sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quem sabe amanhã

A cerca de cinco minutos atrás eu estava com uma mistura de sentimentos que surgia na raiva e terminava na decepção. Neste exato instante, contudo, já estou começando a melhorar o meu humor, afinal, sou uma pessoa racional e redundantemente por pensar, devo saber que de nada adianta a ira. O único problema que persegue é que, quando tenho algo engasgado na minha garganta, não sossego enquanto não abrir a boca e falar, e isso é um problema. Bueno, mas de problemas a vida de todo mundo está cheia e como hoje é sexta-feira, vou tratar de não reclamar, nem que pra isso eu tenha que mascarar o que estou sentindo e fazer de conta que está tudo bem, às mil maravilhas. Constantemente eu recebo e-mails falando principalmente na vida, buscando a renovação do ser humano. Na verdade eu imagino que seja isso, pois, raramente os abro. Na maioria das vezes deleto sem nem mesmo ler o título. Por que? Detesto corrente. Esta de que se tu não mandar para duzentos amigos algo de muito ruim vai acontecer contigo, comigo, não funciona. Classifico tal situação como desespero. Algo parecido com o que fazem estas igrejas que disseminam a suposta palavra de Deus em troca de noventa por cento do salário do fiel. Olha a polêmica Campeiro, fecha esta tua matraca. Enfim, sou uma pessoa que não acredita muito em profecias, seja qual for o profeta que a prega.
Um certo dia, um colega de colégio disse-me que eu tenho que acreditar naquilo que eu estou fazendo, que aquilo é o correto, sob pena de viver a vida inteira sem saber o que o certo e sem saber, assim sendo, o que é viver. A esta altura do ano, a beira do mês derradeiro de dois mil e nove, sempre procuro ser uma pessoas mais caridosa, mais compreensiva, e tento tirar da minha alma os melhores sentimentos bondosos possíveis, se é que os tenho. Aí me paro em frente a televisão, certamente um momento raro, e começo a prestar atenção com o intuito de tirar algo de produtivo daquilo que estou vendo. Aperto o botão da televisão e está dando novela. Assisto por cinco minutos e me obrigo a sair pra rua. Volto da rua e já está dando as notícias. Manchete: vendavais e alagamentos assolam o RS. Dou mais uma volta e me paro de novo em frente ao tubo (não, eu não tenho TV de plasma, lcd ou qualquer coisa parecida. Conversor? Têm. Mas é da antena comum que só pega um canal para a parabólica comprada em 1993 e que não têm controle remoto) e está dando novamente novela. Desta vez acho que consegui ficar no máximo uns três minutos olhando. Senhoras e Senhores, simplesmente não dá! Novelas representam a principal fonte de enganação que existe no Brasil. Nem político mente tanto. Vejamos a realidade que se mostra numa novela: é a realidade de qualquer país desenvolvido do mundo, menos, do Brasil. Piada! Jornais televisivos apesar da proximidade com o natal continuam dando manchetes de desgraças, assassinatos e latrocínios. O tempo não pára caro leitores. O natal apenas nos cega frente a realidade de dor e desesperança que existe em nossa sociedade. Não tem jeito!
Sei que pra quem prega que sexta-feira deve ser reservada para textos de cunho leve, o de hoje está bem pesado. Porém, não é do meu feitio ser omisso frente as coisas que estão a nossa volta. Natal não é sinônimo de comércio. Se você realmente quer cultivar o espírito natalino a partir de agora, comece dando um bom dia sincero para as pessoas a sua volta. Se tentar ser um pouco mais pragmático é ser chato, então eu sou um de carteirinha. Mas quem sabe a amanhã eu deixe a vida me levar? Quem sabe amanhã!
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Abraço e bom final de semana a todos.
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PS.: Grupo FANDANGUEIRO em Taquara amanhã!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A crítica do João Luiz

Por crer que as sextas-feira não foram feitas para levantar polêmica sobre coisa alguma, restou então para segunda-feira. Pensei seriamente se levantaria novamente tal assunto ou não, mas aí, como o país está alvorotado pela visita do presidente iraniano, pego o gancho e meto bala sem dó, nem piedade. Há algumas semanas atrás, fiz um texto denominado “Voltando pra casa” no qual escrevi em referência ao retorno de alguns grupos ditos “tchês” a nossa música tradicionalista. Meu foco principal (também em referência a uma matéria publicada no jornal Diário Gaúcho), no ato, foi em referência ao cantor e compositor Luiz Cláudio que, ao que parece, decidiu voltar de vez, resgatando sua bombacha, lenço e bota. No fim deste texto, descrevi que era favorável ao seu retorno, e continuo sendo, pois não mudei de opinião. Opinião não compartilhada, contudo, pelo renomado João Luiz Corrêa. Em entrevista ao jornalista Giovani Grizzoti, João Luiz “detonou” tal postura destes músicos sendo bem enfático em face de sua contrariedade. Leia na íntegra tal entrevista:

João Luiz Corrêa critica mudança dos "tchês"

Leia a versão ampliada da entrevista com o gaiteiro e cantor João Luiz Corrêa, que publiquei na coluna Roda de Chimarrão, no Diário Gáúcho, deste final de semana:

Blog Como você vê esse terno às raízes dos grupos tchê?
João Luiz Foi copiado um estilo de música lá do nordeste, mal feito até, uma barulheira. É uma música que perdeu qualidade musical, empobreceu. É um desrespeito muito grande com os grupos antigos, como Os Mirins, Os Bertussi, Os Serranos. Na época (em que João Luiz tocava no Tchê Barbaridade) eu mudei de grupo e me deram seis meses de vida, outros mais generosos me deram dois anos nesse tipo de música (campeira).
Blog Você acha que os CTGS devem acolher esses grupos de volta?
João Luiz Eu se fosse patrão eu não aceitaria. Aquelas pessoas que crucificaram o tradicionalismo acho que esses nem mereciam botar uma bombacha de volta. É uma traição.
Blog Seria o caso do Luiz Cláudio?
João Luiz Todos os que fizeram esse lado aí. O Tchê Barbaridade fez. Compraram uma idéia ilusória. Eles fizeram um veneno que eles não conseguiram arranjar uma forma de matar esse veneno.
Blog Agora, tu também não te considera um campeiro moderno? Isso também não é fugir do tradicional?
João Luiz Não podemos parar no tempo, viver do baile de candeeiro. Se nós fôssemos de morrer abraçado na espada, deveríamos tocar hoje de gaita e de pandeiro. E a cerveja tinha que ser gelada em um buraco, como era antigamente, e não num freezer, como é hoje. A maquiagem a gente pode dar uma ajeitada. Mas não a essência.
Blog César Oliveira & Rogério Melo são campeiros como você e saíram em defesa dos tchês que querem voltar às origens. Você acha que eles estão agindo corretamente?
João Luiz Acho que não, me surpreende que eles tenham agido nessa forma. Eles vendem outra idéia.
Blog Qual o caminho, então, para um grupo tchê que não está fazendo o sucesso esperado e que, assim, pretende voltar às origens?
João Luiz Acho que eles tem que ver onde erraram e corrigir o erro. Quem sabe vai ser vendedor de baile, de show, quem sabe tocar num grupo. Mas não achar que pode brincar, tira bombacha, bota bombacha.
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Pelo que todos podem ver, são declarações fortes estas do João Luiz Corrêa (sobrou até para a dupla Cesar Oliveira e Rogério Melo). Não vou aumentar de forma alguma a polêmica, me concentrando apenas em re-transmitir a opinião diversa a vocês. Mas por que eu não vou me posicionar? Simplesmente porque cabe a mim respeitar a opinião de um músico como o João Luiz, reforçando que sou a favor do retorno destes músicos desde que, por completo. Assim sendo, transmito a todos a palavra, e aqueles que tiverem algo para falar, que se manifestem em forma de comentário. Caso este seja pertinente, poderá receber atenção especial deste que vos escreve sendo reproduzido na página principal deste blog. Polêmica por polêmica, os supermercados já estão forrados de propagandas para o natal. Mas afinal, quanto tempo ainda falta para chegar o natal?
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Me orgulho em ser Gaúcho

Pelo simples fato de não ter aula em quintas-feiras durante este segundo semestre do ano de 2009, ontem eu pude acompanhar parte da edição do Jornal Nacional da rede Globo. Quis o destino que eu visse justamente a parte que fazia uma analogia ao dia da bandeira, a saber, ontem também. Pasmem, eu não me lembrava mais que o dia da bandeira era ontem. Creio que este texto de hoje vem a ser um complemento do texto que escrevi em analogia ao nosso dia da independência, que à época fora entitulado como: “Ordem e Progresso?”. Na mesma matéria do jornal supra citado, houve uma entrevista com o proprietário da fábrica de bandeiras mais antiga do Brasil, e o mesmo mencionou durante a sua fala a palavra civismo. Aí eu me pergunto e estendo a mesma pergunta a todos vocês: o brasileiro sabe cultivar o civismo? De maneira alguma podemos misturar civismo com patriotismo. Uma pessoa que anda na rua com uma camiseta estampando as cores do Brasil já pode ser considerado um patriota, mas não um civista (se escreve assim mesmo?). Digo isso, porque cultivar o civismo é saber cantar o hino nacional de cor e salteado, saber o dia da independência e o que isto quer dizer, saber qual o dia da proclamação da República (a saber, foi dia 15, no último domingo) e, entre outras, saber que a bandeira é um dos símbolos nacionais garantidos pela nossa constituição e que ela tem um dia próprio para sua adoração. Assim sendo, baixo minha cabeça neste instante e reconheço que não sei cultivar o meu civismo de forma correta e elegante. Talvez, nem patriota eu seja.
O Rio Grande do Sul pode-se considerar um caso a parte do resto do Brasil. Certa feita, recebi um e-mail referente a um artigo do jornalista, escritor e cineasta Arnaldo Jabor fazendo menção a uma passagem de sua vida, quando cá esteve em nosso estado e admirou-se primeiramente de ver o mate passando de mão em mão entre os presentes na palestra que participava e depois, em ver que todos levantaram e cantaram o hino riograndense de forma uníssona. Embasado na situação, Jabor descreveu o quão importante foi e será o Rio Grande para o desenvolvimento e o futuro do Brasil. Segundo o mesmo, nós somos um “país” a parte dentro dos tantos “países” que existem dentro do nosso país. Mas porque será que nós gaúchos somos diferentes? Não posso falar por todos, mas eu sinto um orgulho enfadonho em ser gaúcho. Saber que de certa forma faço parte da bravura deste povo que construiu o legado de sua história abaixo de peleia, a ferro e fogo. O orgulho pela nossa terra é tamanho, que acabamos sofrendo retaliações por parte do restante do país e somos tachados de bairristas entre outros. Pura inveja meu amigo, pura inveja. Talvez pelo fato de que fazemos parte da minoria brasileira que tem cultura própria e que, principalmente, sabe de onde veio e para onde quer ir. Sim, eu sou um ativista da República Riograndense.
Eu ontem vendo o Jornal Nacional “fiquei sabendo” que era o dia da bandeira. Cheguei a conclusão também que tudo que a gente esquece é porque não foi ou não é importante. A bandeira brasileira não é importante para mim? O Brasil não é importante para mim? São sim, não seria um tolo em dizer que não, mas é na bandeira do Rio Grande que eu vivo enrolado e é o hino do Rio Grande que eu encho a boca para cantar. Alguém vai dizer que isso é bairrismo e complexo de superioridade. Me orgulho em ser gaúcho e se isso for verdade, então eu sou bairrista e um ser superior. Aí está o meu civismo e o meu patriotismo.
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Forte abraço e um bom final de semana a todos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ainda das dúvidas

A certa altura da vida, mesmo não tendo vivido tudo o que se pode, algumas coisas deixam de ser pertinentes na nossa realidade e outras se tornam pertinentes. Por exemplo, vejamos o meu caso: até bem pouco tempo, eu não só não me importava em passar longos tempos sozinho, como gostava da situação também. Hoje, no entanto, a solidão têm me deixado desanimado, desiludido, triste, sei lá. Há casos em que estamos sozinhos mesmo tendo alguém do nosso lado, seja esta pessoa quem for. No texto do início da semana passada como todos viram, a dúvida pairava sobre minha cabeça e sob diversos aspectos. Neste exato momento, esta situação está de volta (ou ainda não foi embora) e cá estou eu aqui tentando achar respostas com perguntas. A probabilidade de isso não dar certo, e de vocês começarem a se irritar comigo é grande, eu sei, estou ciente, porém, é como se existisse um ima dentro dos meus pensamentos atraindo apenas as incertezas e nunca as certezas. Mas porque será que isso acontece? Acontece com todos? Dúvidas. Talvez isso aconteça comigo a tempo, o que mudou, é que antes eu sabia que podia resolver meus problemas sozinhos e agora, já não tenho mais esta garantia.
Na edição do jornal Zero Hora da última quinta-feira dia doze, na contracapa do Segundo Caderno, havia uma frase da apresentadora, atriz e modelo gaúcha Fernanda Lima (não, eu ainda não enlouqueci) que dizia, por cima, que ela nunca tinha falado sobre sexo com seus pais (durante a adolescência), mas que, por eles terem-lhe dado amor ela tivera capacidade de adquirir uma auto estima suficiente para falar do assunto com outras pessoas( relacionando ao programa sobre sexo que a mesma apresenta). Aí vocês deve estar perguntando: o que eu tenho a ver com isso? Calma, respondo: nada! Utilizei-me deste fato apenas para ilustrar o contexto da coisa: o amor. Segundo a Fernanda Lima, foi o amor dos seus pais por ela que fez com que ela superasse barreiras morais entre outras. Afinal, o amor é capaz de tudo? Um grande amor é capaz de dar um novo e derradeiro sentido a nossa vida? Pergunto porque eu não sei. Meu ceticismo não permite que eu tenha uma opinião fechada sobre o assunto. Ahh, as dúvidas...
Quanto a auto estima, eu acho que de repente esta é mesmo importante. Relembramos agora do mega sucesso “O Segredo”. Eu não o li, mas dizem que seu conteúdo gira em torno da auto estima mesclada um pouco a fé talvez: se eu creio que uma coisa boa vai acontecer comigo ela acaba acontecendo. Mas se não acontecer? Bom, se não acontecer, acaba ficando esta auto estima toda servindo como uma espécie de válvula de escape para os problemas pertinentes em nossa vida. A contradição nisso tudo, é que se a a auto estima e a fé não resolverem, ainda há o problema de como será resolvido o problema que, pasmem, segue firme. Depois desta linha alguém deve estar me chamando de pessimista extremo. Não, não sou pessimista, sou realista. Otimismo? Claro que tenho, porém, não sei até aonde ele funciona. Estão vendo, vire e mexe e eu acabo no meio de uma dúvida. E que cabeça duvidosa esta minha
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Abraço e uma boa semana a todos

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Jeitão Campeiro


Creio que a grande maioria dos leitores e acompanhantes deste blog já ouviram a expressão: o tranco dos Monarcas. A expressão existe porque ao ouvir uma música tocada pelo conjunto Os Monarcas de Erechim o tranco da canção é único e inconfundível. Há, contudo, um grupo capaz de lembrar Os Monarcas em suas composições, e este grupo se chama Sinuelo Pampeano. Claro que o fato de ter o Gildinho do próprio Os Monarcas, como sócio, e o cantor Bacudo como integrante ajudam, mas é na disposição em grupo que o Sinuelo Pampeano se destaca. Lançado no mês de setembro deste corrente ano pela gravadora vertical, o disco Jeitão Campeiro, trás um repertório variado dentro da linha mais autêntica da nossa música campeira gaúcha. Vaneiras, xote, contrapasso, chamamé e valsa, fazem parte do disco que já está nas lojas. Quer dizer, eu levei vinte dias esperando para tê-lo, mas quem sabe se aumentarem as vendas melhorem os estoques. Enfim, meus caros amigos, encho a boca para falar que todos vocês estão diante do melhor disco, musicalmente falando, do ano de 2009. Uma preciosidade. Faltou uma milonga é verdade, mas isso não apaga a qualidade do disco. Destaco as musicas “Jeitão Campeiro”, “Bagual e Meio”, “Pensando Nela” e as regravações de “Regalo” (Cesar Oliveira e Rogério Melo), “Abaralhando a Barbela” (Nilton Ferreira) e “De Um Canto Saudade” (Os Tiranos). Por certo, um disco muito bom para ouvir e principalmente para dançar.

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O que? CD Grupo Sinuelo Pampeano – Jeitão Campeiro (Gravadora Vertical – Setembro 2009)
Quanto? R$ 13,00 + frete
Aonde comprar? Site Gravadora Vertical: www.gravadoravertical.com.br

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Lista de Músicas:

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1 - Jeitão Campeiro
2 - Bagual e Meio
3 - Regalo
4 - Dando Risada
5 - Pensando Nela
6 - Subindo a Serra
7 - Compadre Chico
8 - Abaralhando a Barbela
9 - Cavalo Preto
10 - De Um Canto Saudade
11 - Movido a Gaitaço
12 - Seresteiro da Lua
13 - Loirinha Dançadeira
14 - Vaneira Pantaneira

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Abraço a todos e um bom final de semana.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Dúvidas

Quando começamos a presenciar em nossas vidas momentos de euforia seguidos de crises existenciais pouco depois, ou vice versa, é sinal que alguma coisa realmente não vai bem. Nossa vida é feita de facilidades para uns e dificuldades para a maioria, cabendo a cada um de nós saber conviver com aquilo que coube a nós. Há, contudo, momentos em que o saber não é capaz de contornar o que a vida nos proporciona de tal forma que surge a tal de depressão. Não, eu não estou deprimido, porém, dizer que estou feliz seria levianidade de minha parte. Nos últimos tempos, maiores são os meus períodos de desilusão do que de felicidade propriamente dita. Situações que a tempos atrás eu não dava muita atenção agora têm me deixado profundamente decepcionado. Mas afinal, o que quero? Eis um questionamento latente em minha cabeça e que não possui resposta. Eu não sei o que quero, nem para onde quero ir. Ou, se sei para aonde quero ir, isso ainda não é uma decisão definitiva, além do que, não sei como fazer para chegar lá. Se são as perguntas que movem o mundo, meu mundo tem se movido em torno delas e acreditem, acabo vivendo de uma forma que eu não gostaria.
Escrever é uma coisa que me deixa alegre. Seja para o blog, ou para composições musicais. É uma coisa que me faz sentir bem, me dá prazer. Há certamente o antônimo, ou seja, coisas que não me fazem sentir bem nem me dão prazer. Creio que nossa existência é feita de antônimos. Se há algo bom, há algo ruim para compensar. Resta-nos saber se este algo ruim conviverá em nossas mentes como um fardo do contraponto, ou se tornar-se-á mais uma coisa presente na nossa vida. Como em tudo, a escolha neste caso é fundamental, e a minha, a minha é a melhor possível, afinal, abaixo a melancolia como mesmo já disse a umas semanas atrás.
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Estava prestes a conseguir postar pela segunda vez consecutiva numa segunda-feira, mas aí veio um mas, e acreditem, sempre tem um mas, porem ou contudo em tudo, e não consegui. Não dá nada, bola pra frente. Eu já nem me lembro qual seqüência eu daria ao texto de ontem, mas isso também não importa muito no momento. O fato é que começamos uma nova semana, de mais um mês que está aí ao nosso dispor e pasmem, já é novembro. Faltando pouco mais de um mês para começar o ano de dois mil de dez, eu já, milagrosamente, estou me programando antecipadamente para algumas atividades que quero realizar no próximo ano, como férias, por exemplo. Havia algum tempo que eu não esperava o período de férias com tanta ansiedade. Talvez isso ocorra porque o último período eu não aproveitara como deveria. Ou talvez seja por outro motivo. Bom, enfim, paira a dúvida sobre mim, então, que venha logo as minhas férias para mim saber quais verdadeiras são as repostas.
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Abraço a todos e boa semana.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um certo mestre Érico

A realização de mais uma edição da Feira do Livro de Porto Alegre, talvez a mais importante do país, me faz viajar pela literatura e pelo mundo dos livros de tal forma que, pasmem, me deu vontade de escrever. Posso transformar este texto em uma crônica de cotidiano, falando das mazelas minhas ou de outro, as coisas boas minhas ou de outro. Ou simplesmente, posso escrever sobre um assunto qualquer e ao cabo do texto contextualizar com algo que seja pertinente a este blog: a tradição gaúcha, por exemplo. Mesmo sendo um admirador dos livros, confesso que sou vadio de tal forma que leio muito pouco, agora, quando começo, não quero mais parar. Assim sendo, me apego a leitura cotidiana, em blogs, revistas e jornais. Destes últimos, destaco o talento indiscutível do colunista e diretor de Zero Hora, David Coimbra, um cronista como poucos. Aliás, diria que na atualidade é o melhor que há, pelo menos na nossa aldeia. Elevo o grande Luís Fernando Veríssimo a condição de escritor neste caso. Falando em Veríssimo, aproveito a deixa para ilustrar aqui a minha paixão pela literatura de Érico Veríssimo, nosso expoente mor tratando-se de romance. Uma virtuosa sensibilidade para falar das nossas coisas, ao longo da nossa história pelo nosso tempo. Alguém aí não leu “Um certo capitão Rodrigo”? Se não leu lamento, és certamente uma pessoa pobre em cultura.

A obra de Érico Veríssimo propicia-nos um desenvolvimento intelectual tamanho, que qualquer um que goste de escrever sente o gosto pela escrita de um romance. Eu mesmo por muitas vezes já pensei em escrever coisas do gênero, porém, esbarro numa obscuridade latente: tenho dificuldade em descrever com perfeição sobre algo que ainda não ocorreu,e, no caso da ficção, nem vai ocorrer. Diferentemente de coisas que ocorreram, que felizmente descrevo com facilidade. Não sei também se tenho o talento para este tipo de escrita. Escrever um livro, romance ou qualquer outro, é muito mais abrangente do que escrever redações nos tempos de colégio, ou então, talhar frases aqui neste blog. É claro que por admiração e respeito a vocês meus caros leitores, procuro sempre empenhar-me ao máximo afim de, trazer ao convívio de todos um bom texto propiciando uma boa leitura. Agora bandear-me para a literatura? Não sei, talvez não. De qualquer forma, é preciso que eu comece a ler mais, para, quem sabe, pegar embocadura e gosto pela coisa. Mas voltando ao mestre Érico Veríssimo: o Érico possui em sua biografia títulos memoráveis, como a saga o Tempo e o Vento. Aliás, Um certo Capitão Rodrigo, é um dos capítulos do livro Retrato I, parte integrante da saga. De tão bom que é, no início da década de noventa ganhou uma edição a parte do restante. O Capitão Rodrigo Cambará é o personagem celebre de Érico Veríssimo, ficando na memória de todos os que leram, a sua frase dita ao chegar no povoado de Santa Fé: “Buenas e me espalho! Nos pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho!” Não posso esquecer-me também de “Olhai os lírios do campo”, livro que está em minha cabeceira atualmente, e o seu último romance: Incidente em Antares. Aliás, este é mais um inesquecível, pois trata entre outros, de um causo sobrenatural em que sete personagens voltam a vida depois de mortos e como cadáveres passam a vagar a cidade revelando a podridão moral de parte de seus moradores.

Grande Érico Veríssimo. E pensar que alguns nem sabem da sua existência e outros que o conhecem, nunca tiveram a capacidade de lê-lo. Como seria bom se os livros tivessem seu merecido destaque na educação do povo brasileiro. Quem sabe aí não haveria tanta corrupção nso governos, nem tanta audiência em programas como o tal de bbb. Diz um ditado popular que em terra de cego quem tem um olho é rei. E por aqui é rei quem tem a sensibilidade pela leitura de mestres da literatura. Afinal, ler um bom livro faz mal pra alguém? Às tantas que andamos, é capaz de algum gaito dizer que sim. Pasmem Brasil, pasmem!

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Hoje tem Grupo Fandangueiro no CTG Terra Nativa em Novo Hamburgo. Amanhã, na mesma cidade, os gaúchos apreciadores da boa música campeira gaúcha poderão ter a oportunidade de ver de perto o maior intérprete vivo do nosso canto gaudério: José Cláudio Machado. Mas que momento!!

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Forte abraço a todos e um bom final de semana.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Intrigas

Ocorre que no domingo próximo já é mês de novembro do corrente ano. E como todos vocês já sabem bem, com o mês de novembro vem o prenúncio do fim. Calma, prenúncio do fim do ano. Não vão começar a pensar bobagens, achando que eu virei profeta do dia pra noite e estou aqui pregando o apocalipse (hehehe). O fato é que na nossa realidade brasileira isso é um fato: com novembro começa-se o final do ano e seus festejos naturais. Vejamos, eu sou uma pessoas que não gosta muito de entrar em shoppings e tal, assim sendo, os freqüento pouco. Mesmo assim, tenho certeza que na próxima semana já vai ter algum shopping center da região começando a trabalhar a campanha de natal, que, pasmem, é só no dia vinte e cinco de dezembro. No máximo, podemos admitir que começa no dia vinte e quatro ao meio dia. Devo criticar tais estabelecimentos por isso? Não sei, talvez sim ou talvez não. Acho que o ano passado eu até critiquei esta corrida a busca pelo consumidor, mas este ano não criticarei. O empresário visa o lucro, uma situação que está clara para todos nós, mas este mesmo empresário que visa o lucro, hoje em dia, tem aprendido a dividir este com seus funcionários, ou então, utilizado-o para contratar mais mão de obra. Pessoas empregadas são mais felizes e assim compram mais. Na nossa vida tudo gira. A terra, os ponteiros do relógio e o comércio e as relações de consumo. O dinheiro que eu gasto hoje, me volta de alguma forma. Pelo menos eu espero que volte(hehehe).
Não vou começar a fazer aqui um resumo do ano, até porque ainda é cedo, porém, creio já ser possível elencar tópicos das minhas situações vividas ao longo do ano, nem que seja inicialmente só na minha cabeça. Estão curiosos? Então ficarão um pouco mais porque eu nada falarei neste texto de hoje. Certas coisas tem o seu momento certo, e algumas delas, ainda nem tiveram um desfecho. Sequer o desfecho que eu espero.
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Editado: Parte retirada do texto original que seria postado na sexta-feira e por motivos de força maior, não o foi.
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Ontem, foi um dia de finados atípico. Não, eu não fui no cemitério, mas isso é típico mesmo. Atípico em relação ao tempo e ao clima. Ao longo desta minha existência, não lembro-me de um dia de finados com tal semelhança ao de ontem: sol e calor. O sol até não é tão exclusivo do dia de ontem, mas o calor é. Tradicionalmente, o dia de “visita” aos nosso entes e amigos que já se foram, é tomado por um vendaval que aos mais temerosos poderia caracterizar a própria visita destes a nós. Vejam bem, não sou espírita, há muito tempo não entro num centro espírita e, portanto, não estou aqui pregando a reencarnação, ressurreição ou como queiram. Apenas perdi a oportunidade de ficar calado, mas como já escrevi deixamos assim. Respeito a dor e o respeito que todos tem por seus finados, respeito que eu também tenho, do meu jeito, mas tenho. Acho que em determinados assuntos devemos deixar o ceticismo de lado tentando ser o mais simples possível. De qualquer forma bate a saudade, e esta como canta o Almir Sater, é uma estrada longa.
Este feriado que passou foi diferente. Me senti feliz como a muito não ocorria e isso me fez bem. Por instantes, senti que o eterno peso que carrego sobre as minhas costas se dissipou e a alegria bateu novamente a minha porta. O motivo de tudo isso? Não sei. Aliás, talvez eu até saiba mas não queira falar. Têm coisas que só a gente pode saber e outras que nem nós podemos ter conhecimento. Intrigante? Mas, afinal, a vida não é feita de intrigas?
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Abraço a todos e um bom resto de semana.