sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A vida recomeça...

O ano de 2010 dá o seu último suspiro na noite de hoje, mais precisamente as vinte e três horas, cinqüenta e nove minutos e a mesma quantidade de segundos. Ironicamente, crônica de uma morte anunciada. Os anos nascem e morrem prédeterminadamente, sem receber qualquer chance de se estender mais um pouco, ou então, de antecipar-se. Surge então nesta roda gigante, ou círculo vicioso, a possibilidade que cada um de nós tem de fazer desta renovação a nossa. Possibilidade, ainda que subjetiva na maioria das vezes, de começarmos de novo, corrigindo erros e ampliando acerto, ou, simplismente, partindo do zero total. O resultado prático de toda esta relação é de certa forma incalculável, afinal, cada ser humano tem uma maneira própria de pensar, agir e ver a vida. Chega ao cabo 2010 sem retrospectiva alguma. Foi-se o tempo em que fazia este tipo de coisa. De uns tempos para cá, preocupo-me muito mais com o que farei daqui pra frente do que com que fiz lá para trás. Ou deixei de fazê-lo, quem sabe. Como disse, a subjetividade das relações de vida tem complexidade tamanha às palavras que tenho usado neste texto até agora. Porque não simplificar? Um bom questionamento sem dúvida.
A data de hoje, 31, de uns tempos para cá têm tido uma importância maior inclusive que o próprio primeiro do ano. As pessoas são tomadas por simpatias e ideais positivistas que, convenhamos, beiram inclusive ao surrealismo. Inconseqüentes? Não, sonhadoras. Sonhadoras? Não, esperançosas. Meus caros e minhas caras, nutrir a esperança jamais será algo ínfimo na vida de pessoa qualquer. Não mais suportaríamos os absurdos e as inconstãncias da vida não fosse esta palavrinha mágica. Esperança. Como eu ia dizendo, fazem parte destas simpatias da cultura popular comer lentilha, pular sete ondas quando se está na praia, usar uma roupa de baixo nova, não comer aves pois estas ciscam para trás, enfim, uma série de culturas. Inútil? Não. Cada um é feliz com sua crendice popular, com sua fé e com seu imaginário. Não somos melhores que ninguém para ficar julgando os outros, pois, acreditem, também devemos ter as nossas próprias crenças, manias, em suma, que podem ser parte deste mundo bizarro. Cada qual com sua fé desde que ela leve a um só caminho: o do bem.
Sentindo-me um pregador neste exato momento, ouso dizer que já estou passando um pouco dos limites e por isso já vou me despedindo. De 2010 e de todos vocês que me acompanharam ao longo deste derradeiro ano. Não sem antes desejar a prosperidade do próximo, que o mesmo atenda a seus anseios e, é claro, deixar as palavras poéticas de Mário Quintana:
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“Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça...”
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Um Feliz Ano Novo a todos!
Grande abraço.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Pra relembrar e matar a saudade (final)

Deixei para o fim o texto mais difícil que escrevi este ano. Creio ser o mais bonito também. Esta postagem não é para relembrar e matar a saudade do texto mas sim do saudoso Leonardo. Que saudade!
Postagem original: Quarta-feira, 10 de março de 2010
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Leonardo, um Gaúcho!


Leonardo emalou seu pala branco e se foi. Não, contudo, sem andar por estas coxilhas, sentindo as flechilhas das ervas do chão. Este Homem do Pala Branco que através do seu canto olhou para o seu rebanho estendendo a mão, juntando ovelhas perdidas pelas estradas, veio sim, pedindo morada em nossos corações. E conseguiu. Esta cria de Bagé que falava de Erechim com história e canto e que cantava o Rio Grande com maestria e encanto partiu para uma nova morada. Jader Moreci Teixeira emalou seu pala branco e se foi. Não sem antes ter os pés rosetados de campo que ficam sempre mais trigueiros com o sol do verão. Fez tantos e magistrais versos cantando as belezas desta natureza sem par, e mostrou pra quem quiser ver que existe um lugar pra viver sem chorar. Fez do pago a sua bandeira de luta e dando um Viva a Bombacha pôs-se em defesa desta querência galponeira em que vivemos. Não importava se chovia ou fazia um sol de rachar, Leonardo nunca deixou de demonstrar a sua essência de gaúcho. Leonardo foi sim um gaúcho, um verdadeiro gaúcho. Não se considerava um pregador, um padre nem pastor. Segundo o próprio, era um autor que cantava as suas verdades. Não tinha credo em almas perdidas porque alguém com as mãos erguidas iria chegar além da vida para salvar a humanidade. O Gaúcho emalou seu pala branco e se foi.
Leonardo teve uma sensibilidade tamanha, que abriu seu peito pelas Tertúlias Rio Grande afora em defesa de nossas prendas dando um grito de Morocha não! Aprendeu e ensinou que um gaúcho não faz da sua prenda um capacho e que os deveres de um dito macho é proteger e amar. Ahh, o amor... O Jader amou este Rio Grande como poucos, amou o seu povo. Não esqueceu, todavia, daqueles Desgarrados do Pago que mesmo estando afastados nunca perderam sua identidade. Segundo ele, era o que mais tinha importância pois bem maior que o tamanho da distância é o tamanho da saudade. Leonardo emalou seu pala branco e partiu, não sem antes, banhar-se nas fontes e sentir horizontes com Deus. Sentiu em seu peito que as cantigas nativas continuavam vivas para os filhos seus. Ensinou-nos a jamais, repito jamais, perder a esperança das coisas deste Rio Grande. Viu os campos florindo e as crianças sorrindo felizes a cantar e mostrou mesmo para quem quiser ver qual é o verdadeiro lugar pra viver sem chorar. Subiu a serra e fez levantar o bugio que parecia lá em São Chico ter morrido de frio e estava sendo velado na beira do rio. Destapou o caixão e o danado sorriu, o bugio, um serrano ora, não morre de frio. Enfim o bugio não estava morto, roncou a cordeona e ele gritou bem alto: Levanta Bugio! Cantou com eficácia a saudade que sentia de Honeyde Bertussi, o cancioneiro das coxilhas.
Dá madrugada de domingo pra cá calou-se uma parte da nossa história. Perdemos parte do nosso brilho, do nosso encanto e já podemos dizer um: Que Saudade! A dor da perda, no entanto, se atenua quando em nossa mente surgem as boas lembranças de um gaúcho que ao longo de suas sete décadas de vida tratou de nos servir com seu talento, com sua genialidade e com sua perseverança. Um canto simples, puro e singelo que tratou de reunir fãs além fronteiras e que na boca desta gente não morrerá jamais. Se foi o Jader, mais o Leonardo continuará eternamente vivo nas páginas da história deste nosso Rio Grande. É nosso e do Leonardo este Rio Grande do Sul: Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, onde tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor. Leonardo daqui pra frente não estará mais junto a nós de corpo, mas sim, sempre de alma, canto, fé e esperança.



Bruno Costa 'Campeiro”

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Majestade

Nos últimos tempos temos visto algumas carreiras meteóricas de bandas, cantoras e cantores a nível de Brasil, como um todo. Músicas que explodem nas paradas de sucesso e pouco tempo depois ninguém mais lembra nem da música e nem de seus cantores. Eu, como um defensor da música de qualidade profissional e não comercial, lamento entre outros, a abertura que a mídia dá para estes trabalhos com início, meio e fim. Nos nossos dias provilegiam-se as coisas passageiras, e, por muitas vezes, se esquece dos músicos de outrora que tanto contribuiram para o crescimento da cultura em nosso país. Agora, passado a euforia do sucesso tipo cometa, ficam apenas aqueles que escreveram seus nomes na história da nossa música, com trabalhos que marcaram época e deixaram um legado. Alguns nomes são exemplos disso aqui nos pagos e no Brasil: Os Monarcas, Os Serranos, Os Mirins, Gildo de Freitas, Teixeirinha, Roberto Carlos, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Roupa Nova entre tantos outros. Exemplos sim de que a música não precisa ter data de validade mas sim, qualidade. Qualidade aliás, que é fundamental em qualquer ramo de atividade.
No último sábado, por coincidência vinte e cinco de dezembro, parei-me em frente a televisão logo após a novela das nove (não, eu não assisti a novela das nove) para assistir mais um especial do cantor Roberto Carlos, o Rei como dita a tal rede de televisão. Sei que o Roberto é cheio de manias, por que não dizer “frescuras”, mas é inegável que ele merece conceitos de majestade. Em cinqüênta anos de carreira, o Rei continua arrastando multidões aos seus shows, diversas gerações que emocionam-se ao ouvir seus maiores sucessoas, cantam junto e até choram junto. Um fenômeno. Eu não posso dizer que sou fã de Roberto Carlos, respeito-o como um admirador da boa música, a de qualidade. Provavelmente iria neste seu show em copacabana se estivesse na capital fluminense. Um show de Roberto Carlos ao vivo deve ser algo único na vida de quem já teve a oportunidade de assistir. Único. O Brasil tem sim um Rei, sua Majestade Roberto Carlos.

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O Direito Criminal gaúcho e brasileiro acordou mais triste na manhã de ontem. Morreu aos 92 anos Oswaldo de Lia Pires, um dos maiores oradores do Juri brasileiro. As páginas de Zero Hora de hoje relembram casos antológicos do Dr. Lia Pires. A manchete do Correio do Povo fala hoje do “Adeus ao Mestre dos Tribunais”. Mestre com certeza. Assim como Roberto Carlos, MAJESTADE.


Abraço a todos.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Então é natal!

Passado pouco mais de um mês de campanha do comércio, enfim, chegou o natal. Mas afinal o que é o natal? Numa visão contemporânea do verdadeiro espírito natalino, podemos dizer que o natal hoje em dia significa a possibilidade da reunião familiar, do convivio entre os seus, da propagação do amor, da amizade e fraternidade. Os entes se unem em torno da ávore de natal, que possui geralmente um presépio no seu pé, e nesse espírito de união trocam presentes entre si como forma de compartilhamento, comemoração. Por trás de tudo isso está sua origem em torno da fé, do nascimento de Jesus. O que há, contudo, é uma dúvida quanto a certeza da data de seu nascimento. Diz-se que convencionou-se o dia vinte e cindo de dezembro em face de uma festa popular da Roma antiga. Uma polêmica certamente, e polêmica o Blog do Campeiro não trata em sextas-feira principalmente, quando esta é na véspera do feriado mais celebrado do ano. Por este mesmo motivo, não falarei também sobre a questão comercial que envolve a data, ou, que realmente leva a data por diante. Foco-me então, em deixar uma mensagem própria para a época, assim, trago mais uma vez a carta escrita para o papai noel, que jamais sairá de moda e tocará sempre o coração das pessoas:
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Querido Papai Noel!
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Este ano acho que fui um guri comportado. Respeitei meus pais sempre que possível, não xinguei muito meu irmão mais novo e dei uma atenção “considerável” para os cachorros lá de casa. O restante da família não pode se queixar dos meu atos, pois, procurei atender a todas da melhor forma possível. Enfim, estou sendo uma pessoa comportada nestes últimos tempos. Acho que mereço um cavalo crioulo. Que tal? Tá, de repente estou exagerando: pode ser uma bicicleta nova mesmo! Fora isso, peço aquilo de sempre, como: saúde, paz, felicidade, amor e um pouco de dinheiro porque sem ele ninguém vive né? Pois é. Estendo estes pedidos aos meus familiares e amigos. Quero ver todos bem. Falando nisso Papai Noel, e o senhor como anda? Tem se alimentado direito? De certo né, afinal a barriga parece que só aumenta. Ops. Desculpe-me bom velhinho, falei brincando não quis ofender-lhe. Mas voltando ao assunto, como está o Polo Norte? E suas adoráveis e inseparáveis Renas? Espero que esteja tudo bem por aí. Por aqui, fora do seio familiar, diria que as coisas não vão muito bem, e é por isso que resolvi escrever-lhe esta cartinha Papai Noel.
Papai Noel, as pessoas se tornaram mais sérias e carrancudas. Ando pela rua e só vejo expressões fechadas, já não vejo quase a alegria e o divertimento deste nosso povo. Sei que eu sempre preguei a seriedade, mas nos atos, e não no modo de viver. Tenho pensado muito no motivo deste desalento todo, mas ainda não cheguei a uma resposta. Será a fraqueza de nossos governantes e representantes que, em sua maioria, não conseguem desempenhar seus papeis de forma completa? Será pela falta reconhecimento profissional por parte dos empregadores de toda esta gente? Será o desemprego ou as dívidas? Papai Noel o senhor por acaso tem uma resposta pra tristeza do nosso povo? Será que de dentro do seu saco cheio de presentes não tem um pouco de alegria para espalharmos para todos? Falei no plural porque eu sou seu parceiro nesta empreitada. Sei que tens milhares de pessoas para atender e por isso, vou te dar uma mão. Vou juntar uma galera por aqui e todo mundo vai pegar junto contigo, pode deixar.
Por fim, Papai Noel, gostaria de comentar com o senhor sobre o fato de ter ouvido da boca de um anjo estes dias, que independente ou não da existência de problemas, temos que levantar a cabeça e tocar nossa vida por diante. Deixar as adversidades recairem sobre as nossas vidas apenas nos tornará menos felizes. Fiquei com isso em minha mente e desde então passei a utilizar-se dos ensinamentos deste anjo em benefício de minha vida. Não direi que isso serve de motivação, pois, acredito que esta tem que partir de dentro de cada um, todavia, surge como uma espécie de ponto de partida para que possamos viver um pouco mais, amar um pouco mais, ser solidário um pouco mais, enfim, ser feliz um pouco mais. Que neste Natal paire sobre as nossas mentes sentimentos puros, verdadeiros e uma espécie de resgate de valores importantes para nossas vidas. Que todos sorriam, dêem gargalhadas e que chorem, mas de felicidade. Se é utópico pedir um mundo melhor eu não sei, mas mesmo assim estou aqui fazendo a minha parte, escrevendo a ti meu bom velhinho. Que relembremos de onde viemos e para onde queremos ir, e que jamais, repito incisivamente, jamais, percamos a esperança em nosso semelhante. Que haja mais esperança pra este povo Papai Noel, mais esperança, pelo menos, um pouco mais.

Muito obrigado por me ouvir atentamente.
Com meu sincero respeito,

Bruno Costa “Campeiro”
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Que este Natal supra os anseios de cada um de vocês.
Feliz Natal e um grande abraço.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pra relembrar e matar a saudade (parte 3)

Originalmente, o natal é a data específica para cultivarmos a amizade, fraternidade e o amor. Assim, falamos então deste estranho amor, como sempre, pra relembrar e matar a saudade.
Postagem original: Sexta- Feira, 05 de março de 2010.
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Do Estranho Amor

Para um índio velho como eu, taura de marca maior cria da cordilheira dos campos dobrados popularmente conhecida como São Chico, conhecido aos quatro ventos como Campeiro falar de amor é fácil e difícil ao mesmo tempo. Fácil, porque com uma vasta ficha corrida como a citada no início deste texto me dando sustentação, não tenho como apelar para a melosidade. Difícil, no entanto, pois um gaúcho de minha estirpe, tende a ter uma certa “dificuldade”, reconhecidamente comprovada, em tratar de tal tema tão amplo e complexo. Gauchão é qüera meio pelo duro, tosco, grosso e por vezes, até sem coração. Claro, não literalmente falando (hehehe). A amplitude do tema é tamanhã, que podemos tratar do assunto sem falar da palavra. É um universo abstrato, muitas vezes incompreendido e outras tantas sem compreensão. Ora, se tratar de amor e vivenciar o amor é uma das subjetividades da vida , porque então tentar compreendê-lo? A resposta, ao certo, eu não tenho. Diria que acredito ser impossível a pessoa viver sem o amor. Ser grosso ou xucro não é em nenhum dicionário sinônimo de solidão. E o desamor é algo que eu sinceramente não acredito que exista. Pode haver a indiferença, a falta de carinho e a raiva. Agora, desamor não existe já na sua fonte. A palavra é uma conjuntura muito mais sentimental do que sintática, enfim. Trato do tema hoje aqui neste blog creio que pela primeira vez. Não por um motivo específico e sim para tentar compreender, ainda que sinteticamente, um pouco do caminho que este estranho ser, este sentimento corriqueiro, pretende muitas vezes passar de lição para as nossas vidas.
Dentre as muitas faces em que se apresenta o amor, diria que a compreensão é umas das mais importantes. Saber aceitar e entender as diferenças do ser amado é o primeiro passo para levar adiante toda ou qualquer relação. Vejamos o meu caso: eu admito que sou uma pessoa de convivência difícil. Tenho um gênio forte, sou bravo demais e com a paciência que se esgota antes da terceira badalada do relógio. Ainda, como continuidade, sou um gaudério meio sem paradeiro em virtude de algumas situações dentre elas a música. Assim sendo, não é nada fácil gostar de mim. Por vezes acredito que eu sou até meio incompreensível. Mas será que minhas qualidades sobrepõe-se em face a estes “defeitos” assim classificados por mim mesmo? Talvez. Ou espero que sim, pelo menos. O que pode e deve ocorrer, na verdade, é uma espécie de adaptação as características do outro, pois, só assim a convivência poderá ser harmoniosa e a relação de afeto não terá prazo de validade. Outra coisa é agir frente aos problemas próprios. Se eu sei que as situações acima são defeitos meus, porque então não trabalhar para corrigi-los? Ou pelo menos atenua-los? Em suma, no final das contas a responsabilidade pelo sucesso ou derrocada de cada um de nós está dentro de nós mesmos, nas ações e omissões, enfim, nas nossas escolhas. Se eu escolher ser um chato de galocha, ninguém vai querer me aturar e inevitavelmente estou fadado a solidão. Sei que sentimento que trato no blog hoje é bem mais diversificado do que simplesmente a compreensão. Porém, resta-me aprendê-la ainda, para que, de fato, eu possa passar para o próximo passo.
Tempos atrás, havia uma propaganda de uma marca de chocolate na televisão que falava um suposto conceito de amor. Muito original esta. Aliás, em termos de publicidade e propaganda os profissionais brasileiros do ramo estão se superando cada vez mais. Basicamente a propaganda dizia que o amor surgia de componentes físicos da atração, seguido por aquela sensação de paixão, euforia, saudade contínua. Se passado um determinado tempo, todas estas situações permanecessem em sua vida, então você estaria diante do amor verdadeiro e ele, reciprocamente, diante de você. Conceito interessante. Nesta levada, a música também sabe expressar muito bem, e com qualidade o suposto significado de amor. Quem não sabe recitar os versos de “Carinhoso” poema musical celebre de Pixinguinha:
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“Meu coração, não sei por que
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim”
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O amor é realmente tão complexo, que até mesmo sobre versos apaixonados o autor coloca uma adversidade. Ainda que existam diversos conceitos dirimidos por aí, ou que se apresentem demasiados “ditos” entendidos para profetizar sobre o assunto, não creio o amor, estranho sentimento denominado amor, ter um significado real. Seu entendimento é particularmente obra de cada um de nós. E, na maioria das vezes, o conceito de amor é simplesmente amar.
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Um grande abraço a todos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Férias necessárias

Enfim, parece que estamos entrando na semana do natal, ainda que pareça que esta já esteja chegando a pelo menos um mês. Chega a galope também o verão, num estilo mediano face a falta de sol, mas com aquele abafamento característico. No momento em que escrevo estas linhas, estou quase dormindo dobre o teclado do computador. Resquícios de uma bailanta de domingo, coisa que eu não tocava a bastante tempo. Culpar somente a domingueira, todavia, é minimizar a realidade dos fatos: estou realmente cansando. A temporada toda do ano de 2010 me incitou realmente a minha fadiga. Preciso de férias urgentemente.
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Estava imaginando colocar a foto de um palhaço nesta postagem de segunda-feira. Aí dei-me conta que ao fazê-la, estaria denegrindo a imagem de uma respeitosa classe que preocupa-se intermitentemente com a alegria e o divertimento do povo. Tudo isso, em face ao aumento que os nosso competentes e trabalhadores Deputados Federais resolveram conceder a si próprios: 61,8%. Pergunto-lhes amigos e amigas: Alguma vez você recebeu um aumento salarial desta envergadura? Chegou perto pelo menos? Como se vê, o povo brasileiro é motivo de chacota e continuará sendo eternamento pelo jeito. Bem feito para nós mesmo, a culpa é nossa. Afinal, não foi a gente que deu poder a esta bandidagem?
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O comércio entra na reta final da campanha de natal, mas, nem por isso deixará de fazer novas campanhas mais adiante. O povo também não deixará de comprar os presentes nos últimos dias. Portanto, se é que eu posso usar este espaço para dar conselhos, diria que se você têm a oportunidade de fazer compras até o dia vinte e dois, faça isso. Eu não gostaria de passar a véspera de natal numa fila que dá volta na quadra. Acredite, não será um natal muito agradável.
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- Grande festa do amigo Enio Borcatti ontem na cidade de Brochier/RS;
- Os Serranos com novo trabalho na praça: Campeiro Feliz. Destaque para a faixa de nº 4 “ Santuário Galponeiro”;
- Vale a pena investir no novo trabalho do músico João Luiz Corrêa. Grande produção e um DVD de belíssima qualidade com os grandes sucessos dos 10 anos de carreira do cantor e gaiteiro.
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Abraço a todos e uma boa semana.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Verso Puro

Hoje a coisa é diferente. Inspirado para uns versos, mas não tanto para as frases, mostro um pouco da minha identidade nas voltas de verso um puro:
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Sexta-feira é de fandango
Pra espantar o desatino
O povoado é o meu destino
Pra um entreveiro de mango
A cordeona choramingando
À flor de um chamamecero
E um taura louco de faceiro
Com a china se aproximando

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Lá pelas tantas a peleia
Brotou num canto maneada
Não quis mais saber de nada
Bochincho sempre me maneia
Não sou afoito a cadeia
Também não deixo fuzarca
Num teatino deixei minha marca
Que ficou com a cara bem feia

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Mas eu quero lembrar é da china
Coisa linda e bem morenaça
Desta vez não verteu em desgraça
Muito menos criou-se a chacina
Mas os olhos daquela menina
Me deixaram atuzicado
Pra um gaúcho bem abagualado
Prenda linda surge de vacina

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Mas encurto as palavras indiada
Nesta volta meio diferente
Não podia deixar de repente
De deixar minha gente quebrada
Escrever não me custa é nada
Gosto mesmo é da prosa e do verso
Mundo velho de nada perverso
A contar coisas desta nossa estrada.

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Forte abraço e um bom final de semana a todos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Pra relembrar e matar a saudade (parte 2)

O texto a seguir de certa forma corrobora com o que escrevi no início do anterior, acerca do verão e suas altas temperaturas. Pra relembrar, e matar a saudade.
Postagem original: Segunda Feira, 8 de fevereiro de 2010.
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Sorvete, descanso e o carregar de pedras
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Na semana que passou eu quase tive a impressão de que tinhamos deixado de ser humanos e tinhamos virado sorvete ou picolé. Sim, porque não tem quem não tenha derretido nos últimos três dias úteis da semana que passou (quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira) Minha gente, na quarta-feira, a temperatura as dezoito horas era de mais de 41ºC com sensação térmica de quase 50ºC. Sim, eu escrevi certo: 50ºC. Por volta de uma hora já da manhã de quinta-feira a temperatura ainda estava 31ºC. Sabem o que é isso? Isso é algo profundamente terrível e insuportável. Confesso que a esta altura eu já estava achando frio, tamanho o calor que estava durante o dia aqui por estas voltas. É meu caros amigos, leitores deste blog, pelo jeito que a coisa anda, chuvas torrenciais e alagamentos paralelos a dias com calor excessivo ultrapassando a casa dos 40ºC temos que começar a acostumar-mos a conviver com um clima talhado a extremos. Não se surpreendam se o inverno este ano chegar de congelar os pés de todo mundo. A realidade que aí esta, vem nos mostrando que a partir de agora conviveremos cada vez mais mais com estas mudanças bruscas de temperatura, com chuvas exacerbadas e dias de calor insuportável. Eu poderia dizer que estamos próximo do fim dos tempos, porém, ao longo do último século já passamos por situações semelhante. O que não posso afirmar, todavia, é se a humanidade já vivenciou tal situação em tão curto espaço de tempo.
Criticar o calor intenso, o mormaço e este abafamento que vem nos atingindo é uma coisa que sempre fiz verão após verão. Este ano, no entanto, prometi que não faria e cumprirei minha promessa. Até agora, como todos podem perceber, este texto não teve fim reclamatório, mas sim, informativo e comentativo. Desisti de reclamar por um simples motivo: de nada vai adiantar, uma vez que, será uma repetição destas características “adversas” a cada dezembro, janeiro ou fevereiro. Por outro lado, cheguei a conclusão que gosto de Novo Hamburgo e assim sendo, tenho que conformar-me com as características climáticas da cidade, não tem jeito. Mas retomando o assunto tratado no parágrafo anterior, me digam uma coisa, de quem foi a idéia de marcar jogo de futebol as dezessete horas de uma quarta-feira? Primeiro que a esta hora todos estão trabalhando e segundo que com um calor daqueles poderíamos ter tido algo beirando a catástrofe em referência aos jogadores. Ainda que eu seja colorado fanático, fiquei profundamente perplexo em ver os jogadores gremistas e do São Luiz tendo que jogar em situações como aquela. Minha gente, isso não pode acontecer. Não podemos deixar aquilo acontecer. Ainda que jogadores de futebol tenham preparo físico capaz de suportar tais condições de temperatura, é desumano tal ato. O que ocorreu com o Batista, comentarista da TV COM/RBS TV, que desmaiou no início da transmissão poderia ter ocorrido com qualquer jogador principalmente em virtude do esforço físico que este estava fazendo, diferente do comentarista que estava parado. Que os clubes voltem-se contra este tipo de coisa, por favor. Que este calor se amenize de alguma forma também, senão, certamente viraremos sorvete mesmo, de creme.
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Em primeiro lugar, peço desculpas a todos vocês pelo fato de não ter postado na última segunda-feira. Esqueci de comentar que me encontro de férias, e assim sendo, acabamos tendo uma rotina transformada e algumas coisas acabam passando. Neste exato momento em que lêem este texto, devo estar na beira da praia aproveitando os momentos que ainda restam do meu descanso. Continuo preferindo a serra e o frio, os campos dobrados lá de São Chico, porém, acho que temos que aproveitar também os benefícios que o litoral pode nos proporcionar. Não pensem que estou aqui me gabando de alguma coisa, por favor não me levem a mal, mas quero estar tomando aquele banho de mar enquanto lêem estas minhas palavras. O contrário certamente já ocorreu ou ainda pode ocorrer. Não adianta, a vida é assim: Enquanto uns descansam, outros carregam pedra.
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Abraço e boa semana a todos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Saudades do velho verão

Nunca pensei que um dia eu pudesse dizer isso, mas eu começo a sentir saudades do verão, aquele tradicional com um mormaço desgraçado e um calor senegalês dos infernos, com o perdão das palavras chulas. O que ocorre é que neste momento alguns andam pelas ruas agasalhados uma vez que a temperatura passou pouco dos 10 ºC nesta manhã de segunda-feira. O detalhe, é que faltam apenas sete dias para o começo do verão, que deveria ser a estação mais quente do ano. Digo deveria pois assim não está sendo até agora, pelo menos. Ao fazer uma recapitulação do que escrevi nesta mesma época nos dois últimos anos, vejo que a questão climática mudou consideravelmente. Nos anos de dois mil e oito e dois mil e nove eu escrevia pregando a abolição do verão(hehehehe), ou quase isso. Agora eu nem mais posso fazer isso, afinal, o verão mesmo ainda não deu as caras. Antes as chuvas vinham e iam embora. Agora, começa a chover e não para mais. Enfim, a realidade meteorológica nos trás muito mais incertezas do que afirmações e pelo jeito a coisa vai continuar assim por um bom tempo. O fato, é que eu já não consigo mais acreditar naquilo que falam no rádio. Virei uma pessoa com o pé atrás sempre.
No momento em que escrevo este texto ouço ao fundo um dos tantos temas musicais próprios de natal. Muito original não fosse o fato de que fazem no mínimo quinze dias que estas músicas já estão aí povoando as ruas. Se a estratégia do comércio é ganhar os clientes no cansaço, ou seja, tentar enfiar o espírito natalino goela abaixo cada vez mais cedo, acho que não estão conseguindo. Pelo que ouço aqui e ali, o movimento até agora pouco se alterou, e o pior, está abaixo do que se presenciou no ano passado. Pelo que recebo de propaganda por e-mail, as compras pela internet também não estão muito melhores. Mas isso é uma percepção de quem ainda engatinha no mercado do consumir. Minha contribuição tributária ainda é bem maior no ramo da prestação de serviço do que na de consumo. Quem sabe um dia as coisas mudem não é verdade, afinal, alguns passos sem volta eu realmente já dei. Ouso dizer que este desatino por parte do comércio de vender em trinta dias o que não conseguiu em um ano, tende a espantar os clientes e não o contrário. As pessoas hoje em dia já tem consciência do que querem, Creio nisso, pois até eu, um poço de dúvidas convicto, já tenho na mente aquilo que irei comprar para alguns. Sem contar que algumas coisas eu até já comprei antecipadamente. Não em face da pressão comercial, mas sim, por decisão própria mesmo.
Lamento que alguns amigos não puderam estar presentes no fandango no CTG Terra Nativa, no último sábado. Baile véio daqueles de dançar de lado, com sala cheia do início ao fim. Encerrar o ano deste jeito é sempre uma motivação extra para um novo ano que se chega. Tal fato, todavia, não supre a necessidade de uma decisão que tenho que tomar o quanto antes. Quem me acompanha com freqüência sabe bem que no mês de outubro eu escrevi aqui um texto entitulado “Decisão”, afirmando que deveria tomar uma posição de certa forma até irreversível. Tal situação ainda pulsa com força na minha cabeça, hora para um lado, hora para outro. É chegado o momento de dar um rumo na minha vida para não acabar prejudicando os outros. A “decisão” a que me refiro ainda não está tomada, mas haverá de ser. Quando chegar este dia, dependendo qual seja, será o dia mais difícil de minha vida. Mas necessário, e isso, isso é o que me conforta.
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Fandangueiro

Élio da Rosa Xavier, vulgo Porca Véia, geralmente abre os seus bailes com esta letra citada logo abaixo. Letra, aliás, que vem de encontro ao convite que farei no rodapé desta página, afinal, sábado é dia de fandango com o Fandangueiro.

Fandangueiro
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Hoje é dia de fandango, já estou de bota lustrada
Com a emoção de sempre e a cordeona preparada
Tomei um trago de canha prá deixar a goela afinada
Já está quase tudo pronto e hoje eu viro a madrugada

Se tem coisa nesta vida que faz feliz um gaiteiro
É sentir a casa cheia e o calor do entreveiro
Algum olhar de morena na penumbra do candieiro
Num baile de chão batido e um trancão de fandangueiro

Sou fiel aos meus princípios, capricho em tudo que faço
Eu nasci prá ser gaiteiro e hoje sou pai do gaitaço
Se o surungo for cumprido não dou bola pro cansaço
Meto gaita a noite inteira, tenho confiança no braço

Hoje eu vim prá fazer a festa, tenho raça de peão
Morro seco e não me entrego, sou crioulo do pontão
Se a morena vier no baile magoar meu coração
Quem sabe eu chore outro dia, hoje eu garanto que não
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Prezado Amigo(a)
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É com muita estima que venho através deste de pronto deixar o meu abraço agradecendo-lhe pela amizade de sempre.Após um breve recesso longe dos palcos, eu, juntamente do o grupo Fandangueiro, estou aqui para fazer-lhe um convite daqueles imperdíveis, um baile "véio" flor de macaudo no:
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CTG Terra Nativa - Novo Hamburgo/RS

Dia: 11/12/2010 (sábado)
Hora: 20h30 (com janta)
Valor: Não informado
Local: Rua Sapiranga, nº 1080.


Será uma alegria imensa revê-lo. Nada como encerrar o ano em grande estilo.

Desde já agradeço a sua atenção de sempre.

Forte abraço e eum ótimo final de semana


CAMPEIRO
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FANDANGUEIRO: DE VOLTA A ESTRADA

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pra relembrar e matar a saudade (parte 1)

Dando ensejo a nova série do Blog do Campeiro, "Pra relembrar e matar a saudade", trago nesta abertura um texto sobre um assunto que está bem presente no nosso cotidiano atual.
Postagem original: Segunda-Feira, 01 de dezembro de 2009.
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Sentimento de Natal
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Hoje no início da manhã ao deslocar-me para o local em que me encontro neste momento, estava com o rádio sintonizado na Gaúcha e em um intervalo comercial eis que surgiu uma propaganda mais ou menos neste estilo: Para a Tramontina, o sentimento de natal é o ano todo. Em primeiro lugar, quero dizer que descrevo o nome das empresas aqui por livre espontânea vontade pois não tenho problema algum em divulgá-las. Em segundo, esclareço também, que não recebo nem um real para mencionar o nome de tais empresas, bem como até hoje não permiti propaganda no espaço deste blog que não tem nenhuma pretensão comercial. Mas voltamos ao assunto originário. Minha intenção desta vez não é tratar sobre algo vinculado na mídia, nem de argumentar sobre o conteúdo da propaganda feita pela empresa. O que chamou-me atenção foram três palavras: Sentimento de Natal. Aí está o verdadeiro sentido de tudo, de nossa vida mudar quando chegamos às proximidades do dia vinte e cindo de dezembro. O ser humano como pessoa única dentro dum contexto formador de sociedade é tomado, em sua maioria, por este sentimento que propicia torná-lo uma pessoa melhor, mais digna e humanitária, estendendo ao próximo tal façanha e fazendo com que toda a humanidade passe a ser um pouquinho melhor. O sentimento de natal esta aí, é um fato verídico e visível, mas será que ele só pode, ou só deve existir nesta época do ano?
Creio que o próprio informe comercial da Tramontina já diz tudo: o ano todo! Mas, afinal, porque não funciona o ano todo? Será que é porque as pessoas não têm dinheiro nos demais meses do ano? Ou é porque realmente a um fundo religioso presente nesta história toda? Dia vinte e cindo de dezembro é a data que se comemora o suposto nascimento de Jesus Cristo. Suposto, pois ninguém sabe se realmente existiu e se, caso tenha existido, nasceu realmente nesta data. Quem estuda história sabe muito bem que a história é contada pelo próprio homem e que por isso, está sujeita aos seus juízos de valores que nem sempre são dos mais corretos. Mas isso não é exclusivo da história religião no mundo ao longo dos tempos, acreditem. Aproveitando o gancho, ontem a noite escutando a mesma rádio, ouvi do tradicionalista e colorado Bagre Fagundes (entrevistado em face à polêmica gre-nal da vez) que o homem desde os seus primórdios é fadado a brageiragem e a corrupção. Tais elementos ínfimos estão presentes em todos nós desenvolvendo-se externamente, felizmente, numa pequena minoria que já sabemos muito bem quem são. Este é mais um questão histórica e polêmica a ser discutida, e como todo o bom debate, será interminável. Por favor, deixo bem claro que não chamei ninguém de corrupto e nem fiz analogia a isto. O foco é em cima da transcrição do pensamento do Bagre Fagundes, fazendo uma analogia a evolução humana ao longo dos tempos.
Não sei dizer se o sentimento de natal teria o mesmo valor se existisse durante o ano inteiro. Este sentimento está unido à magia e a fantasia de algo inexplicavelmente diferente, e só é bem quisto por todos porque é diferente. No natal podemos sonhar sem sermos chacotados, afinal, todos sonham. Queira Deus que este ano eu também seja tomado por este sentimento natalino e que eu possa sonhar, sonhar e sonhar também. Mas queira Deus que a partir do dia vinte e seis de dezembro eu possa ter maturidade suficiente para pelo menos tentar pôr em prática uma parte destes sonhos, sob pena, de ter sonhado em vão, ou então, de ver algum sonho meu virar pesadelo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Em mim mesmo

Há mais de dez dias já ando ouvindo aquela tradicional musca natalina pelas ruas das cidades em geral. O comércio se aflora e inflama seu estoque, afinal, natal é natal. E eu que até bem pouco tempo atrás achava que o natal não era uma da ta consumista. Creio hoje ser muito mais consumista do que religiosa, entretanto, não vagarei novamente pelos pensamentos mundanos de cerca de dois anos atrás. Já não penso mais daquele jeito, ou pelo menos me esforço para tal, pois, no final das contas, o que importa é a felicidade das pessoas e não o que eu pensei ou deixei de pensar um dia, num passado tão, tão distante. As pessoas são sim mais felizes nesta época do ano. Talvez as coisas nem melhorem, continuem mesmo como estão, mas no natal renovam-se as esperanças e os sonhos de uma vida um pouco mais digna. Vejam bem, não é eleição que mobiliza o povo. É o natal! Por que? Porque no natal há a magia de um novo tempo e na política a desilusão do mesmo sempre. Orgulho-me de hoje fazer parte desta maioria que acredita que o natal é realmente uma data única. Nem sempre foi assim, admito com todas as letras, mas tenho mudado com o tempo. Ainda não como eu gostaria, mas bem melhor do que eu era. Chegarei lá certamente, assim como o natal uma hora chega. E é por isso que o comércio começa a fazer propaganda com tanta antecedência.
Enquanto eu digitava o último texto, ao tratar da nova série que haverá aqui no blog “Pra relembrar e matar a saudade”, pensei em trazer textos em ordem cronológica, porém, só com os escritos em 2010. Aí, deparei-me com um texto escrito no dia 01/12/2009 que tem tudo haver com o que dita o natal. Paro por aqui, afinal, se eu falar hoje já não terei o que postar na quarta-feira (hehehe). Mas voltando a nossa realidade, afinal, o mundo não para em face ao natal, gostaria de aproveitar aqui para tratar de um assunto pertinente: futebol. O Fluminense na tarde de ontem sagrou-se bicampeão (ou tri) brasileiro de futebol. Título merecido tendo em vista o trabalho realizado pelos jogadores e pela comissão técnica, liderada pelo competente Murici Ramalho. Assisti os últimos instantes do jogo da equipe carioca com o já rebaixado Guarani e confesso que fiquei, eu diria, “um pouco ansioso” uma vez que sou anti Corinthians até debaixo d'água e eu não ficaria nem um pouco alegre se o “timãozinho” fosse campeão. Justiça feita, afinal. No ensejo do título do Fluminense, aproveito para parabenizar o Sr. Giovani Luigi pela eleição que o elevou a condição de Presidente do Sport Club Internacional no biênio 2011/2012. Num primeiro momento, cheguei até a ficar inclinado a votar no seu adversário, mas aí o mesmo utilizou-se de artimanhas eleitoreiras pouco úteis, como se sabe, e caiu no meu desgosto. O Presidente do meu clube acima de tudo tem que portar-se como tal. Espero que o Luigi tem hombridade, competência e serenidade para administrar o colorado daqui para frente.
Em suma, tratei de começar falando do natal e terminei por tratar de futebol. Respeito todas as crenças futebolísticas dos leitores deste blog, mas como não fico em cima do muro nunca, acabo curvando as notícias do meu time do coração. Seria hipocrisia da minha parte sim, se eu ficasse aqui tratando de ser político. Não sou político e nem pretendo ser. Já fui. Trato disso como um aprendizado de vida. Não me arrependo do que fiz. Só assim posso corrigir aquilo que fiz de errado. Tinha problemas como natal e hoje não tenho mais. Tinha problema com um monte de coisa e hoje não tenho mais. A minha solução? Esta em alguém que amo, mas principalmente, está em mim mesmo.
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Abraço a todos e uma boa semana.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pansa



Esta não é a primeira vez que venho ao espaço do Blog do Campeiro afim de fazer uma agradecimento em nome do grupo Fandangueiro. Com o passar dos anos, o Fandangueiro vem traçando uma trajetória na música gaúcha e esta, só foi possível graças aos amigos que fizeram parte da nossa família. Os adventos da correria do dia a dia, no entanto, nos obrigaram a fazer algumas mudanças ao longo deste quase quatro anos de estrada e agora, mais uma, fez-se necessária aos anseios do grupo. Ele nasceu Ademar Veríssimo, mas foi como “Pansa” que ficou conhecido em todo o meio musical da região do vale dos sinos e porque não dizer da serra também, visto que tocou por um tempo no antigo meretrício de São Francisco de Paula. Teve sua origem na música gaúcha, mas ao longo do tempo pendeu aos musicais e por ali fez sua vida guitarreira. No início de dois mil e nove foi-nos apresentado e a partir dali, não ganhamos só um companheiro músico para o conjunto mas também um grande amigo. Senhoras e senhores, uma figura ímpar, fora de série. Ao apresentá-lo durante os bailes, eu tratava de dizer que ele representava a nobreza do grupo, pois sua alma é nobre. Foram dois anos de parceria e companheirismo. Muitas horas de baile, muitas noites na estrada e uma repensa única que é a amizade que fica e perdura entre todos nós.
Quis o destino nos levar para caminhos diferentes a partir de agora. A poucos dias atrás, eu já havia comentado que mudanças ocorreriam no Fandangueiro a partir de dois mil e onze. Um fato de saúde, um susto, ocorrido com nosso companheiro Mauro (agora já está tudo bem), nos fez adiantar algumas providências e assim mais uma mudança foi feita na nossa família. O contrabaixista Carlos também deixou o grupo. Em nome do grupo Fandangueiro agradecemos ao Carlos por nos acompanhar por este ano de dois mil e dez.
Em nome do grupo Fandangueiro quero fazer mais que um agradecimento ao “Pansa”, quero fazer uma saudação a sua pessoa. A ti meu amigo, dedico apenas um até breve pois tenho certeza que logo dividiremos o mesmo palco novamente. Muito obrigado.
***
Aproveito o espaço para saldar o retorno do grande Tom Miang ao contrabaixo do grupo Fandangueiro. Da mesma forma, dou as boas vindas ao Pedro, um bugre cria lá de São Luiz Gonzaga que a partir de hoje assume a guitarra do grupo. Boa sorte a todos nós!
***
Eu prometi para mim mesmo que não falaria sobre o fim do ano esta semana, que começo a tratar disso a partir da semana que vem. Porém, acho que posso ao menos dar uma prévia do que pretendo neste derradeiro de dois mil e dez. A partir de semana que vem, provavelmente às quartas-feira reeditarei os melhores textos que escrevi ao longo deste ano. Cerca de quatro ou cinco textos a princípio. Sei que eu mesmo sou suspeito pra escolhe-los, por isso será uma tarefa difícil mesmo. Todos os textos sobre o título “ Pra relembrar e matar a saudade”. Espero que todos gostem de reler estes trabalhos.
***
Grupo Fandangueiro estará hoje no DTG Sinuelo Marista junto ao Colégio Pio XII em Novo Hamburgo. Este evento é particular, direcionado aos membros do departamento. Sábado que vem fandango velho cuiúdo no CTG Terra Nativa também em Novo Hamburgo. Desde já estendo o convite a todos vocês.
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Um forte abraço e bom final de semana a todos.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Bochincho

Ontem ao voltar para casa após a faculdade, fui repassando as estações de rádio salvas no aparelho do meu carro até que me deparei com o já finado, mas nunca esquecido Jaime Caetano Braum declamando a sua poesia mais celebre: Bochincho. De pronto me veio à tona os últimos acontecimentos no Rio de Janeiro e cheguei a conclusão que o título da obra vinha a calhar. Num contraponto, nada melhor que abrir o derradeiro mês de dezembro, no já quase findo ano fatídico de dois mil e dez, com as palavras do maior pajeador que já se conheceu pelos campos deste mundo afora. Esta, é dedicada aos amigos e amigas que jamais deixaram de acompanhar este blog:

Bochincho

A um bochincho certa feita
fui chegando de curioso
porque o vício é que nem sarnoso
nunca para nem se ajeita
baile de gente direita
de pronto eu vi que não era
na noite de primavera
gaguejava a voz de um tango
e eu sou louco por fandango
que nem pinto por quirera

Atei meu zaino longito
num galho de guamirim
desde guri sou assim
não brinco, não facilito
em bruxas não acredito
pero que las hay, las hay
sou da costa do Uruguai
meu velho pago querido
e por andar desprevinido
a tanto guri sem pai

Num rancho de Santa Fé
de pau-a-pique cravado
num trancão de convidado
me entreverei no banzé
chinaredo a bola-pé
um ambiente fumacento
e um cadeeiro bem no centro
num lusco-fusco de aurora
pra quem chevava de fora
pouco enchergava lá dentro

Dei de mão numa pinguancha
que me cruzou do costado
e já sai entreverado
entre a poiera e a fumaça
oigalê china lindaça
morena de toda crina
dessas da venta brasina
com cheiro de lechiguana
que quando ergue uma pestanha
até a noite se ilumina

Misto de biaba e de santa
com ares de quem é dona
e um gosto de temporona
que trás água na garganta
eu me agarrei na percantao
mesmo que um carrapato
e o gaiteiro era um mulato
que até dormindo tocava
e a gaita choramingava
que nem namoro de gato

E a gaita velha gemia
às vezes quase parava
de repente se acordava
e num vanerão se perdia
e eu contra a pele macia
daquele corpo moreno
sentia o mundo pequeno
bombeando cheio de enlevo
dois olhos flores de trevo
com respingos de sereno

Mas o que é bom se termina
cumpriu-se o velho ditado
eu que dançava enbalado
nos braços doces da china
escutei de relancina
uma espécie de relincho
era o dono do bochincho
meio oitavado num canto
que me olhava num canto
mais sério do que um capincho

E foi ele que se veio
pois era dele a pinguancha
bufando e abrindo cancha
que nem touro de rodeio
quiz me partir pelo meio
num talonaço de adaga
que se me pega me estraga
chegou a levantar um cisco
mas não é atoa chumisco
que sou de São Luís Gonzaga

Tenho visto coisa feia
tenho visto judiaria
mas ainda hoje me arrepia
lembrar daquela peleia
talvez quem ouça não creia
mas vi brotar no pescoço
do índio do berro grosso
como uma cinta vermelha
que desde o beiço até orelha
ficou relampiando o osso

O índio era um índio touro
mas até touro se ajoelhac
ortado do beiço à orelha
amontoou-se como um couro
e aquilo foi um estouro
daqueles que dava medo
espantou-se o chinaredo
e aquilo foi uma zoada
parecia até uma eguada
disparando num varzedo

E é china que se escabela
redemunhando na porta
e chiru de guampa torta
que vai direito a janela
num grito de toda goela
num berreiro alucinante
e índio que não se garante
vendo sangue se apavora
e se manda porta a foral
evando tudo por diante

E a coisa ia meio assim
balanceei a situação
já quase sem munição
e todos atirando em mim
qual ia ser o meu fim
me dei conta de repente
não vou ficar de semente
mas gosto de andar no mundo
me esperavam na dos fundos
eu sai na porta da frente

E dali ganhei o matoa
baixo de tiroteio
e ainda escutava o floreio
da cordiona do mulato
e pra encurtar o relato
me bandeei pro outro lado
cruzei o Uruguai a nado
pois meu zaino era um capincho
e a história desse bochincho
faz parte do meu passado

E a china?
Essa pergunta me é feita
cada vez que eu declamo
e é uma coisa que eu reclamo
e acho que não é direita
acho até uma disfeita
e entender nem consigo
eu no medonho perigo
de uma situação brasina
todos perguntam da china
e ninguém se importa comigo

A china eu nunca mais vi
no meu gauderiar andejo
talvez em sonho a veja
num bárbaro frenesi
talvez ande por aí
no rodeio das alçadas
ou talvez na madrugada
seja uma estrela chirua
dessas que se banha nua
no espelho das aguadas.

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Abraço a todos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Rio, a utopia e uma vida nova

Quando dei-me por conta, na sexta-feira, já estava voltando para casa. Digo isso em função de não ter postado nenhum texto neste dia. Corri tanto, que acabei por esquecer-me. Assim sendo, faço um esforço “sobrenatural” (hehehe) no dia de hoje e aqui estou escrevendo algumas breves linhas acerca de um assunto que pouco foi falado nestes últimos dias: Rio de Janeiro. Num primeiro momento pensei em não falar do assunto, afinal, a imprensa mundial já o vem fazendo incansavelmente em todos os meios de comunicação existentes. Entretanto, penso em trazer aqui um ponto de vista acerca da situação toda. Longe de mim querer achar que tenho alguma especialidade em segurança. Falarei como um cidadão comum, que preocupa-se com os rumos que a nossa sociedade moderna esta tomando principalmente no que tange a questão da segurança. Seria demagogia de minha parte achar que nosso problema mora apenas na falta de segurança. Esta é apenas a que é eclodida com o advento do caos social em que vivemos. A bandidagem é fruto da desigualdade e do tráfico de drogas. Mas não é só isso. Todos nascem seres de bem e alguns se desvirtuam virando bandidos. Será? Para mim, existem quatro tipos de pessoas: os que nascem e morrer seres de bem, os que nascem seres de bem mas tem desvio de caráter, os que nascem seres de bem e viram bandidos e os que já nascem bandidos. E é essa última classe a mais perigosa de todas, porque eles, eles não tem nada a perder.
Vejamos a situação do Rio de Janeiro. Por algum motivo o qual não sabemos (e talvez nunca viemos a saber), traficantes da capital carioca, mais precisamente da Vila Cruzeiro e depois do complexo do Alemão, resolveram barbarizar a cidade ateando fogo a carros de civis e ônibus coletivos. Aí a polícia resolveu tomar uma atitude e, vendo possivelmente que não daria conta sozinha, recebeu auxílio das Forças Armadas. Para quem acompanha um pouquinho de noticiário só que seja, sabe muito bem que não é a primeira vez que o tráfico no Rio de Janeiro tenta sitiar a cidade. Aí eu me pergunto: por que só agora nossos governantes resolveram responder a altura mostrando quem deve mandar realmente? Incógnita meus caros e minhas caras. Daquelas perguntas sem resposta certamente. Só sei que eu pensei que isso jamais fosse acontecer, Sempre achei que uma hora ou outra a bandidagem ia descer o morro e a polícia não ia tomar atitude alguma. Felizmente parece que eu estava errado. Digo parece, porque não sei o que acontecerá daqui para frente. Para onde irão os chefões do tráfico que conseguiram fugir. Como ficarão as comunidades que agora parecem estarem “salvas” do controle do tráfico. A polícia ficará lá até ter certeza que estão limpas? Peguntas senhoras e senhores, a vida é feita de pergunta.
Erradicar a vida criminosa é uma condição utópica, eu sei bem disso, agora, inspirado no processo do Rio de Janeiro, a polícia gaúcha bem que podia dizimar algumas facções que exitem por aqui. Se fará eu não sei. Já não duvido de mais nada. O que sei mesmo, é que de nada adianta expulsar traficantes de seus redutos e deixar as favelas abandonadas a qualquer sorte. Já que levaram quarenta anos para tomar uma providência, que os governantes agora vão até o fim, começando um processo de urbanização das favelas, já que é impossível extirpá-las do mapa. Um bom começo e gerar emprego para população, afinal, ninguém mora em vila ou favela porque quer, mas sim, porque ainda sim são melhores que ir para debaixo da ponte. Um atitude louvável é dar educação para esta gente. Construir uma escola na entrada de cada morro é sim uma bandeira da vitória. Uma nova vida começa pela educação, pois só assim, seremos um só povo e uma só nação. Com uma vida nova, é claro.
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Abraço e boa semana a todos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Super-Herói

Há cerca de duas semanas atrás uma revista brasileira, que por motivo de força maior não direi o nome aqui, retratou como manchete em sua capa o Tenente-Coronel Roberto Nascimento, personagem do ator Wagner Moura no filme Tropa de Elite 1 e 2, como o Super-Herói brasileiro. Confesso a todos que num primeiro momento não entendi muito bem aonde tal revista queria chegar, até que, ontem, após assistir o filme no cinema, compreendi o verdadeiro significado do título da matéria. Antes de entrar neste mérito, todavia, quero traçar a minha opinião sobre o que achei da produção cinematográfica brasileira. Farei isso, no entanto, em novo parágrafo pois o filme merece este destaque.
Meus caros leitores e leitoras, Tropa de Elite 2 trata-se do melhor filme brasileiro que eu vi na minha vida. Somente a parte 1 chega perto da qualidade do 2, mas mesmo assim é inferior. Ouso dizer que não assisti nenhum filme este ano, mesmo as superproduções norte-americanas, tão bom quanto a este dirigido pelo competente e diria até, brilhante, diretor José Padilha. Antes mesmo de assistir ao filme, fui muito bem recomendado por todos que já tinham assistido. A qualidade do filme foi ressaltada por todos sem exceção. Depois, a produção ganhou mais pontos comigo tendo em vista que não foi patrocinada por nenhum órgão público ou lei de incentivo a cultura. Se o cinema nacional quer ter destaque, tem que desprender-se das barbas do governo e caminha por si só. Para não parecer que estou querendo contar a história, atenho-me a mais comentários sobre a história em si. Apenas deixo registrado aqui que a atuação do ator Wagner Moura é simplesmente estupenda. Estamos, ao meu ver, diante do maior ator da história do cinema nacional. Um ator livre dos vícios de novela.
Num país como o nosso, tomado pela corrupção e pela descrença quanto a política nacional, utilizar-se da figura do Coronel Nascimento como um Super-Herói é perfeitamente válido. Não será assim, entretanto, que conseguiremos superar as barreiras ideológicas e a podridão que nos cerca. De nada adianta endeusar o personagem e continuar votando em bandidos que só querem o poder para roubar do povo. Por algumas vezes eu pensei para comigo no “porque” de eu estar abandonando a vida partidária. Ontem, eu acho que eu enxerguei o motivo. Não abandono somente a vida partidária mas como a política como um todo. Continuarei exercendo meu poder de cidadão, porém, muito mais como um dever cívico do que como uma convicção social. Fica abaixo, a imagem do nosso Super-Herói:


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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Em espera

Ao longo da semana passada, diria que no começo dela, cheguei a abrir a página do blog para escrever acerca da promiscuidade da nossa mídia, mais precisamente um veículo de comunicação, quanto a presença do ex-Beatle Paul McCartney em show realizado em Porto Alegre. Chegaram ao cumulo de entrevistar ao vivo o motorista que levou o artista do hotel até o Beira-Rio. Convenhamos! Mas, decidi não entrar no mérito, pois assim, eu também estaria supervalorizando o fato, o que não é minha intenção. Neste exato momento em que vocês, meus caros leitores e leitoras, lêem este texto, estou na cidade de Canela. Neste exato momento duas possíveis reações devem brotar no sentimento de todos: ou estou esnobando, pois a cada sexta-feira estou numa cidade turística diferente; ou vocês devem estar pensando o que tem a ver com isso. Primordialmente não estou querendo me gavar de nada. Por coincidência, por duas semanas seguidas tenho compromissos em cidades turísticas. O de hoje é profissional e deve estender-se até domingo. Em segundo, menciono tal fato apenas para dar uma satisfação, tendo em vista que este texto foi escrito no dia anterior e assim, pode conter alguma coisa que já não condiz mais com a realidade, ou então, deixar de tratar de algum fato realmente relevante.
Ontem estampava a capa do Jornal NH uma imagem da escadaria da Catedral de Novo Hamburgo tomada pela água. Não me ative a matéria. Soube posteriormente que um arroio que corta as imediações da rua Joaquim Pedro Soares transbordou e a água invadiu, inclusive, um conhecido mercado instalado nesta. Pelo que se vê, em face as contantes mudanças bruscas de temperatura, este fato não será isolado neste verão. Novo Hamburgo, todavia, não está sozinha. A cidade de Taquara, onde trabalho geralmente, tem sofrido constantemente às enchentes. No caso específico de Taquara, entretanto, eu não isento o poder público que está ciente de tal problema e não toma nenhuma providência. A questão toda é que cano enterrado não dá voto, não é verdade? Mas enfim, a questão toda está nas interpéries do tempo. Vejam bem, em pleno mês de novembro há a necessidade de usar um agasalho principalmente no período da manhã sob pena de se passar frio. Sem contar nestas enchentes que estão por aí assolando os mais desavisados. Culpa nossa? Provavelmente. Não diria contudo que a culpa é da humanidade contemporânea, uma vez que, noticiou-se já fenômenos semelhantes muito antes desta nossa época atual, ainda que tivessem muito menos veículos entre outros objetos poluidores. A culpa em suma, é da humanidade como um todo no advento da necessidade de evolução (partindo do pressuposto que ela seja mesmo necessária).
Ao chegar no derradeiro parágrafo deste texto chego a conclusão que não deveria ter tratado de assuntos como os mencionados numa sexta-feira. Não há, no entanto, como fechar os olhos a realidade que bate a nossa porta e esta, infelizmente não escolhe dia da semana para bater. Eu como um realista, não posso mascarar os fatos e assim, nada mais me resta senão tratar de menciona-los. O que podemos fazer é tratar de esquecer um pouco dos problemas durante o final de semana, primando pela alegria, divertimento e convívio harmonioso em família. Desligar do mundo é impossível, mas deixá-lo em espera, quem sabe, pode ser uma boa pedida para um final de semana como este que aí está.
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Abraço e bom final de semana a todos.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Novela mexicana

Imprudência é a palavra chave quando surge nas rodas de debate o tema acidentes de trânsito. Passado mais um feriado, mais uma contabilização negativa e um saldo trágico de mortes. Para se ter uma idéia aqui no nosso estado foram quase vinte vítimas. Ironicamente um número a ser comemorado, afinal, no feriado de finados tivemos dez mortes a mais. Cômico, se não fosse indiscutivelmente trágico. Fico a me perguntar qual o verdadeiro motivo para esta mortandade toda? Será a falta de condições estruturais da nossas estradas? Um ponto plausível. Será a falta de instrução dos nossos motoristas? Os cursos de capacitação para novos motoristas não param de aumentar suas cargas horárias. Será a falta de instrumentos de controle de velocidade? Pardais já estão se bicando para ver quem fica ou não na beira da estrada. Ainda que o primeiro ponto, o que trata das condições de nossas estradas, seja relevante, o principal motivo mesmo atende pelo nome de imprudência. Soma-se a este quesito a palavra impunidade, ou melhor, sensação de impunidade. Eu tenho para mim que nada acontecerá comigo. Acidente acontece com o próximo, eu estou impune. E assim meus caros e minhas caras, dou uma de MacGyver nas estradas pelo mundo afora, afinal, tenho o corpo fechado e nada acontecerá comigo. Este infelizmente é o pensamento que ronda as cabeças motorizadas por aí. Mais um advento da sociedade hipócrita em que vivemos.
Antes que alguém sinta-se ofendido por eu tratar do tema hipocrisia, explico-me afim de evitar qualquer destempero. Quem leu a última postagem, da sexta-feira, sabe que estive na cidade de Torres. O evento o qual eu e minha amada Mariana participamos iniciou-se na sexta-feira e prosseguiu-se até o sábado. Por questões de comodidade, hospedamo-nos na pacata e aconchegante praia de Rainha do Mar, distante exatos setenta quilômetros da mais bela praia deste nosso Rio Grande. Inciando pela manha e encerrando-se somente a noite, não restou-nos outra alternativa senão enfrentar o período noturno no regresso a Rainha. Quem me conhece sabe que sempre que posso viajo a noite, enfim, questão de gostos e preferências que não vem ao caso; assim, logo, pode-se imaginar que fora uma viajem tranqüila. Doce engano amigos e amigas, doce engano. O feriado incitou milhares de pessoas a se deslocarem para o Litoral Norte e isso fez com que faróis na mesma proporção estivessem andando no sentido contrário ao nosso. Mas o que tem de mal nisso? Explico. A hipocrisia dos nossos governantes fez com que a popular Estrada do Mar fosse tomada por pardais. No trecho Torres-Rainha são nove o que dá, em proporções matemáticas, cerca de um a cada sete quilômetros e setecentos metros. Pasmem! Hipocritamente, a cada acidente grave que ocorre nesta estrada (pasmem novamente, ainda assim ocorrem acidentes) nosso governantes se inflamam de coragem e mais um controlador é colocado na rodovia. O que ninguém diz, é que a sinalização da mesma está em péssimas condições, que a visibilidade noturna não existe e que isso sim, é um fator determinante para a ocorrência de acidentes. Para se ter uma idéia, mal se enxergam as faixas contínuas centrais, quiçá, as que delimitam as laterais da pista que, por comodidade, não possui acostamento visto que este é usado como pista alternativa. Se não fosse a ajuda de minha formosa navegadora, mais uma provável vítima engordaria os números da estatística. Desviei de uma ciclista no susto, senhoras e senhores, eu não o vi mesmo.
Em suma, acabei por alongar-me no tema passando da hora de dar cabo a este texto, mais um deste meu regresso a pontualidade blogueira. Não posso, contudo, antes de encerrar, deixar de dizer que a cada dia que passa me impressiono mais com a quantidade de motoristas incapazes que existem soltos por aí. Sim, porque a maioria deveria estar preso ao invés de detrás de um volante. Estradas esburacadas e mal sinalizadas estão sim na cadeia de responsáveis pelo número excessivo de vítimas no nosso trânsito, agora, estas figuras que eu citei a pouco são os sujeitos da coisa. Atores principais, ilustríssimos leitores, de uma novela bem pior que as mexicanas melosas: trágicas e mortais!
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Um beijo pra Mariana, e um abraço aos demais.
Boa seqüência de semana a todos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Aproveitar o que a vida proporciona



Neste exato momento em que vocês, leitores e leitoras deste blog, estão lendo este texto eu já devo estar no nosso litoral norte gaúcho, ou então, me dirigindo a ele. Já devem estar pensando também, que estou prevalecendo-me de quem não tem a mesma alternativa ou possibilidade. O que não corresponde, longe disso. Estou mais precisamente na cidade de Torres, dita a mais bela praia gaúcha, onde participo ao longo do dia de hoje e do dia de amanhã (até a noite) de um congresso especializado em Direito. Não, não me formei ainda, mas já estou procurando participar do máximo de eventos possíveis, afinal, a agregação de conhecimento é sempre válida. Estar em Torres é um chamariz à boa vida, sol, praia e mar, mas hoje e amanhã, procurarei manter o foco e nem olhar muito para o lado da Guarita (hehehehe). Quem sabe não me sobra um tempinho para dar uma escapada depois disso hein? Pois é.
Como todos sabem , como um bom serrano que sou sempre dei preferência aos campos dobrados do que a areia. De uns tempos para cá, no entanto, tenho tido uma relação mais próxima com o litoral e tenho gostado disso. Nesta altura do ano, só a sensação de avistar aquele mar sereno e revolto ao mesmo tempo, já surge em nossa mestes como um elo pacificador de uma mente já transtornada a espera de umas boas e merecidas férias. Nunca deixarei São Chico de Paula e nem esquecerei da minha origem inverneira, mas porque não conciliar qualidades de ambos os lugares e, enfim, aproveitar a vida da melhor forma possível. Pense nisso!
Enquanto isso, dê uma olhadinha nas imagens de Torres. Afinal, dá ou não vontade de participar do tal de congresso? Hehehehehehe


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Um grande abraço e um bom feriadão a todos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Quem sabe um recomeço

Eu nem sei sobre o que escrever no dia de hoje e também como começar a escrever. O que sei é que tenho que escrever, ou melhor, que quero escrever. O motivo todo eu não sei, talvez o ímpeto de voltar a manter uma regularidade de textos por aqui, tentar voltar a fazer o que eu fazia até pouco tempo atrás e que agora, já não tenho feito mais. Todavia, não sei se este é o melhor dia para um recomeço e também nem sei se conseguirei levar adiante este meu desejo. Primeiramente, quanto a primeira afirmação, digo que hoje é uma daquelas segundas-feira que tem tudo para serem massantes. Estou tão cansado, mas tão cansando, que mais parece final de semana do que início. Tentei encontrar algum motivo mais específico para este cansaço todo, ter tido aula também no sábado de manhã, trabalho extenso da faculdade para entregar hoje ou simplesmente o excesso de calor e baixa umidade do ar. Fatores que podem ser sim, preponderantes à fadiga. Foquei meu pensamento nestas possibilidades e ao cabo, cheguei a conclusão que tais circunstâncias são apenas características materiais do meu cansaço. O estopim gerador de tudo é muito mais mental do que físico. Sim, eu estou mental e espiritualmente cansando e ainda não é dezembro. Um dezembro aliás sem feriados tendo em vista que natal e ano novo caem num sábado. Tenho muitos motivos, que até poderia revelar, mas, e como sempre digo, sempre tem um mas em tudo, não vale a pena para um texto que tem cara de recomeço. Talvez mais cara do que recomeço propriamente dito. Talvez um último esforço para fechar o ano num balanço um pouco mais positivo.
Questões envolvendo o nosso cotidiano social fervilham aos quatro cantos deste país. O mesmo não se pode dizer das coisas que envolvem o nosso tradicionalismo, ou pelo menos, a parte musical dele. Desde que eu voltei aos palcos, a mais ou menos cinco anos, nunca vi um ano tão fraco em promoções fandangueiras na região como um todo, expandindo à serra também. Sendo assim, tratamos de falar sobre os casos que assolam a nossa gente, afinal, não posso deixar de emitir a minha opinião sobre as mazelas e destemperos de nossa sociedade. Como todos sabem, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) fora realizado neste último final de semana. O processo todo já começou torto com a esdrúxula proibição da utilização de lápis, borracha e relógio por parte dos jovens candidatos. Na seqüência, problema na impressão do cartão de resposta pode ter prejudicado cerca de dois mil candidatos. Se levarmos em consideração o problema ocorrido no ano passado, quando o jornal Folha de São Paulo noticiou suposta fraude na realização do então concurso, posso afirmar com toda certeza que o Enem caminha-se para o seu final, pois tais acontecimentos já passaram do nível de vergonha a qual o governo se propõe a passar a cada ano. Aliás, por falar em vergonha e governo, corre o boato forte em nossa imprensa nacional que o futuro governo articula a volta da extinta CPMF, contribuição sob movimentação financeira que supostamente angariava recursos para a saúde do nosso país. Ou seja, mais uma forma de atochar no povo uma cobrança pra cobrir a roubalheira. E o caso aqui não é único de um partido, pois todos parecem estarem a favor de reeditar tal medida.
Ainda que eu não tenha trazido a tona nenhum aspecto sobre o meu cansaço mental deste final de ano, pelo que foi lido nas linhas antecedentes a esta pode-se perceber que não é muito difícil de imaginar parte da fonte dos meus problemas. Creio que o ditado que mais se encaixa a realidade do nosso país seja: quem nasce para ser lagartixa nunca chega a ser jacaré! Explico: quem veio ao mundo para ser colonizado por meia dúzia de espertos com cara de idiota, e enfim, para ser um país de terceiro mundo, jamais chegará a ser um país desenvolvido. Temos a podridão como alicerce da nossa criação e desenvolvimento. Mas enfim, meus caros leitores e leitoras, vou encerrando as coisas por aqui antes que eu acabe falando coisas que não devo. Continuo cansado e até decepcionado com o andar da carruagem mas ao mesmo tempo feliz, por conseguir chegar ao fim deste texto e voltar a manter este contato mais próximo com todos os amigos e amigas.
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Forte abraço e uma boa semana a todos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

De ensaiar os passos da valsa


No último sábado acompanhei a boda do Léo e da Carol. Com direito a igreja, festa e tudo mais, é claro. Por muito tempo de minha vida eu tive sérias restrições a entidade do casamento. Acho até que, se eu for procurar nos textos mais antigos deste blog, vou achar algo desabonador ao sacramento religioso. Após a cerimônia, no entanto, eu fiquei pensando o verdadeiro motivo pelo qual eu sempre tive este tipo de preconceito e, acabei por não chegar a conclusão alguma. Aliás, muito dos preconceitos que eu vim cultivando ao longo do tempo eu até hoje não sei o porquê. Poderia dizer que é por causa de minha veia regionalista, porém, isso seria apenas uma cortina de fumaça, afinal, a essência gaúcha que me acompanha jamais deixará de existir em face de minha forma de vestir, ou qualquer outra atitude que eu vier a tomar em determinado ponto específico de minha vida. A quebra de paradigmas ao longo do último ano tem me feito muito bem, tenho tornado-me menos infeliz e menos chato, enfim... Mas o assunto de hoje é o casamento, e é por ele que eu manterei-me mais um pouco aqui redigindo algumas palavras.
Uma cerimônia com estilo. Não foi nem igual e nem diferente das outras. Não foi requintada nem simples. Foi uma cerimônia única. Os noivos souberam aproveitar cada momento do seu casamento, transformando-o num evento certamente inesquecível. Desde a chegada na igreja até os últimos instantes da festa, tudo foi de uma alegria tamanha que, ninguém, ousaria dizer que ambos não estão estupendamente felizes. De terno novo, posso dizer que eu aproveitei também bastante. As últimas festas de casamento que fui, eram bem tradicionais e isso de repente até contribuiu para o meu pouco gosto por tal. Mas esta estava diferente, divertida, jovial, moderna. Ahh, sem contar que eu tava muito bem acompanhado. Por falar nisso, tive o prazer de rever os amigos Antônio e Dani (peço até desculpas se não dei-lhes a atenção necessária). Coincidência ou não, pouco depois de o primo velho mencionar sua intenção de contrair matrimônio no próximo ano que já está aí batendo a porta, quem arrematou o buquê? Quem? A Dani! Parece até maracutaia não é? Não, é o destino mesmo. O deste casal já está traçado. Seguiu-se a festa na maior alegria, e eu, como a muito tempo não se via, diverti-me de forma uníssona.
Como a vida muitas voltas dá, creio que hoje eu já tenha extirpado de meu corpo o preconceito perante o casamento. Sei que o matrimônio é bem mais que uma cerimônia, ou que uma pomposa festa que venha a segui-la, porém, mesmo assim, eu já passo a ver tal sacramento com olhos mais compactuadores. Ainda acho que o custo deste processo todo ainda não é barato, e que com esse dinheiro dava pra fazer outros investimentos tão necessários quanto (como dar entrada num imóvel, por exemplo). Mas muito bem, e aonde ficará as boas recordações deste momento único em nossas vidas? Sim, pois parto do pressuposto que as pessoas se casem uma vez só, ainda que a realidade esteja tão mais cruel ultimamente. As boas lembranças, aquela que passamos ao lado dos amigos, da família e, enfim, da pessoa que amamos, esta sim é a que ficará marcada na memória para sempre. E isso, meus caros e minhas caras, não tem preço nenhum que apague. Está chegando a hora do meu primo velho Antônio começar a ensaiar os passos da valsa de núpcias, pois, não dá pra fazer feio. Ouso dizer que eu também devo ensaiar passos da mesma dança, afinal, nunca se sabe o dia de amanhã. Não é mesmo? Coisas da vida que tantas voltas dá.
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Muitas felicidades ao Léo e a Carol!
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E um forte abraço e bom final de semana a todos.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Chasque pra um final de outubro

A sombra e a escuridão
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Esta campanha presidencial está tão nivelada por baixo neste segundo turno, que eu vou de abster-me de traçar maiores comentários, ou então, de redigir um texto novamente pregando a incitação da democracia.
Limito-me a pedir que, se possível, os eleitores compareçam as urnas para exercer seu poder de cidadão. Pode até parecer que um voto a mais ou a menos não fara diferença, todavia, pensando assim jamais conseguiremos melhorar as condições políticas deste nosso país.
Vote! Quem sabe um dia possa acender-se uma luz novamente?
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Pornografia fandangueira
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Admito que relutei em trazer este assunto a público, porém, a situação está tomando contornos insustentáveis.
Para o mês de novembro o Grupo Fandangueiro já perdeu dois bailes. Não, não foi por falta de qualidade ou qualquer outra coisa ligada a nossa musicalidade, mas sim, por causa da concorrência desleal que um grupo novo da praça está fazendo, cobrando cachês abaixo do valor de mercado.
O pior de tudo é que um músico renomado faz parte e lidera a banda. Um cara que eu admiro demasiadamente pelo talento que tem. No entanto, está pecando neste ponto, deixando os seus patrícios numa situação delicada.
O grupo Fandangueiro não entrará em leilão por cachê de baile. O preço que cobramos esta atrelada a qualidade musical e técnica do nosso grupo. Se o resultado desta posição for a diminuição de eventos a serem realizados por nós, paciência.
Dizem que o preço de um grupo está ligado a sua qualidade. Dizem também, que pelo que vem a presentando este grupo novo, o preço até que tá bem salgado. Não sei, não os vi tocar. Quando isso ocorrer, manifestarei este descontentamento pessoalmente, afinal, como todos sabem, eu nunca fujo de peleia.
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No forno
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Tive a oportunidade de ver trechos do novo DVD do João Luiz Corrêa. Um belo trabalho certamente. Deve chegar em breve nas melhores casas comerciais do ramo;
Ouvi em primeira mão o novo disco do Tchê Moçada, Acústico. A reprodução do mesmo ainda nem começou mas posso garantir a qualidade do trabalho dos grandes amigos. Algumas releituras clássicas, misturadas com inéditas de muito bom gosto. Sucesso meus amigos, vocês merecem!
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Forte abraço a todos e um bom final de semana.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Hombridade, momento e humildade

Os anos de 1999, 2000 e 2001 foram áureos para minha carreira futebolística. Em grande forma, me destacava em minha atuação embaixo dos três paus no futebol de salão. Sim eu era goleiro. Lembro-me que minha fase era tão boa, que até pênalti a queima roupa certa vez eu defendi. E olha que defender qualquer pênalti no Futsal já é complicado, a queima roupa então... Aí veio o ano de 2002 e com ele umas mudanças de realidade. Por falta de tempo, acabei abandonando o time do UJR e e futebol de certa forma. Perdi ritmo de jogo e, lamentavelmente, acabei por não mais conseguir repetir as boas atuações de outrora. Quando tentei retomar a minha “carreira” futebolística, sofri uma séria lesão num tendão do joelho direito, o que, acabou por sepultar as minhas pretensões. Depois disso até voltei a jogar bem, mas em situações esparsas. Nunca mais fui o mesmo. Ahhh, os áureos anos de 1999, 2000 e 2001.
No ano de 2007, o goleiro do Internacional Renan, foi elevado a condição de titular do time colorado pela 1ª vez. Na época, o multi-campeão Clemer já estava iniciando seu processo de encerramento da carreira. Mostrou maturidade e talento que o levaram a seleção e posteriormente ao mercado europeu, mais precisamente, a Espanha. Retornou ao Internacional na metade deste ano e de pronto, foi alçado novamente a condição de titular mandando o também multi-campeão, Pato Abbondanzieri, para a reserva. Passada a parada para Copa, Renan deu os primeiros sustos nas ultimas partidas da Libertadores, mas, tendo em vista o título, ficaram em segundo plano. Ao longo da seqüência do Campeonato Brasileiro, voltou a ter boas atuações, mas nada que lembrasse o velho Renan. Não tardou a voltar a falhar novamente. Vale lembrar os dois gols do Marcos Assunção pelo Palmeiras e do Renato Abreu pelo Flamengo. Até eu que sempre tive esperança comecei a perdê-la. Aí, ontem veio o grenal. Ainda que o colorado não tenha feito uma partida brilhante, neste tipo de jogo sempre é possível a vitória. Pois bem. Ao meu ver, o goleiro Renan foi novamente responsável pelos gols do time adversário. Os dois gols poderiam ser evitados e não foram.
Quando fui acometido pela lesão em meu joelho, tentei forçar a barra e voltar a jogar. Lembro-me que tinha um campeonato na seqüência e então parei de treinar semanas antes para poder conseguir suportar mais um campeonato. O último talvez. Aí retomei a minha condição de titular e levei três gols no primeiro jogo. O único que perdemos. Faltava-me mobilidade, afinal, o joelho me limitava bem como a possibilidade de dor. Depois, as semanas parado prejudicaram meu condicionamento e meus reflexos. Terminado o jogo, ainda no calor da derrota, comuniquei aos meus companheiros de time que a partir dali o Anderson, meu reserva, seria o titular. Eu não podia comprometer o time em nome de um último campeonato. O derradeiro. Valeu no fim, a minha hombridade em reconhecer que não era o meu momento. No fim, o time foi o campeão e isso foi o que mais importou.
É chegada a hora de o Renan ter a mesmo hombridade e reconhecer que não é o seu momento. Não só ele, mas todo o time só tem a ganhar. Mas isso, é questão de princípios e acima de tudo, de humildade.
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Forte abraço e uma boa semana a todos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Falando (mais um pouco) de política

Transcorrido o primeiro turno de mais um processo eleitoral brasileiro, sem sustos e sem surpresas. Ainda que, eu imaginasse que não teríamos segundo turno aqui pelo estado, tanto para a eleição presidencial quanto para a governamental. Tal ocorrência faz como que renove-se mais uma vez a democracia brasileira dando oportunidade dos cidadão realmente escolherem o ou a melhor Presidente. Talvez nem é questão do melhor, mais do menos pior não acham? Questão de ponto de vista deste que vos escreve. Independente de quem ganhasse ou que venha a ganhar eu não queria segundo turno. Na boa, a eleição de 2010 está muito chata, é um disque-me-disque, promessas visivelmente eleitoreiras e e candidatos a nível nacional que não empolgam. Convenhamos, Marina Silva "achou" vinte por cento dos votos. Se alguém vier tentar argumentar comigo que ela é um novo fenômeno da política nacional encontrará forte resistência de aceitação por minha parte. Na minha modesta opinião, de quem desde criança vive envolvido com política, pelo menos oito por cento dos votos obtidos pela candidata do Partido Verde não correspondem a verdadeira afeição a sua pessoa, partido ou propostas de campanha, mas sim, de um voto de protesto aos outros dois candidatos que somados estão no comando do Brasil a dezesseis anos. Mas enfim, como já descrevi em linhas mais acima, renova-se a democracia com a possibilidade de um novo turno para decidir quem deve ser a ou o presidente do Brasil. O meu voto já está decidido desde que a campanha começou, e não serão vinte dias a mais de campanha que me farão mudar de idéia.
Francisco Everaldo Oliveira Silva. Trata-se do humorista Tiririca, fenômeno de votos nesta eleição com mais de um milhão e trezentos mil destes. Muitas pessoas acharam o máximo tal personagem bizarro ser candidato e foram “convencidos” a proferirem-no seus votos em virtude da sua campanha ridícula ou, principalmente, em face de um verdadeiro protesto mesmo. Ora, convenhamos. Sei que estamos passando por momento difíceis na nossa política, envolvida em casos de corrupção e com uma visível falta de renovação das pessoas que a fazem. Porém, ver este cidadão sentado em uma das cadeiras do Congresso Nacional é no mínimo uma afronta ao cidadão que paga os seus impostos e espera, do poder público, um mínimo de retorno entre benfeitorias, e o principal, leis que dêem mais dicotomia a nossa sociedade como um todo. Certamente se estes mais de um milhão de eleitores que votaram no Tiririca tivessem anulado os seu voto, o efeito prático ao final de quatro anos certamente seria o mesmo: nenhum! Aqui no Rio Grande o fenômeno eleitoral chama-se Manuela D'Ávila. A moça porto-alegrense atingiu quase quinhentos mil votos e tornou-se a Deputada Federal mais votada na história do nosso estado. Militante das causas sociais, Manuela conseguiu quebrar paradigmas inimagináveis aqui pelos pagos. Primeiro, seu partido o PC do B, até pouco tempo estava relegado a virar uma corrente do PT deixando até mesmo de existir, que não possuia nenhuma estrutura em nível estadual. Segundo, conseguiu angariar votos de todas as classes sociais, e pasmem, de todos os partidos. Manuela com seu trabalho consegue dar um passo a frente na corrida eleitoral a Prefeitura de Porto Alegre. Isso, ainda faltando cerca de dois anos para a realização do pleito.
Convenhamos que para quem não tratava mais de política eu até já falei bastante não acham? Pois é. Mas não se preocupem, volto a reafirmar que este blog não tem vocação eleitoreira, nem algo do gênero, e, portanto, não devo mais tratar do assunto até as vésperas do pleito do dia trinta e um. No mais, a vida segue na mesma corrida de sempre e hoje aproxima-se um feriadão, que felizmente, desta vez eu também serei privilegiado. A certa altura do ano, um ou dois dias a mais de descanso são momento únicos para tentar recarregar as energias para tocar até o final do ano. Por falar em tocar, como todos devem ter percebido, o site do Grupo Fandangueiro está fora do ar e assim deve permanecer até o início do ano que vem, quando muitas novidades surgirão. Peço aos amigos que acompanhem este blog, pois voltarei a divulgar as coisas do conjunto sempre que houverem notícias do tradicionalismo e dos fandangos Rio Grande afora.
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Forte abraço e um bom feriado a todos.