Um certo dia, um colega de colégio disse-me que eu tenho que acreditar naquilo que eu estou fazendo, que aquilo é o correto, sob pena de viver a vida inteira sem saber o que o certo e sem saber, assim sendo, o que é viver. A esta altura do ano, a beira do mês derradeiro de dois mil e nove, sempre procuro ser uma pessoas mais caridosa, mais compreensiva, e tento tirar da minha alma os melhores sentimentos bondosos possíveis, se é que os tenho. Aí me paro em frente a televisão, certamente um momento raro, e começo a prestar atenção com o intuito de tirar algo de produtivo daquilo que estou vendo. Aperto o botão da televisão e está dando novela. Assisto por cinco minutos e me obrigo a sair pra rua. Volto da rua e já está dando as notícias. Manchete: vendavais e alagamentos assolam o RS. Dou mais uma volta e me paro de novo em frente ao tubo (não, eu não tenho TV de plasma, lcd ou qualquer coisa parecida. Conversor? Têm. Mas é da antena comum que só pega um canal para a parabólica comprada em 1993 e que não têm controle remoto) e está dando novamente novela. Desta vez acho que consegui ficar no máximo uns três minutos olhando. Senhoras e Senhores, simplesmente não dá! Novelas representam a principal fonte de enganação que existe no Brasil. Nem político mente tanto. Vejamos a realidade que se mostra numa novela: é a realidade de qualquer país desenvolvido do mundo, menos, do Brasil. Piada! Jornais televisivos apesar da proximidade com o natal continuam dando manchetes de desgraças, assassinatos e latrocínios. O tempo não pára caro leitores. O natal apenas nos cega frente a realidade de dor e desesperança que existe em nossa sociedade. Não tem jeito!
Sei que pra quem prega que sexta-feira deve ser reservada para textos de cunho leve, o de hoje está bem pesado. Porém, não é do meu feitio ser omisso frente as coisas que estão a nossa volta. Natal não é sinônimo de comércio. Se você realmente quer cultivar o espírito natalino a partir de agora, comece dando um bom dia sincero para as pessoas a sua volta. Se tentar ser um pouco mais pragmático é ser chato, então eu sou um de carteirinha. Mas quem sabe a amanhã eu deixe a vida me levar? Quem sabe amanhã!