impossível, uma vez que, minhas pretensões políticas e minha militância partidária não existem mais. Tenho sim as minhas convicções, mas acho que concorrer mesmo eu não irei. O círculo político é muito desgastante e, convenhamos, engolir sapos não é bem a minha característica. Depois, sou independente demais para ficar restrito a diretrizes e ordenamentos partidários. Dizem que fazer política é uma arte. Talvez. Arte por arte, contudo, prefiro ficar com a minha música que me traz mais alegria, prazer e satisfação. Não costumo falar sobre o tema política neste blog. Abro uma exceção hoje tamanha a coincidência de datas: 1º de abril – 1º de julho = três meses para o começo das eleições brasileiras. Deixo bem claro que a seqüência do texto não traz cor ou bandeira partidária alguma.
Creio que nossos candidatos devem traçar a verdade como principal bandeira no seu palanque eleitoral. Vejamos os possíveis candidatos: Zé da Farmácia, um homem culto e estudado. Segundo ele próprio, o fato de ter cursado até a 5ª série do ensino fundamental lhe faz quase que um PhD. O que concordo, já que a maioria dos candidatos mal fez a quarta série. Ler e Escrever? Para que se tem um assessor que faz isso tão bem. Vejamos as propostas do Zé da Farmácia: distribuir remédios de graça para toda a população. Que maravilha né? Ver todo o povo tomando remédio, não precisando mais desembolsar valor algum para se auto-medicar. Acredito até que não precisaria mais de comida para o povo, afinal, todos tomariam suplementos alimentares. Saneamento básico? Bobagem, haveria remédio pras “bichas” também. Outro candidato é a Vilma Sacoleira. Pessoa de origem humilde, trabalhadora. Fez sua vida indo ao Paraguai buscar muamba para revender por aqui (dizem até que pealou ao lado dos gaúchos na guerra do Paraguai). Quando a fiscalização apertou, temendo ser presa mais rotineiramente (já fora umas nove vezes) resolveu migrar sua rota muambeira para a Vinte e Cinco de Março em São Paulo. Vilma Sacoleira promete dar sacola pra todo mundo. Dentro da sacola vai ter vale refeição, alimentação, transporte, gás, roupa e até, vale motel. Que momento hein? Se ela ganhar vou pedir as minhas contas, afinal, trabalhar para que? O terceiro nesta corrida armamentista, opa, digo, eleitoral, é o Miro da Peixeira. Nordestino arretado, porém, teve sorte na vida e conseguiu estudar mais que os outros candidatos. Abandonou o nordeste, casou com uma mulher que, creio eu, trabalha no ramo da construção. O Miro é um cara de fala mansa, de idéias ponderadas e e discurso generalizado. Não trabalha com uma proposta única mas com situações de governo amplo. Na prática, creio que será engolido pelo processo todo, uma vez que, neste caso vale a máxima da peneira de futebol: neguinho que chega dizendo que joga em qualquer posição é porque não joga em nenhuma. Para completar o pleito tem a Dona Margarida. Pessoa formada, defensora dos seres mais fracos deste país: os vivos não humanos. Dona Margarida em cada discurso que faz, trás consigo um par de vasos: num, uma margarida, afinal, ela tem que se auto promover, e, no outro, um mato qualquer para se mostrar intranqüila com a situação da Amazônia. De único entre os quatro, o discurso afinado da possibilidade dum país melhor, como todos alegres, felizes e contentes. Ufa! Me sinto até mais animado agora.
Em suma meu caros amigos e leitores, para não alongar as já constatadas delongas, encerro dizendo que o sentimento que me norteia neste momento é o de esperança: esperança em acreditar nesta gente que está aí querendo se transformar em presidente do nosso país, esperança neste país alegre, feliz e contente que todos dizem que sim, é possível. Esperança em acreditar que um dia, sim, um dia o povo acaba por abrir por completo os seus olhos. Estou realmente muito animado com este nosso pleito, tamanha, a “qualidade” de nossos candidatos. Pessoas íntegras, sinceras e trabalhadoras que jamais poderiam pensar em nos fazer de bobos. Hahahaha. País justo, de políticos honestos e sinceros e trabalhadores? Acho que na realidade mesmo, já estão nos fazendo de bobo todo o dia.,e há muito tempo. Eu tenho esperança que não estejam nos fazendo de bobo. Oh guri bobo...
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Abraço e bom feriado a todos.