sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ronca da serra o Ronco

Quem chega da capital, litoral, fronteira, enfim, de todo Rio Grande, ouvirá um som campeiro e roncador de gaita no topo da serra gaúcha, mais precisamente em São Chico de Paula. A partir de hoje a noite e até domingo, ocorrerá nos limites do Parque de Exposições Davenir Peixoto Gomes, a Balança, a 19ª edição do Ronco do Bugio, um dos mais importantes e tradicionais festivais do Rio Grande. O festival ocorrerá paralelo a Festa do Pinhão e esse ano trás uma gama de artistas de todo o estado e, inclusive de Santa Catarina. Infelizmente ainda não foi desta vez que participarei como intérprete ou compositor deste, que sem dúvida nenhuma, figura as páginas da história de fundamento dos festivais do nosso estado. Assim, fico na torcida pelo amigo Cristiano Martins (voz Eco do Pampa) que sobe a serra Empunhando a Bandeira na defesa do canto puro e galponeiro que brota neste solo sagrado dos rincões gaúchos.
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O Ronco ocorrerá paralelo a 14ª festa do pinhão, contudo, esta se estenderá ainda até o dia treze de junho. Lembro-me que quando criança a principal festa de São Chico era a Fermaçã, que infelizmente sucumbiu a falência das empresas do ramo que situavam-se em São Francisco de Paula. No fim do século passado a Festa do Pinhão passou a ser o principal evento turístico da cidade e, com a atual gestão municipal, ganhou ainda mais destaque e uma casa nova, o Parque Davenir Peixoto Gomes (a “Balança”), o que no meu ponto de vista foi o que aconteceu de melhor. Agora, todos podem acompanhar a festa com mais segurança e conforto. Estive acompanhando a montagem da estrutura e posso garantir-lhes que será a maior festa da história. Vale a pena subir a serra e conferir.
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A pouco mais de um mês eu soube quase que em primeira mão que o cantor e compositor Volnei Gomes, ex- Os Tiranos e até então no grupo Coração Gaúcho, estava dando um novo rumo a sua carreira ao assumir o posto de vocalista do grupo Campeirismo, que acompanha o João Luiz Corrêa. Desde este mês de maio, portanto, o Volnei está acompanhando o João Luiz. Fico feliz pois a música campeira do Rio Grande só têm a ganhar com esta parceria de fundamento. Boa sorte ao Volnei e também ao Lincon Ramos, que deixa JLC e Grupo Campeirismo para executar novos projetos nesta sua brilhante carreira musical.
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Como forma de aquecimento para o baile do dia cinco de junho, que dá início aos festejos de aniversário do grupo, o Fandangueiro toca uma bailanta hoje a noite no CTG Terra Nativa em Novo Hamburgo. As portas do galpão estão abertas aos amigos que estão buscando uma boa música e aquela legítima bóia campeira.
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Forte abraço a todos e um bom final de semana.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Projeto e Execução

Deixa a vida me levar, vida leva eu”. Foi com uma música contendo esta frase que o sambista carioca Zeca Pagodinho consolidou-se como um artista reconhecidamente popular em todo o Brasil, isso, no “longínquo” ano de 2002. Por coincidência, em meio a uma copa do mundo de futebol que a nossa seleção nacional sagrou-se campeã. Numa busca rápida pelo google pude descobrir que o compositor desta obra chama-se Serginho Meriti, que, convenhamos, foi extremamente feliz na colocação das palavras desta música. “Deixa a vida me levar, vida leva eu, pode-se dizer que serve como lema de grande parte da população brasileira, que vive sim, de forma mais descompromissada, que aceita aquilo que a vida lhe impõe e que com isso aprende a ir sobrevivendo no dia-a-dia. A palavra descompromissada nada tem haver com vagabundagem. Por favor não me interpretem mal. Por certo é que o restante do mundo, principalmente a parte mais desenvolvida, admira o nosso povo por estar sempre alegre, com boa disposição e por saber “lidar” bem com a adversidade. Sob este aspecto resta-me concordar com esta facilidade tupiniquim de comprimir a parte mais difícil da vida em detrimento a mais fácil. Isso não quer dizer, contudo, que eu concorde com essa realidade ou que eu viva dentro deste círculo. Portanto, não é nada difícil, para quem me acompanha semanalmente, dizer que realmente sou uma pessoa do contra.
Planejamento é uma palavra que está bastante presente em minha vida. Não sou um acadêmico ligado ao meu ramo de atividade “profissional”, ou seja, a arquitetura e engenharia, no entanto, tracei e traço constantemente projetos para o meu viver. Há bastante tempo venho trabalhando com algumas metas pessoais que até têm se concretizado, ainda que muitas vezes de forma distinta ao projeto original. O problema, pelo menos para mim é um problema, é quando a execução deste projeto foge completamente do seu curso inicial de modo que a decisão mais sensata é parar de vez a obra sob pena dela sair totalmente diferente daquilo que foi sonhado. É a hora que surge uma frustração tremenda que, sinceramente meus caros amigos e leitores, atrapalha e muito o continuísmo das outras atividades do dia-a-dia. Soube eu ter sempre a ponderação na ponta dos cascos, mas admito neste momento, estar totalmente entregue às indefinições e mazelas que parte da vida tem apresentado-me. Por ser um artista sempre catequizei-me a tratar o insucesso como parte importante ao meu desenvolvimento e ao meu aprimoramento como tal. Ouso dizer que consegui com extrema maestria distinguir o Campeiro do Bruno, pois, como uma pessoa normal, longe dos palcos, estou perdendo a batalha para o insucesso que vêm batendo a minha porta dia após dias nestes últimos seis meses.
No próximo dia três de junho celebra-se por alguns e aproveita-se para todos o feriado cristão de Corpus Christi (grafia correta?). Neste mesmo dia completo cinqüenta meses de trabalho junto ao conselho regional de engenharia, arquitetura e agronomia do RS. Data a comemorar? Acho que não. Sei muito bem que há muitos por aí dando tudo para trabalhar aonde eu trabalho, porém, nunca fui hipócrita e não começaria a ser agora. Também não deixaria de ser sincero agora. Meu projeto de vida neste exato momento está parado sob pena da execução do mesmo criar uma obra irreversível. Como a frustração me toma conta, acabo por atingir as coisas boas da vida e a entristecer quem nada tem a ver com os meus problemas. Sim eu sou uma pessoa do contra mesmo. Não consigo viver a esmo. Porém, neste exato momento, nada mais me resta a não ser deixar a vida me levar, o vida, vida leva eu...
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Forte abraço a todos.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Costume, tradição, futebol...

Tradição e costume: duas coisas bem presentes em nossas vidas. Se levarmos ao pé da letra, podemos perceber que muito das ações que tomamos diariamente são fruto de coisas que não se ensina na escola. Algum gaiato lá nos primórdios tratou de começar a fazer algo até então diferente, outros gaiatos acharam interessante e seguiram o precursor e então, o que era diferente ficou comum e depois muito comum. Assim, passou a ser um costume social, uma tradição da sociedade em que vivemos. Tanto o costume, quanto a tradição são coisas bem presentes em nossa realidade, tanto de convívio quanto de regulamentação. Acreditem, estes dois artifícios estão bem presentes e com força, inclusive, onde há a lei que ampare ou que até diga diferente. Por acaso há algo escrito em algum lugar que diga como se faz para andar de bicicleta? Claro que não, mas todo mundo sabe como se faz. No início, pode até haver certa dificuldade na questão do equilíbrio, mas depois, você nunca mais esquece. Poderia ter usado outro exemplo qualquer. Vejamos: na nossa região serrana, face as características do nossos campos, queima-se-os afim de renová-los para que sirvam de pastagem e engorda para o gado. Este ai é um costume proibido pela lei protetora do meio ambiente. É polêmico também. Há alternativa viável? Como romper com a tradição de séculos? Perguntas meu caros que fatalmente não vem corroboradas de respostas. Coisa de costume...
Ouvi no rádio hoje de manhã que na Espanha, numa das tradicionais touradas existentes no país, um toureiro teve uma aspa de um touro atravessada em seu pescoço durante o andamento do evento. Não vi a imagem, mas certamente esta será mais uma a figurar a galeria deste nosso planeta bizarro. Ouso dizer que ao falarmos de toradas estamos tratando de uma tradição milenar. Certo. Mas me digam, por favor, no que esta tradição milenar acrescenta em minha humilde e pacata vidinha? E na dos espanhóis? Nada, é claro. Eis então algo que deveria ser revisto. Deixar de privilegiar a vida do animal e até mesmo do toureiro (até crianças participam) em face de um entretenimento que, convenhamos, pende a bestialidade é ainda mais besta. Admito, todavia, ser bastante subjetiva minha opinião frente ao fato. Assim como de certa forma é subjetivo por parte de um ambientalista tecer criticas ferrenhas às queimadas na serra. A realidade nem sempre vive em harmonia com o costume e a tradição. Por vezes, aspectos sociais, etnológicos, raciais e, principalmente, financeiros, tendem a superar até mesmo o bom senso da coisa. Assim, meus caros, fica difícil traçar um perfil crítico até mesmo com um diploma embaixo do braço. A amplitude e abrangência dos fatos deve estar presente na hora de considerarmos o que é, ou não, bom senso, costume, tradição, enfim.
No futebol, o costume e a tradição também estão muito presentes. Há o costume de se pagar salários astronômicos aos boleiros, bem como, há a tradição de ter pernas de pau como titulares das equipes. Coisas que ninguém compreende. No entanto, há uma outra forma de vermos isso tudo. Se ao invés de levarmos em conta a equipe de futebol, tratarmos do clube de futebol, bom, aí sim podemos analisarmos por outro ângulo. Os clubes de futebol tem história, umas centenárias outras não. Os clubes de futebol tem títulos, uns sul-americanos e mundiais, outros não. Os clubes de futebol tem orgulho a camiseta que vestem, uns mais outros menos, e tem uma torcida apaixonada na mesma proporção. Um clube de futebol por si só maior que qualquer pessoa, dirigente, jogador e treinador. O treinador do Internacional, meu clube, a cada jogo que passa diz que vai repensar a sua condição de treinador do Internacional durante o período de recesso em face a copa do mundo de futebol. Afinal, quem é mesmo o Sr, Jorge Fossati na história do futebol? E o Internacional? Convenhamos, se no Brasil é costumeiro treinador ser demitido inclusive com resultados positivos, o que esta criatura ainda faz por aqui. Quando não há padrão e esquema de jogo definidos, coisas tradicionais a um time que quer ser campeão de alguma coisa, não há mais necessidade de ter um técnico na beira do gramado. Assim como é tradicional um centroavante fazer gols. Enfim, coisas costumeiras de futebol que até uma criança de dois anos de idade entende.

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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Bota Fé no Véinho

De uns tempo pra cá eu passei a achar que eu era o super homem, ou sei lá o que. Achei que poderia resolver as coisas por minha própria conta e que eu não mais precisaria de ninguém, mas sim, o contrário. Este sentimento me causou transtornos, brigas, indisposição. Hoje eu não me tornei um novo homem, no entanto, estou sinceramente sabendo reconhecer que se a mudança não começar por mim, nada mais que o fundo do poço é o que me resta. Não são os outros que tem que se adequar ao meu jeito, e não sou eu que tenho que me adequar ao jeito dos outros. Há de haver uma harmonia, pois afinal, somos todos filhos do mesmo Deus. Por falar em Deus, este sim eu abandonei quase que por completo. Felizmente ele não me abandonou pelo que se vê, e assim sendo, ganho mais uma chance para me encontrar. Não adianta, para passarmos por cima dos trompaços da vida, é muito necessário Botar Fé no Véinho:
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Bota Fé no Véinho – Os Tiranos ( Léo Ribeiro, Angelo e Ricardo Marques)

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Quando o xiru anda triste
Pelos trompaços da vida
Faz tempo que não chove
A plantação tá perdida

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Levanto os olhos pro céu
E rezo um pouco ao Patrão
Pois o pior meu parceiro
É a seca no coração

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Bota Fé no Véinho
Bota Fé no Véinho
Bota Fé no Véinho
Vou te dizer como é

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Bota Fé no Véinho
Bota Fé no Véinho
Bota Fé no Véinho
Porque o véio é de fé

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Se a prendinha está só
Agradeço ao criador
A males que vem pra bem
Eu também to sem amor

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Vamos acolherá os trem
Eu te juro minha flor
Que não há coisa mais linda
Do que amar um tocador

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Se termina a esperança
E a urucubaca campeira
O braço vai fraquejando
E a porvoada rodeia

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Deixa os farranchos de lado
De um chego na capela
A proteção vem de cima
E ninguém vive sem ela

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Forte abraço a todos e um bom final de semana.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Segue o baile na base 'das' cordeona




Ala pucha tchê, mas as vezes a vida nos pega de soslaio. O que passo a contar em instantes é uma história que tem um final médio. É feliz por um lado e triste pelo outro. Isso, aliás, é coisa que ocorre constantemente neste nosso viver, pois nem sempre as coisas são boas, ou más, por completo. Um meio termo é o que surge. É possível que até o fim deste texto eu mude de idéia e fixe uma posição definitiva, saia de cima do muro. Mas também pode que isso não aconteça. Enfim, há uma porção de possibilidades frente um fato que já está consumado e a princípio não mais mudará. Se estou triste? Um pouco. Se estou feliz? Um pouco também. Agora, neste exato momento eu devo ter deixado o mais compreensivo leitor deste blog com a pulga atrás da orelha. Ou então, os mais diretos devem ter pensado: agora ele realmente enlouqueceu de vez. Acalmem-se amigos ainda estou dispondo da faculdade de meus atos. Por falar em amigo, é de um amigo que falarei em seguida. Destes que um belo dia a gente conhece e desde então é como se o conhecesse a uma eternidade. Um amigo desde sempre. Falarei em seguida de um amigo que não conheço desde de sempre mas que será sim, meu amigo para eternidade.
Meu amigo Jack. O Jackson Melo é uma cria lá de São Borja, filho de gente boa e simples. Um certo dia deixou os lados da fronteira e se bandeou pros lados de cá fixando residência em Campo Bom. O Jackson Melo, ou São Borja, é gaiteiro e foi por isso que eu o conheci. A história... Não me recordo bem o dia, mas sei que era um sábado. Fim de maio, início de junho, ensaiávamos na casa do Tio Manuel, pai do saudoso “Airtão” (forte abraço meu caro) às vésperas de lançar um novo grupo no mercado: o Fandangueiro. Nas gaitas tínhamos o Airton e o Miro, que, inexplicavelmente, um belo dia desistiu. Tínhamos pouco mais de vinte dias para a estréia do grupo e precisávamos de um gaiteiro. Depois de várias ligações chegamos ao Jackson. Lembro bem dele chegando no ensaio com sua moto sem conhecer ninguém (nem gaita ele tinha). Mesmo assim, topou a parada e tornou-se nosso sócio, inclusive. Três semanas depois, subíamos ao palco para tocar pela primeira vez e desde então, mais de setenta bailes parceriando em cima do palco. Sempre bem disposto, com um mate velho crinudo nos divertimos bastante até agora. A música acima de tudo é uma diversão. Das melhores, por sinal. No início deste ano, comprei a parte que cabia ao Jackson no grupo. Não para substituir-lhe, ou tirar-lhe da banda, mas para dar uma mão já que o mesmo queria comprar um carro. E comprou.
Quis o destino, porém, abreviar esta nossa parceria neste momento. Não para sempre, pois tenho certeza que ainda voltaremos a dividir o palco, mas por agora. Meu amigo Jackson comunicou-me na sexta-feira última estar deixando a família do grupo Fandangueiro. Vai respirar novos ares e tocar juntamente com os amigos do grupo Chão Gaúcho. O Jackson é tão meu amigo que me perguntou antes se eu não iria ficar chateado. Como poderei ficar chateado com o reconhecimento do teu trabalho? – respondi. Não, não será tão simples não mais vê-lo ao meu lado no palco. Não, não será tão simples não ter o cara mais engraçado perto da gente. Não, não será tão simples ter este amigo distante. Mas é confortante saber que ele está indo para um grupo com gente de bem e que o Patrão Velho permita que ele cresça ainda mais como gaiteiro.
Meu amigo São Borja, ficam aqui tristes os teus velhos parceiros do Fandangueiro. Meu amigo Jack, fica aqui um amigo que estará sempre torcendo pelo teu sucesso e pela tua felicidade.


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Em meu nome e do Fandangueiro, agradeço ao Jackson pela alegria, amizade, companheirismo, ensinamentos, parceria e pelos dias de peleia.
Boa sorte! E segue o baile na base “das” cordeona.


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Campeiro


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Abraço a todos e uma boa semana

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Eu assisto Harry Potter

Pode até parecer uma piada da minha parte, mas sim, eu realmente assisto Harry Potter. Os motivos que levam-me a firmar tal informação serão descritos ao longo deste texto. Por falar em texto, muitos deve estar se perguntando, por qual motivo estive ausente na última semana quebrando o ritual moral de postagens semanais a qual me propus ainda no correr do ano passado. Utilizar-me do artifício da falta de tempo é bem plausível para o início da semana passada o que não condiz necessariamente com o seu fim. Em suma, foi uma mescla de falta de tempo e oportunidade, com falta de assunto e de vontade. Sim, faltou-me vontade, interesse, de escrever. Aí, restou-me serenidade para entender que o melhor a fazer realmente era ausentar-me injustificadamente do que, convenhamos, fazer postagens tipo a última, por mais engraçada que fosse. O desânimo e a falta de vontade, aliás, não são características exclusivas à relação com o blog, mas em relação a minha vida como quase um todo, já que são as dúvidas e não as certezas que me movem. Todavia, choradeira não é o assunto explícito deste texto que estou escrevendo hoje, e assim sendo, melhor eu voltar ao foco do tema principal de uma vez. Como eu ia dizendo, eu realmente assisto Harry Potter...
A certa altura da vida a gente começa a repensar em tudo o que aconteceu até então. Para alguns, o passado é um aprendizado para o futuro e para outros, uma forma de pensar em recomeço. Esquecer tudo o que passou e começar do zero. A história de Harry Potter, seja cinematográfica ou literária, incita a um mundo surreal, de fantasia e de faz de conta. Se formos analisarmos ao pé da letra, não é muito diferente de como vivemos, com a diferença de que não temos poderes mágicos. A saga do bruxo criado pela escritora britânica JK Rowling é combater o lorde das trevas e evitar que os tempos de escuridão retornem ao mundo dos bruxos. Quer coincidência maior? Por acaso não lutamos diariamente pela nossa sobrevivência evitando que os dias de escuridão retornem e sonhando com um futuro cheio de luz? Enfim, não é nada infantil assistir Harry Potter. Assim como na nossa realidade, o personagem tem momentos felizes e tristes, relações e desilusões amorosas, amigos e inimigos. Para mim, alguém que não goste de mim e que não quer o meu bem é inimigo meu. Grande parte do que acontece no mundo de Harry Potter acontece no nosso. O que diferencia é a fantasia. E talvez esteja neste detalhe a grande diferença de nossas vidas. A fantasia.
Que nunca sonhou em viver em um mundo em que não houvesse violência, desemprego, morador de rua e que os problemas fossem superficiais? Quem nunca sonhou em viver num mundo em que a adversidade acontece mas ela não é infinda? Quem dera a mim ou a qualquer outro viver em um mundo de fantasia onde as coisas no final sempre acabassem de forma alegre e satisfeita. Sei que um gaúcho não reclama de peleia, mas, ele cansa sim de tanto pelear. Ninguém é de ferro. Talvez, é bem possível que vivemos sim em mundo de fantasia, onde se espera encontrar a felicidade no fim das contas. A diferença é que a palavra que usamos para definir tal intenção não é fantasia e sim esperança. Que dizem, que nunca morre.
Sim, eu assisto Harry Potter.
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Abraço e uma boa semana a todos.