quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Apenas um Recomeço...

Enfim, bate em nossa porta o último dia do ano de dois mil e nove. Um ano bom? Um ano ruim? Um ano mais ou menos? Creio que cada um de vocês deve responder para si qual das perguntas é a que mais combina com você. Neste exato momento, eu deveria estar introduzindo palavras capazes de nortear um texto recheado de esperança e de coisas boas. Não farei assim, contudo, desta vez. Retomando algumas passagens do Blog do Campeiro neste ano, deparei-me com um texto que é capaz de sintetizar a forma como devemos encarar a vida no próximo ano, a capacidade de recomeçar que mais uma vez nos é apresentada. Eis, amigos e amigas, um texto postado no dia treze de fevereiro e, sem dúvida nenhuma, o melhor já escrito por este Campeiro em toda sua vida:

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O VELHO E O RIO
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O Velho estava cansado. Nos últimos setenta anos tinha sido um peão de estância sem nenhum dia de folga ou férias, um único dia. Nem uma doença o atacava, o Velho não ficava doente, não podia ficar doente. Todas as manhãs encilhava o seu cavalo baio ruano e partia para mais uma campereada. Não sem antes é claro, apartar as vacas de leite. Teve também um tordilho negro e dois tubianos, mas o pingo baio ruano, a... Inesquecível. Nunca se queixou de sua lida na estância, mas naquele dia o Velho cansou. Alguma coisa não o tirou da cama forrada com pelego, algo estava diferente. O Velho estava completando oitenta anos naquele dia, que podia ser mais um dia igual aos tantos que já passou, com chuva, geada, neve, sol ou vento, ás vezes até uma mistura de tudo isso. Mas aquele, não era um dia igual aos outros. Não, não era. O Velho estava cansado.
Lembrou então o velho, sua memória estava intocável, do dia que completara dez anos de idade. Foi levado pelo pai até o povoado da capela de Santa Fé, não mais distante que sete ou oito horas da estância. Ficara maravilhado com todo aquele movimento, fora a missa e visitara bodegas e bolichos. Na ocasião ganhara de presente do pai um lenço colorado, o mesmo lenço que o acompanhara pelo resto da vida. Com dez anos de idade o Velho visitara pela primeira vez a civilização citadina. Fora também sua última, pois nunca mais saiu da estância, afinal, alguém tinha que fazer o serviço. O menino de dez anos de idade cresceu e acabou esquecendo do dia em que passeara com o pai. Mas naquela fatídica data, oitenta anos de idade, o velho lembrou. Mirou o prego fincado atrás da porta do quarto e avistou o mimo que o pai lhe dera. Judiado do tempo e do suor da lida, mas ainda assim intacto, bem como o amor e a admiração que o velho sentira pelo pai. O pai havia lutado ao lado de Bento Gonçalves na revolução farroupilha, a estância e uma junta de bois foram dados pelo próprio em agradecimento pela lealdade, fibra e coragem que o pai tivera ao lado do Presidente. O pai era um orgulho para o filho, não podia desaponta-lo jamais.
No entanto o Velho neste derradeiro dia sentiu algo diferente em si mesmo. Alguma coisa estava faltando. Vivia só, o velho, sem mulher nem filhos, afinal nunca teve tempo de procura-los mesmo, a lida não permitia. Custou a se levantar. Já de pé, olhou-se no espelho, coisa que a muito não fazia. Viu um rosto cansado coberto por uma barba que fazia uns cinqüenta anos que ali figurava. Então, pegou uma navalha velha que encontrara no fundo do armário, queria enxergar o homem que estava por trás daquilo. Saiu pro galpão sem a mesma agilidade dos últimos anos. Encilhou o pingo e montou com uma dificuldade que não existia até o dia anterior. O Velho estava cansado. Pegou o rumo do campo e passou a cavalgar a esmo, sem se preocupar com nada. Queria sentir o minuano batendo no rosto limpo, redobrando o chapéu e tremulando as franjas do pala.
Até que uma coisa fez o Velho parar abruptamente. Apeou do cavalo e ficou mirando aquilo de uma forma tão constante, que perdera a noção do tempo. Na sua frente estava o Rio. A o Rio. Quantas e quantas vezes tomara banho no Rio quando era criança. Ele conhecia aquele Rio, sua nascente, suas curvas, mas há setenta anos não se dava conta da existência daquele príncipe aguado. Bebia da sua água, a dava para os animais, irrigava o milho, o feijão e alguma outra coisa. Atravessava-o a cavalo quando o mesmo baixava, afinal tinha um capão de mato do outro lado. O pai estava lá descansando. Passava pelo Rio quase que diariamente mas sem vê-lo. Naquele dia contudo, foi diferente. Sentado numa pedra à sua margem, ouvindo o som sereno das águas correndo, o velho se deu conta ali, que o Rio é igual a vida de qualquer um ser humano. Ele corre, encontra obstáculos, faz curvas, mas é também, calmo, ameno e sereno. Se deu conta então, o Velho, que durante setenta anos, viveu apenas metade da sua vida. Enxergou no leito do Rio, que qualquer um tem o direito de aproveitar um pouco da sua existência, que o trabalho engrandece um homem sim, mas que não é tudo. É preciso sonhar, amar, sentir medo e saudade. Só assim podemos ser completos.
O Velho estava cansado. E com fome também. Com fome de viver. Acreditem, nem mesmo os oitenta anos do velho foram capazes de impedi-lo de fazer o que queria nos seus últimos dias de vida. Nunca é tarde para se aprender a viver, mas quanto mais cedo a gente se dá conta, mais nossa alma estará completa.
O Velho e o Rio hoje andam juntos. E não há nada que possa impedi-los de serem felizes.
Únicos, o Velho e o Rio...
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Para finalizar, trago ao conhecimento de vocês palavras do magistral poeta gaúcho Mário Quintana, que demonstram a verdadeira simbologia de um ano novo:
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“Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça...”
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Um frateno abraço e um grande novo ano a todos.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Intensidade

Eis que surge, enfim, a derradeira e última semana do fatídico ano de dois mil e nove. Alguns já estão sentindo falta deste ano, outros dando “Graças a Deus” que vai acabar e o restante pouco se importando e sem reação alguma. Lembro-me que no início do mês passado, mencionei que na hora certa faria um balanço geral dos acontecimentos marcantes deste dois mil e nove, sendo bons ou ruins, afinal, virou praxe trazer a tona este tipo acontecimento aqui no blog a certa altura do ano. Creio que a hora certa para este balanço seria hoje, agora, porém, algo ontem me fez mudar de idéia, não mudando, talvez. Decidi-me tratar dum dos assuntos mais importantes em nossa vida e por que não, o mais importante: família. Mas afinal, qual o verdadeiro significado de família? Na definição do Aurélio, família é o pai, a mãe e os filhos: família numerosa; todas as pessoas do mesmo sangue, como filhos, irmãos, sobrinhos etc; grupo de seres ou coisas que apresentam características comuns. Não é a definição familiar de um dicionário, contudo, que me prende neste texto. Paira sobre mim a dúvida do conceito sentimental de familia. Mas afinal, para que existe realmente a família? Qual é o seu verdadeiro papel na vida de cada um de nós? Talvez eu chegue ao final deste texto sem uma resposta criativa, porém, um melhor entendimento passa, sem dúvida nenhuma, pelo sentimento. Para entender o sentimento, é preciso saber lidar com ele e, inevitávelmente, escrever com ele.
Talvez a motivação maior para vivermos seja a busca constante pela felicidade. Ser feliz é o reconhecimento daquilo que a vida nos proporciona, creio eu. Há, todavia, momentos em que a felicidade perde sua força dentro de nós dando lugar a situações mais adversas, dando lugar a tristeza, por exemplo. Para quem trabalha com planejamento de futuro como eu, não foi nem uma, nem duas vezes em que vi parte de um sonho desmoronar frente a a realidade tão mais cruel. E nestas vezes, nunca me faltou o ombro amigo da minha mãe que é uma das únicas pessoas que já me viu chorar nesta vida. Também não faltaram as palavras sábias de meu pai. Tudo isso, mesmo eu não sendo aquele filho que hoje eu tento ser, mesmo tendo “abandonado” de certa forma meu seio familiar. Estes dias minha mãe indagou-me da seguinte forma: Meu filho... Nada surpreendente, afinal eu sou seu filho( é o que me disseram pelo menos hehehe). Surpreendente sim, meu caros. Aprendi a ser chamado pelo nome em casa. Na hora chamei a atenção de minha mãe, pelo tempo que não a via me indagar assim. Dias depois, ela veio dizer-me que tinha ficado pensativa sobre a atenção que chamei. Disse-me que as vezes, simplesmente, as ações dela para comigo atestam esta condição de mãe e filho. Enfim, por vezes os gestos dizem mais do que palavras. Um fato real e relevante, certamente.
Porém, para não me alongar muito e também não responder questionamentos anteriores com mais dúvidas e perguntas, desta vez serei enfático e conceituarei a minha visão sobre o que é família. Subjetivamente, família deveria ser a base sólida, o esteio, o alicerce que proporciona a cada pessoa um começo de desenvolvimento de vida desde os primórdios pessoais desta. Objetivamente, cada família é composta por características distintas, umas mais unidas do que as outras, mais festeira dos que as outras, mais séria do que as outras. O que importa, contudo, é a lição que tiramos de cada uma destas, os valores e dogmas proporcionados a cada um de nós. Família é aquela que está sempre de braços abertos para um filho desgarrado, é aquele lugar que chamamos de casa, é aonde está quem nos ampara e quem nos cobra. Família é a felicidade constante e a tristeza pontual. Família é a união pela festança, pela bonança e principalmente pela adversidade. Família pode ser apenas eu e você, desde que seja um sentimento recíproco intenso. Intensidade. Esta aí uma palavra que faz parte do conceito familiar. A forma como sua família é não importa. O que importa é amar e respeitar a cada um que faz parte dela. Intensamente.
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Um forte abraço e uma boa semana a todos.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Um pouco mais

Sei que esta história de ficar fazendo carta para o Papai Noel além de ser surreal já está meio batido, ainda mais que ano passado eu já fiz algo semelhante, porém eu acho que podemos utilizar-se desta tradição, que ao meu ver não têm idade, para fundamentar algo realmente possível para as nossas vidas. Papai Noel existe sim no coração de quem acredita e acreditar na nossa vida é o primeiro passo para a felicidade. Eis, a carta:
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Querido Papai Noel!
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Este ano acho que fui um guri comportado. Respeitei meus pais sempre que possível, não xinguei muito meu irmão mais novo e dei uma atenção “considerável” para os cachorros lá de casa. O restante da família não pode se queixar dos meu atos, pois, procurei atender a todas da melhor forma possível. Enfim, estou sendo uma pessoa comportada nestes últimos tempos. Acho que mereço um cavalo crioulo. Que tal? Tá, de repente estou exagerando: pode ser uma bicicleta nova mesmo! Fora isso, peço aquilo de sempre, como: saúde, paz, felicidade, amor e um pouco de dinheiro porque sem ele ninguém vive né? Pois é. Estendo estes pedidos aos meus familiares e amigos. Quero ver todos bem. Falando nisso Papai Noel, e o senhor como anda? Tem se alimentado direito? De certo né, afinal a barriga parece que só aumenta. Ops. Desculpe-me bom velhinho, falei brincando não quis ofender-lhe. Mas voltando ao assunto, como está o Polo Norte? E suas adoráveis e inseparáveis Renas? Espero que esteja tudo bem por aí. Por aqui, fora do seio familiar, diria que as coisas não vão muito bem, e é por isso que resolvi escrever-lhe esta cartinha Papai Noel.
Papai Noel, as pessoas se tornaram mais sérias e carrancudas. Ando pela rua e só vejo expressões fechadas, já não vejo quase a alegria e o divertimento deste nosso povo. Sei que eu sempre preguei a seriedade, mas nos atos, e não no modo de viver. Tenho pensado muito no motivo deste desalento todo, mas ainda não cheguei a uma resposta. Será a fraqueza de nossos governantes e representantes que, em sua maioria, não conseguem desempenhar seus papeis de forma completa? Será pela falta reconhecimento profissional por parte dos empregadores de toda esta gente? Será o desemprego ou as dívidas? Papai Noel o senhor por acaso tem uma resposta pra tristeza do nosso povo? Será que de dentro do seu saco cheio de presentes não tem um pouco de alegria para espalharmos para todos? Falei no plural porque eu sou seu parceiro nesta empreitada. Sei que tens milhares de pessoas para atender e por isso, vou te dar uma mão. Vou juntar uma galera por aqui e todo mundo vai pegar junto contigo, pode deixar.
Por fim, Papai Noel, gostaria de comentar com o senhor sobre o fato de ter ouvido da boca de um anjo estes dias, que independente ou não da existência de problemas, temos que levantar a cabeça e tocar nossa vida por diante. Deixar as adversidades recairem sobre as nossas vidas apenas nos tornará menos felizes. Fiquei com isso em minha mente e desde então passei a utilizar-se dos ensinamentos deste anjo em benefício de minha vida. Não direi que isso serve de motivação, pois, acredito que esta tem que partir de dentro de cada um, todavia, surge como uma espécie de ponto de partida para que possamos viver um pouco mais, amar um pouco mais, ser solidário um pouco mais, enfim, ser feliz um pouco mais. Que neste Natal paire sobre as nossas mentes sentimentos puros, verdadeiros e uma espécie de resgate de valores importantes para nossas vidas. Que todos sorriam, dêem gargalhadas e que chorem, mas de felicidade. Se é utópico pedir um mundo melhor eu não sei, mas mesmo assim estou aqui fazendo a minha parte, escrevendo a ti meu bom velhinho. Que relembremos de onde viemos e para onde queremos ir, e que jamais, repito incisivamente, jamais, percamos a esperança em nosso semelhante. Que haja mais esperança pra este povo Papai Noel, mais esperança, pelo menos, um pouco mais.
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Muito obrigado por me ouvir atentamente.
Com meu sincero respeito,
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Bruno Costa “Campeiro”
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Que este Natal supra os anseios de cada um de vocês.
Feliz Natal e um grande abraço.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Da canja...

Ouvi no rádio hoje pela manhã que o verão temporada dois mil e dez, que começará por volta das quinze horas de hoje, será mais quente que os últimos verões. Ouso dizer, então, que tudo leva crer que muita gente irá derreter durante estes próximos três meses (hehehe). Não será sobre este fato, porém, que eu tratarei aqui no blog neste dia de hoje. Aliás, confesso a todos que ainda não sei de que fato tratarei, mas até o traçar das últimas palavras desta introdução eu certamente terei um assunto interessante a explanar. Ou não? Eis que me surge mais uma dúvida. Tratar de falar do natal hoje, faltando apenas mais três dias para a data tão esperada seria queimar um assunto já manjado para a manhã de quinta-feira. Assim sendo, acabo de riscar este assunto da pauta, pelo menos momentaneamente. Ousaria dizer que algumas pessoas, as que conseguiram chegar até aqui, já estão me chamando de enrolão, pois até agora eu falei, falei e nada falei. Meu apreciados leitores e leitoras, por favor, não me levem a mal mas terei que ser sincero: realmente estou embromando nas palavras em busca de uma melhor sorte e de uma inspiração capaz de conduzir-me as frases que deven seguir em sequência. Dizem que a sinceridade as vezes deve ser deixada de lado, o que discordo. Falar a verdade, por pior que seja, é sempre melhor que uma mentira que geralmente será descoberta. Coisas da vida, acreditem.
Como bem disse na sexta-feira, neste final de semana que passou estive na cidade de Torres. Não tratarei da cidade, mas sim, de como chegar até lá. Resolvi por conta própria utilizar-me da BR 101 para tal feito. Ao chegar em Torres prometi para mim mesmo que demoraria bastante tempo para passar neste trecho da rodovia federal novamente. Aí sábado, pasmem, retornei a Novo Hamburgo pela mesma BR 101. Vai dizer que não dá vontade de bater-me com um gato morto pra ver se mia sobre o meu lombo né? Pois é. Diria, no entanto, que viajar pela BR 101 só se torna um exercício de paciência em virtude do cruzamento pelas cidades de Terra de Areia e Três Cachoeiras. Isso porque, há a necessidade de construção de viadutos (já em andamento) nestes limites municipais, e para tanto, rotas alternativas laterais estão sendo utilizadas. Mas qual o problema disso? Os populares quebra-molas. Para manter o trânsito lento nestes locais este artifício está sendo utilizado de maneira exacerbada (cerca de um quebra-mola a cada cem metros) ocasionando uma retenção enorme de caminhões no trecho. Caminhão é sinônimo de trânsito lento e aí já viu tudo né? Mas tudo bem. Ainda sim eu estava light. Não irritei-me em momento algum durante o percurso. Mas deixo o recado: se você não tem muita paciência, creio ser melhor fazer tal trajeto via Estrada do Mar. Sei que há um excesso de pardais, mas a estrada pelo menos esta limpa. Sem buracos, tachões, quebra-molas, caminhões, tartarugas ou algo do gênero.
Bueno, pra quem estava com o assunto curtinho nesta segunda-feira de ressaca eu até que já escrevi bastante. Não tenho certeza, contudo, se dá pra se aproveitar muita coisa das palavras que tracei mas, como estamos já na finaleira do ano, dá-se um desconto a minha ingênua participação literária neste dia de hoje. Falando em ingenuidade, gostaria de voltar a salientar meu caros amigos que nesta época do ano o comércio está aflorado prometendo mundos e fundos. Agora, não se esqueça que o que eles visam é o lucro e não o seu bem estar. Desconfie destas promessas milagrosas de comprar agora e começar a apagar somente no natal de 2015. Como diriam os sábios anciãos: cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. O problema é que eu não gosto de canja de galinha, e isso, certamente pode se tornar um problema grave. Muito, aliás. (hehe)
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Um abraço e uma boa semana a todos.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Verão, sol e mar

Encaminha-se para o fadado e derradeiro fim da nossa querida primavera e assim, surge mais um verão em nossas vidas. Em situações normais, eu já estaria elencando todos os contras possíveis existentes no verão e como contraponto uma ou outra qualidade apenas. Há, contudo, algo de diferente em minha vida este ano. Este ano eu não vou reclamar da chegada do verão e sim saudar. O que? O Campeiro saudando o verão? Pois é, pasmem, é verdade. Não sei qual o verdadeiro motivo para esta situação anormal, mas é que eu ando um pouco diferente ultimamente. Passei a rever alguns conceitos, como o de parar de reclamar de tudo, por exemplo. O processo pessimista da reclamatória constante acaba tornando-nos pessoas incrivelmente chatas, pois pensamos só no lado ruim da coisa e não no lado bom. A reorganização de nossas vidas é necessária de tempo em tempo, sem, contudo, afetar juízos de valores essenciais. Evoluir, não é aderir a moda ou se moldar sob o pensamento do outro. Evoluir é saber utilizar-se do novo em prol de seu bem estar e saber assimilar o que o outro tem de bom pra te dar. Mas enfim, estou esperando a chegada do verão. Ansiosamente? Não, não diria ser algo tão apreciativo, mas sinto estra chegando com o verão o prenúncio de novos tempos. Tempos que não apagarão o passado, mas que certamente o deixarão como mais uma das tantas recordações armazenadas em nossa mente.
No momento em que você meu caro leitor ou leitora, está lendo este texto, é bem possível que eu já me encontre no nosso litoral gaúcho, mais precisamente no município de Torres. Não, eu não estou de férias. Vou lá em virtude de compromissos profissionais extras a música. Porém, mesmo não indo a divertimento, me sinto bem disposto ao convívio com o sol e o mar ainda que sabendo que este segundo, verei apenas de longe. Por muito tempo, todos os dias pela manhã ouvia um conceituado programa de rádio da nossa capital que informava o tempo diretamente das principais cidades do nosso interior. O radialista de Torres sempre encerrava seu boletim saudando os ouvintes e elevando a sua cidade como a “capital das praias”. Se Torres é a capital das praias a falta de um convívio mais direto me impede de garantir, mas que certamente é a mais bela do litoral gaúcho isso eu não tenho dúvida. E já que Vinícius de Morais atestou que beleza é fundamental, certamente o ônus de ter que trabalhar no final de semana é compensado pela indiscutível magnitude natural e bela da cidade. Resta-me encarar com “tranqüilidade” (hehehe) este sacrifício.
Talvez só agora eu tenha aprendido que com o verão vem a alegria nunca vista no inverno. As pessoas no inverno se vestem de forma mais elegante a meu ver, mas sob os volumosos casacos há uma cara fechada e um corpo quase que entrevado devido ao efeito que o frio faz nas juntas do nosso corpo. No verão não. Roupas leves, pernas e braços aparecendo e pessoas alegres por poderem sair a noite sem se preocupar com o resultado do sereno da madrugada. Tem o mormaço, o calor intenso, mas eu acho que que os benefícios neste caso, compensam os malefícios. No final das contas meus caros amigos e amigas, o que importa é a felicidade de cada um. Se o inverno te faz uma pessoa feliz, que bom. Se é o verão, que bom também. Já que estamos nesta vida de passagem, o que mais importa é aproveitar os melhores momentos dela sem a preocupação excessiva com o amanhã. Afinal de contas, de que adianta pensar no amanhã e não aproveitar o mais importante do que acontece no hoje? A questão é viver cada segundo, cada minuto, cada hora, cada dia como se fosse o último. Eu estou a espera do verão, do sol e do mar. Também estou a espera de tudo de bom que virá com eles. E estas coisas boas virão certamente. Por que? Porque eu acredito, e ponto final.
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Abraço a todos e um bom fim de semana.
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Salvo algum evento surgido de última hora, o Grupo Fandangueiro se despede do ano de 2009 em um grande fandango a se realizar no CTG Terra Nativa neste sábado em Novo Hamburgo. As portas do galpão estão abertas pra ti meu amigo e minha amiga que está disposto (a) a, conosco, fazer desta finaleira uma grande festa.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Das etapas que a vida tem

Foram raros os momentos em quem expus a minha vida pessoal aqui neste blog. Que falei como Bruno ao invés de Campeiro. Não criei este espaço para torná-lo em uma espécie de diário, este blog só existe para falar das coisas da nossa terra, da nossa gente e da nossa música. E por falar da nossa gente é que eu acabo abrindo espaço para tratar de assuntos pertinentes a sociedade, e nessa hora, não há personagem na figura do autor. Mas bueno, desenvolvo então a partir de agora a idéia central do título desta publicação, que sim, descreve uma passagem pessoal do Bruno e será escrito em primeira pessoa para ser lido como tal. Das etapas que a vida tem. Com o passar do tempo a gente vai aprendendo que alguns pontos específicos que surgem ou se criam em nossas vidas acabam se transformando em etapas, cumpridas ou a se cumprir. Defini-las, contudo, na prática nem sempre é tão romântico como na teoria. As idéias vagueiam intermitentemente na cabeça das pessoas e para um indivíduo cheio de dúvidas como eu, definir o começo ou o fim é muito difícil. No entanto me pareceu interessante falar de tal assunto hoje tratando-o não como uma etapa superada, mas sim, como uma nova oportunidade que a vida vem a me proporcionar e a proporcionar a outra pessoa.
Ao longo destes meus vinte e dois anos de idade, namorei fixamente durante pouco mais de cinco anos. Numa subtração direta, isso quer dizer que desde os dezessete anos de idade eu namoro fixo e exclusivamente com uma pessoa. Na verdade devo corrigir o tempo verbal para namorei, uma vez que, há alguns dias me encontro solteiro novamente. Estar nesta situação é uma coisa nova em virtude do costume que eu estava vivendo e a partir de agora todo ou qualquer acontecimento que surge, é como se eu estivesse vivendo pela primeira vez. Dizer que eu passarei a aproveitar a vida agora seria fazer uma crítica a que levei nos últimos tempos. Não critico o passado e nem me arrependo dele. Vivi muitos bons momentos e alguns nem tanto, coisas da vida que aconteceriam também se eu estivesse solteiro neste período. No fim das contas, ficam as boas lembranças dos bons momentos e o aprendizado de vida dos momentos menos inglórios. Já que a vida é meio curta e eu tenho aprendido que o estresse não leva ninguém a lugar algum, o negócio é tentar tirar proveito de toda ou qualquer situação. Em umas nos brota a felicidade e em outras nos brota o ensinamento. Remoer o passado tentando achar um conserto futuro para o insucesso do presente é uma coisa que tentarei não fazer mais. Viverei o presente sob uma ótica de futuro e não somente para o futuro.
Das etapas que a vida tem, creio ter superado mais uma das tantas que vieram e ainda estão por vir. Não sei o que levou-me a expor tal situação aqui no blog já que sou uma pessoas avessa a exposição pessoal de minha imagem, ao contrário da imagem artística. De certo, foi a consciência tranquila de saber que independente de toda ou qualquer coisa, encerrou-se um ciclo feliz de minha vida e terminou para que ficasse este sentimento na memória. Não escrevi até aqui tentando criticar ou expor ninguém, nem mesmo a mim. Escrevi simplesmente por achar legal deixar isso bem claro. O que farei agora? Agora vou aproveitar meus ensinamentos do ontem, tentar viver o hoje e preocupar-me um pouco menos com o amanhã. O amanhã, aliás, nesta altura do campeonato um futuro incerto. Ou certo? Ahhh as dúvidas....
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Daqui pra frente

Hoje, mais uma sexta-feira de mais um mês de dezembro de mais um fatídico ano que está no seu incansável final. E o pior, é muito provável que ele não mais volte salvo nas lembranças férteis de cada um de nós. Por falar em lembrança, ontem a tarde recebi um e-mail muito interessante que me fez parar um pouco e refletir sobre a vida. Não creio muito que a reflexão seja muito próspera para a continuidade do nosso viver, contudo, ontem, este e-mail me fez refletir sobre uma nova ótica. Dentre todo o seu conteúdo, destaquei uma frase que a leitura de todos vocês pode parecer algo já batido, no entanto, parece-me que ela simplesmente diz muito sem argumentar excessos: “Mas lembre-se, todos os sessenta segundos que você gasta irritado, perturbado ou louco, é um minuto de felicidade que nunca mais vai voltar!!!” Aí comecei a pensar no caminhão de minutos que já perdi até hoje em minha vida me irritando, perturbando, penalizando sem, porém, ganhar algo de útil com tudo isso. Sim meus caros leitores, a ira em momento algum nos levará para um local interessante. O que farei a partir de agora? Sinceramente eu não sei, mas certamente uma luz lá no fim do túnel já pisca e de forma intermitente. Me basta é desembaraçar as vistas e enxergar na penumbra um novo caminho. Um bom caminho, de preferência.
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Algumas pessoas a esta altura do campeonato já estão com suas casas enfeitadas e a maioria das cidades já fez o mesmo com suas ruas, principalmente as centrais. Começo a pensar o que levou a se fazer uma analogia entre as luzes e o natal. Quem foi que inventou isso? Bueno, o verdadeiro motivo eu não sei e acredito que a maioria das pessoas também não saibam, uma vez que, a cada ano, vemos menos residências enfeitadas para o natal. Limita-se a um enfeite na porta principal (sei que tem nome mas não faço idéia qual seja... ahhh... seria guirlanda? Não sei!). Hoje em dia as pessoas se sujeitam menos a gastos desnecessários e arranjos chamativos. Salvo em cidades com vocação para o turismomuitocomercial (sim é junto mesmo hehehe) natalino como Canela, Gramado e Dois Irmãos no restante das localidades no entorno e até fora dele, contenta-se com pouco. Deve ser complexo de inferioridade principalmente se compararmos com a segunda cidade descrita acima, ou então mania de grandeza destas cidades que querem entupir suas ruas, vielas e becos (sim, tem becos em Canela e Gramado também e eu sou testemumnha) de turistas esbanjadores que gastam tudo o que tem e inevitavelmente o que não têm pra manter o espírito natalino. Estão errados? Não! Burros são os que não vão neste embalo. Aliás eu acho que as cidades deveriam parar na época de natal. Estacionar nas avenidas principais os caminhões, tratores, patrolas e encherem de enfeites e luzinhas. Que tal? Ia ficar bom né? No fim das contas, o que vale mesmo é manter o espírito de natal. Um espírito financeiramente espetacular, e como.
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Aos amigos e amigas sedentos por novidades dentro do nosso tradicionalismo principalmente no meio musical, vai aí uma novidade em primeira mão: a partir de janeiro de 2010 o cantor Luiz Cláudio (o mesmo da polêmica da volta as origens descrito anteriormente no blog) passa a fazer parte da banda Garotos de Ouro. Luiz Cláudio promete levar a bombacha na mala e resgatar antigos sucessos dos Garotos de Ouro. Certamente a música gaúcha ficará fomentada com o retorno do grande grupo Garotos de Ouro. E que saudade quando ainda era um grupo.
No domingo o grupo Fandangueiro estará participando da 3ª edição do “Mosquedo” no CTG Gaudérios da Saudade em Estância Velha. Vale a pena conferir.

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Forte abraço a todos e um bom final de semana.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Caminho do sucesso

Na última quinta-feira, durante meu deslocamento para a cidades de Canela e Gramado, via RS 115, notei que as lombadas eletrônicas presentes em tal rodovia estavam desligadas, mas não dei muita bola. No retorno de sexta-feira, novamente as lombadas em não funcionamento e aí sim, o fato me chamou a atenção. Vai ver é porque eu estava mais esperto na sexta-feira do que propriamente na quinta-feira, afinal, era mais um final de semana batendo a nossa porta. Mas enfim, o fato é que fiquei sabendo na manhã de hoje que o respectivo contrato entre o governo do estado e a empresa responsável pela manutenção manutenção destes equipamentos venceu, e um novo processo licitatório deve ser realizado afim de manter a legalidade exigida pela lei nº 8.666/93, a popular lei das licitações. Pesquei a notícia por cima, mas parece-me que alguns radares, os populares pardais, também estariam inutilizados devido a mesma condição. Na eminência de mais uma temporada de férias, litoral e etc., acabo me perguntando: Qual a consequência disto? Se atentar-mo-nos para a questão da segurança em nossas estradas, creio ser problemático o fato de termos este recurso indisponível, contudo, não sei dizer se o objetivo principal dos nossos governantes, frente a este recurso, seja a preocupação com a nossa segurança ou, com o enriquecimento dos cofres públicos numa eventual indústria das multas.
Não quero aqui pregar a absolvição dos transgressores e, por que não, criminosos que andam por aí em alta velocidade aterrorizando os motoristas e transeuntes que dividem o espaço das estradas, rodovias e ruas. O que contesto, é o modo como é utilizado este recurso das lombadas e dos pardais. Vejamos a rodovia RS 239 como exemplo: no trecho entre Novo Hamburgo e Taquara, existem nada mais nada menos do que seis pardais e duas lombadas eletrônicas (nos dois sentidos) num trecho de cerca de cinquenta quilômetros. Sim, senhoras e senhores, num trecho de cerca de cinquenta quilômetros de extensão. O mais revoltoso de tudo isso, é que no município de Parobé há um pardal em que a velocidade máxima é de 50km/h e pasmem, junto a um semáforo. Para completar, neste semáforo há instalado o sistema chamado popularmente como gaetano ou caetano, o qual você condutor é multado caso venha passar o sinal já no amarelo, quem dirá no vermelho. Com este exemplo, como não pensar realmente na existência numa possível indústria das multas? Sou a favor da existência de controladores e redutores de velocidade, desde que estes estejam a nosso dispor como forma de ajudar e premiar os bons condutores e não, como forma de tampa furo do rombo das contas do estado. Torço que o Patrão Velho no ilumine, pois ando cansado de andar com a guaiaca sempre pelada.
Por fim, vou tratar da questão mais polêmica que surgiu na nossa aldeia na semana passada. Afinal, o Grêmio entregou ou não o jogo? Não entrarei no mérito, pois não costumo analisar jogos do adversário e muito menos torcer por ele. Há, contudo, uma lamentável rivalidade que transpassa os limites do campo de futebol e acaba transformando colorados e gremistas em uma espécie de adversários de guerra, uma peleia sem fim. Há algum tempo tenho evitado discussão com os torcedores do co-irmão por achar que este tipo de coisa não me leva a lugar algum. Contento-me e muito, em torcer pelo meu Internacional que apesar de tudo me dá muitas alegrias. Dor de cotovelo e desdém não nos leva a nada, a não ser, nos tornar pessoas ainda mais incompreensíveis. Há um momento em que devemos saber reconhecer a vitória do outro e usar isto como ponto de partida para buscarmos o nosso sucesso. E o meu sucesso, não depende de ninguém além de mim mesmo.
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Forte abraço e uma boa semana a todos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Direto ao ponto

Ontem, por motivo de força maior acabei indo posar em São Francisco de Paula. Quando lá cheguei peguei a edição mais atualizada do Jornal Imprensa Popular e fui lendo suas matérias e colunas dentre as quais a do poeta e compositor Léo Ribeiro. Léo Ribeiro tratou de três assuntos diferentes dentre os quais o Rodeio de São Chico, que, a saber, começa hoje. Você não sabia? Pois é, parece que o rodeio mais uma vez está sendo feito para a mesma meia dúzia de peões que vive se revezando no papel de ganhador do mesmo. Léo Ribeiro recordou dos áureos tempos do rodeio e chegou a dizer que hoje, o evento mais parece uma festa campeira. Sigo a linha do Léo mais sou mais cético: este rodeio mais parece um torneio de laço com pompa. Por três vezes ouvi da boca do patrão do CTG Rodeio Serrano, organizador do evento, que não haveria baile de jeito nenhum no rodeio (inclusive a programação oficial do rodeio não menciona a presença de baile). Onde já se viu rodeio sem baile? Pois é. Mas, e sempre tem um más em tudo, faltando pouco mais de dez dias para começar o evento há uma mudança de estratégia e Os Tiranos assumem o comando do baile, a se realizar no Parque Davenir Peixoto Gomes, a Balança, mesmo local do rodeio. Aí eu me pergunto e transmito o questionamento a todos vocês: O que levou um CTG como o Rodeio Serrano a chegar em tal ponto de decadência como este? Deixo a pergunta no ar, pois como todos sabem, hoje é sexta-feira e é melhor já ir parando por aqui.
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No dia de ontem também estive no município de Canela e hoje em Gramado, a serviço, e pude acompanhar a investida das duas cidades em mais uma programação natalina. Não vi como está de noite, mas confesso que o que vi de dia não me deixou muito entusiasmado. Está certo que eu não sou muita base, pois nunca gostei deste espalhafato todo, mas ando mais acessível para todoa ou qualquer coisa relacionada ao natal. A sorte de Gramado (que sim, está mais enfeitada e organizada que Canela) é que eles não dependem do meu turismo para encher a cidade. Nordestinos, cariocas e principalmente catarinenses e paulistas tratam de suprir a minha ausência de forma única e bem mais rentável financeiramente certamente. Enfim, é a vida. O que seria de Canela e Gramado se todos gostassem de São Chico como eu? Com certeza teriam ainda menos fama do que já tem (hehehe).
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Eu não sou muito adepto de tratar em público sobre a minha pessoa, contudo, está sujeito na segunda-feira eu trazer aqui para este espaço um assunto que diz diretamente em relação ao Bruno Costa, e não ao Campeiro. Mas isso é uma questão a ser analisada ainda no final de semana. Posso chegar na segunda feira e falar sobre algo totalmente diferente.
Para encerrar, peço desculpas pelo avantajado da hora da postagem, mas me sinto feliz por estar cumprindo a promessa que fiz a mim mesmo de postar duas vezes por semana. Do mais, este é um dos textos que são esquecíveis mas escritos de forma sucinta e direta. Com o passar do tempo, aprendemos que nem sempre ganhamos fazendo rodeios. As vezes, é bem mais fácil ir direto ao ponto. E como é mais fácil.
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Abraço e bom final de semana a todos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sentimento de natal

Hoje no início da manhã ao deslocar-me para o local em que me encontro neste momento, estava com o rádio sintonizado na Gaúcha e em um intervalo comercial eis que surgiu uma propaganda mais ou menos neste estilo: Para a Tramontina, o sentimento de natal é o ano todo. Em primeiro lugar, quero dizer que descrevo o nome das empresas aqui por livre espontânea vontade pois não tenho problema algum em divulgá-las. Em segundo, esclareço também, que não recebo nem um real para mencionar o nome de tais empresas, bem como até hoje não permiti propaganda no espaço deste blog que não tem nenhuma pretensão comercial. Mas voltamos ao assunto originário. Minha intenção desta vez não é tratar sobre algo vinculado na mídia, nem de argumentar sobre o conteúdo da propaganda feita pela empresa. O que chamou-me atenção foram três palavras: Sentimento de Natal. Aí está o verdadeiro sentido de tudo, de nossa vida mudar quando chegamos às proximidades do dia vinte e cindo de dezembro. O ser humano como pessoa única dentro dum contexto formador de sociedade é tomado, em sua maioria, por este sentimento que propicia torná-lo uma pessoa melhor, mais digna e humanitária, estendendo ao próximo tal façanha e fazendo com que toda a humanidade passe a ser um pouquinho melhor. O sentimento de natal esta aí, é um fato verídico e visível, mas será que ele só pode, ou só deve existir nesta época do ano?
Creio que o próprio informe comercial da Tramontina já diz tudo: o ano todo! Mas, afinal, porque não funciona o ano todo? Será que é porque as pessoas não têm dinheiro nos demais meses do ano? Ou é porque realmente a um fundo religioso presente nesta história toda? Dia vinte e cindo de dezembro é a data que se comemora o suposto nascimento de Jesus Cristo. Suposto, pois ninguém sabe se realmente existiu e se, caso tenha existido, nasceu realmente nesta data. Quem estuda história sabe muito bem que a história é contada pelo próprio homem e que por isso, está sujeita aos seus juízos de valores que nem sempre são dos mais corretos. Mas isso não é exclusivo da história religião no mundo ao longo dos tempos, acreditem. Aproveitando o gancho, ontem a noite escutando a mesma rádio, ouvi do tradicionalista e colorado Bagre Fagundes (entrevistado em face à polêmica gre-nal da vez) que o homem desde os seus primórdios é fadado a brageiragem e a corrupção. Tais elementos ínfimos estão presentes em todos nós desenvolvendo-se externamente, felizmente, numa pequena minoria que já sabemos muito bem quem são. Este é mais um questão histórica e polêmica a ser discutida, e como todo o bom debate, será interminável. Por favor, deixo bem claro que não chamei ninguém de corrupto e nem fiz analogia a isto. O foco é em cima da transcrição do pensamento do Bagre Fagundes, fazendo uma analogia a evolução humana ao longo dos tempos.
Não sei dizer se o sentimento de natal teria o mesmo valor se existisse durante o ano inteiro. Este sentimento está unido à magia e a fantasia de algo inexplicavelmente diferente, e só é bem quisto por todos porque é diferente. No natal podemos sonhar sem sermos chacotados, afinal, todos sonham. Queira Deus que este ano eu também seja tomado por este sentimento natalino e que eu possa sonhar, sonhar e sonhar também. Mas queira Deus que a partir do dia vinte e seis de dezembro eu possa ter maturidade suficiente para pelo menos tentar pôr em prática uma parte destes sonhos, sob pena, de ter sonhado em vão, ou então, de ver algum sonho meu virar mais um pesadelo.
Enfim, parece que chegamos ao verdadeiro mês do natal! E que momento!
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Abraço e boa sequência de semana.