sexta-feira, 31 de julho de 2009

A música e sua mensagem

Ontem ao chegar em casa minha mãe estava escutando um disco do padre Marcelo Rossi. Minha mente muito mais do que poluída logo pensou: Pronto se converteu! Aí lembrei que ela já é católica e geralmente quando a pessoa se converte é para outra religião. Deixo bem claro que não sou contra a nenhuma das milhares religiões que estão espalhadas por aí, mesmo não crendo no resultado do que a maioria delas prega. Sem exceção! Contudo, não é sobre o tema religião que eu resolvi falar hoje e sim sobre a abrangência que a música tem em todas as pessoas, de forma distinta, mas igualitária a todos . Creio que a música é uma das poucas artes em que não há uma distinção de cor, raça ou classe social. A música é a mesma para todos e chega aos lares de todo o nosso povo, de uma forma ou de outra, mas chega sempre. Através da música, ricos e pobres, brancos e negros, se unem num mesmo ambiente e neste instante não há nenhuma diferença entre as pessoas. E como seria bom se isso fosse uma coisa mais presente na nossa sociedade. União. Esta aí uma palavra que tem se perdido nos devaneios de nossas vidas.
Quando o Padre Marcelo Rossi virou um “mega hit” nacional eu ainda estudava na Escola Municipal Affonso Penna em Novo Hamburgo. Na época eu cantava no coral da escola (sim, meu começo de carreira foi no coral. Reconheço que aprendi muito cantando em coro, mas não pretendo mais voltar a fazê-lo) e logo adaptamos uma das tantas músicas suas que estavam na boca do povo, se não me engano: “ O senhor tem muito filhos, muitos filhos ele tem. Eu sou um deles, você também, louvemos ao senhor.” Quem não cantou esta música na época? O ano devia ser mil novecentos e noventa e sete ou mil novecentos e noventa e oito. Nossa! Como o tempo parece ter passado rápido. No próximo mês de agosto, no me recordo a data correta, completo treze anos de carreira musical. Uma vida certamente, mas que faço com amor e com vontade. Não sei o que seria de mim se a música não fizesse parte da minha vida. A música e este Campeiro que vos escreve caminham lado a lado e eu acho que este é um caminho único daqui para frente.
Mas voltando ao assunto do Pe. Marcelo, recordo-me que à época a grande maioria da igreja católica repudiava (digo os bispos e grande maioria dos padres) o fato do Padre Marcelo ter virado uma celebridade nacional. O que eles não enxergaram é que o “celebre” Padre conseguiu por algum tempo reaproximar a igreja de seus fiéis. Assim como o nosso tradicionalismo deve estar aberto a uma evolução sustentada, a igreja deveria trilhar um caminho parecido. Mas, e sempre tem um mas em tudo, não é sobre a igreja que quero falar e sim sobre a música. Parei para escutar as músicas do Pe. Marcelo. Por breves instantes consegui me desligar um pouco dos problemas mundanos que surgem no dia a dia e prestando atenção na sonoridade e na paz que tais músicas transmitem. Músicas que não possuem um cunho comercial, e sim, uma mensagem de paz as pessoas, sem apelo algum. E é isso que falta nos nosso dias de hoje. Temos deixado de lado a mensagem, que nos propicia a possibilidade de encontrar o rumo mais correto para nossas vidas, dando mais atenção a pobreza cultural e espiritual da maioria das músicas que tocam na nossa televisão. E assim vai caminhando a humanidade. Para o breu!
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*Por motivos de força maior não farei postagens na próxima semana, salvo por algum motivo específico.
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*Aproveito o espaço para felicitar meu pai, Doutor Luis Cezar pela passagem de seu aniverssário no dia de ontem.
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Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Nem o cusco anda rengueando mais

São Francisco de Paula/RS, sábado, 05h45min: - 9ºC. Ao descrever “-9ºC” estou obviamente me referindo a temperatura. A sensação térmica devia beirar os -15ºC. Neste exato momento as torneiras estavam congeladas, portanto não saí água por elas. Creio que que até as “tetas” das vacas estavam congeladas, transformando o leite em um legítimo picolé natural. As vacas mais corajosas, que se atreviam a sair campo afora, certamente já estavam esquiando sob um espessa camada de gelo formada por uma das maiores geadas dos últimos tempos, a maior do ano, certamente. Eis que surge o momento de até um cético em relação ao frio, até uma pessoa que gosta de frio reclamar do frio, pois afinal, não é pouco frio, é muito frio. Neste mesmo sábado, toquei um baile na cidade de Estância Velha, e prometo fazer um comentário sobre o mesmo até o fim deste texto. Isso, se os meus dedos não congelarem até a metade do traçar destas linhas.
A maioria dos leitores deste blog já deve ter lido aqui eu defender o frio e abominar o calor intenso. A maioria de vocês já devem ter me visto fazendo correções pontuais quando escrevi algo que não condizia com a verdadeira realidade. Não tenho o mínimo problema em reconhecer os meus erros publicamente, nem de mudar de opinião quando o passar do tempo me mostra que isso é possível ou até mesmo necessário. Quero deixar bem claro que continuo gostando do frio e abominando o calor intenso, contudo, há uma inversão de valores nesta questão toda. Nestes últimos tempos tenho aprendido que não devemos ser tão radicais, trabalhar tanto com extremos. Sendo assim, deixo claro que não gosto dum frio de -9ºC. Aliás não gosto quando o frio está abaixo de 10ºC, mas admito que de 0ºC a 9ºC a tolerância é possível. Não gosto de temperaturas acima de 27ºC, mas admito que de 28ºC a 30ºC a tolerância também é possível. Portanto, tudo é uma questão de convivência pacífica baseada na tolerância. Como se fosse tão simples assim. Simples mesmo é que estou admitindo que gosto do frio, porém, em situações moderadas. Admitir isso é simples e ainda não doeu nada.
Sábado a noite eu toquei um fandango em Estância Velha. Por volta de 4hs da manhã, no andar da madrugada, meu carro estava coberto de gelo. Por alguns instantes meu auto de preto se fez branco, e certamente não foi fácil derreter este gelo. No retorno ao lar, andei alguns quilômetros com a visão embaraçada pela água congelada sob o para-brizas. O baile até deu bom, frente ao frio que estava na rua. Se fosse eu que estivesse me preparando para ir ao fandango, certamente ao chegar na porta de casa sentiria vontade de voltar para dentro e ficar ao redor dum fogão de lenha campeiro. Mas aí me lembraria que sou gaúcho e que não me entrego pra peleia jamais! Lembraria também que não há nada melhor para esquentar o corpo do que o embalo de uma cordeona gaúcha, num fandango flor de macanudo. As 4hs da manhã não havia ninguém mais na rua. Nem mesmo um cusco rengueando de frio. Mazahh frio hein? Se foram até os cuscos rengueadores.
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Canção do Amigo

No texto de segunda-feira um tal de anônimo fez um comentário. Não faço idéia quem seja o tal anônimo (ou faço???), se homem ou mulher, prenda ou peão, mas para não ficar algo muito impessoal, resolvi passar a chamá-lo de: Anonimato Ferreira. Meu amigo (a) Anonimato Ferreira fez um comentário, perguntando-me se eu não ia falar sobre o dia do amigo. Quando li tal comentário achei até graça, mas depois comecei a pensar nas coincidências que tem tomado a minha vida ultimamente e até achei que realmente era uma boa idéia falar sobre o dia do amigo. A coincidência a que me refiro atende pelo nome de Rui Biriva. Já comento o porquê disso. Eu tenho alguns amigos que considero meus irmãos. Pessoas que eu tenho um apreço enorme e que mesmo não estando no meu convívio diário, penso neles sempre e sei que eles pensam em mim. Uma amizade pura que nutro por eles e espero que eles nutram por mim. São eles: o Duda, o Cirilo, o Rodrigo, o Antônio e o Felipe. Cinco. Só cinco? Amigos de verdade a gente conquista com o passar do tempo. Também tenho uma grande relação com a Dani, o (ou a) Anonimato (a) (preferia colocar seu nome verdadeiro aqui, mas você não se apresentou assim) o João, o Mairan, o Lauro, o Rogério e o Huf. Somando tudo isso, tenho doze amigos e parceiros que já mostraram que são pessoas únicas, e a amizade é única, sempre!
Eu que cheguei a pensar que o fato de ter falado sobre o Rui Biriva num dia, e depois ter o visto no outro, tinha sido obra de ironia do destino, agora tenho certeza que foi uma dádiva de Deus. Digo isso, porque Rui Biriva é um dos compositores de uma música que fala de amizade, e esta obra certamente é de um brilhantismo enfadonho. Merece estar no topo mais alto do cancioneiro popular brasileiro, pois ultrapassa os limites do Rio Grande. Canção do Amigo. A vocês meus amigos, e a todas as pessoas de bem deste mundéu, a minha homenagem na forma dos versos desta canção. Feliz dia do amigo:
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Canção do Amigo - Rui Biriva/Elton Saldanha/Vaine Darde

Os amores qual as flores são encantos passageiros
Em chegadas e partidas, mas te digo companheiro amigo é pra toda vida
Todo amor cobra seu preço, brilha mas se despedaça
Beija e deixa cicatrizes, porém as horas felizes o amigo traz de graça
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Amizade, amizade, é dom divino da paz
É poesia e violão cantando a mesma canção com duas vozes iguais
São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente
Um amigo é para sempre, um amigo é para sempre
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É um duende, é uma fada, é nosso anjo da guarda
A mãe, o pai, o filho, a eterna mão abençoada sempre estendida ao auxílio
Quando mesmo Deus nos falta, mesmo assim está presente
Pois se a gente leva um tombo, o amigo empresta o ombro e chora junto da gente
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Amizade, amizade, é dom divino da paz
É poesia e violão cantando a mesma canção com duas vozes iguais
São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente
Um amigo é para sempre, um amigo é para sempre
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Abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Questão de interesse

Estava pensando, enquanto me deslocava para o trabalho, sobre qual tema abordaria no texto de hoje. Aliás, é sempre assim. Sempre que me sento para escrever um texto fico na dúvida sobre qual tema abordar, afinal, com raras exceções, eu já me sento em frente ao computador com o texto previamente escrito em minha cabeça. Na terça-feira que passou, andava pelo município de Parobé quando de repente me deparo frente a frente com o cantor Rui Biriva. Não sei se é coincidência, já que na outra semana eu falara dele aqui no blog, ou então ironia do destino. O fato é que o vi, mas não pude falar com ele, pois o mesmo estava gravando o seu programa para TVE. Não recordo-me agora o nome do programa, mais é bem interessante pois através dele é possível conhecer boa parte do Rio Grande sem sair de casa. Aliás, acho que esta é a primeira vez que eu faço algum elogio referente a algo oriundo da televisão. Quanto a este meio de comunicação, vocês já devem ter percebido que eu sou bastante cético, criticando-o sempre que possível. Isso porque, a televisão tem todos os defeitos possíveis de existência, mas isso é uma questão que não será abordada hoje aqui neste espaço.
Na quinta-feira que passou, estava em Taquara almoçando com os meus colegas quando de repente passa uma viatura da Brigada Militar em considerável velocidade. Inicialmente não demos bola até que de repente passa novas viaturas da Brigada Militar, desta vez acompanhada de viaturas da Polícia Civil. O fato chamou atenção, mas seguimos com o almoço uma vez que tínhamos hora para cumprir. Quando chegamos ao escritório soubemos que houve um assalto da agência lotérica no centro da cidade e que duas pessoas foram feitas reféns enquanto ocorria tal sinistro. Aí eu neste momento me perguntei: Aonde andam as garantias de vida da sociedade? Eu mesmo respondo: Foram pras cucuias! Hoje em dia, infelizmente todos nós somos reféns da violência que bate a nossa porta. Nós, nossas famílias, amigos, estamos presos atrás de grades em portas e janelas de nossas casas, enquanto a bandidagem anda a solta por aí, pondo o terror em prática contra as pessoas de bem. Qual o motivo de tanta violência?
Olha, violência não tem cheiro, nem cor, muito menos condição social. Todas as camadas da sociedade vêm sofrendo com os excessos cometidos pela bandidagem. Bandidos também sem cor, raça ou condição social. O berço do crime é hoje a nossa sociedade hipócrita que não vê que nós mesmo somos os culpados por suas mazelas. Enfim, não há um motivo específico para o surgimento e manutenção da violência. Eu desconfio, contudo, de que atualmente as drogas estão influenciando fortemente o desenvolvimento deste mal, com um voto especial a droga da moda: o crack. O crack está tão na moda que nossa maior rede comunicativa do Rio Grande do Sul está fazendo uma campanha contra a droga. Uma atitude cem por cento louvável, não fosse os interesses comerciais que correm por trás de tal campanha. Como o crack está tomando proporções inegavelmente perigosas e a sociedade em geral está a par disso, nada melhor do que lançar uma campanha institucional contra esta febre do mal para demonstrar o quanto a empresa se preocupa com as mazelas da nossa sociedade. Eu ficaria todo arrepiado com esta bondade toda, não fosse uma pessoa já calejada dos acontecimentos da vida. O que há na verdade é uma tentativa de recuperação de uma imagem arranhada por envolvimentos políticos e elitizados.
Enfim, como sempre tudo é uma questão de interesse. O político em campanha te cumprimenta ou te dá isso e aquilo pois tem interesse no teu voto. A mulher ou namorada te enche de beijos e chamegos afim de conseguir algo cabeludo, ou que te deixa, em situações normais, profundamente irritado. Como falei é tudo uma questão de interesse. Interesse! No final das contas o que nos resta é torcer para que Deus olhe por nossas pobres almas e nos proteja desta carnificina que é “sobreviver” nos dias atuais. E que Deus seja louvado.
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Marco de valor

Ao longo da semana que passou preparei- me para deslocar-me até Tramandaí no sábado, afim de prestigiar mais uma edição da festa do peixe, afinal, vou todo o ano. Aí na sexta-feira amanheci com a garganta arranhada, porém, como isso já é praxe na minha vida, não dei muita bola. No final do mesmo dia, estava na cama sem força alguma nem para sair. Aí pensei: Gripe sazonal, do frango ou do porco? Não, porque ultimamente até a gripe já é dividida em diversos tipos. É por estas e outras que eu tenho mesmo é saudade dos tempos de outrora, em que frango e porco serviam para ir para a panela ou para o espeto nos domingos e que se dividia era a carne: coxa ou peito; lombinho ou pernil? É, realmente os tempo hoje são outros mesmo. Acometido por esta gripe, fiquei de cama no final de semana, fui ao médico no sábado a tarde, loquei uns filmes mais ou menos e segunda-feira voltei a rotina. Na verdade voltei parcialmente a rotina, pois ainda sentia os reflexos da gripe. Na segunda-feira a noite acabei parando no médico de novo e estou em tratamento ainda. Moral da história? Infelizmente por tudo isso que me aconteceu não pude ir pra festa do peixe em Tramandaí e nem postar na segunda-feira (como todos devem ter percebido). Fiz esta introdução extensa para ilustrar isso e tornar mais suave a forma de explicar o fato a todos. Espero que todos compreendam. A única coisa que me deixa intrigado, é que eu ainda não sei que tipo de gripe eu peguei. Será a do porco?
Eu ia seguir falando da tal gripe da moda (Será paranóia do povo?), no entanto, hoje é sexta-feira e por ser a sexta-feira sagrada para o autor deste blog e para os seus leitores, como diria a Copélia: Prefiro não comentar!!! Sendo assim, volto as minhas atenções para um assunto mais tranqüilo, digno de um encerramento de semana: música. Falar em música é um privilégio, algo que faz com que minha boca se encha de palavras, felizmente. Assim sendo, então vamos lá. Pensei em fazer uma postagem falando do grande José Cláudio Machado, que pra mim é o maior e melhor intérprete vivo que há em todo o sul do Brasil. Porém sua importância é tamanha que merece um texto especial levando, inclusive, seu nome. Desta forma, deixamos tal homenagem para mais pra frente. Falarei então do novo disco do maior conjunto musical fandangueiro deste nosso mundéu.
Os Monarcas lançaram neste mês de julho um disco especial em homenagem ao grande compositor João Alberto Pretto. Os Monarcas interpretam João Alberto Pretto traz uma releitura de grandes sucessos do autor mesclados a novos trabalhos que já estão tocando em todas as rádios do sul do país, tais como: Beliscando o Coração, Bem me quer e Tirando o chapéu pra Deus (estes últimos regravados). Ao longo da história, Os Monarcas constituíram em sua relação de amigos uma gama de renomados autores, o que propicia em cada trabalho uma mescla de estilos, contudo, sem alterar aquela velha máxima do Tranco dos Monarcas. Certamente escolher o repertório de quinze músicas para este disco não foi nada fácil, mas ao meu ver, mesmo com um conhecimento na minha concepção limitado sobre música, uma escolha perfeita propiciando a todo o público que gosta da música autêntica gaúcha, uma obra prima em forma de disco compacto. Este, sem dúvida, é mais um trabalho que este Campeiro lhe indica e assina embaixo como verdadeiro símbolo do marco de valor gaudério. E quando eu falo, tá falado.
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Forte abraço e um ótimo final de semana a todos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Novos ares

Se andava faltando inspiração ou assunto sobre o nosso gauchismo a ser exposto neste espaço, gostaria de salientar que o marasmo se encerrou, pelo menos por hoje, ou momentaneamente por hora. Há algum tempo eu vinha me preparando para falar de uma nova força fonográfica dentro dos limites territoriais deste nosso estado: Gravadora Vertical. Quando ela surgiu, achei que fosse mais uma a se aventurar neste ramo musical e quebrar por incompetência administrativa ou outra coisa qualquer. Aí soube, que os fundadores da mesma eram oriundos da maior gravadora do Rio Grande, a Acit, e que inegavelmente vinham respaldados pela competência administrativa da mesma. Por que saíram? Não sei. Até permito-me conjecturar a situação real de fato, mas como não gosto de trabalhar com hipóteses, e sim, com realidades, permito-me guardar pra mim os meus pensamentos frente a situação exposta. Devem ter decidido respirar novos ares, e isso, acreditem, tem um demasiado valor.
No início, a gravadora Vertical direcionou seu foco a mostrar ao público consumidor de nossa música regional, novos talentos que estavam surgindo principalmente nos palcos dos festivais nativistas espalhados pelo solo gaúcho e também catarinense. Também abriu a porta para bandas de música popular como o Brilha Som, por exemplo. Num segundo momento, resgatou artistas consagrados que por motivos alheios estavam em “baixa” no mercado, tais como: Os Atuais, Grupo Querência, Paulo Siqueira e Tchê Guri (este lançou um trabalho pela mesma e passou ao quadro da Acit). Hoje, já consolidada no mercado fonográfico do sul do país, vem trabalhando para agregar aos seu quadro grandes músicos e grupos deste nosso estado. Um dos primeiros a migrar para a Vertical foi Élio da Rosa Xavier, o Porca Véia, que depois de anos trabalhando com a Usadiscos, teve coragem de mudar radicalmente e o resultado, eu mesmo posso garantir, foi o melhor possível. Os discos produzidos pela Gravadora Vertical, tem uma sonoridade muito boa, limpa e a parte de arte gráfica também é de excelente qualidade, lembrando, alguns trabalhos realizados pela extinta Galpão Crioulo Discos.
Agora, falando em novos ares, a Gravadora Vertical anuncia mais duas contratações de peso para seu “casting” de artistas exclusivos: Rui Biriva e Os Tiranos. O primeiro, um músico solo consagrado que já passou por todas as grandes gravadoras do Rio Grande e que no seu último disco (produção independente) conseguiu marca de vendas impressionantes para quem vendia cd's apenas nos shows. O segundo, Os Tiranos, uma banda com quase vinte anos de carreira, de excelente qualidade, meus patrícios de São Chico que tem uma linha autêntica e inconfundível. Depois de cerca de quinze anos de gravadora Acit, partem para uma nova casa onde certamente terão os espaço que merecem, não sendo apenas “mais um” a fazer parte do quadro da gravadora. O novo disco de Os Tiranos já está sendo preparado e tem lançamento previsto para setembro deste corrente ano. Agora, é aguardar os novos trabalhos destes artistas nesta nova casa, torcendo para com que o crescimento desta gravadora se mantenha constante, e que ela consiga resistir aos adventos da modernidade como a internet, por exemplo. Este Campeiro que vos escreve, é um gaudério a moda antiga que tem que pegar um disco na mão para poder ter certeza que o mesmo é real. E que saudade dos tempos em que uma boa música se era ouvida na magnitude de um disco de vinil. De já hoje os tempos são outros, novos ares rondam a nossa música gaudéria, e se estes ares vem pra ficar, que fiquem mas que não prejudiquem esta estirpe campeira que brota do ventre gaúcho, no fole ou no ronco de uma gaita macanuda do Rio Grande.
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Grande abraço e um ótimo final de semana a todos.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O Ronco

Hoje eu acordei animado e pronto pra colocar o assunto em dia aqui neste blog. Nem sei por onde vou começar, muito menos sobre qual assunto vou tratar, mas o fato é que estou aqui pronto para começar tudo de novo. Ontem, eu estava meio “deprê”, pensando em tudo que aconteceu nos últimos dias, mas hoje, felizmente estou animado para começar mais uma semana, esperando é claro, que o final de semana chegue rápido (hehehe).Acho que esqueci de mencionar, mas desde o último dia vinte e cinco, do mês de junho passado, trabalho no município de Taquara. Aliás, Taquara como sede e municípios arredores, dentre eles, minha querida São Chico de Paula. Estar próximo de São Chico é realmente muito interessante, pois afinal, esta terra me viu crescer e foi responsável por marcar em mim esta identidade gaudéria que faço questão de mostrar a todos, tentando retransmiti-la aos que gostam da legitimidade da nossa tradição gaúcha. São Chico é considerada a cidade mais gaúcha da nossa serra, e sendo assim, todos podem ter certeza da lisura de meu berço.
Depois que escrevi as linhas sobre o Ronco do Bugio, na última sexta-feira, fiquei a pensar sobre a última vez que tentei participar do festival. O ano era 2006 e eu recém tinha aprendido o verdadeiro sentido de estar fora do seio familiar, peleando sozinho na capital do nosso estado. Na época, morava no começo da zona sul e gravava no ventre da zona norte, no estúdio do meu amigo Cesar Sanchez, e por mais de uma vez, acabei tendo que atravessar o centro de madrugada. Um dos meus grandes sonhos é participar como concorrente do Ronco do Bugio, mesmo que o festival já não seja mais tudo aquilo que foi, mas é o meu sonho e eu não vou sossegar enquanto não realizá-lo. Contudo, o ano de 2006 não foi o ano em que eu realizei este sonho. Até hoje, não sei qual foi o verdadeiro motivo pelo qual não fui selecionado, sendo que eu tinha três músicas na triagem e duas delas bem boas. Mas não fui e pronto. No ano de 2007, novamente teve uma edição do festival, mas desta vez eu não quis participar e em 2008 nem teve festival. Agora o ano é 2009 e o festival volta a ter espaço na programação turística do município, e eu, creio já estar maduro suficientemente pra encarar esta disputa novamente.
No pensamento que tive após descrever tais linhas, recordei também do grandioso Ronco do Roncos, que ocorreu paralelamente e décima edição do festival. Se não me engano, o ano foi 1995 e as dependências do ginásio municipal de esportes estavam lotadas com gente de tudo quanto era canto do nosso Rio Grande e artistas renomados, tais como Leonardo e Os Monarcas, que juntos, venceram a primeira edição do festival e levaram também o Ronco dos Roncos. É, o Ronco do Bugio teve seus momentos de glória, altos e baixos, tal qual a vida de cada um de nós. Nos resta saber se ele algum dia ele vai voltar a caminhar por suas próprias pernas, levando aos campos de cima da serra os maiores expoentes da nossa música regional gaúcha, fazendo com que o bugio, ahhh o velho bugio, volte a roncar grosso entoando seu grito pra todo este mundéu galponeiro na baixaria e nos dedos mágicos de algum bom gaiteiro. Ocorrerá então neste dia a volta da glória serrana e da glória deste nosso Rio Grande.
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Forte abraço e uma boa semana a todos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Simplesmente sorte?

Constatei hoje, que será mais difícil do que eu pensava manter uma regularidade de textos aqui no blog. Isso me entristece. Tá certo que estou apenas começando uma nova caminhada na minha vida e que de repente o amanhã será mais tranqüilo que o hoje, contudo, não tenho tanta certeza disso. O que é fato, é que de forma alguma eu deixarei de postar aqui no blog ou deixarei este espaço ao léu. Posso até demorar mais que o habitual para escrever, mas escreverei certamente e conto com a compreensão de todos vocês meus amigos.
E bola pra frente.
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A sorte é realmente uma coisa engraçada vocês não acham? Estes dias eu tive uma sorte considerada de certa forma enorme, referente a troca do meu carro por um novo. Todos acharam isso pelo menos, de forma que eu me empolguei tanto, mais tanto, que até a jogar na mega-sena eu joguei, no concurso da quarta-feira última que passou. Não jogava na mega-sena há bastante tempo. Na mesma quarta-feira que passou estava me preparando para ir ao jogo do Internacional em Porto Alegre, abri o porta-malas do carro, comecei a guardar as coisas que estavam na minha mão e coloquei dentro do mesmo os documentos do meu carro. Por breves instantes, foi até o banco da frente largar algo que estava em minha mão deixando o porta-malas aberto. Quando retornei, notei que tinha um menino de rua mexendo na lixeira a cerca de dois metros do carro, mas não dei muita bola. Terminei de organizar as coisas no porta-malas e quando fui pegar os documentos do mesmo não os encontrei mais. Lamentavelmente parece que fui furtado e com isso desisti de ia ao jogo, pois afinal não tinha mais documentos para rodar com o carro. Agora caro leitor, lhe pergunto: Tive sorte em não ir ao jogo (devido ao seu resultado) ou azar em ter ficado sem os documentos? Acho que a segunda opção foi mais desgastante para mim. Registrei ocorrência, vou torcer para que nada grave aconteça a partir de agora e cheguei a conclusão que a sorte existe para todos, basta estarmos num dia feliz. E, que não dá mais pra confiar nem na própria sombra hoje em dia.
Ahhh! Só de raiva já peguei o carro novo no mesmo dia do acontecido e agora é seguir estrada afora, obedecendo a sinalização, obviamente, e não deixando mais as portas abertas por aí.
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Todos devem estar pensando que até agora eu só enchi lingüiça. Por favor não pensem isso. Confesso a todos que venho matutando a semana inteira um assunto para poder postar hoje. Não queria deixar de postar hoje. Este blog já está praticamente órfão de novas palavras e frases falando de acontecimentos do gauchismo e da realidade social do povo brasileiro. Pensei em algo sobre as coisas deste nosso rincão mas não me lembrei de nada que fosse muito interessante. Também não estou acompanhando muito nestas duas ultimas semanas e seria leviano de minha parte traçar qualquer comentário sobre um assunto que eu pesquei a esmo por aí.
Para encerrar, gostaria de avisar que as inscrições do Ronco do Bugio estão abertas, e que, depois de quatro anos, me preparo novamente para participar do processo de triagem do mesmo, provavelmente com duas composições. Espero que o Patrão Velho me ilumine mais ainda desta vez. E que eu tenha, simplesmente, sorte!
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Forte abraço a todos e um ótimo final de semana.