sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Antigas cartas guardadas...

A cada dia que passa, perde-se um pouco mais do romantismo de outrora. Texto meloso em sexta-feira? Não, apenas um relato daquilo que tenho visto, ou não, por aí. O romantismo por si só não transforma ninguém em mais ou menos meloso. E neste caso, o romantismo fala daquilo que por anos estiveram a nossa volta, como um ritual, e agora esta perdido ou sumindo pela modernidade que aí encontra-se. Do que eu estou falando? Bem, como se pode ver este texto parece uma incógnita até aqui, tamanha a quantidade de interrogação que há nele. As perguntas de certa forma ilustram um pouco o real sentido deste texto, uma vez que assim acabo incitando a todos a lembrar de alguma coisa que o tempo fez com que deixasse de ser importante. Alguma coisa sempre é mais importante para um do que para os outros, porém, num contexto geral, o conjunto inteiro acaba por marcar uma época, um tempo geralmente bom que não mais voltará. Coisas do dia-a-a dia que no passar das horas é imperceptível e pouco interessante, amanhã pode transformar-se em algo que marcou nossas mentes e que resgata os bons adventos da lembrança. Boas lembranças persistem eternamente em nossas mentes trazendo, porque não, a tona impreterivelmente a saudade. E a saudade, a saudade é uma estrada longa que começa e não tem mais fim.
Estes dias na página três do jornal Zero Hora, havia uma foto reportando a década de 1970, no litoral gaúcho, mostrando antigos “objetos” junto a beira da praia que serviam de guarda-sol para os veranistas que se alojavam junto ao mar. Hoje, o que vemos é um mar de guarda-sóis de plástico, sintético ou algo do gênero, de todas formas, cores e jeitos. Lembram quando na praia sempre no início da tarde passava o tio de Kombi vendendo Puxa-Puxa e doces? Simples, singelos, prosaicos e deliciosos sabores adocicados vendidos de porta em porta. Ver o tio chegando agora de uno mille acaba por si só com toda vontade de experimentar os mesmos. Detalhe: não tem mais Puxa-Puxa, o que é, sem dúvida, uma lástima. Meu pai conta que na época que ele era guri ainda, nas festas de igreja lá no longínquo distrito de Cazuza Ferreira, município de São Francisco de Paula, não havia luz suficiente para música, freezer (nem tinha freezer naquela época), geladeira e etecetera. Sacrificava-se então a cerveja, que era armazenada em tonéis de óleo diesel (devidamente limpos e vazios é claro) carregados de gelo trazido pelo distribuidor da bebida e forradas por cima com serragem , afim de que, conserva-se um pouco mais a “refrigeração”. Diz ele que aquelas festas sim é que eram boas. Aonde estão os bolichos de campanha com queijos sobre o balcão e pernas de salame penduradas nas prateleiras? Se foram, restou-nos os mercadinhos: tão simplórios , bagunçados e sujos. Coisas boas se perderam por aí, certamente.
Se perder parte do romantismo de outrora, da vivência simples dos nossos pais e avós é o preço para o advento da modernidade, então estamos tendo um prejuízo incalculável. Não há como taxar as perdas trazidas por tudo isso. Já se foram os bailes de antigamente, os tempos de bigorna (alguém além de mim conhece um ferreiro que trabalha ainda por aí?), as festas boas de interior. Vivia-se com muito menos, mais simples e objetivo. Crianças se divertiam com bola, peão, carrinho de lomba e bodoque (a popular “funda”) E hoje? Quanta nostalgia! Se foi o romantismo da vida , perdeu-se este em alguma estrada de chão batido por aí. E a velha carta? Quem hoje em dia manda uma carta para alguém? Tem gente que não sabe mais nem escrever, tamanha a facilidade oriunda do computador, e-mail e outros. “Antigas cartas guardadas, que o tempo amarelou. São lembranças do passado que no meu peito ficou”. Palavras cantadas pelos Irmãos Bertussi que mostram o quão era a vida naquele tempo. De um tempo que da saudade. De um tempo, que eu nem conheci.
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Forte abraço e um bom final de semana a todos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Das saudades que tenho

Hoje eu acordei nem um pouco propenso a levantar discussões aqui neste blog. Ainda que este quesito esteja em alta em nossas vidas, em diversas camadas da sociedade brasileira e mundial, não surgiu-me a inspiração necessária para aumentar ou diminuir toda ou qualquer polêmica que eu julgasse interessante dialogar por aqui. Mas então, sobre o que escrever hoje então? A caminho deste lugar em que me encontro neste momento, andava por uma rua de Ivoti e ao chegar no topo de uma pequena ladeira deparei-me com duas crianças, com não muito mais do que dez anos de idade, lado a lado com suas mochilas nas costas dirigindo-se a escola, em torno de duas quadras dali. Conscientemente diminui a velocidade em que me encontrava, por questão de segurança mas também para relembrar o meu tempo de colégio. Ambos pareciam contentes ao cumprir o trajeto fadado, tanto que o da esquerda a certa altura deu um breve “tapinha” nas costas do amigo, como se fosse abraça-lo. Um gesto puro certamente, numa sociedade hoje em dia tão mergulhada em preconceitos e esteriótipos absurdos e desnecessários. Ao ver e acompanhar por breves instantes aquela cena, fez-me por segundos voltar no tempo e relembrar das tantas vezes que percorri o caminho rumando a escola. Neste momento em que escrevo este texto sinto meu corpo tomado por um sentimento de saudade de um tempo bom que infelizmente não há de voltar mais.
Enquanto somos jovens e com pensamentos de certa forma até inconseqüentes, tratamos de execrar a escola, professores colegas e tudo em torno. Lembro que a certa altura do do segundo ano do ensino médio eu não via a hora daquilo tudo acabar de uma vez. Depois, com o passar do tempo, a gente passa a compreender o real significado da necessidade de estudar, de ir para o colégio, enfim. Há uma noção distorcida da nossa mente ainda criança ou no máximo adolescente, de que ir pra escola é uma obrigação quando na verdade, é uma satisfação que se mostra muito tempo depois em nossas ações, idéias e vontades. Muito além de aprender a ler, escrever, e a familiarizar-se com o português, a matemática, física, química, história e geografia, a escola nos proporciona o verdadeiro sentido de integração com a sociedade, a inserção política e a noção real da importância do convívio em grupo. Falando em grupo, como não se lembrar dos colegas e inevitavelmente, dos amigos que fizemos durante esta importante passagem das nossas vidas? Pois é. Pena, contudo, que com o andar dos anos esta proximidade vai se limitando a troca de e-mails e olhe lá. As pessoas acabam adquirindo novas responsabilidades, dando novo foco para vida e as relações do tempo de colégio acabam se perdendo por aí. Perduram-se as amizades ainda que de forma aquém do que se gostaria.
No parágrafo anterior eu disse que a certa altura do segundo ano do ensino médio eu já estava cansado daquela rotina diária na escola. No terceiro ano, porém, este sentimento de saudade que sinto hoje começou a se manifestar dentro de mim, ainda que eu não compreendesse o que significava. Talvez por não compreender isso é que eu tenha desistido na última hora de fazer minha cerimônia de formatura, o que, me arrependo hoje em dia. Perdi a oportunidade de ter comigo uma grande lembrança, algo que ficaria comigo para todo o sempre, mas enfim, esta é mais uma decisão daquelas que passado o tempo a gente não sabe porque tomou. Hoje, ao ver os dois meninos se encaminhando a escola lado a lado, vi brotar dentro de mim um sentimento de saudade de um tempo em que a única responsabilidade que eu tinha era estudar. Saudade dos tempos em que ficava três meses de férias em São Chico, saudade dos tempos em que jogava futebol todos os dias, saudade do melhor tempo de minha vida até agora. Por incrível que pareça já se vão mais de cinco anos em que me formei e ainda tenho laços de afeto com o Santa, o colégio que mais tempo fiquei e onde realmente fiz os meus laços de amizade. Se você que está lendo este texto, ainda estuda e tem a oportunidade de freqüentar a escola, leia com atenção este meu relato, pois ainda dá tempo de repensar o verdadeiro sentido de ir para o colégio. Passado este tempo, você terá tantas responsabilidades que esquecerá de tudo que a vida é capaz de proporcionar-lhe. Não esqueça também de estudar bastante, porque no fim das contas, o aprendizado é a única coisa que acompanhará-lhe até o fim de sua vida.
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Bom retorno as aulas a todos os estudantes.
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Abraço e uma boa semana a vocês leitores.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vivendo o carnaval

Escrever no blog para a tradicional postagem de sexta-feira está cada vez mais difícil, isto porque, pipocam-se aos quatro ventos assuntos polêmicos diversos em detrimento as situações de lazer e tranqüilidade. Há, contudo, o compromisso de minha parte em evitar de tratar de assuntos socialmente impertinentes, ainda que, trate do nosso regionalismo gaúcho. Uma posição firmada que dificilmente sofrerá alteração, salvo claro, por motivo de força maior. Creio ser tantas as coisas menos alegres, que tratar disso inclusive na véspera do merecido descanso da maioria será de uma forma ou outra, um desrespeito a vocês meus caros leitores. E assim, inevitavelmente surge o ócio inspiracional e a fadiga das letras, palavras, frases, enfim, dum bom texto ao nível da dignidade intelectual de cada um de vocês. Porém, logo surge em minha cabeça a celebre frase do filósofo francês René Descartes: “Penso, logo existo”. Ainda que tratar de uma assunto não seja algo muito fácil para o dia de hoje, exercitar o dito de Descartes, acaba por trazer ao menos uma luz no fim do túnel. Fraca? Talvez, mas intermitente, todavia.
A classificação mais apropriada para descrever o desfile da escola de samba Unidos da Tijuca, no carnaval do Rio de Janeiro, é uma: perfeito. Sei que não sou a pessoas mais apropriada para traçar comentários em referência ao carnaval, mas há bastante tempo não via um espetáculo tão bonito como o realizado pela comissão de frente da escola vencedora do carnaval carioca. Um espetáculo ilusionista que atiçou a curiosidade de todo o mundo, afinal, como eles conseguiam mudar de figurino tão rápido? No texto do ano passado comentei sobre aqueles que realmente viviam e se dedicavam ao carnaval durante o ano todo e talvez, só agora, possa realmente compreender o significado de tudo isso. Para poder chegar na passarela do samba e executar tais movimentos com tamanha competência e perfeição é realmente necessário viver o carnaval de forma intensa e duradoura. Creio ser impossível planejar um desfile apenas três meses antes do evento. Enfim, uma forma de viver a vida, sem dúvida. Mas voltando ao desfile da Unidos da Tijuca, o adjetivo perfeito por mim dado vem respaldado pela nota final obtida pela escola. Do máximo de trezentos pontos que a Tijuca poderia receber, a mesma atingiu a pontuação de duzentos e noventa e nove com nove décimos, o que, tendo em vista a quantidade de jurados, pode-se considerar nota máxima. De parabéns está a a Unidos da Tijuca, vencedora do carnaval carioca, e divisora de águas sabendo como poucas, mesclar o tradicionalismo e a modernidade do carnaval, sem, contudo, romper os laços com a verdadeira essência deste que é um dos grandes eventos do nosso calendário nacional. Aqui pelos pampas, lamentei a não vitória da Imperadores e o rebaixamento da Protegidos, representante de Novo Hamburgo. Para ambas, resta rever os erros e melhor os acertos já com a cabeça em dois mil e onze.
O Brasil é um país reconhecidamente extenso tanto em limite territorial quando em diversidade cultural. De sul a norte vemos expressões distintas de um mesmo povo, algo que faz de nós, creio, privilegiados. Mesmo tendo como única fonte de inspiração a música e a tradição gaúcha, reconheço na cultura dos demais estados da federação estas formas distintas de cultivar aquilo que é seu do seu jeito. Ao que vemos, todas a culturas deste país tem suas coisas boas a serem admiradas e os vícios a serem desconsiderados. No fim das contas meu caros amigos, resta a cada um de nós o poder de escolha. A capacidade de separar o joio do trigo. Saibam que inevitavelmente, só vocês mesmos são capaz de tomar as decisões que norteiam suas vidas. Desfaz-se aqui o assunto carnaval, já programando o relógio biológico para o próximo que ainda está por vir.
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Forte abraço e um bom final de semana a todos.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval e festa não fazem mal a ninguém

Os últimos noventa dias, mais ou menos, tem realmente servido-me para uma série de revisões, sendo de conceitos, atitudes e até mesmo valores. Em suma, tenho procurado deixa a “vida me levar” um pouco mais, vivendo dia por dia e me irritando menos, enfim, sendo um pouco menos chato. E assim, cada vez que volto a tratar de algum assunto tenho preocupado-me em fazer uma auto crítica, mesmo que superficial, buscando não penalizar-me por idéias até então retrógadas, mas sim, tentar mostrar que de alguma maneira fui exagerado em minhas colocações, ou então, porque não bairrista. Fiz esta pequena introdução da introdução, porque vou tratar agora de um assunto pertinenete da época: o carnaval. O texto original do ano passado, refrindo-se a este tema, era de tal forma forte que acabei desistndo na última hora da postagem temendo uma reação irada de boa parte dos leitores. Não, eu não fiquei com medo de espor minhas idéias, mas sim, tive percepção e bom senso ao enxergar que aquele texto era até preconceituoso, pois levantava um debate que podia me gerar até complicações judiciais. Na última hora resolvi abandonar aquele texto entrando no clima da folia carnavalesca, escrevendo algo que mais visava a preocupação com os excessos do que com o próprio carnaval em si. Se aquele dia dei o primeiro passo, hoje procurarei dar o segundo e assim sucessivamente de agora em diante.

Não faço idéia qual foi o último baile de carnaval que fui. Na realidade eu nunca fui muito fã de carnaval. Até gosto de acompanhar pela televisão, tendo preferência por Mangueira ou Academia do Salgueiro no Rio e Imperadores em Porto Alegre. Sinceramente não me lembro qual o último baile de carnaval que fui. Ouso dizer que ainda era criança quando tal fenômeno ocorreu pela última vez. É, fenômeno senhoras e senhores. As vezes paro o penso: o que me afasta deste tipo de coisa, ou de festas em geral? Alguns diriam que eu sou um daqueles gaúchos grossos que não admite outra arte a não ser a oriunda deste pedaço do Brasil. Outros que eu sou muito mais chato do que eu realmente imagino. Seria receio de perder a identidade gaudéria talvez. Se for isso, uma tremenda bobagem, afinal o meu gauchismo, esta minha alma campeira, esta na minha essência. Eu nasci e cresci assim e não tem nada no mundo que me fará ser diferente. Mesmo que eu passe três noites seguidas de carnaval fazendo festa. Ainda assim. Porém, o fato de eu aceitar que participar do carnaval de nada me afetará, não muda a visao que tenho de alguns pontos relativos ao mesmo. Por exemplo: preocupa-me a questão de que o desfile de carnaval dependa ainda de recursos públicos, que carnaval esteja associado a bebedeiras, ao sexo, a acidentes e mortes, enfim. Aproveito agora para fazer um apelo pela folia conciente de todos, não esquecendo que a vida ainda é o mais importante de tudo.

O carnaval é uma arte bem como a nossa música regional gaúcha. Surgiu na Europa, mas foi popularizado pelo Brasil, terra de mulheres bonitas e gente com samba no pé. Como toda a arte, merece seu respeito e é isso que eu tenho procurado fazer. Se freqüentar um evento do gênero fará de mim um estranho no ninho, só a minha freqüencia mudará esta sina. Isso, contudo, não quer dizer que eu sairei de casa hoje disposto a fazer tal programa. Para tudo na vida precisa-se de uma adaptação e nesse sentido não seria diferente. O certo é que devo sentar-me a frente da televisão hoje, assistir aos desfiles, tirar minhas conclusões e por fim ensaiar alguns passos para não fazer feio a hora chegar. Se estou falando sério? Teoricamente sim. Agora a prática meus caros, a pratica é muito mais perturbadora, incrédula e embrulhona que a teoria. Falando em embrulhona, lembrei-me agora do causo dos Mates do João Cardoso. Já contei pra vocês? Não? Uma pena. Será que o Crioulo tem uma cabeleira igual a do Zezé? E será que ele é mesmo? De qualquer forma o mate por aqui é feito de agua pura mas não do ribeirão. A nossa canha é das buenas e os surungos são de respeito, afinal, uma festa nunca faz mal a ninguém. Não é mesmo?


Abraço, bom feriado e um ótimo carnaval a todos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quando gritaram catarina...

No momento em que começo a escrever este texto, ainda na quinta-feira, recupero-me da viagem de retorno do litoral, após aguns dias de vida litorânea. Recordo-me que dá última vez que estive no vizinho estado de Santa Catarina escrevi um texto na volta entitulado “Bateu a saudade do pago” tratando de reforçar o meu amor pelo Rio Grande e deixar claro algumas, digamos, “carências” existentes além das fronteiras do Mampituba. Não vou fazer uma auto-crítica em referência ao texto passado, não, apenas tratarei de escrever agora tendo como ponto fundamental todos os encantamentos e as qualidades pertencentes ao estado vizinho. O povo Catarinense tem sim uma pontinha negativa contra o Rio Grande do Sul, porém, ela é bem menos que a existente no resto do Brasil. De uma forma geral, os catarinas gostam de nós, do nosso estado e assim sendo, convivemos na mais absoluta harmonia tanto que, somos o principal instrumento de fomento comercial da unidade federada vizinha nesta época do ano. O gaúcho é um apreciador do litoral catarinense, e, acima de tudo, sabe como poucos valorizar cada centímetro de beleza existente nas praias do nosso irmão mais mais novo. Ah tchê!, e como são belas as praias de Santa Catarina...

Gostar do litoral catarinenese não necesssariamente representa um desgosto perante ao nosso litoral aqui do pampa. São características diferentes. Além da beleza, Santa Catarina é rica em enseadas, principalmente acima de Laguna, o que deixa o mar mais calmo chegando a alguns lugares ser facilmente confundido com uma lagoa. No Rio Grande, podemos destacar a beleza incondicional de Torres além de praias com grandes faixas de areia e mar aberto, tornando-o mais revolto e perigoso. Não passarei aqui a comparar agora as diferenças e semelhanças entre ambos, pois, não é a idéia principal deste texto. Vamos destacar as boas coisas percebidas no litoral catarinense, então. Uma coisa que o litoral de Santa Catarina sempre teve foi foco. Desde quando me entendo por gente e vou para lá, noto que as praias municipalizadas sabem explorar suas belezas naturais de forma a transformar a vocação turística em carro chefe da economia. Há investimentos na área de infra-estrutura, informações turísticas e o comércio é muito bem desenvolvido. A única ressalva que faço quanto ao comércio, é que comerciantes e atendentes ainda precisam aprender melhor no trato com seus usuários. E a comida? Bom, para um apreciador da comida gaúcha gostar de outra é muito difícil, mas, vamos lá. O grande defeito da comida catarinense é a falta de tempero. Os restaurantes têm peixes de excelente qualidade, porém, na minha concepção pouco temperado principalmente no quesito: sal. Ainda que assim seja melhor para a nossa saúde, prefiro peixe e qualquer outra comida com o condimento frente a falta do mesmo. Aliás, gosto bastante de peixe, todavia, não há nada como um bom churrasco. Feito por gaúcho, é claro.

Enfim, meus caros, creio que consegui manter-me o menos crítico possível. Cada região brasileira tem características próprias, fazendo deste país um micelânea em face a extenção territorial de nossa nacionalidade. Sendo assim, concluo que não devo criticar um defeito daqui ou dali, mas sim, enaltecer as qualidades de cada lugar. Problemas todos tem, e a fonte destes deve ser muito bem analisada antes de enaltecer a crítica. Então minha gente, eu vou tentar a partir de agora evitar ao máximo criticar toda ou qualquer região deste país. Sou gaúcho, tenho orgulho disso e tenho certeza que o Rio Grande é o melhor lugar para se viver. Têm história, tradição, cultura e um povo gentil, bravo e sem luxo. Os catarinas certamente terão seus exemplos para enaltecer o seu estado, assim como paranaeneses, paulistas, fluminenses, mineiros, baianos e, enfim. Cada um puxará brasa pro seu assado, o que é o natural. Agora, vamos ser sinceros né: o assado gaúcho é o melhor de todos porque não há nada igual a um churrasco gaúcho. Ahh tchê, o que falar duma costela gorda pingando sob um fogo de chão velho matreiro? Não há o que falar. Só provando para saber como é bom.


Carnaval? Devo falar dele na segunda-feira.

Forte abraço a todos e um bom final de semana.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sorvete, descanso e o carregar de pedras

Na semana que passou eu quase tive a impressão de que tinhamos deixado de ser humanos e tinhamos virado sorvete ou picolé. Sim, porque não tem quem não tenha derretido nos últimos três dias úteis da semana que passou (quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira) Minha gente, na quarta-feira, a temperatura as dezoito horas era de mais de 41ºC com sensação térmica de quase 50ºC. Sim, eu escrevi certo: 50ºC. Por volta de uma hora já da manhã de quinta-feira a temperatura ainda estava 31ºC. Sabem o que é isso? Isso é algo profundamente terrível e insuportável. Confesso que a esta altura eu já estava achando frio, tamanho o calor que estava durante o dia aqui por estas voltas. É meu caros amigos, leitores deste blog, pelo jeito que a coisa anda, chuvas torrenciais e alagamentos paralelos a dias com calor excessivo ultrapassando a casa dos 40ºC temos que começar a acostumar-mos a conviver com um clima talhado a extremos. Não se surpreendam se o inverno este ano chegar de congelar os pés de todo mundo. A realidade que aí esta, vem nos mostrando que a partir de agora conviveremos cada vez mais mais com estas mudanças bruscas de temperatura, com chuvas exacerbadas e dias de calor insuportável. Eu poderia dizer que estamos próximo do fim dos tempos, porém, ao longo do último século já passamos por situações semelhante. O que não posso afirmar, todavia, é se a humanidade já vivenciou tal situação em tão curto espaço de tempo.

Criticar o calor intenso, o mormaço e este abafamento que vem nos atingindo é uma coisa que sempre fiz verão após verão. Este ano, no entanto, prometi que não faria e cumprirei minha promessa. Até agora, como todos podem perceber, este texto não teve fim reclamatório, mas sim, informativo e comentativo. Desisti de reclamar por um simples motivo: de nada vai adiantar, uma vez que, será uma repetição destas características “adversas” a cada dezembro, janeiro ou fevereiro. Por outro lado, cheguei a conclusão que gosto de Novo Hamburgo e assim sendo, tenho que conformar-me com as características climáticas da cidade, não tem jeito. Mas retomando o assunto tratado no parágrafo anterior, me digam uma coisa, de quem foi a idéia de marcar jogo de futebol as dezessete horas de uma quarta-feira? Primeiro que a esta hora todos estão trabalhando e segundo que com um calor daqueles poderiamos ter tido algo beirando a catástrofe em referência aos jogadores. Ainda que eu seja colorado fanático, fiquei profundamente perplexo em ver os jogadores gremistas e do São Luiz tendo que jogar em situações como aquela. Minha gente, isso não pode acontecer. Não podemos deixar aquilo acontecer. Ainda que jogadores de futebol tenham preparo físico capaz de suportar tais condições de temperatura, é desumano tal ato. O que ocorreu com o Batista, comentarista da TV COM/RBS TV, que desmaiou no início da transmissão poderia ter ocorrido com qualquer jogador principalmente em virtude do esforço físico que este estava fazendo, diferente do comentarista que estava parado. Que os clubes voltem-se contra este tipo de coisa, por favor. Que este calor se amenize de alguma forma também, senão, certamente viraremos sorvete mesmo, de creme.

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Em primeiro lugar, peço desculpas a todos vocês pelo fato de não ter postado na última segunda-feira. Esqueci de comentar que me encontro de férias, e assim sendo, acabamos tendo uma rotina transformada e algumas coisas acabam passando. Neste exato momento em que lêem este texto, devo estar na beira da praia aproveitando os momentos que ainda restam do meu descanso. Continuo preferindo a serra e o frio, os campos dobrados lá de São Chico, porém, acho que temos que aproveitar também os benefícios que o litoral pode nos proporcionar. Não pensem que estou aqui me gabando de alguma coisa, por favor não me levem a mal, mas quero estar tomando aquele banho de mar enquanto lêem estas minhas palavras. O contrário certamente já ocorreu ou ainda pode ocorrer. Não adianta, a vida é assim: Enquanto uns descansam, outros carregam pedra.


Abraço e boa semana a todos. Talvez, até a próxima semana somente.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Apanhado da sétima arte

Eu creio estar habilitado, pelo menos em parte, em fazer críticas de cinema, ainda que, tenha assistido mais filmes em casa do que no cimema propriamente dito. Ao longo do ano que passou, foram incontáveis as horas que passei diante do televisor e do DVD assistindo a mais variada gama de produções cinematográficas norte-americas (ou estadounidistas como ouvi estes dias) e uma ou outra produção nacional. Antes que alguém pergunte se há preconceito de minha parte quanto as produções tupiniquins, adianto-me e digo que tratarei do assunto em seguida neste texto. O fato é que assisti a filmes dos mais variados gêneros, passando por suspense (o meu preferido), ação, drama, e, em menor proporção, comédia e terror. Como todo formador de opinião, tenho idéias próprias quanto algumas produções em referência a qualidade ou não das mesmas o que, na prática, não precisa necessáriamente representar aquilo que cada um de vocês possa achar sobre a mesma produção. Farei a partir de agora um apanhado geral daquilo que gostei e não gostei e espero poder deixá-los pelo menos curiosos ou, matreiros quanto a este ou aquele filme. De qualquer forma, falar de cinema é estar em meio a arte, e isso pra mim é o que importa.

A tempo atrás fiz um parágrafo dedicado ao filme Gran Torino, dirigido e estrelado por Clint Eastwood (que já anunciou que foi a última produção que ele participou como ator para lamento dos admiradores do cinema mundial), drama que ao meu ver foi a melhor produção do ano de 2009 sem dúvida nenhuma. Destaco também, neste gênero, o filme Sete Vidas estrelado por Will Smith. Na ação, destaco os Reis da Rua (com Keanu Reves), Força Policial (com Colin Farrell e Edward Norton), As Duas Faces da Lei (com Robert De Niro e Al Pacino), Wolverine Origens (com Hugh Jackmann) e Inimigos Públicos (com Jonny “Jack Sparrow” Deep). Não costumo destacar comédia pois pra mim são todas iguais, porém, desta vez vou destacar a volta por cima de Jimm Carrey (o melhor do gênero) em Sim, Senhor! Após destacar drama, ação e até comédia, resta-me falar do gênero que pra mim é o melhor de todos: suspense. Confesso a todos vocês que neste ponto a decepção me toma conta. Foram muito poucas as produções do gênero e destas as que se destacaram mesmo foram Anjos e Demônios (com Tom Hanks), muito mais pelo sucesso do livro de Dan Brown, do que pelo roteiro mastigado do filme, Duplicidade (com Clive Owen e Julia Roberts), Cavaleiros do Apocalipse (com Dennis Quaid) e um filme que ainda não assisti, mas que é destaque da crítica: Intrigas de Estado (com Rushel Crowe e Ben Affleck). Enfim, isto foi o cinema 2009 resumido por este que vos escreve.

Mas antes de eu terminar este texto, trato de falar então do cinema nacional conforme escrito no primeiro parágrafo deste texto. Se eu disser que sou um admirador dos filmes brasileiros estaria faltando com a verdade certamente, porém, de uns tempos pra cá tenho sido menos cético quanto a estes. Ao meu ver, o nosso cinema peca na insistência de alguns diretores em dar papeis a atores rotulados por novelas. A linguagem da TV é muito fraca e isso acaba interferindo nestas produções. Com todo respeito, mas, cinema e televisão não se misturam. E, enquanto isso não for visto pelos diretores, nosso cinema não vai a lugar algum. Destaco nestes últimos tempos Cidade de Deus e Tropa de Elite, que na modesta opinião deste ainda é o melhor que temos. Neste ano que passou assisti três filmes nacionais: uma comédia fraquinha, Meu Nome Não é Jonny (com Selton Mello), que é um bom filme, e, Os Normais 2 (Fernanda Torres e Luis Fernando Guimarães) no cinema, por sinal. Destaque da crítica em 2009, mas que ainda não assisti é Mulher Invisível (Luana Piovani e Selton Mello), Enfim, meus caros, eis aí alguns destaques que ao meu ver fizeram o cinema mundial em 2009. Paralelo a isso, a sim as grandes decepções do ano passado, contudo, estas merecem uma postagem específica. Fica pra próxima. Agora é aguardar as grandes promessas de 2010 para que daqui um ano eu possa novamente fazer uma apanhado crítico da sétima arte mundial.


Forte abraço e um bom final de semana a todos.