sexta-feira, 29 de maio de 2009

Coisas de momento

Tem dias que o corpo da gente tira pra ficar rebelde e aí ninguém pode com ele. Uma dor malina acometeu minhas costas de tal maneira na quarta-feira última que me obriguei a tomar uma injeção na quinta-feira para que eu pudesse pelo menos tolerar a dor. Vejam só, em que mundo vivemos! Tive que apelar para uma injeção. Realmente ando na capa da gaita mesmo (hehehe). Mas, o assunto de hoje não trata das dores do meu dia-a-dia e sim, bem, ainda não cheguei a um consenso quanto ao assunto de hoje, sendo assim, mantenho-me escrevendo a esmo. Estes dias estava correndo os olhos por algum jornal, ou página de internet e deparei-me com um nome pouco comum na atualidade: Elói. Inevitavelmente logo retornei ao passado relembrando os tempos em que morava em São Chico. Lá conheço um ou dois com o nome de Elói. Mas não é só este nome que está se extinguindo com os adventos da moda. Outros tantos vem perdendo espaço para as coisas de momento. Aliás, se pensar bem, temos esquecido de muitas coisas do passado em virtude destas “coisas de momento”. Este é um processo natural da evolução? Quem sabe.
São Francisco de Paula, uma cidade no topo da serra gaúcha, de gente simples, é conhecida não só por sua beleza e simplicidade, como também por ser uma cidade onde a maioria de seus habitantes tem algum apelido. A curiosidade é tamanha, que já ouve rede de televisão nacional e regional fazendo matérias sobre o fato, lá em São Chico. Não sei de quem partiu esta história de apelidos, mas sei que tinha um senhor lá, já falecido, que era especialista em encontrar apelidos no rosto e jeito dos outros. Que barbaridade! Sei também que o meu apelido não é natural de São Chico, e sim destas minhas andanças por este Rio Grande afora. Confesso que não lembro nem quando, onde e como começou esta história de me chamarem de Campeiro, o fato é que eu gostei e hoje já incorporei no meu dia-a-dia. No entanto, a maioria das pessoas detesta ser chamada por apelido, e, aí é que a coisa pega mesmo. Quanto mais raiva, mais as pessoas chamam o contrariado para irritá-lo. Que coisa!
Voltando aos nomes que não vemos mais com tanta freqüência, faço uma breve busca pelos meus pensamento e encontro alguns. No masculino: Osmar, Enor, Eneu, Afonso, Armando, Romeu, Arnaldo, Agnaldo, Jerônimo, Juvenal, Bento, Érico e mais uns quantos. No feminino: Marieta, Rosane, Edília, Neusa, Rita, Noeli, Norma, Gláucia, Nair, Odete, Elsa, Sônia e mais uma carreira. Veja bem, não to aqui pra defender estes nomes. Eu, por exemplo, se viesse a ter um filho ou filha não colocaria nenhum destes nomes citados acima na criança. Não é por estarem fora de moda e sim por gosto pessoal mesmo. Aliás, tem se pautado muito na moda como fonte e alicerce de desenvolvimento e esquecido que o que realmente vale é o juízo de valor e a formação de caráter. Esquecemos de tanta coisa com o passar do desenvolvimento da humanidade, coisas que realmente são importantes, tudo por conta da moda ou do que supostamente “pensa” o restante da sociedade. Lembro-me dos tempos de colégio, que ninguém se atrevia a ir pilchado por achar que os outros iam caçoar. Até que um dia, em virtude dum teatro sobre um conto de Simões Lopes Neto, fui pilchado até os dentes. Naquele dia ninguém me caçoou, pelo contrário, eu enxergava no semblante dos demais alunos uma imagem de respeito e admiração por me ver vestido de tal forma. Esquecem-se muitos, que nunca alguém esquece ou debocha da sua própria origem.
Portanto, mais uma vez eu encerro uma semana aqui neste blog, tentando lembrar a todos de que o simples basta pra todo mundo. O que o outro pensa de mim é indiferente quando eu realmente sei que aquilo que faço é o mais importante pra minha vida. Não se esqueça que muitos erros que você comete podem ser evitados se você parar de acreditar na televisão e na visão distorcida de conceito da vida social. Não se esqueça que a vida é sua e que se você mesmo não encontrar o seu verdadeiro caminho, ninguém irá fazer isso por você. E que as coisas de momento um dia acabam e no fim o que resta é a conseqüência dos seus atos. E um ato mal feito, lhe acompanha até o fim dos seus dias.

Informo neste momento a novidade que lhes prometi.
Já está no ar o novo sítio do GRUPO FANDANGUEIRO:
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*(também a esquerda de sua tela no link Favoritos)
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Acesse, conheça um pouco de nós e nos acompanhe por estes bailes pelo Rio Grande.

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Um abraço e bom final de semana a todos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Bombacha é coisa de homem?

Confesso a todos que eu estava me segurando pra não tratar do assunto, contudo, como este blog foi feito para divulgar e opinar sobre o tradicionalismo, eu não poderia deixar de tratar de tal fato. Seguidamente quando vou a São Chico compareço na loja de artigos gauchescos Casa do Gaúcho. Vou lá afim de olhar alguma coisa nova e acabo, inevitavelmente,comprando algo. Pois na última vez que lá estive, peguei um folheto de divulgação do estabelecimento que dizia mais ou menos o seguinte: Venha conhecer as bombachas femininas aprovadas pelo MTG. Confesso que levei um susto! Não pelo fato de existir bombacha feminina, pois isto não é mais novidade, mas, por saber que o MTG havia liberado um modelo para uso das mulheres. Não tive a oportunidade de olhar bem o modelo, porém, pude notar que o que diferencia tal peça, da que é usada pelos peões é uma espécie de flor bordada. Lembra a nossa flor símbolo: a maçanilha.
Comecei a me perguntar desde então, o que a bombacha feminina representa. Há pouco tempo atrás, o Movimento Tradicionalista Gaúcho proibiu veementemente a possibilidade de grupos ditos “tchês”, de desempenharem sua música dentro dos galpões de CTG. Os “tchês” também não podem se apresentar em Rodeios Crioulos quando estes forem organizados por CTG’s associados a entidade. Acho que o MTG agiu de forma correta neste sentido, mesmo respeitando a opção dos colegas músicos, pois creio que o ambiente do CTG é sim tradicional e para tanto, não pode haver mistura com uma cultura que não seja nossa. Agora, o MTG libera a bombacha feminina. Vejo que há uma falta de nexo nestas duas decisões. Ora, se pode mulher dançar de bombacha, pode o homem maxixar também, ou não pode? Antes que você, querida prenda que lê este espaço me chame de machista, quero esclarecer um seguinte ponto: Não sou contrário à utilização de bombacha pela mulher no dia a dia, ou na lida de campo (sim, mulheres também trabalham na lida de campo e ás vezes até melhor que o homem hehehe). Tampouco durante os rodeios quando estas participam da competição, pois, afinal, montar de vestido seria algo certamente muito desconfortável. Acho, todavia que, se encerraria por aí a utilização de bombacha pelas nossas prendas.
A lógica utilizada pelo MTG para banir os “tchês” dos CTG’s acredito que seja a mesma que deveria ser utilizada para as bombachas femininas. Se uma coisa é proibida, a outra também deve ser. Volto a salientar, não sou contra a bombacha feminina numa generalidade, sou contra apenas dentro do ambiente de um CTG, que, como falei anteriormente, é um local tradicional. Porque sou contra? Veja bem, a beleza de uma prenda está relacionada com sua feminilidade. Uma prenda de bombacha perde um pouco do seu encanto, pois aí não há uma diferenciação frente a um peão. Quero deixar bem claro que não sou preconceituoso, apenas neste ponto sou contrário. Creio que o tradicionalismo está aberto a evoluções sim, e até defendo isso, contudo, acho que neste ponto a bombacha é muito mais uma modinha do momento do que uma evolução. Se me provarem o contrário, bom aí pode ser que eu reforme esta minha idéia e aceite tal situação numa boa.
A modernidade está aí as nossas e é impossível caminharmos em sentido contrário, porém, é preciso que tomarmos cuidado pois nem tudo que está a nossa disposição é realmente importante. Eu tenho saudade da simplicidade do passado, quando as coisas eram mais trabalhosas e também mais bonitas. No passado, a bombacha era coisa de homem e o vestido de prenda ilustrava toda a beleza da nossa mulher gaúcha. Mas isso foi no passado. Ohh saudade....
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Abraço a todos e um bom começo de semana.
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P.S.: A novidade que prometi a cerca de dez dias será anunciada impreterívelmente até sexta-feira próxima.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Co's bofe azedo de novo

Sabem aqueles dias que amanhecemos com os bofe meio azedo e aí ao longo do dia a coisa fica pior ainda? Pois é, é assim que estou neste dia de hoje. A ponto de ebulição. Todos vocês devem saber que quando inventaram o celular, a “desculpa” achada pelo inventantes, para tal, era a possibilidade de comunicação com qualquer pessoa e em qualquer lugar, visto que o aparelho é móvel. Acontece que, só é possível se comunicar com a pessoa que desejamos, na hora e no local em que queremos quando esta possui um celular, e mais, quando ela carrega consigo tal aparelho, ao invés de deixa-lo em casa como muitos e muitos fazem. Os adventos da modernidade estão aí as nossas voltas supostamente para nos servirem de auxílio no decorrer da vida diária, contudo nada funciona sozinho. É preciso que nós estejamos aptos a fazer da globalização algo realmente útil para nossas vidas.
Nas duas últimas semanas que passaram fiquei sem celular. Não foi porque esqueci em casa ou algo do gênero, o fato é que estragou o meu aparelho. Detalhe, quando o comprei, já escolhi um modelo cheio de nove horas, com câmera e o diabo a quatro para que eu pudesse fica mais tempo com o aparelho. Inicialmente eu troco de dois em dois anos, e desta vez queria ficar no mínimo três anos. Acontece que os dois anos deste aparelho que estragou, venceriam em dezembro e nós estamos em maio. Pra variar, fiquei p. da vida e acabei comprando um aparelho novo, o mais baratinho que tinha na loja. Agora, utilizo celular só pra ligar mesmo. Mais nada. O fato é que azedei meus bofes e pra mim ficar assim não vai muito. Aí chutei o balde. Portanto, se alguém tentou ligar pra mim durante este período e não conseguiu, por favor isentem-me de toda ou qualquer pena, pois afinal não tenho culpa de nada. Hehehe

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Gente amiga hoje o texto é meio curto porque to correndo mais que queniano em dia de maratona São Silvestre. Dei uma breve repassada na minha fonte de informações, a minha cabeça, e não achei nada de interessante referente ao nosso gauchismo. Podia estar aqui lhes comentando sobre mais uma chacina familiar, desta vez em São Paulo, ou do rolo que está metido a governadora do estado do Rio Grande do Sul, porém, seriam assuntos hipócritas para uma sexta-feira. Digo hipócrita, pois são já tão comuns que se eu fosse falar conforme a incidência que estes casos ocorrem, devia renomear este blog para: Pau na nuca e algumas balas perdidas por aí. Como hoje se encerra a semana, vou evitar novamente de entrar em polêmicas, agradecendo a paciência de todos vocês meus amigos leitores, desejando-lhes um bom final de semana. Claro, alegre certamente, porque, de más notícias,este país está cheio.

Forte Abraço a todos.
E NÃO ESQUEÇA!!!


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Reunião de família

No domingo que passou, ontem, retornei mais uma vez a Várzea do Cedro (à saber, localidade do município de São Francisco de Paula no caminho à Caxias do Sul), desta vez para participar de um almoço da família da minha namorada, Ana. A família Gomes dos Reis, mais conhecida como “Guavirova” ou “Guabirova” é extensa e unida, como se pode perceber durante o evento ao longo do dia de ontem. Nos últimos tempos, temos visto cada vez mais a tentativa das famílias ditas tradicionais, em reunir suas gerações afim de dar segmento no cerne cultivado nos tempo de outrora, o que propiciou, inevitavelmente é claro, a sua existência nos diais atuais. Enfim, há a necessidade dos mais velho em tentar transmitir aos mais novos o mínimo de conhecimento possível para que a história familiar perdure por mais um bocado de tempo, e porque não, infinitamente. Creiam senhores que esta atitude é sem dúvida nenhuma, plausível, uma vez que, a cada dia que passa vemos o conceito de entidade familiar ser deturpado e esquecido pelos adventos da nossa vida moderna e as ranhuras da nova concepção de sociedade.
Cheguei na Várzea do Cedro por volta de treze horas e trinta minutos. Considerando que às treze horas e cinco minutos eu ainda estava em São Chico, cheguei cedo para o almoço. Almoço que por sinal, a estas tantas, já estava na sobremesa (hehehe). “Bóia veia” cuiúda, daquelas de sustância como diria o gaúcho lá da serra. Churrasco, churrasco de pinhão, polenta frita, saladas à vontade e mais um eito. Cardápio especial do meu amigo Jorge Marques, que nos últimos tempos se especializou em levar a todos um “buffet” genuinamente gaúcho. Sim, a polenta é italiana, mas sabem como é, pegamos emprestado e hoje em dia é nossa também. Comi tanto que quase saí carregado da mesa (hehehe). Feito a bóia, passamos para a seção das fotos. Aliás, as fotos já estavam sendo feitas enquanto os retardatários, como eu, ainda almoçavam. Feito o brique, passei a circular pelo salão afim de cumprimentar os amigos, e, de antemão, utilizo-me deste espaço para pedir desculpas caso tenha esquecido de cumprimentar alguém. Aí veio o fandango, pois afinal, festa de família na serra sempre termina em fandango.
Dancei duas marcas com a minha prenda e já fiquei cansando (hehehe). Nos últimos tempos me acostumei tanto a tocar pros outros dançarem, que quando ocorre o contrário eu já não consigo responder da mesma forma como fazia a uns três, quatro anos atrás. Quando encerrou o curto fandango, avistei o seu João Maria e a dona Loreni, bom, e aí, eu tive que me bandear pro lado deles por um motivo muito especial: o casal de amigos completou na última semana cinqüenta anos de casamento. O Seu João Maria e a Dona Loreni são avós dos meus primos Antônio e Débora, e este casal, desde o estreitamento da minha amizade com o Antônio sempre me tratou muito bem e eu acabei nutrindo um carinho especial não só por eles, mas como por toda a família. Os trago aqui hoje, pois surgem como um exemplo mais do que forte da verdadeira concepção de família, fundamentada no amor, no afeto, no carinho e acima de tudo no respeito. Nos nossos dias atuais, onde vemos casamentos que não duram mais que um ano e pasmem, uns que duram menos que isso, ver este casal chegar aos cinqüenta anos de casados é um orgulho para a família e deve servir de espelho para nossas futuras gerações.
No domingo que passou, ontem, retornei mais uma vez a Várzea do Cedro, desta vez para participar de um almoço da família da minha namorada, Ana. A família Gomes dos Reis, mais conhecida como “Guavirova” ou “Guabirova” é extensa e unida, como se pode perceber durante o evento ao longo do dia de ontem. Esta é mais uma família na luta diária pela sua sobrevivência, e eu, não tenho dúvida alguma de que nesta peleia, o resultado é previamente definido: a vitória!

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Forte a abraço a todos e uma ótima semana.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Vida de músico

Toda quinta-feira à noite faço uma retrospectiva dos fatos da semana tentando encontrar um assunto valioso a ponto de merecer que este Campeiro trace algumas linhas para ampliar o debate. Geralmente tenho tentado focar os assuntos no âmbito tradicionalista, pois, considero que anda faltando fundamento nestes últimos textos. Eu digo fundamento no caráter regionalista, que fale do gauchismo. Assuntos de caráter social tem sim fundamento quando são tratados se forma correta e transparente, contudo, creio que este blog tem tratado muito da vida da humanidade e deixado um pouco de lado o nosso virtuoso berço gaudério. Lamento não estar surgindo assuntos pertinentes para tanto. Na realidade eu até tenho um assunto bem pertinente, porém, da mesma forma que é pertinente é polêmico e acreditem: sexta-feira não é dia de polêmica. Sendo assim, vou tratar de falar de algo que não é polêmico mas que é prazeroso e cansativo ao mesmo tempo: a vida de músico.
Ontem conversei por um tempo com o meu amigo Maicão, vocalista do grupo Tchê Moçada (aliás, por sinal, um baita vocalista). Falávamos da real situação dos conjuntos musicais gaudérios da nossa região e da dificuldade que temos para fechar uma agenda mensal hoje em dia. Para vocês terem uma idéia, meus caros leitores, só no mesmo dia de ontem falei com quatro representantes de CTG’s da região e de concreto não consegui nenhuma data de fandango. Não sei informar-lhes se a falta de bailes promovidos pelas entidades tradicionalistas é um reflexo da crise econômica global que de certa forma atinge todos nós, mas o fato é que há sim uma retenção de eventos neste nosso entorno. Comentavámos eu e o Maicão, da necessidade de ter uma outra forma de renda afora a vida de música. Hoje em dia, fora os conjuntos musicais renomados, todos os músicos desempenham funções distintas ou ligadas a música, durante a semana ou quando não estão tocando. Nada nos assusta pois sabemos que até os músicos renomados um dia tiveram que fazer o que fazemos, no entanto, a possibilidade de um caminho longo pela frente nos põe em alerta, certamente.
Para ilustrar um pouco a minha vida de músico, vou voltar um pouco no tempo e relembrar da época do extinto grupo Alma de Campo. No ano de 2006, éramos seis músicos sendo quatro deles sócios (inclusive eu). Por questões financeiras e de contenção de despesas, não tínhamos nem ônibus nem equipe técnica para fazer a montagem e desmontagem do equipamento. O translado do equipamento da casa do Deine (um dos sócios) até o local onde seria realizado o baile era feito pelo Airton (também sócio) no seu caminhão. O Airton descontava apenas a gasolina. Os demais iam de carro comigo e eu nunca cobrei a gasolina. A montagem e desmontagem do equipamento era feita pelos quatro sócios, por vezes ajudados pelos dois músicos contratados. Tocado o baile, que geralmente tinha por volta de quatro horas, mesmo cansados, ainda desmontávamos tudo, colocávamos dentro do caminhão e depois descarregávamos na casa do Deine novamente. Foram sem dúvida, dias cansativos, contudo, eu nunca reclamei. Pelo contrário, sinto saudade daquele tempo, afinal, bons momentos vivi com os guris do grupo Alma de Campo.
Seguidamente ouço algum gaiato gritar por aí que ser músico é fácil, que é só subir no palco, tocar, cantar e depois disso descer rodeado de mulheres enlouquecidas. Não sabe este teatino, que o cansaço físico e emocional depois de quatro horas de baile, por ter que desempenhar com qualidade e com exímio respeito as nossas tradições as músicas, é tamanho, que a única palavra feminina que queremos ouvir é cama. O trabalho é desgastante como qualquer outro. No entanto, eu não reclamo, pois, estou fazendo o que gosto e porque as pessoas estão gostando do que eu estou fazendo. E alegria alheia, é o que basta pra fazer um músico feliz.


Segunda-feira trarei uma novidade para os fãs do GRUPO FANDANGUEIRO.
Um abraço a todos e um bom final de semana.

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Acompanhe o GRUPO FANDANGUEIRO:

Dia: 16/05 (Sáb.) - Baile no CTG Desgarrados da Querência em Sapiranga/RS

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segunda-feira, 11 de maio de 2009

No dia em que eu sair de casa

Tem coisas que são realmente inexplicáveis. Estes dias andava pelos corredores da Unisinos aguardando o começo de uma aula, quando surgiu um pensamento na minha cabeça: o que acontecerá no dia em que eu sair de casa? Deixar o aconchego do lar, o convívio constante dos meus pais e do meu irmão não é nenhuma novidade para mim. Durante os meses de abril de 2006 a julho de 2007, morei em Porto Alegre sem a presença da figura materna e paterna, no entanto o laço não fora rompido por completo, uma vez que, constantemente eu aparecia no lar familiar precisando de algum favor da minha mãe ou do meu pai. O pensamento que me ocorreu, é da possibilidade de romper finitamente o elo com a casa dos meus genitores e passar a andar totalmente com as minhas pernas, voltando apenas para visitas oportunas. O que será que vai ocorrer ou o que papai e mamãe vão pensar eu não sei, mas que um dia chega a hora de trilharmos os nossos caminhos sozinhos isso chega, e aí, não tem choro que ataque o destino.
O desapego nunca foi um problema para mim. Claro, como todo o ser humano evidente que tenho um gosto especial por uma coisa ou outra, e gosto sim, bastante da minha família, no entanto, há algum tempo venho me preparando para o dia em que eu resolver trilhar o meu próprio caminho, sem recorrer a eventuais “socorros”. Quando ocorrerá isso eu não sei. Pode ser mês que vem, no final do ano, ano que vem, daqui a três anos, enfim, realmente não sei. Mas que vai ocorrer isso vai, afinal, eu não quero passar o resto da minha vida vivendo como se estivesse às custas dos meus pais (o que realmente não ocorre). Sempre aprendi mais, caminhando sozinho do que quando me mostraram o caminho. É o que acontece comigo e com todos, infelizmente, o crescimento pessoal sempre vem com uma dosezinha de sofrimento. Faz parte da vida, e sendo assim, está a mercê de todos.
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O bolinho estava lá, intacto e brilhante. Uma pena que eu não fui convidado a saboreá-lo. Realmente uma pena. Bom, como eu deixei uma pergunta no ar na última postagem (até respondi, mas disse que achava, pois, convicto mesmo eu não estava), achei por bem vir a público através deste blog, traçar um breve comentário a respeito do baile de aniversário do CTG Rodeio Serrano, ocorrido no último sábado, dia nove, nas dependências da instituição. Animado pelo grupo Os Mateadores, foi um bom baile com pouco menos de quinhentas pessoas presentes. Sim, bem aquém dos tempos áureos do Rodeio Serrano, mas muito bom pra quem gosta de dança ao som da boa música deste nosso Rio Grande. A nova patronagem foi empossada e eu quero crer que o serviço já realizado até aqui seja ampliado, uma vez que o novo patrão fazia parte da patronagem que se despediu. Que o foco seja voltado novamente para área artística do CTG e não só a parte campeira como tem ocorrido nos últimos tempos.O certo é que toda ou qualquer instituição como os CTG’s, dependem do apoio da comunidade em seu entorno para que haja sucesso em todas as promoções que são realizadas. Vamos torcer então para que a nova patronagem do CTG Rodeio Serrano acabe de uma vez por todos com aquele bairrismo que sempre ouve dentro do CTG e abra as portas de suas dependências a toda a sociedade, sem distinção. O retorno aos tempos de glória está sim relacionado a uma administração humilde, focada na juventude e é claro, sem nenhum vestígio da prepotência dos últimos anos.

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Abraço a todos e uma boa semana.

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CONVITE IMPERDÍVEL!!!!! NÃO DEIXE DE PRESTIGIAR:


sexta-feira, 8 de maio de 2009

E o bolo vai dar bolo de novo?

Causos de fandango


Já vai algum tempo que eu não trago a este blog um causo de fandango. Ao deparar-me com tal inércia e tendo em vista a proximidade do baile de aniversário do CTG Rodeio Serrano (o baile é amanha) na minha querida e estimada São Francisco de Paula, de pronto me recordei do assucedido no ano passado, fatídico três de maio do ano de 2008 (fatídico para o CTG, é claro). Não vou entrar em detalhes porque o texto abaixo conta tudo e sem rodeios, mas uma pergunta é matreira na minha cabeça: será que o bolo vai dar bolo de novo? Acho que não, apesar de que até ontem, não se tinha notícia de ninguém que estivesse disposto a assumir a patronagem da entidade (o baile também é o de posse da nova patronagem). Fandango às custas de Os Mateadores, pra quem tiver pelas voltas, dá uma chegada por lá.


E O BOLO DEU BOLO ( postado em 06/05/2008)


No último sábado, três de maio deste corrente ano, realizou-se o baile de aniversário do CTG Rodeio Serrano na minha querida São Francisco de Paula. Cinqüenta e três anos de histórias pra contar. Muita magnitude e muitas glórias elevaram o nome Rodeio Serrano para as alturas. Bons tempos que já não se fazem presentes nos dias atuais. Há alguns anos o querido CTG já não se acende através do seu brilhantismo.
Confesso que não estava nem um pouco animado para ir a este baile. Diversos fatores tem me distanciado da vida fandangueira, no entanto, pressões do casal de amigos Antônio e Dani e da minha própria namorada Ana, me fizeram rever a minha posição, e lá fomos nós, abaixo de chuva, cerração e dum friozinho ameno (hehehehe), bailarmos ao som do Zezinho e Grupo Floreio. Por sinal uma boa música, bem trabalhada e sem comprometimento. Destaques para o talento da gaita do Zezinho, da guitarra do Romualdo Moura e da batida forte e compassada do baterista. Completando o time, um baixista que não comprometia e um vocalista que quando fazia o simples (cantar evidentemente) ia bem. A pena é que de vez, baixava um Sidnei Magal dos pampas no cantor e daí, bem, daí eu prefiro abster-me de comentários.
Mas o principal astro da noite não era o cover do Magal, e sim o bolo. Em festa de aniversário o bolo só não é o astro maior da festa porque tem o aniversariante. Mas entristece-me dizer que neste caso, o bolo se superou.
Chegamos nas dependências do CTG Rodeio Serrano por volta de onze da noite, e para nossa surpresa poucas pessoas se encontravam ali a espera do fandango de aniversário. Pouco antes da meia noite, entramos para o salão e a zero hora do dia quatro de maio roncou a gaita do Zezinho pelo salão. Detalhe, neste momento não haviam muito mais de cem pessoas presentes no fandango. Aos poucos, a coisa foi melhorando, os gaudérios e simpatizantes foram chegando devagarito e por volta de duas horas da manhã já tinha cerca de quatrocentas pessoas dentro do salão do CTG. Um número mais considerável, mas bem aquém da história do Rodeio Serrano. O galpão que já recebeu fandangos memoráveis com Os Serranos, Os Monarcas, Os Mirins, Garotos de Ouro entre outros, sempre com casa cheia e sobrando gente na rua, agora não consegue nem colocar metade da sua capacidade máxima. Não quero desmerecer a figura do Zezinho, bem pelo contrário, tocou um fandango digno da data.
Mas como eu ia dizendo, no início do baile poucas pessoas faziam parte da festa. Comentei isso com meu grande amigo Jairo, secretário do CTG e ele de pronto concordou comigo. Conversávamos e nos perguntávamos, onde estariam os “caciques” da cidade que participaram da história do CTG e de certa forma ajudaram a levá-lo para o buraco. Desculpe a franqueza, mas detesto mascarar situações. O CTG Rodeio Serrano, assim como a maioria dos CTG’s gaúchos, está mal das pernas pura e simplesmente por más gestões. Decisões equivocadas ao longo dos últimos anos, deixaram os CTG’s em situações catastróficas. E outra, muitos, ao longo do tempo, tentaram elitizar os eventos dentro dos galpões deixando o povo e a juventude de lado. Resultado de tudo isso? Um bailão em cada esquina ganhando dinheiro valendo e os CTG’s falidos.
Mais e o bolo? Pois, sábado, no galpão do CTG Rodeio Serrano, toda esta derrocada que vem vindo dos últimos tempos foi ilustrada pelo episódio do bolo. O doce da festa ficou amargo e virou chacota. Aos desconhecidos, para que se possa chegar ao salão de baile do “CTGuampa”, é necessário passar pela churrascaria existente nas dependências. Pois bem, membros da patronagem vieram trazendo da sala de administração, que fica junto ao restaurante, o bolo em cima de uma mesa com rodinhas. Entraram pelo salão e aquele bolo brilhava. Tudo ocorria bem até que uma das rodas trancou num desnível do assoalho velho de madeira. O bolo até então quietinho e intacto em cima da mesa, deu um salto mortal e estribuchou-se no chão sem dó nem piedade. Lamentável! Pelo que isto representou na história do CTG e pelo fato de ter tantos passando fome por aí. Não sobrou camada em cima de camada, merengue em cima de merengue. Uma pena! Felizmente o Zezinho, macaco velho, contornou a situação e meteu gaita valendo, prosseguindo o fandango.
Este sem duvida, é mais um episódio triste da história deste grandioso CTG. Não culpo a patronagem atual, que dentro de suas possibilidades está fazendo o possível e o impossível para manter viva a chama campeira que levantou esta magnífica instituição no alto da serra. Vamos torcer para que a comunidade resgate o ímpeto solidário e fandangueiro ajudando a trazer de volta os tempos de glória do tradicionalismo. Que pessoas como o Antônio, a Dani, a Ana, o Jairo e este Campeiro que vos escreve, mantenham firme a luta pelo gauchismo, dando seu apoio e sua força, apesar de todas as adversidades que nos surgem. Quem sabe o qüinquagésimo quarto aniversário entre para história como aquele que trouxe de volta todo o brilhantismo do Centro de Tradições Gaúchas Rodeio Serrano, nos campos dobrados de São Chico de Paula.
Obrigado aos amigos pela companhia.


Forte abraço e um bom final de semana a todos.

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CONVITE IMPERDÍVEL:


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Coisas que eu preciso aprender

Diz um ditado popular, que depois da tempestade sempre vem a bonança. Eu não sei. O que sei é que o conceito de tempestade pode não ter pra um, o mesmo significado que pra outro. As pessoas são diferentes, pensam diferentes e agem diferentes. Após um grande final de semana, talvez um dos melhores do ano, vivo neste instante um momento de incerteza, de aflição e porque não: de lamentação. Algumas coisas surgem nas nossas vidas como mensagem para que possamos enxergar o caminho obscuro. Uma pena é que nem sempre conseguirmos compreender esta mensagem. Aí, quando a coisa acontece mesmo, ficamos decepcionados ou injuriados como estou me sentindo agora.

Eu preciso aprender a ter mais paciência;

Eu preciso aprender a ser mais tolerante;

Eu preciso aprender a corrigir os meus erros;

Eu preciso aprender a achar uma solução para a tristeza que me assola neste momento;

Eu preciso aprender a pedir desculpas;

Eu preciso aprender que ninguém consegue viver sozinho;

Eu preciso aprender a amar mais;

Eu preciso aprender a enxergar que a pessoa que está do meu lado é a que mais me ama nesta face da terra;

Eu preciso aprender a retribuir este amor;

Eu preciso aprender, enfim, a viver.

Peço desculpas a todos pela melancolia deste texto até aqui. Não lhes direi o porque de eu estar triste, quero deixar passar este momento e achar uma solução para reparar o meu dano da melhor forma possível. Quero apenas que leiam estas frases que escrevi acima, pois elas podem estar falando implicitamente de você, de mim ou, porque não, de nós todos.
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Abraço e uma boa semana.