quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Apenas um Recomeço...

Enfim, bate em nossa porta o último dia do ano de dois mil e nove. Um ano bom? Um ano ruim? Um ano mais ou menos? Creio que cada um de vocês deve responder para si qual das perguntas é a que mais combina com você. Neste exato momento, eu deveria estar introduzindo palavras capazes de nortear um texto recheado de esperança e de coisas boas. Não farei assim, contudo, desta vez. Retomando algumas passagens do Blog do Campeiro neste ano, deparei-me com um texto que é capaz de sintetizar a forma como devemos encarar a vida no próximo ano, a capacidade de recomeçar que mais uma vez nos é apresentada. Eis, amigos e amigas, um texto postado no dia treze de fevereiro e, sem dúvida nenhuma, o melhor já escrito por este Campeiro em toda sua vida:

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O VELHO E O RIO
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O Velho estava cansado. Nos últimos setenta anos tinha sido um peão de estância sem nenhum dia de folga ou férias, um único dia. Nem uma doença o atacava, o Velho não ficava doente, não podia ficar doente. Todas as manhãs encilhava o seu cavalo baio ruano e partia para mais uma campereada. Não sem antes é claro, apartar as vacas de leite. Teve também um tordilho negro e dois tubianos, mas o pingo baio ruano, a... Inesquecível. Nunca se queixou de sua lida na estância, mas naquele dia o Velho cansou. Alguma coisa não o tirou da cama forrada com pelego, algo estava diferente. O Velho estava completando oitenta anos naquele dia, que podia ser mais um dia igual aos tantos que já passou, com chuva, geada, neve, sol ou vento, ás vezes até uma mistura de tudo isso. Mas aquele, não era um dia igual aos outros. Não, não era. O Velho estava cansado.
Lembrou então o velho, sua memória estava intocável, do dia que completara dez anos de idade. Foi levado pelo pai até o povoado da capela de Santa Fé, não mais distante que sete ou oito horas da estância. Ficara maravilhado com todo aquele movimento, fora a missa e visitara bodegas e bolichos. Na ocasião ganhara de presente do pai um lenço colorado, o mesmo lenço que o acompanhara pelo resto da vida. Com dez anos de idade o Velho visitara pela primeira vez a civilização citadina. Fora também sua última, pois nunca mais saiu da estância, afinal, alguém tinha que fazer o serviço. O menino de dez anos de idade cresceu e acabou esquecendo do dia em que passeara com o pai. Mas naquela fatídica data, oitenta anos de idade, o velho lembrou. Mirou o prego fincado atrás da porta do quarto e avistou o mimo que o pai lhe dera. Judiado do tempo e do suor da lida, mas ainda assim intacto, bem como o amor e a admiração que o velho sentira pelo pai. O pai havia lutado ao lado de Bento Gonçalves na revolução farroupilha, a estância e uma junta de bois foram dados pelo próprio em agradecimento pela lealdade, fibra e coragem que o pai tivera ao lado do Presidente. O pai era um orgulho para o filho, não podia desaponta-lo jamais.
No entanto o Velho neste derradeiro dia sentiu algo diferente em si mesmo. Alguma coisa estava faltando. Vivia só, o velho, sem mulher nem filhos, afinal nunca teve tempo de procura-los mesmo, a lida não permitia. Custou a se levantar. Já de pé, olhou-se no espelho, coisa que a muito não fazia. Viu um rosto cansado coberto por uma barba que fazia uns cinqüenta anos que ali figurava. Então, pegou uma navalha velha que encontrara no fundo do armário, queria enxergar o homem que estava por trás daquilo. Saiu pro galpão sem a mesma agilidade dos últimos anos. Encilhou o pingo e montou com uma dificuldade que não existia até o dia anterior. O Velho estava cansado. Pegou o rumo do campo e passou a cavalgar a esmo, sem se preocupar com nada. Queria sentir o minuano batendo no rosto limpo, redobrando o chapéu e tremulando as franjas do pala.
Até que uma coisa fez o Velho parar abruptamente. Apeou do cavalo e ficou mirando aquilo de uma forma tão constante, que perdera a noção do tempo. Na sua frente estava o Rio. A o Rio. Quantas e quantas vezes tomara banho no Rio quando era criança. Ele conhecia aquele Rio, sua nascente, suas curvas, mas há setenta anos não se dava conta da existência daquele príncipe aguado. Bebia da sua água, a dava para os animais, irrigava o milho, o feijão e alguma outra coisa. Atravessava-o a cavalo quando o mesmo baixava, afinal tinha um capão de mato do outro lado. O pai estava lá descansando. Passava pelo Rio quase que diariamente mas sem vê-lo. Naquele dia contudo, foi diferente. Sentado numa pedra à sua margem, ouvindo o som sereno das águas correndo, o velho se deu conta ali, que o Rio é igual a vida de qualquer um ser humano. Ele corre, encontra obstáculos, faz curvas, mas é também, calmo, ameno e sereno. Se deu conta então, o Velho, que durante setenta anos, viveu apenas metade da sua vida. Enxergou no leito do Rio, que qualquer um tem o direito de aproveitar um pouco da sua existência, que o trabalho engrandece um homem sim, mas que não é tudo. É preciso sonhar, amar, sentir medo e saudade. Só assim podemos ser completos.
O Velho estava cansado. E com fome também. Com fome de viver. Acreditem, nem mesmo os oitenta anos do velho foram capazes de impedi-lo de fazer o que queria nos seus últimos dias de vida. Nunca é tarde para se aprender a viver, mas quanto mais cedo a gente se dá conta, mais nossa alma estará completa.
O Velho e o Rio hoje andam juntos. E não há nada que possa impedi-los de serem felizes.
Únicos, o Velho e o Rio...
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Para finalizar, trago ao conhecimento de vocês palavras do magistral poeta gaúcho Mário Quintana, que demonstram a verdadeira simbologia de um ano novo:
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“Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça...”
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Um frateno abraço e um grande novo ano a todos.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Intensidade

Eis que surge, enfim, a derradeira e última semana do fatídico ano de dois mil e nove. Alguns já estão sentindo falta deste ano, outros dando “Graças a Deus” que vai acabar e o restante pouco se importando e sem reação alguma. Lembro-me que no início do mês passado, mencionei que na hora certa faria um balanço geral dos acontecimentos marcantes deste dois mil e nove, sendo bons ou ruins, afinal, virou praxe trazer a tona este tipo acontecimento aqui no blog a certa altura do ano. Creio que a hora certa para este balanço seria hoje, agora, porém, algo ontem me fez mudar de idéia, não mudando, talvez. Decidi-me tratar dum dos assuntos mais importantes em nossa vida e por que não, o mais importante: família. Mas afinal, qual o verdadeiro significado de família? Na definição do Aurélio, família é o pai, a mãe e os filhos: família numerosa; todas as pessoas do mesmo sangue, como filhos, irmãos, sobrinhos etc; grupo de seres ou coisas que apresentam características comuns. Não é a definição familiar de um dicionário, contudo, que me prende neste texto. Paira sobre mim a dúvida do conceito sentimental de familia. Mas afinal, para que existe realmente a família? Qual é o seu verdadeiro papel na vida de cada um de nós? Talvez eu chegue ao final deste texto sem uma resposta criativa, porém, um melhor entendimento passa, sem dúvida nenhuma, pelo sentimento. Para entender o sentimento, é preciso saber lidar com ele e, inevitávelmente, escrever com ele.
Talvez a motivação maior para vivermos seja a busca constante pela felicidade. Ser feliz é o reconhecimento daquilo que a vida nos proporciona, creio eu. Há, todavia, momentos em que a felicidade perde sua força dentro de nós dando lugar a situações mais adversas, dando lugar a tristeza, por exemplo. Para quem trabalha com planejamento de futuro como eu, não foi nem uma, nem duas vezes em que vi parte de um sonho desmoronar frente a a realidade tão mais cruel. E nestas vezes, nunca me faltou o ombro amigo da minha mãe que é uma das únicas pessoas que já me viu chorar nesta vida. Também não faltaram as palavras sábias de meu pai. Tudo isso, mesmo eu não sendo aquele filho que hoje eu tento ser, mesmo tendo “abandonado” de certa forma meu seio familiar. Estes dias minha mãe indagou-me da seguinte forma: Meu filho... Nada surpreendente, afinal eu sou seu filho( é o que me disseram pelo menos hehehe). Surpreendente sim, meu caros. Aprendi a ser chamado pelo nome em casa. Na hora chamei a atenção de minha mãe, pelo tempo que não a via me indagar assim. Dias depois, ela veio dizer-me que tinha ficado pensativa sobre a atenção que chamei. Disse-me que as vezes, simplesmente, as ações dela para comigo atestam esta condição de mãe e filho. Enfim, por vezes os gestos dizem mais do que palavras. Um fato real e relevante, certamente.
Porém, para não me alongar muito e também não responder questionamentos anteriores com mais dúvidas e perguntas, desta vez serei enfático e conceituarei a minha visão sobre o que é família. Subjetivamente, família deveria ser a base sólida, o esteio, o alicerce que proporciona a cada pessoa um começo de desenvolvimento de vida desde os primórdios pessoais desta. Objetivamente, cada família é composta por características distintas, umas mais unidas do que as outras, mais festeira dos que as outras, mais séria do que as outras. O que importa, contudo, é a lição que tiramos de cada uma destas, os valores e dogmas proporcionados a cada um de nós. Família é aquela que está sempre de braços abertos para um filho desgarrado, é aquele lugar que chamamos de casa, é aonde está quem nos ampara e quem nos cobra. Família é a felicidade constante e a tristeza pontual. Família é a união pela festança, pela bonança e principalmente pela adversidade. Família pode ser apenas eu e você, desde que seja um sentimento recíproco intenso. Intensidade. Esta aí uma palavra que faz parte do conceito familiar. A forma como sua família é não importa. O que importa é amar e respeitar a cada um que faz parte dela. Intensamente.
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Um forte abraço e uma boa semana a todos.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Um pouco mais

Sei que esta história de ficar fazendo carta para o Papai Noel além de ser surreal já está meio batido, ainda mais que ano passado eu já fiz algo semelhante, porém eu acho que podemos utilizar-se desta tradição, que ao meu ver não têm idade, para fundamentar algo realmente possível para as nossas vidas. Papai Noel existe sim no coração de quem acredita e acreditar na nossa vida é o primeiro passo para a felicidade. Eis, a carta:
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Querido Papai Noel!
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Este ano acho que fui um guri comportado. Respeitei meus pais sempre que possível, não xinguei muito meu irmão mais novo e dei uma atenção “considerável” para os cachorros lá de casa. O restante da família não pode se queixar dos meu atos, pois, procurei atender a todas da melhor forma possível. Enfim, estou sendo uma pessoa comportada nestes últimos tempos. Acho que mereço um cavalo crioulo. Que tal? Tá, de repente estou exagerando: pode ser uma bicicleta nova mesmo! Fora isso, peço aquilo de sempre, como: saúde, paz, felicidade, amor e um pouco de dinheiro porque sem ele ninguém vive né? Pois é. Estendo estes pedidos aos meus familiares e amigos. Quero ver todos bem. Falando nisso Papai Noel, e o senhor como anda? Tem se alimentado direito? De certo né, afinal a barriga parece que só aumenta. Ops. Desculpe-me bom velhinho, falei brincando não quis ofender-lhe. Mas voltando ao assunto, como está o Polo Norte? E suas adoráveis e inseparáveis Renas? Espero que esteja tudo bem por aí. Por aqui, fora do seio familiar, diria que as coisas não vão muito bem, e é por isso que resolvi escrever-lhe esta cartinha Papai Noel.
Papai Noel, as pessoas se tornaram mais sérias e carrancudas. Ando pela rua e só vejo expressões fechadas, já não vejo quase a alegria e o divertimento deste nosso povo. Sei que eu sempre preguei a seriedade, mas nos atos, e não no modo de viver. Tenho pensado muito no motivo deste desalento todo, mas ainda não cheguei a uma resposta. Será a fraqueza de nossos governantes e representantes que, em sua maioria, não conseguem desempenhar seus papeis de forma completa? Será pela falta reconhecimento profissional por parte dos empregadores de toda esta gente? Será o desemprego ou as dívidas? Papai Noel o senhor por acaso tem uma resposta pra tristeza do nosso povo? Será que de dentro do seu saco cheio de presentes não tem um pouco de alegria para espalharmos para todos? Falei no plural porque eu sou seu parceiro nesta empreitada. Sei que tens milhares de pessoas para atender e por isso, vou te dar uma mão. Vou juntar uma galera por aqui e todo mundo vai pegar junto contigo, pode deixar.
Por fim, Papai Noel, gostaria de comentar com o senhor sobre o fato de ter ouvido da boca de um anjo estes dias, que independente ou não da existência de problemas, temos que levantar a cabeça e tocar nossa vida por diante. Deixar as adversidades recairem sobre as nossas vidas apenas nos tornará menos felizes. Fiquei com isso em minha mente e desde então passei a utilizar-se dos ensinamentos deste anjo em benefício de minha vida. Não direi que isso serve de motivação, pois, acredito que esta tem que partir de dentro de cada um, todavia, surge como uma espécie de ponto de partida para que possamos viver um pouco mais, amar um pouco mais, ser solidário um pouco mais, enfim, ser feliz um pouco mais. Que neste Natal paire sobre as nossas mentes sentimentos puros, verdadeiros e uma espécie de resgate de valores importantes para nossas vidas. Que todos sorriam, dêem gargalhadas e que chorem, mas de felicidade. Se é utópico pedir um mundo melhor eu não sei, mas mesmo assim estou aqui fazendo a minha parte, escrevendo a ti meu bom velhinho. Que relembremos de onde viemos e para onde queremos ir, e que jamais, repito incisivamente, jamais, percamos a esperança em nosso semelhante. Que haja mais esperança pra este povo Papai Noel, mais esperança, pelo menos, um pouco mais.
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Muito obrigado por me ouvir atentamente.
Com meu sincero respeito,
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Bruno Costa “Campeiro”
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Que este Natal supra os anseios de cada um de vocês.
Feliz Natal e um grande abraço.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Da canja...

Ouvi no rádio hoje pela manhã que o verão temporada dois mil e dez, que começará por volta das quinze horas de hoje, será mais quente que os últimos verões. Ouso dizer, então, que tudo leva crer que muita gente irá derreter durante estes próximos três meses (hehehe). Não será sobre este fato, porém, que eu tratarei aqui no blog neste dia de hoje. Aliás, confesso a todos que ainda não sei de que fato tratarei, mas até o traçar das últimas palavras desta introdução eu certamente terei um assunto interessante a explanar. Ou não? Eis que me surge mais uma dúvida. Tratar de falar do natal hoje, faltando apenas mais três dias para a data tão esperada seria queimar um assunto já manjado para a manhã de quinta-feira. Assim sendo, acabo de riscar este assunto da pauta, pelo menos momentaneamente. Ousaria dizer que algumas pessoas, as que conseguiram chegar até aqui, já estão me chamando de enrolão, pois até agora eu falei, falei e nada falei. Meu apreciados leitores e leitoras, por favor, não me levem a mal mas terei que ser sincero: realmente estou embromando nas palavras em busca de uma melhor sorte e de uma inspiração capaz de conduzir-me as frases que deven seguir em sequência. Dizem que a sinceridade as vezes deve ser deixada de lado, o que discordo. Falar a verdade, por pior que seja, é sempre melhor que uma mentira que geralmente será descoberta. Coisas da vida, acreditem.
Como bem disse na sexta-feira, neste final de semana que passou estive na cidade de Torres. Não tratarei da cidade, mas sim, de como chegar até lá. Resolvi por conta própria utilizar-me da BR 101 para tal feito. Ao chegar em Torres prometi para mim mesmo que demoraria bastante tempo para passar neste trecho da rodovia federal novamente. Aí sábado, pasmem, retornei a Novo Hamburgo pela mesma BR 101. Vai dizer que não dá vontade de bater-me com um gato morto pra ver se mia sobre o meu lombo né? Pois é. Diria, no entanto, que viajar pela BR 101 só se torna um exercício de paciência em virtude do cruzamento pelas cidades de Terra de Areia e Três Cachoeiras. Isso porque, há a necessidade de construção de viadutos (já em andamento) nestes limites municipais, e para tanto, rotas alternativas laterais estão sendo utilizadas. Mas qual o problema disso? Os populares quebra-molas. Para manter o trânsito lento nestes locais este artifício está sendo utilizado de maneira exacerbada (cerca de um quebra-mola a cada cem metros) ocasionando uma retenção enorme de caminhões no trecho. Caminhão é sinônimo de trânsito lento e aí já viu tudo né? Mas tudo bem. Ainda sim eu estava light. Não irritei-me em momento algum durante o percurso. Mas deixo o recado: se você não tem muita paciência, creio ser melhor fazer tal trajeto via Estrada do Mar. Sei que há um excesso de pardais, mas a estrada pelo menos esta limpa. Sem buracos, tachões, quebra-molas, caminhões, tartarugas ou algo do gênero.
Bueno, pra quem estava com o assunto curtinho nesta segunda-feira de ressaca eu até que já escrevi bastante. Não tenho certeza, contudo, se dá pra se aproveitar muita coisa das palavras que tracei mas, como estamos já na finaleira do ano, dá-se um desconto a minha ingênua participação literária neste dia de hoje. Falando em ingenuidade, gostaria de voltar a salientar meu caros amigos que nesta época do ano o comércio está aflorado prometendo mundos e fundos. Agora, não se esqueça que o que eles visam é o lucro e não o seu bem estar. Desconfie destas promessas milagrosas de comprar agora e começar a apagar somente no natal de 2015. Como diriam os sábios anciãos: cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. O problema é que eu não gosto de canja de galinha, e isso, certamente pode se tornar um problema grave. Muito, aliás. (hehe)
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Um abraço e uma boa semana a todos.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Verão, sol e mar

Encaminha-se para o fadado e derradeiro fim da nossa querida primavera e assim, surge mais um verão em nossas vidas. Em situações normais, eu já estaria elencando todos os contras possíveis existentes no verão e como contraponto uma ou outra qualidade apenas. Há, contudo, algo de diferente em minha vida este ano. Este ano eu não vou reclamar da chegada do verão e sim saudar. O que? O Campeiro saudando o verão? Pois é, pasmem, é verdade. Não sei qual o verdadeiro motivo para esta situação anormal, mas é que eu ando um pouco diferente ultimamente. Passei a rever alguns conceitos, como o de parar de reclamar de tudo, por exemplo. O processo pessimista da reclamatória constante acaba tornando-nos pessoas incrivelmente chatas, pois pensamos só no lado ruim da coisa e não no lado bom. A reorganização de nossas vidas é necessária de tempo em tempo, sem, contudo, afetar juízos de valores essenciais. Evoluir, não é aderir a moda ou se moldar sob o pensamento do outro. Evoluir é saber utilizar-se do novo em prol de seu bem estar e saber assimilar o que o outro tem de bom pra te dar. Mas enfim, estou esperando a chegada do verão. Ansiosamente? Não, não diria ser algo tão apreciativo, mas sinto estra chegando com o verão o prenúncio de novos tempos. Tempos que não apagarão o passado, mas que certamente o deixarão como mais uma das tantas recordações armazenadas em nossa mente.
No momento em que você meu caro leitor ou leitora, está lendo este texto, é bem possível que eu já me encontre no nosso litoral gaúcho, mais precisamente no município de Torres. Não, eu não estou de férias. Vou lá em virtude de compromissos profissionais extras a música. Porém, mesmo não indo a divertimento, me sinto bem disposto ao convívio com o sol e o mar ainda que sabendo que este segundo, verei apenas de longe. Por muito tempo, todos os dias pela manhã ouvia um conceituado programa de rádio da nossa capital que informava o tempo diretamente das principais cidades do nosso interior. O radialista de Torres sempre encerrava seu boletim saudando os ouvintes e elevando a sua cidade como a “capital das praias”. Se Torres é a capital das praias a falta de um convívio mais direto me impede de garantir, mas que certamente é a mais bela do litoral gaúcho isso eu não tenho dúvida. E já que Vinícius de Morais atestou que beleza é fundamental, certamente o ônus de ter que trabalhar no final de semana é compensado pela indiscutível magnitude natural e bela da cidade. Resta-me encarar com “tranqüilidade” (hehehe) este sacrifício.
Talvez só agora eu tenha aprendido que com o verão vem a alegria nunca vista no inverno. As pessoas no inverno se vestem de forma mais elegante a meu ver, mas sob os volumosos casacos há uma cara fechada e um corpo quase que entrevado devido ao efeito que o frio faz nas juntas do nosso corpo. No verão não. Roupas leves, pernas e braços aparecendo e pessoas alegres por poderem sair a noite sem se preocupar com o resultado do sereno da madrugada. Tem o mormaço, o calor intenso, mas eu acho que que os benefícios neste caso, compensam os malefícios. No final das contas meus caros amigos e amigas, o que importa é a felicidade de cada um. Se o inverno te faz uma pessoa feliz, que bom. Se é o verão, que bom também. Já que estamos nesta vida de passagem, o que mais importa é aproveitar os melhores momentos dela sem a preocupação excessiva com o amanhã. Afinal de contas, de que adianta pensar no amanhã e não aproveitar o mais importante do que acontece no hoje? A questão é viver cada segundo, cada minuto, cada hora, cada dia como se fosse o último. Eu estou a espera do verão, do sol e do mar. Também estou a espera de tudo de bom que virá com eles. E estas coisas boas virão certamente. Por que? Porque eu acredito, e ponto final.
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Abraço a todos e um bom fim de semana.
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Salvo algum evento surgido de última hora, o Grupo Fandangueiro se despede do ano de 2009 em um grande fandango a se realizar no CTG Terra Nativa neste sábado em Novo Hamburgo. As portas do galpão estão abertas pra ti meu amigo e minha amiga que está disposto (a) a, conosco, fazer desta finaleira uma grande festa.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Das etapas que a vida tem

Foram raros os momentos em quem expus a minha vida pessoal aqui neste blog. Que falei como Bruno ao invés de Campeiro. Não criei este espaço para torná-lo em uma espécie de diário, este blog só existe para falar das coisas da nossa terra, da nossa gente e da nossa música. E por falar da nossa gente é que eu acabo abrindo espaço para tratar de assuntos pertinentes a sociedade, e nessa hora, não há personagem na figura do autor. Mas bueno, desenvolvo então a partir de agora a idéia central do título desta publicação, que sim, descreve uma passagem pessoal do Bruno e será escrito em primeira pessoa para ser lido como tal. Das etapas que a vida tem. Com o passar do tempo a gente vai aprendendo que alguns pontos específicos que surgem ou se criam em nossas vidas acabam se transformando em etapas, cumpridas ou a se cumprir. Defini-las, contudo, na prática nem sempre é tão romântico como na teoria. As idéias vagueiam intermitentemente na cabeça das pessoas e para um indivíduo cheio de dúvidas como eu, definir o começo ou o fim é muito difícil. No entanto me pareceu interessante falar de tal assunto hoje tratando-o não como uma etapa superada, mas sim, como uma nova oportunidade que a vida vem a me proporcionar e a proporcionar a outra pessoa.
Ao longo destes meus vinte e dois anos de idade, namorei fixamente durante pouco mais de cinco anos. Numa subtração direta, isso quer dizer que desde os dezessete anos de idade eu namoro fixo e exclusivamente com uma pessoa. Na verdade devo corrigir o tempo verbal para namorei, uma vez que, há alguns dias me encontro solteiro novamente. Estar nesta situação é uma coisa nova em virtude do costume que eu estava vivendo e a partir de agora todo ou qualquer acontecimento que surge, é como se eu estivesse vivendo pela primeira vez. Dizer que eu passarei a aproveitar a vida agora seria fazer uma crítica a que levei nos últimos tempos. Não critico o passado e nem me arrependo dele. Vivi muitos bons momentos e alguns nem tanto, coisas da vida que aconteceriam também se eu estivesse solteiro neste período. No fim das contas, ficam as boas lembranças dos bons momentos e o aprendizado de vida dos momentos menos inglórios. Já que a vida é meio curta e eu tenho aprendido que o estresse não leva ninguém a lugar algum, o negócio é tentar tirar proveito de toda ou qualquer situação. Em umas nos brota a felicidade e em outras nos brota o ensinamento. Remoer o passado tentando achar um conserto futuro para o insucesso do presente é uma coisa que tentarei não fazer mais. Viverei o presente sob uma ótica de futuro e não somente para o futuro.
Das etapas que a vida tem, creio ter superado mais uma das tantas que vieram e ainda estão por vir. Não sei o que levou-me a expor tal situação aqui no blog já que sou uma pessoas avessa a exposição pessoal de minha imagem, ao contrário da imagem artística. De certo, foi a consciência tranquila de saber que independente de toda ou qualquer coisa, encerrou-se um ciclo feliz de minha vida e terminou para que ficasse este sentimento na memória. Não escrevi até aqui tentando criticar ou expor ninguém, nem mesmo a mim. Escrevi simplesmente por achar legal deixar isso bem claro. O que farei agora? Agora vou aproveitar meus ensinamentos do ontem, tentar viver o hoje e preocupar-me um pouco menos com o amanhã. O amanhã, aliás, nesta altura do campeonato um futuro incerto. Ou certo? Ahhh as dúvidas....
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Daqui pra frente

Hoje, mais uma sexta-feira de mais um mês de dezembro de mais um fatídico ano que está no seu incansável final. E o pior, é muito provável que ele não mais volte salvo nas lembranças férteis de cada um de nós. Por falar em lembrança, ontem a tarde recebi um e-mail muito interessante que me fez parar um pouco e refletir sobre a vida. Não creio muito que a reflexão seja muito próspera para a continuidade do nosso viver, contudo, ontem, este e-mail me fez refletir sobre uma nova ótica. Dentre todo o seu conteúdo, destaquei uma frase que a leitura de todos vocês pode parecer algo já batido, no entanto, parece-me que ela simplesmente diz muito sem argumentar excessos: “Mas lembre-se, todos os sessenta segundos que você gasta irritado, perturbado ou louco, é um minuto de felicidade que nunca mais vai voltar!!!” Aí comecei a pensar no caminhão de minutos que já perdi até hoje em minha vida me irritando, perturbando, penalizando sem, porém, ganhar algo de útil com tudo isso. Sim meus caros leitores, a ira em momento algum nos levará para um local interessante. O que farei a partir de agora? Sinceramente eu não sei, mas certamente uma luz lá no fim do túnel já pisca e de forma intermitente. Me basta é desembaraçar as vistas e enxergar na penumbra um novo caminho. Um bom caminho, de preferência.
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Algumas pessoas a esta altura do campeonato já estão com suas casas enfeitadas e a maioria das cidades já fez o mesmo com suas ruas, principalmente as centrais. Começo a pensar o que levou a se fazer uma analogia entre as luzes e o natal. Quem foi que inventou isso? Bueno, o verdadeiro motivo eu não sei e acredito que a maioria das pessoas também não saibam, uma vez que, a cada ano, vemos menos residências enfeitadas para o natal. Limita-se a um enfeite na porta principal (sei que tem nome mas não faço idéia qual seja... ahhh... seria guirlanda? Não sei!). Hoje em dia as pessoas se sujeitam menos a gastos desnecessários e arranjos chamativos. Salvo em cidades com vocação para o turismomuitocomercial (sim é junto mesmo hehehe) natalino como Canela, Gramado e Dois Irmãos no restante das localidades no entorno e até fora dele, contenta-se com pouco. Deve ser complexo de inferioridade principalmente se compararmos com a segunda cidade descrita acima, ou então mania de grandeza destas cidades que querem entupir suas ruas, vielas e becos (sim, tem becos em Canela e Gramado também e eu sou testemumnha) de turistas esbanjadores que gastam tudo o que tem e inevitavelmente o que não têm pra manter o espírito natalino. Estão errados? Não! Burros são os que não vão neste embalo. Aliás eu acho que as cidades deveriam parar na época de natal. Estacionar nas avenidas principais os caminhões, tratores, patrolas e encherem de enfeites e luzinhas. Que tal? Ia ficar bom né? No fim das contas, o que vale mesmo é manter o espírito de natal. Um espírito financeiramente espetacular, e como.
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Aos amigos e amigas sedentos por novidades dentro do nosso tradicionalismo principalmente no meio musical, vai aí uma novidade em primeira mão: a partir de janeiro de 2010 o cantor Luiz Cláudio (o mesmo da polêmica da volta as origens descrito anteriormente no blog) passa a fazer parte da banda Garotos de Ouro. Luiz Cláudio promete levar a bombacha na mala e resgatar antigos sucessos dos Garotos de Ouro. Certamente a música gaúcha ficará fomentada com o retorno do grande grupo Garotos de Ouro. E que saudade quando ainda era um grupo.
No domingo o grupo Fandangueiro estará participando da 3ª edição do “Mosquedo” no CTG Gaudérios da Saudade em Estância Velha. Vale a pena conferir.

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Forte abraço a todos e um bom final de semana.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Caminho do sucesso

Na última quinta-feira, durante meu deslocamento para a cidades de Canela e Gramado, via RS 115, notei que as lombadas eletrônicas presentes em tal rodovia estavam desligadas, mas não dei muita bola. No retorno de sexta-feira, novamente as lombadas em não funcionamento e aí sim, o fato me chamou a atenção. Vai ver é porque eu estava mais esperto na sexta-feira do que propriamente na quinta-feira, afinal, era mais um final de semana batendo a nossa porta. Mas enfim, o fato é que fiquei sabendo na manhã de hoje que o respectivo contrato entre o governo do estado e a empresa responsável pela manutenção manutenção destes equipamentos venceu, e um novo processo licitatório deve ser realizado afim de manter a legalidade exigida pela lei nº 8.666/93, a popular lei das licitações. Pesquei a notícia por cima, mas parece-me que alguns radares, os populares pardais, também estariam inutilizados devido a mesma condição. Na eminência de mais uma temporada de férias, litoral e etc., acabo me perguntando: Qual a consequência disto? Se atentar-mo-nos para a questão da segurança em nossas estradas, creio ser problemático o fato de termos este recurso indisponível, contudo, não sei dizer se o objetivo principal dos nossos governantes, frente a este recurso, seja a preocupação com a nossa segurança ou, com o enriquecimento dos cofres públicos numa eventual indústria das multas.
Não quero aqui pregar a absolvição dos transgressores e, por que não, criminosos que andam por aí em alta velocidade aterrorizando os motoristas e transeuntes que dividem o espaço das estradas, rodovias e ruas. O que contesto, é o modo como é utilizado este recurso das lombadas e dos pardais. Vejamos a rodovia RS 239 como exemplo: no trecho entre Novo Hamburgo e Taquara, existem nada mais nada menos do que seis pardais e duas lombadas eletrônicas (nos dois sentidos) num trecho de cerca de cinquenta quilômetros. Sim, senhoras e senhores, num trecho de cerca de cinquenta quilômetros de extensão. O mais revoltoso de tudo isso, é que no município de Parobé há um pardal em que a velocidade máxima é de 50km/h e pasmem, junto a um semáforo. Para completar, neste semáforo há instalado o sistema chamado popularmente como gaetano ou caetano, o qual você condutor é multado caso venha passar o sinal já no amarelo, quem dirá no vermelho. Com este exemplo, como não pensar realmente na existência numa possível indústria das multas? Sou a favor da existência de controladores e redutores de velocidade, desde que estes estejam a nosso dispor como forma de ajudar e premiar os bons condutores e não, como forma de tampa furo do rombo das contas do estado. Torço que o Patrão Velho no ilumine, pois ando cansado de andar com a guaiaca sempre pelada.
Por fim, vou tratar da questão mais polêmica que surgiu na nossa aldeia na semana passada. Afinal, o Grêmio entregou ou não o jogo? Não entrarei no mérito, pois não costumo analisar jogos do adversário e muito menos torcer por ele. Há, contudo, uma lamentável rivalidade que transpassa os limites do campo de futebol e acaba transformando colorados e gremistas em uma espécie de adversários de guerra, uma peleia sem fim. Há algum tempo tenho evitado discussão com os torcedores do co-irmão por achar que este tipo de coisa não me leva a lugar algum. Contento-me e muito, em torcer pelo meu Internacional que apesar de tudo me dá muitas alegrias. Dor de cotovelo e desdém não nos leva a nada, a não ser, nos tornar pessoas ainda mais incompreensíveis. Há um momento em que devemos saber reconhecer a vitória do outro e usar isto como ponto de partida para buscarmos o nosso sucesso. E o meu sucesso, não depende de ninguém além de mim mesmo.
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Forte abraço e uma boa semana a todos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Direto ao ponto

Ontem, por motivo de força maior acabei indo posar em São Francisco de Paula. Quando lá cheguei peguei a edição mais atualizada do Jornal Imprensa Popular e fui lendo suas matérias e colunas dentre as quais a do poeta e compositor Léo Ribeiro. Léo Ribeiro tratou de três assuntos diferentes dentre os quais o Rodeio de São Chico, que, a saber, começa hoje. Você não sabia? Pois é, parece que o rodeio mais uma vez está sendo feito para a mesma meia dúzia de peões que vive se revezando no papel de ganhador do mesmo. Léo Ribeiro recordou dos áureos tempos do rodeio e chegou a dizer que hoje, o evento mais parece uma festa campeira. Sigo a linha do Léo mais sou mais cético: este rodeio mais parece um torneio de laço com pompa. Por três vezes ouvi da boca do patrão do CTG Rodeio Serrano, organizador do evento, que não haveria baile de jeito nenhum no rodeio (inclusive a programação oficial do rodeio não menciona a presença de baile). Onde já se viu rodeio sem baile? Pois é. Mas, e sempre tem um más em tudo, faltando pouco mais de dez dias para começar o evento há uma mudança de estratégia e Os Tiranos assumem o comando do baile, a se realizar no Parque Davenir Peixoto Gomes, a Balança, mesmo local do rodeio. Aí eu me pergunto e transmito o questionamento a todos vocês: O que levou um CTG como o Rodeio Serrano a chegar em tal ponto de decadência como este? Deixo a pergunta no ar, pois como todos sabem, hoje é sexta-feira e é melhor já ir parando por aqui.
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No dia de ontem também estive no município de Canela e hoje em Gramado, a serviço, e pude acompanhar a investida das duas cidades em mais uma programação natalina. Não vi como está de noite, mas confesso que o que vi de dia não me deixou muito entusiasmado. Está certo que eu não sou muita base, pois nunca gostei deste espalhafato todo, mas ando mais acessível para todoa ou qualquer coisa relacionada ao natal. A sorte de Gramado (que sim, está mais enfeitada e organizada que Canela) é que eles não dependem do meu turismo para encher a cidade. Nordestinos, cariocas e principalmente catarinenses e paulistas tratam de suprir a minha ausência de forma única e bem mais rentável financeiramente certamente. Enfim, é a vida. O que seria de Canela e Gramado se todos gostassem de São Chico como eu? Com certeza teriam ainda menos fama do que já tem (hehehe).
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Eu não sou muito adepto de tratar em público sobre a minha pessoa, contudo, está sujeito na segunda-feira eu trazer aqui para este espaço um assunto que diz diretamente em relação ao Bruno Costa, e não ao Campeiro. Mas isso é uma questão a ser analisada ainda no final de semana. Posso chegar na segunda feira e falar sobre algo totalmente diferente.
Para encerrar, peço desculpas pelo avantajado da hora da postagem, mas me sinto feliz por estar cumprindo a promessa que fiz a mim mesmo de postar duas vezes por semana. Do mais, este é um dos textos que são esquecíveis mas escritos de forma sucinta e direta. Com o passar do tempo, aprendemos que nem sempre ganhamos fazendo rodeios. As vezes, é bem mais fácil ir direto ao ponto. E como é mais fácil.
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Abraço e bom final de semana a todos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sentimento de natal

Hoje no início da manhã ao deslocar-me para o local em que me encontro neste momento, estava com o rádio sintonizado na Gaúcha e em um intervalo comercial eis que surgiu uma propaganda mais ou menos neste estilo: Para a Tramontina, o sentimento de natal é o ano todo. Em primeiro lugar, quero dizer que descrevo o nome das empresas aqui por livre espontânea vontade pois não tenho problema algum em divulgá-las. Em segundo, esclareço também, que não recebo nem um real para mencionar o nome de tais empresas, bem como até hoje não permiti propaganda no espaço deste blog que não tem nenhuma pretensão comercial. Mas voltamos ao assunto originário. Minha intenção desta vez não é tratar sobre algo vinculado na mídia, nem de argumentar sobre o conteúdo da propaganda feita pela empresa. O que chamou-me atenção foram três palavras: Sentimento de Natal. Aí está o verdadeiro sentido de tudo, de nossa vida mudar quando chegamos às proximidades do dia vinte e cindo de dezembro. O ser humano como pessoa única dentro dum contexto formador de sociedade é tomado, em sua maioria, por este sentimento que propicia torná-lo uma pessoa melhor, mais digna e humanitária, estendendo ao próximo tal façanha e fazendo com que toda a humanidade passe a ser um pouquinho melhor. O sentimento de natal esta aí, é um fato verídico e visível, mas será que ele só pode, ou só deve existir nesta época do ano?
Creio que o próprio informe comercial da Tramontina já diz tudo: o ano todo! Mas, afinal, porque não funciona o ano todo? Será que é porque as pessoas não têm dinheiro nos demais meses do ano? Ou é porque realmente a um fundo religioso presente nesta história toda? Dia vinte e cindo de dezembro é a data que se comemora o suposto nascimento de Jesus Cristo. Suposto, pois ninguém sabe se realmente existiu e se, caso tenha existido, nasceu realmente nesta data. Quem estuda história sabe muito bem que a história é contada pelo próprio homem e que por isso, está sujeita aos seus juízos de valores que nem sempre são dos mais corretos. Mas isso não é exclusivo da história religião no mundo ao longo dos tempos, acreditem. Aproveitando o gancho, ontem a noite escutando a mesma rádio, ouvi do tradicionalista e colorado Bagre Fagundes (entrevistado em face à polêmica gre-nal da vez) que o homem desde os seus primórdios é fadado a brageiragem e a corrupção. Tais elementos ínfimos estão presentes em todos nós desenvolvendo-se externamente, felizmente, numa pequena minoria que já sabemos muito bem quem são. Este é mais um questão histórica e polêmica a ser discutida, e como todo o bom debate, será interminável. Por favor, deixo bem claro que não chamei ninguém de corrupto e nem fiz analogia a isto. O foco é em cima da transcrição do pensamento do Bagre Fagundes, fazendo uma analogia a evolução humana ao longo dos tempos.
Não sei dizer se o sentimento de natal teria o mesmo valor se existisse durante o ano inteiro. Este sentimento está unido à magia e a fantasia de algo inexplicavelmente diferente, e só é bem quisto por todos porque é diferente. No natal podemos sonhar sem sermos chacotados, afinal, todos sonham. Queira Deus que este ano eu também seja tomado por este sentimento natalino e que eu possa sonhar, sonhar e sonhar também. Mas queira Deus que a partir do dia vinte e seis de dezembro eu possa ter maturidade suficiente para pelo menos tentar pôr em prática uma parte destes sonhos, sob pena, de ter sonhado em vão, ou então, de ver algum sonho meu virar mais um pesadelo.
Enfim, parece que chegamos ao verdadeiro mês do natal! E que momento!
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Abraço e boa sequência de semana.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quem sabe amanhã

A cerca de cinco minutos atrás eu estava com uma mistura de sentimentos que surgia na raiva e terminava na decepção. Neste exato instante, contudo, já estou começando a melhorar o meu humor, afinal, sou uma pessoa racional e redundantemente por pensar, devo saber que de nada adianta a ira. O único problema que persegue é que, quando tenho algo engasgado na minha garganta, não sossego enquanto não abrir a boca e falar, e isso é um problema. Bueno, mas de problemas a vida de todo mundo está cheia e como hoje é sexta-feira, vou tratar de não reclamar, nem que pra isso eu tenha que mascarar o que estou sentindo e fazer de conta que está tudo bem, às mil maravilhas. Constantemente eu recebo e-mails falando principalmente na vida, buscando a renovação do ser humano. Na verdade eu imagino que seja isso, pois, raramente os abro. Na maioria das vezes deleto sem nem mesmo ler o título. Por que? Detesto corrente. Esta de que se tu não mandar para duzentos amigos algo de muito ruim vai acontecer contigo, comigo, não funciona. Classifico tal situação como desespero. Algo parecido com o que fazem estas igrejas que disseminam a suposta palavra de Deus em troca de noventa por cento do salário do fiel. Olha a polêmica Campeiro, fecha esta tua matraca. Enfim, sou uma pessoa que não acredita muito em profecias, seja qual for o profeta que a prega.
Um certo dia, um colega de colégio disse-me que eu tenho que acreditar naquilo que eu estou fazendo, que aquilo é o correto, sob pena de viver a vida inteira sem saber o que o certo e sem saber, assim sendo, o que é viver. A esta altura do ano, a beira do mês derradeiro de dois mil e nove, sempre procuro ser uma pessoas mais caridosa, mais compreensiva, e tento tirar da minha alma os melhores sentimentos bondosos possíveis, se é que os tenho. Aí me paro em frente a televisão, certamente um momento raro, e começo a prestar atenção com o intuito de tirar algo de produtivo daquilo que estou vendo. Aperto o botão da televisão e está dando novela. Assisto por cinco minutos e me obrigo a sair pra rua. Volto da rua e já está dando as notícias. Manchete: vendavais e alagamentos assolam o RS. Dou mais uma volta e me paro de novo em frente ao tubo (não, eu não tenho TV de plasma, lcd ou qualquer coisa parecida. Conversor? Têm. Mas é da antena comum que só pega um canal para a parabólica comprada em 1993 e que não têm controle remoto) e está dando novamente novela. Desta vez acho que consegui ficar no máximo uns três minutos olhando. Senhoras e Senhores, simplesmente não dá! Novelas representam a principal fonte de enganação que existe no Brasil. Nem político mente tanto. Vejamos a realidade que se mostra numa novela: é a realidade de qualquer país desenvolvido do mundo, menos, do Brasil. Piada! Jornais televisivos apesar da proximidade com o natal continuam dando manchetes de desgraças, assassinatos e latrocínios. O tempo não pára caro leitores. O natal apenas nos cega frente a realidade de dor e desesperança que existe em nossa sociedade. Não tem jeito!
Sei que pra quem prega que sexta-feira deve ser reservada para textos de cunho leve, o de hoje está bem pesado. Porém, não é do meu feitio ser omisso frente as coisas que estão a nossa volta. Natal não é sinônimo de comércio. Se você realmente quer cultivar o espírito natalino a partir de agora, comece dando um bom dia sincero para as pessoas a sua volta. Se tentar ser um pouco mais pragmático é ser chato, então eu sou um de carteirinha. Mas quem sabe a amanhã eu deixe a vida me levar? Quem sabe amanhã!
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Abraço e bom final de semana a todos.
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PS.: Grupo FANDANGUEIRO em Taquara amanhã!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A crítica do João Luiz

Por crer que as sextas-feira não foram feitas para levantar polêmica sobre coisa alguma, restou então para segunda-feira. Pensei seriamente se levantaria novamente tal assunto ou não, mas aí, como o país está alvorotado pela visita do presidente iraniano, pego o gancho e meto bala sem dó, nem piedade. Há algumas semanas atrás, fiz um texto denominado “Voltando pra casa” no qual escrevi em referência ao retorno de alguns grupos ditos “tchês” a nossa música tradicionalista. Meu foco principal (também em referência a uma matéria publicada no jornal Diário Gaúcho), no ato, foi em referência ao cantor e compositor Luiz Cláudio que, ao que parece, decidiu voltar de vez, resgatando sua bombacha, lenço e bota. No fim deste texto, descrevi que era favorável ao seu retorno, e continuo sendo, pois não mudei de opinião. Opinião não compartilhada, contudo, pelo renomado João Luiz Corrêa. Em entrevista ao jornalista Giovani Grizzoti, João Luiz “detonou” tal postura destes músicos sendo bem enfático em face de sua contrariedade. Leia na íntegra tal entrevista:

João Luiz Corrêa critica mudança dos "tchês"

Leia a versão ampliada da entrevista com o gaiteiro e cantor João Luiz Corrêa, que publiquei na coluna Roda de Chimarrão, no Diário Gáúcho, deste final de semana:

Blog Como você vê esse terno às raízes dos grupos tchê?
João Luiz Foi copiado um estilo de música lá do nordeste, mal feito até, uma barulheira. É uma música que perdeu qualidade musical, empobreceu. É um desrespeito muito grande com os grupos antigos, como Os Mirins, Os Bertussi, Os Serranos. Na época (em que João Luiz tocava no Tchê Barbaridade) eu mudei de grupo e me deram seis meses de vida, outros mais generosos me deram dois anos nesse tipo de música (campeira).
Blog Você acha que os CTGS devem acolher esses grupos de volta?
João Luiz Eu se fosse patrão eu não aceitaria. Aquelas pessoas que crucificaram o tradicionalismo acho que esses nem mereciam botar uma bombacha de volta. É uma traição.
Blog Seria o caso do Luiz Cláudio?
João Luiz Todos os que fizeram esse lado aí. O Tchê Barbaridade fez. Compraram uma idéia ilusória. Eles fizeram um veneno que eles não conseguiram arranjar uma forma de matar esse veneno.
Blog Agora, tu também não te considera um campeiro moderno? Isso também não é fugir do tradicional?
João Luiz Não podemos parar no tempo, viver do baile de candeeiro. Se nós fôssemos de morrer abraçado na espada, deveríamos tocar hoje de gaita e de pandeiro. E a cerveja tinha que ser gelada em um buraco, como era antigamente, e não num freezer, como é hoje. A maquiagem a gente pode dar uma ajeitada. Mas não a essência.
Blog César Oliveira & Rogério Melo são campeiros como você e saíram em defesa dos tchês que querem voltar às origens. Você acha que eles estão agindo corretamente?
João Luiz Acho que não, me surpreende que eles tenham agido nessa forma. Eles vendem outra idéia.
Blog Qual o caminho, então, para um grupo tchê que não está fazendo o sucesso esperado e que, assim, pretende voltar às origens?
João Luiz Acho que eles tem que ver onde erraram e corrigir o erro. Quem sabe vai ser vendedor de baile, de show, quem sabe tocar num grupo. Mas não achar que pode brincar, tira bombacha, bota bombacha.
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Pelo que todos podem ver, são declarações fortes estas do João Luiz Corrêa (sobrou até para a dupla Cesar Oliveira e Rogério Melo). Não vou aumentar de forma alguma a polêmica, me concentrando apenas em re-transmitir a opinião diversa a vocês. Mas por que eu não vou me posicionar? Simplesmente porque cabe a mim respeitar a opinião de um músico como o João Luiz, reforçando que sou a favor do retorno destes músicos desde que, por completo. Assim sendo, transmito a todos a palavra, e aqueles que tiverem algo para falar, que se manifestem em forma de comentário. Caso este seja pertinente, poderá receber atenção especial deste que vos escreve sendo reproduzido na página principal deste blog. Polêmica por polêmica, os supermercados já estão forrados de propagandas para o natal. Mas afinal, quanto tempo ainda falta para chegar o natal?
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Abraço e boa semana a todos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Me orgulho em ser Gaúcho

Pelo simples fato de não ter aula em quintas-feiras durante este segundo semestre do ano de 2009, ontem eu pude acompanhar parte da edição do Jornal Nacional da rede Globo. Quis o destino que eu visse justamente a parte que fazia uma analogia ao dia da bandeira, a saber, ontem também. Pasmem, eu não me lembrava mais que o dia da bandeira era ontem. Creio que este texto de hoje vem a ser um complemento do texto que escrevi em analogia ao nosso dia da independência, que à época fora entitulado como: “Ordem e Progresso?”. Na mesma matéria do jornal supra citado, houve uma entrevista com o proprietário da fábrica de bandeiras mais antiga do Brasil, e o mesmo mencionou durante a sua fala a palavra civismo. Aí eu me pergunto e estendo a mesma pergunta a todos vocês: o brasileiro sabe cultivar o civismo? De maneira alguma podemos misturar civismo com patriotismo. Uma pessoa que anda na rua com uma camiseta estampando as cores do Brasil já pode ser considerado um patriota, mas não um civista (se escreve assim mesmo?). Digo isso, porque cultivar o civismo é saber cantar o hino nacional de cor e salteado, saber o dia da independência e o que isto quer dizer, saber qual o dia da proclamação da República (a saber, foi dia 15, no último domingo) e, entre outras, saber que a bandeira é um dos símbolos nacionais garantidos pela nossa constituição e que ela tem um dia próprio para sua adoração. Assim sendo, baixo minha cabeça neste instante e reconheço que não sei cultivar o meu civismo de forma correta e elegante. Talvez, nem patriota eu seja.
O Rio Grande do Sul pode-se considerar um caso a parte do resto do Brasil. Certa feita, recebi um e-mail referente a um artigo do jornalista, escritor e cineasta Arnaldo Jabor fazendo menção a uma passagem de sua vida, quando cá esteve em nosso estado e admirou-se primeiramente de ver o mate passando de mão em mão entre os presentes na palestra que participava e depois, em ver que todos levantaram e cantaram o hino riograndense de forma uníssona. Embasado na situação, Jabor descreveu o quão importante foi e será o Rio Grande para o desenvolvimento e o futuro do Brasil. Segundo o mesmo, nós somos um “país” a parte dentro dos tantos “países” que existem dentro do nosso país. Mas porque será que nós gaúchos somos diferentes? Não posso falar por todos, mas eu sinto um orgulho enfadonho em ser gaúcho. Saber que de certa forma faço parte da bravura deste povo que construiu o legado de sua história abaixo de peleia, a ferro e fogo. O orgulho pela nossa terra é tamanho, que acabamos sofrendo retaliações por parte do restante do país e somos tachados de bairristas entre outros. Pura inveja meu amigo, pura inveja. Talvez pelo fato de que fazemos parte da minoria brasileira que tem cultura própria e que, principalmente, sabe de onde veio e para onde quer ir. Sim, eu sou um ativista da República Riograndense.
Eu ontem vendo o Jornal Nacional “fiquei sabendo” que era o dia da bandeira. Cheguei a conclusão também que tudo que a gente esquece é porque não foi ou não é importante. A bandeira brasileira não é importante para mim? O Brasil não é importante para mim? São sim, não seria um tolo em dizer que não, mas é na bandeira do Rio Grande que eu vivo enrolado e é o hino do Rio Grande que eu encho a boca para cantar. Alguém vai dizer que isso é bairrismo e complexo de superioridade. Me orgulho em ser gaúcho e se isso for verdade, então eu sou bairrista e um ser superior. Aí está o meu civismo e o meu patriotismo.
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Forte abraço e um bom final de semana a todos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ainda das dúvidas

A certa altura da vida, mesmo não tendo vivido tudo o que se pode, algumas coisas deixam de ser pertinentes na nossa realidade e outras se tornam pertinentes. Por exemplo, vejamos o meu caso: até bem pouco tempo, eu não só não me importava em passar longos tempos sozinho, como gostava da situação também. Hoje, no entanto, a solidão têm me deixado desanimado, desiludido, triste, sei lá. Há casos em que estamos sozinhos mesmo tendo alguém do nosso lado, seja esta pessoa quem for. No texto do início da semana passada como todos viram, a dúvida pairava sobre minha cabeça e sob diversos aspectos. Neste exato momento, esta situação está de volta (ou ainda não foi embora) e cá estou eu aqui tentando achar respostas com perguntas. A probabilidade de isso não dar certo, e de vocês começarem a se irritar comigo é grande, eu sei, estou ciente, porém, é como se existisse um ima dentro dos meus pensamentos atraindo apenas as incertezas e nunca as certezas. Mas porque será que isso acontece? Acontece com todos? Dúvidas. Talvez isso aconteça comigo a tempo, o que mudou, é que antes eu sabia que podia resolver meus problemas sozinhos e agora, já não tenho mais esta garantia.
Na edição do jornal Zero Hora da última quinta-feira dia doze, na contracapa do Segundo Caderno, havia uma frase da apresentadora, atriz e modelo gaúcha Fernanda Lima (não, eu ainda não enlouqueci) que dizia, por cima, que ela nunca tinha falado sobre sexo com seus pais (durante a adolescência), mas que, por eles terem-lhe dado amor ela tivera capacidade de adquirir uma auto estima suficiente para falar do assunto com outras pessoas( relacionando ao programa sobre sexo que a mesma apresenta). Aí vocês deve estar perguntando: o que eu tenho a ver com isso? Calma, respondo: nada! Utilizei-me deste fato apenas para ilustrar o contexto da coisa: o amor. Segundo a Fernanda Lima, foi o amor dos seus pais por ela que fez com que ela superasse barreiras morais entre outras. Afinal, o amor é capaz de tudo? Um grande amor é capaz de dar um novo e derradeiro sentido a nossa vida? Pergunto porque eu não sei. Meu ceticismo não permite que eu tenha uma opinião fechada sobre o assunto. Ahh, as dúvidas...
Quanto a auto estima, eu acho que de repente esta é mesmo importante. Relembramos agora do mega sucesso “O Segredo”. Eu não o li, mas dizem que seu conteúdo gira em torno da auto estima mesclada um pouco a fé talvez: se eu creio que uma coisa boa vai acontecer comigo ela acaba acontecendo. Mas se não acontecer? Bom, se não acontecer, acaba ficando esta auto estima toda servindo como uma espécie de válvula de escape para os problemas pertinentes em nossa vida. A contradição nisso tudo, é que se a a auto estima e a fé não resolverem, ainda há o problema de como será resolvido o problema que, pasmem, segue firme. Depois desta linha alguém deve estar me chamando de pessimista extremo. Não, não sou pessimista, sou realista. Otimismo? Claro que tenho, porém, não sei até aonde ele funciona. Estão vendo, vire e mexe e eu acabo no meio de uma dúvida. E que cabeça duvidosa esta minha
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Abraço e uma boa semana a todos

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Jeitão Campeiro


Creio que a grande maioria dos leitores e acompanhantes deste blog já ouviram a expressão: o tranco dos Monarcas. A expressão existe porque ao ouvir uma música tocada pelo conjunto Os Monarcas de Erechim o tranco da canção é único e inconfundível. Há, contudo, um grupo capaz de lembrar Os Monarcas em suas composições, e este grupo se chama Sinuelo Pampeano. Claro que o fato de ter o Gildinho do próprio Os Monarcas, como sócio, e o cantor Bacudo como integrante ajudam, mas é na disposição em grupo que o Sinuelo Pampeano se destaca. Lançado no mês de setembro deste corrente ano pela gravadora vertical, o disco Jeitão Campeiro, trás um repertório variado dentro da linha mais autêntica da nossa música campeira gaúcha. Vaneiras, xote, contrapasso, chamamé e valsa, fazem parte do disco que já está nas lojas. Quer dizer, eu levei vinte dias esperando para tê-lo, mas quem sabe se aumentarem as vendas melhorem os estoques. Enfim, meus caros amigos, encho a boca para falar que todos vocês estão diante do melhor disco, musicalmente falando, do ano de 2009. Uma preciosidade. Faltou uma milonga é verdade, mas isso não apaga a qualidade do disco. Destaco as musicas “Jeitão Campeiro”, “Bagual e Meio”, “Pensando Nela” e as regravações de “Regalo” (Cesar Oliveira e Rogério Melo), “Abaralhando a Barbela” (Nilton Ferreira) e “De Um Canto Saudade” (Os Tiranos). Por certo, um disco muito bom para ouvir e principalmente para dançar.

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O que? CD Grupo Sinuelo Pampeano – Jeitão Campeiro (Gravadora Vertical – Setembro 2009)
Quanto? R$ 13,00 + frete
Aonde comprar? Site Gravadora Vertical: www.gravadoravertical.com.br

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Lista de Músicas:

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1 - Jeitão Campeiro
2 - Bagual e Meio
3 - Regalo
4 - Dando Risada
5 - Pensando Nela
6 - Subindo a Serra
7 - Compadre Chico
8 - Abaralhando a Barbela
9 - Cavalo Preto
10 - De Um Canto Saudade
11 - Movido a Gaitaço
12 - Seresteiro da Lua
13 - Loirinha Dançadeira
14 - Vaneira Pantaneira

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Abraço a todos e um bom final de semana.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Dúvidas

Quando começamos a presenciar em nossas vidas momentos de euforia seguidos de crises existenciais pouco depois, ou vice versa, é sinal que alguma coisa realmente não vai bem. Nossa vida é feita de facilidades para uns e dificuldades para a maioria, cabendo a cada um de nós saber conviver com aquilo que coube a nós. Há, contudo, momentos em que o saber não é capaz de contornar o que a vida nos proporciona de tal forma que surge a tal de depressão. Não, eu não estou deprimido, porém, dizer que estou feliz seria levianidade de minha parte. Nos últimos tempos, maiores são os meus períodos de desilusão do que de felicidade propriamente dita. Situações que a tempos atrás eu não dava muita atenção agora têm me deixado profundamente decepcionado. Mas afinal, o que quero? Eis um questionamento latente em minha cabeça e que não possui resposta. Eu não sei o que quero, nem para onde quero ir. Ou, se sei para aonde quero ir, isso ainda não é uma decisão definitiva, além do que, não sei como fazer para chegar lá. Se são as perguntas que movem o mundo, meu mundo tem se movido em torno delas e acreditem, acabo vivendo de uma forma que eu não gostaria.
Escrever é uma coisa que me deixa alegre. Seja para o blog, ou para composições musicais. É uma coisa que me faz sentir bem, me dá prazer. Há certamente o antônimo, ou seja, coisas que não me fazem sentir bem nem me dão prazer. Creio que nossa existência é feita de antônimos. Se há algo bom, há algo ruim para compensar. Resta-nos saber se este algo ruim conviverá em nossas mentes como um fardo do contraponto, ou se tornar-se-á mais uma coisa presente na nossa vida. Como em tudo, a escolha neste caso é fundamental, e a minha, a minha é a melhor possível, afinal, abaixo a melancolia como mesmo já disse a umas semanas atrás.
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Estava prestes a conseguir postar pela segunda vez consecutiva numa segunda-feira, mas aí veio um mas, e acreditem, sempre tem um mas, porem ou contudo em tudo, e não consegui. Não dá nada, bola pra frente. Eu já nem me lembro qual seqüência eu daria ao texto de ontem, mas isso também não importa muito no momento. O fato é que começamos uma nova semana, de mais um mês que está aí ao nosso dispor e pasmem, já é novembro. Faltando pouco mais de um mês para começar o ano de dois mil de dez, eu já, milagrosamente, estou me programando antecipadamente para algumas atividades que quero realizar no próximo ano, como férias, por exemplo. Havia algum tempo que eu não esperava o período de férias com tanta ansiedade. Talvez isso ocorra porque o último período eu não aproveitara como deveria. Ou talvez seja por outro motivo. Bom, enfim, paira a dúvida sobre mim, então, que venha logo as minhas férias para mim saber quais verdadeiras são as repostas.
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Abraço a todos e boa semana.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um certo mestre Érico

A realização de mais uma edição da Feira do Livro de Porto Alegre, talvez a mais importante do país, me faz viajar pela literatura e pelo mundo dos livros de tal forma que, pasmem, me deu vontade de escrever. Posso transformar este texto em uma crônica de cotidiano, falando das mazelas minhas ou de outro, as coisas boas minhas ou de outro. Ou simplesmente, posso escrever sobre um assunto qualquer e ao cabo do texto contextualizar com algo que seja pertinente a este blog: a tradição gaúcha, por exemplo. Mesmo sendo um admirador dos livros, confesso que sou vadio de tal forma que leio muito pouco, agora, quando começo, não quero mais parar. Assim sendo, me apego a leitura cotidiana, em blogs, revistas e jornais. Destes últimos, destaco o talento indiscutível do colunista e diretor de Zero Hora, David Coimbra, um cronista como poucos. Aliás, diria que na atualidade é o melhor que há, pelo menos na nossa aldeia. Elevo o grande Luís Fernando Veríssimo a condição de escritor neste caso. Falando em Veríssimo, aproveito a deixa para ilustrar aqui a minha paixão pela literatura de Érico Veríssimo, nosso expoente mor tratando-se de romance. Uma virtuosa sensibilidade para falar das nossas coisas, ao longo da nossa história pelo nosso tempo. Alguém aí não leu “Um certo capitão Rodrigo”? Se não leu lamento, és certamente uma pessoa pobre em cultura.

A obra de Érico Veríssimo propicia-nos um desenvolvimento intelectual tamanho, que qualquer um que goste de escrever sente o gosto pela escrita de um romance. Eu mesmo por muitas vezes já pensei em escrever coisas do gênero, porém, esbarro numa obscuridade latente: tenho dificuldade em descrever com perfeição sobre algo que ainda não ocorreu,e, no caso da ficção, nem vai ocorrer. Diferentemente de coisas que ocorreram, que felizmente descrevo com facilidade. Não sei também se tenho o talento para este tipo de escrita. Escrever um livro, romance ou qualquer outro, é muito mais abrangente do que escrever redações nos tempos de colégio, ou então, talhar frases aqui neste blog. É claro que por admiração e respeito a vocês meus caros leitores, procuro sempre empenhar-me ao máximo afim de, trazer ao convívio de todos um bom texto propiciando uma boa leitura. Agora bandear-me para a literatura? Não sei, talvez não. De qualquer forma, é preciso que eu comece a ler mais, para, quem sabe, pegar embocadura e gosto pela coisa. Mas voltando ao mestre Érico Veríssimo: o Érico possui em sua biografia títulos memoráveis, como a saga o Tempo e o Vento. Aliás, Um certo Capitão Rodrigo, é um dos capítulos do livro Retrato I, parte integrante da saga. De tão bom que é, no início da década de noventa ganhou uma edição a parte do restante. O Capitão Rodrigo Cambará é o personagem celebre de Érico Veríssimo, ficando na memória de todos os que leram, a sua frase dita ao chegar no povoado de Santa Fé: “Buenas e me espalho! Nos pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho!” Não posso esquecer-me também de “Olhai os lírios do campo”, livro que está em minha cabeceira atualmente, e o seu último romance: Incidente em Antares. Aliás, este é mais um inesquecível, pois trata entre outros, de um causo sobrenatural em que sete personagens voltam a vida depois de mortos e como cadáveres passam a vagar a cidade revelando a podridão moral de parte de seus moradores.

Grande Érico Veríssimo. E pensar que alguns nem sabem da sua existência e outros que o conhecem, nunca tiveram a capacidade de lê-lo. Como seria bom se os livros tivessem seu merecido destaque na educação do povo brasileiro. Quem sabe aí não haveria tanta corrupção nso governos, nem tanta audiência em programas como o tal de bbb. Diz um ditado popular que em terra de cego quem tem um olho é rei. E por aqui é rei quem tem a sensibilidade pela leitura de mestres da literatura. Afinal, ler um bom livro faz mal pra alguém? Às tantas que andamos, é capaz de algum gaito dizer que sim. Pasmem Brasil, pasmem!

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Hoje tem Grupo Fandangueiro no CTG Terra Nativa em Novo Hamburgo. Amanhã, na mesma cidade, os gaúchos apreciadores da boa música campeira gaúcha poderão ter a oportunidade de ver de perto o maior intérprete vivo do nosso canto gaudério: José Cláudio Machado. Mas que momento!!

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Forte abraço a todos e um bom final de semana.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Intrigas

Ocorre que no domingo próximo já é mês de novembro do corrente ano. E como todos vocês já sabem bem, com o mês de novembro vem o prenúncio do fim. Calma, prenúncio do fim do ano. Não vão começar a pensar bobagens, achando que eu virei profeta do dia pra noite e estou aqui pregando o apocalipse (hehehe). O fato é que na nossa realidade brasileira isso é um fato: com novembro começa-se o final do ano e seus festejos naturais. Vejamos, eu sou uma pessoas que não gosta muito de entrar em shoppings e tal, assim sendo, os freqüento pouco. Mesmo assim, tenho certeza que na próxima semana já vai ter algum shopping center da região começando a trabalhar a campanha de natal, que, pasmem, é só no dia vinte e cinco de dezembro. No máximo, podemos admitir que começa no dia vinte e quatro ao meio dia. Devo criticar tais estabelecimentos por isso? Não sei, talvez sim ou talvez não. Acho que o ano passado eu até critiquei esta corrida a busca pelo consumidor, mas este ano não criticarei. O empresário visa o lucro, uma situação que está clara para todos nós, mas este mesmo empresário que visa o lucro, hoje em dia, tem aprendido a dividir este com seus funcionários, ou então, utilizado-o para contratar mais mão de obra. Pessoas empregadas são mais felizes e assim compram mais. Na nossa vida tudo gira. A terra, os ponteiros do relógio e o comércio e as relações de consumo. O dinheiro que eu gasto hoje, me volta de alguma forma. Pelo menos eu espero que volte(hehehe).
Não vou começar a fazer aqui um resumo do ano, até porque ainda é cedo, porém, creio já ser possível elencar tópicos das minhas situações vividas ao longo do ano, nem que seja inicialmente só na minha cabeça. Estão curiosos? Então ficarão um pouco mais porque eu nada falarei neste texto de hoje. Certas coisas tem o seu momento certo, e algumas delas, ainda nem tiveram um desfecho. Sequer o desfecho que eu espero.
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Editado: Parte retirada do texto original que seria postado na sexta-feira e por motivos de força maior, não o foi.
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Ontem, foi um dia de finados atípico. Não, eu não fui no cemitério, mas isso é típico mesmo. Atípico em relação ao tempo e ao clima. Ao longo desta minha existência, não lembro-me de um dia de finados com tal semelhança ao de ontem: sol e calor. O sol até não é tão exclusivo do dia de ontem, mas o calor é. Tradicionalmente, o dia de “visita” aos nosso entes e amigos que já se foram, é tomado por um vendaval que aos mais temerosos poderia caracterizar a própria visita destes a nós. Vejam bem, não sou espírita, há muito tempo não entro num centro espírita e, portanto, não estou aqui pregando a reencarnação, ressurreição ou como queiram. Apenas perdi a oportunidade de ficar calado, mas como já escrevi deixamos assim. Respeito a dor e o respeito que todos tem por seus finados, respeito que eu também tenho, do meu jeito, mas tenho. Acho que em determinados assuntos devemos deixar o ceticismo de lado tentando ser o mais simples possível. De qualquer forma bate a saudade, e esta como canta o Almir Sater, é uma estrada longa.
Este feriado que passou foi diferente. Me senti feliz como a muito não ocorria e isso me fez bem. Por instantes, senti que o eterno peso que carrego sobre as minhas costas se dissipou e a alegria bateu novamente a minha porta. O motivo de tudo isso? Não sei. Aliás, talvez eu até saiba mas não queira falar. Têm coisas que só a gente pode saber e outras que nem nós podemos ter conhecimento. Intrigante? Mas, afinal, a vida não é feita de intrigas?
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Abraço a todos e um bom resto de semana.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

As opções da letra Pê.

De onde vêm os nossos problemas? Este é um assunto que bate intermitentemente a porta de cada um de nós. Quantas e quantas vezes tudo parece resolvido e poucos instantes depois perdido? E quando esperamos algo que parece ser o responsável pela guinada positiva de nossa vida e quando finalmente acontece, vemos que na prática foi mais sonho do que realidade? E por fim, quando o projeto atual daquilo que você mais gosta de fazer treme de forma que você pensa o pior e bate aquela sensação de que tudo que você fez até agora de nada valeu, ainda assim, você amigo leitor encontra alguma coisa de bom nisso? Todas estas questões ilustram um momento difícil por qual estou passando, porém, ainda assim eu não consigo viver sob força da tristeza. O desanimo tem me batido constantemente a porta sim, inclusive neste momento em que eu escrevo, o cansaço e a desilusão se fazem presente ao escrever estas linhas, contudo, ainda assim, eu não consigo me entregar. Não sei se é a força da tradição gaúcha que carrego comigo, o que impede, ou simplesmente os exemplos das pessoas que conseguem fazer dos seu problemas uma limonada, uma oportunidade de começar de novo, fazer de novo e progredir na vida.
Dizem por aí que sem sonhar ninguém vive, mas também, que viver só de sonhos é viver uma vida de ilusão. Mas então como viver? A busca pelo equilíbrio é quase igual a busca de uma agulha em um palheiro: inconstante, incrédula e imprevisível. E assim deste jeito, vamos trombando pelos trompaços da vida chegando ao fim dela muitas vezes, sem saber o seu real significado. Sei as últimas palavras estão parecendo repetição de idéias, uma vez que, não vai muito escrevi um texto nestes mesmos moldes. No entanto, utilizo-me do recurso da repetição de uma idéia própria apenas para reforçar que o momento é impróprio para o surgimento de novas idéias, afinal, repetem-se os problemas diários constantes, acrescidos de coisas novas. Mas como expressar o meu momento sem ser repetitivo e melancólico? Não sei, talvez eu possa repetir uma mesma frase de um texto para o outro sem estar, necessariamente, querendo dar o mesmo sentido de antes a ela. Ou então, posso estar aqui recheado de desilusão e abatimento, sem, contudo, estar sendo melancólico. A melancolia vem com a não verdadeira percepção da realidade e a conclusão de que nada tem mais jeito, e apesar das dificuldades reais, creio que há jeito sim. Não perguntem-me, porém, como. Por favor.
O começo da mudança parte pelo pensamento positivo. Eu podia vir aqui e descrever a minha situação em breves linhas e de forma tosca e simplória. Poderia vir aqui e dizer que estou a mercê do choro inclusive, jogando a toalha e aceitando a derrota para os meus problemas e adversidades. Eu poderia tanta coisa de ruim, assim como posso tanta coisa de bom. A vida nos dá escolha mesmo que a positiva não esteja aparecendo claramente na nossa frente. Começar de novo, por exemplo, é uma possibilidade plausível, difícil sim, mas plausível. Aliás, a palavra possibilidade é mais uma das opções da letra pê. Junto com ela estão as palavras perdedor e peleador. Certamente uma questão de opção de vida, e neste jogo, eu prefiro ser um peleador mantendo sempre a adaga em punho, pois afinal, nós não podemos nunca se “entregá pros home”.
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Um abraço a todos e uma boa semana.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Voltando pra casa

Há algum tempo venho dizendo aqui neste blog que não tenho falado sobre as coisas do nosso tradicionalismo e da nossa música gaúcha autêntica porque não tem surgido assunto pertinente sobre o assunto. Eis, no entanto, que agora está surgindo uma questão polêmica capaz de dividir, sob certo aspecto, a opinião de todos os tradicionalistas e apreciadores da nossa cultura, inclusive, vocês caros amigos leitores deste espaço. Antes de começar a tratar de tal assunto, porém, cabe a mim voltar um pouco no tempo, mais precisamente ao início deste novo século, quando surgiu um movimento dentro da nossa música chamado tchê music. O tchê music logo que surgiu criou um alvoroço em virtude da forma como os seus precursores (Tchê Barbaridade, Tchê Garotos e Tchê Guri) estavam caracterizando a nossa tradição em um projeto que tinha como principal ponto, a divulgação desta nossa “música” para o resto do Brasil. Em virtude da intensa crítica sofrida por estes, o movimento perdeu força retornando de vez em 2005. Em 2006 o MTG proibiu todo ou qualquer CTG filiado ao movimento de contratar qualquer grupo ou banda vinculado a tchê music, gerando uma enorme polêmica, fechando alguns galpões tradicionais (como o CCN Nova Raça de Canoas) e taxando este órgão de bairrista pelos adeptos ao suposto gauchismo que estava surgindo, o gauchismo da moda. Até parece que a nossa tradição se criou pautada pela moda de cada época. Decisão acertada, a do MTG, à época. E a vida de todos seguiu, cada uma para um lado.
O Tchê Barbaridade (do qual fui um fã incondicional), o Tchê Guri e o Luiz Cláudio (então recém saído do Tchê Garotos) puxaram a fila da popularização do tal de maxixe principalmente na região metropolitana, abolindo de suas vestimentas a bota, o chapéu e a bombacha e aderindo ao tênis, o boné e a calça jeans apertada. O Tchê Garotos também aderiu a esta nova vestimenta, contudo, tomou o rumo de São Paulo(transferiu inclusive o escritório comercial para lá) dedicando-se a uma música conhecida hoje como vaneira universitária, no embalo do já popularizado sertanejo universitário que aí está. Ousaria dizer que o Tchê Garotos hoje é a banda que realmente teve benefícios com a troca, digo, no sentido financeiro da coisa. Os demais, mais os que surgiram, foram se limitando a nossa região metropolitana (Alvorada, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Porto Alegre e Viamão) e litoral (Cidreira, Tramandaí e outras). E acho que ficou por isso. No início, até que foi uma explosão em todo o estado. Acredito que o mercado do tchê music até se expandiu, mas como a moda é uma tendência variável, não passou do início mesmo. Se expandiu fora dos CTG's é claro, já que os profissionais deste ramo musical continuam proibidos de entrar no nosso centro de tradições.
Neste último final de semana que passou, a manchete de capa do jornal Diário Gaúcho dizia o seguinte: Bah, deu crise na tche music! Ao ler a manchete acabei comprando o jornal, mesmo sabendo o que eu leria na matéria. Sim eu já sabia e por um lapso ainda não tinha trazido ao conhecimento de todos vocês. Então, vamos aos fatos: por volta do final do mês de junho deste corrente ano, surgiu um burburinho no meio dos grupos fandangueiros da região, que o cantor Luiz Cláudio e sua banda Tribo (era Tribo da Vaneira até o início do ano) estavam abandonando o tchê music e voltando a nossa música tradicional. Burburinho que logo virou informação positiva, confirmada pelo próprio cantor. Desde então, o Luiz Cláudio e a Tribo voltaram a colocar bombacha em todas as suas apresentações e a esperança do músico agora, reafirmado pela matéria do Diário Gaúcho, é voltar a ser aceito nos CTG's. Na mesma matéria, foi entrevistado o Marcelo Noms do Tchê Barbaridade, uma vez que no seu ultimo disco eles trazem uma regravação da música Trancaço, do Mauro Moraes, também já gravada pelo grande José Claúdio Machado e Os Tiranos (música que deu título ao trabalho, inclusive), no entanto, o mesmo, infelizmente, deu uma declaração dizendo que a banda estava tentando buscar o meio termo mais não usaria mais a bombacha, uma vez que agora eles têm uma mulher na banda e não daria para por vestido de prenda nela. Ta bom, então. Como se a bombacha feminina não fosse uma realidade já. Não quero aqui dizer que passei a ser a favor da bombacha feminina, apenas foi uma idéia. É por este tipo de opinião que eu fui fã do Tchê Barbaridade.
Por fim, para concluir este texto informativo especial, curvo-me a um grande historiador, folclorista, pesquisador e tradicionalista deste estado (não poderia ser diferente), Sr, João Carlos D'ávila Paixão Cortes, que indagado pelo assunto na matéria do jornal supra citado, brilhantemente resumiu o que significou ou significa a Tchê Music: “Todo modismo tem tempo limitado, é circunstancial, consumista...” Perfeito! Um movimento que surgiu com prazo de validade que parece estar vencendo. Quanto à volta destes musicos aos nossos galpões de CTG, especialmente no caso do Luiz Cláudio, na opinião deste que vos escreve, apesar de tudo o que ocorreu, deve ser saudada por todos nós. Sim, meus caros amigos, sou a favor da volta do Luiz Cláudio aos nossos CTG's. A música campeira autêntica deste nosso Rio Grande não pode ser privada do talento deste cantor e compositor( Luiz Cláudio é autor, entre outras, de duas belas músicas gravadas por Os Monarcas e Os Tiranos respectivamente: Minha Bandeira e Ela é uma flor e eu sou um campeiro – baita chamamé) e, já que dizem que errar é humano, o cantor usou-se deste “direito” e agora, ao dar-se conta de sua falha, está voltando para casa. Apesar de tudo, na casa de um gaúcho de bem sempre tem um mate amargo a espera de um filho desgarrado. É chegada a hora de somar e não dividir o tradicionalismo. É chegada a hora de nos unirmos para enfrentar a mesma peleia. E isso é o que importa.
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Hoje é dia de fandango:
www.fandangueiro.com.br
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Forte abraço a todos e um bom final de semana.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Abaixo a melancolia!

Feriados religiosos para mim têm valido muito mais pelo dia de folga do que pelo santo em si, segunda-feira, no caso, santa. Não que eu tenha virado um ateu do dia para a noite, pois ainda sou católico, contudo nos últimos tempos tenho conduzido a minha religião e as minhas crenças duma forma bastante peculiar. Creio que o Patrão Velho não tem se importado e por isso sigo assim. A certa altura do ano, compartilhado com certa altura da vida, os feriados surgem como uma possibilidade de descanso extra muito bem vinda. Falando em certa altura do ano, estava passando por Nova Petrópolis no sábado (em virtude do lamentável bloqueio que há na RS 020 no caminho a São Chico) e em um artesanato de beira de estrada já estava tomada por papais noéis de pelúcia. Inicialmente tomei um susto, mas logo me acalmei pois a cada ano que passa parece que o natal começa mais cedo por estas bandas. Quando chegarmos a novembro o comércio fica enlouquecido e novembro já está aí, batendo a nossa porta. Enfim, como está correndo este ano e como tem sido curtos os feriados. Creio que a cada dia que passa estou ficando um ano mais velho e alguns quilos mais gordo.
Todos aqui sabem do meu total apreço por São Chico de Paula, a terra que me viu nascer e me criou. Estar em São Chico é sempre um privilégio e os campos de cima da serra sempre estarão no meu coração. Porém, no último sábado que passou tive uma grata surpresa. Fazendo um passeio pela cidade de Nova Petrópolis, consegui enxergar vida além de São Chico, Novo Hamburgo e Porto Alegre. Uma bela cidade, organizada, limpa e com ótimas opções gastronômicas e de lazer. Não tive a oportunidade de pernoitar, mas pelo que pude ver, boas opções de hospedagem também. Nova Petrópolis é uma cidade agitada pelo fato de ser cortada pela BR 116 e ao mesmo tempo pacata, creio que em virtude da característica dos seus habitantes. A cidade hoje está quase que no centro das minhas atenções: 40km de Novo Hamburgo e 70km de São Chico. O que chama a atenção é que eu gostei da cidade a primeira vista o que nunca tinha ocorrido antes. Quem sabe o destino me reserva algo para Nova Petrópolis e eu sossegue um pouco? Quem sabe.
O feriadão começou para mim mesmo na sexta-feira a noite, mas na manha do mesmo dia aconteceu algo curioso: por volta de 06h27min da manhã me liga o Matheus, vulgo Puffi para os íntimos (ou seja, todo mundo hehehe), muito preocupado comigo. Ao dirigir-se ao blog para ler uma das minhas tradicionais postagens de sexta-feira não a encontrou e tratou de ler o texto que ali estava (ainda da outra sexta). De pronto achou que eu estava mal em virtude da melancolia postada em forma de palavras neste espaço. Agradeci pela sua preocupação e disse que nada havia, tinha sido apenas um problema de momento. Acho que este momento passou e por isso abaixo a melancolia. Procurarei voltar a manter a regularidade neste espaço, por mim e em respeito aos amigos leitores que sempre me acompanham. Grande Puffi, muchas gracias pela preocupação. A amizade do Matheus é mais uma das grandes coisas que música me deu. Ahh a música! O que seria de mim sem ela? Simples: certamente um nada!
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Ocorrerá amanhã no CTG Rodeio Serrano em São Francisco de Paula, a 16ª edição do Sarau da Prenda Jovem, o “debute gaudério”, oportunidade em que as prendas são apresentadas pelos seus pais a sociedade (bem, a idéia era essa, contudo, hoje a tradição não é bem assim). A animação do fandango fica por conta de Os Tiranos, e só por isso já vá-lhe a pena encarar o baile.
Se você ficou curioso sobre como funciona o sarau da prenda jovem, acesse o link http://almadecampo.blog.terra.com.br/2007/10/ e leia o texto que fiz a cerca de dois anos atrás, ainda no blog do extinto grupo Alma de Campo (ohh saudade!!).
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E hoje é dia de festa! Minhas felicitações a minha querida avó Sra. Maria Frida e ao meu primo Tobias pela passagem do seu aniversário. Saúde, paz e o resto de costume...
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Abraço e bom final de semana a todos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Poder da ilusão

Eu sempre ouvi dizer que a vida ia me ensinar algumas coisas que fariam envergonhar-me dos meus erros. Outros dizem que a dor ensina a gemer. Confesso que eu nunca dei muita bola pra tudo isso, mesmo acreditando que o passar dos dias realmente nos ensina alguma coisa, nem que seja simplesmente o viver um pouco melhor. Eu acho que comecei errando a uns três anos atrás e desde então não consegui mais achar um ponto de equilíbrio, pelo contrário, desde então estou num momento de desequilíbrio. Tanto que, acabei tomando atitudes que não condizem com aquilo que eu sempre propus para a minha vida. O resultado de tudo isso é que eu hoje me tornei uma pessoa triste, no sentido do arrependimento frente as bobagens que eu fiz. Talvez estas bobagens nem sejam assim algo tão grave para a maioria das pessoas, contudo, para mim são e hoje, assumindo os meus erros eu enxergo uma oportunidade de me tornar uma pessoa melhor. Cumprir aquilo que me proponho a partir de agora não sei se conseguirei, afinal sou um ser humano e como tal sujeito a repetir deslizes, no entanto, sei o quanto é o peso na consciência e isso me fará pensar duas vezes antes de tomar qualquer atitude.
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Hoje é sexta-feira e sexta-feira é dia de festa (grupo FANDANGUEIRO no CTG Essência da Tradição em Novo Hamburgo). Sendo assim, vamos tentar esquecer, nem que momentaneamente, as adversidades que pairam sobre nossas mentes pois com pensamentos ruins ninguém consegue ser feliz.
Retomando as constantes indicações fonográficas que tenho feito ultimamente, nas sextas, trago agora dois trabalhos genuinamente autênticos feito por duas bandas de diferente partes do estado. Começo por São Chico de Paula, terra de grandes músicos dentre eles Os Tiranos, que estão lançando seu novo trabalho entitulado: O som do Rio Grande. Este disco trás um apanhado da característica que acompanha o grupo ao longo dos seus quase vinte anos de estrada, mesclando o velho e o novo, sem esquecer as origens, no entanto. Destaques deste disco são os belos arranjos de gaita e guitarra, e as músicas: O som do Rio Grande(título),Chegando pra Festa, Seio do Laço, Encilhei a Saudade e a milonga Bombeando a Espuma do Mate. O primeiro trabalho deste conjunto serrano realizado pela gravadora Vertical certamente já é um sucesso.
A segunda indicação fonográfica meu caros leitores, remete a vocês uma viagem imaginária até a cidade de Erechim, terra de grandes músicos, dentro os quais, me obrigo a falar em Os Monarcas. Pois vêm de Erechim um grupo chamado Sinuelo Pampeano (do qual o Gildinho dos Monarcas é um dos sócios), que, se ainda é desconhecido da maioria, será por pouco tempo. Tive oportunidade de escutar parte de todas as músicas deste trabalho e lhes garanto: ficou muito bom! Entitulado “Jeitão Campeiro” a música título que leva o mesmo nome deste trabalho é um baita dum trancão pra quem gosta de música realmente fandangueira. Tenho certeza que em breve ele estará tocando em todos os bailes deste mundo afora. Destaque também para a música Dando Risada e as regravações: Regalo (Cesar Oliveira e Rogério Melo) e De um Canto Saudade (Os Tiranos. O disco também é um lançamento da gravadora Vertical.
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Não deixo nesta finaleira de semana, lição nenhuma a ninguém, a não ser que você nunca deve esperar muito daquilo que sonha. Eu esperei tanto e hoje vi que o que sonhava era uma ilusão. Ah tchê, e como é cruel o poder da ilusão.

Forte abraço e um bom final de semana a todos.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Coisas da vida


O simples fato de viver é uma das coisas mais complicadas de nossa vida. Quantas vezes um sonho comum se torna um devaneio real que nos deixa completamente transtornados? Seguidamente. Não podemos a maioria do que queremos e não queremos grande parte do que podemos. É, realmente a vida é muito estranha mesmo. Quando nascemos, muito raramente temos nosso destino traçado e desde então, começa a luta diária pela sobrevivência e pelo aprendizado. A cada instante que passa da nossa vida, aprendemos um pouco mais sobre como ela é e ao seu cabo, creio que a grande maioria das pessoas sabe que viveu e não aprendeu muita coisa. Sonham os pragmáticos em obter uma vida eterna e aí eu me pergunto: para quê? Eu nunca pleiteei viver infinitamente neste nosso mundo, mas, caso isso fosse possível, creio que responderia a pergunta anterior da seguinte forma: viveria eternamente para tentar aprender a viver e só. Enfim, voltando a nossa realidade, fiz toda esta explanação inicial para atestar que o certo é uma coisa incerta em nossa vida e que o duvidoso age naturalmente em nosso meio. Tantas coisas eu gostaria de fazer e não posso e tantas coisas eu não gostaria que acontecesse e também não posso impedir. E isso, isso são coisas da vida.
Conheci o Matheus Auri Rechenmacher no mês de novembro do ano passado. Na época, o grupo Fandangueiro estava sem baixista fixo e procurávamos um músico profissional para assumir tal responsabilidade frente a banda. Conheci o Matheus através do Mauro, seu tio e meu sócio, e desde então nutrimos uma amizade verdadeira e hoje muito me orgulha pode tê-lo como amigo. Paralela a entrada do Puffi (como todos conhecemos o Matheus) no baixo, houve a grande profissionalização do grupo Fandangueiro, que culminou com o disco promocional que está aí tocando em todas as rádios da região com uma baita aceitação. Nos bailes sempre o mais divertido, empolgando a todos, principalmente a mim, a começar a falar bobagens no microfone, realmente o Puffi é uma pessoa única.
Mesmo conhecendo o Matheus a pouco tempo (menos de um ano) acabei me tornando seu sócio no estúdio de gravação que o mesmo possuia, transformando o MT produções fonográficas em Estúdio REC (em breve funcionando com 100% de sua capacidade). Pessoas próximas bem que podem ter pensado que eu era um louco, afinal, me associei a uma pessoa que conheci “ontem”. Eu, no entanto, em momento algum titubeei e creio que tomei a decisão certa. Dos tempos do fio do bigode, acreditei na palavra e nas idéias do Matheus desde o início e estou muito satisfeito com minha escolha. É graças ao Puffi que voltei a compor. Instigado a fazer composições com os mais variados temas, alguns malucos e outros sérios, creio que tenho me saído bem fazendo este serviço. O Puffi me liga e diz que quer uma letra falando de tal coisa, eu digo que não dá, ele responde que dá sim e que tá aguardando. Não sei como, mas no outro dia a letra está pronta. Só o Puffi mesmo. Em breve estaremos gravando o seu cd solo só com músicas minhas em parceria com ele. O meu disco também virá graças a suas “idéias”. Coisas da vida.
O Matheus além de ser um dos maiores guitarreiros que eu conheci e tocar uma gaita ponto como poucos, é técnico em operação de áudio. Paralelo a música, trabalha em uma grande rádio do vale dos sinos. Tão grande e tão pequena. Pois bem, o Matheus foi “convidado” a escolher entre permanecer no grupo Fandangueiro ou na rádio. Por força de necessidade, teve que escolher a rádio, o que é perfeitamente entendido e aceito. Campo Bom, domingo vinte de setembro de 2009 o Puffi subiu pela última vez ao palco junto com o grupo Fandangueiro. A partir de agora nossas vidas tomam destinos opostos, no sentido “baileiramente” falando. Lamentei, fiquei decepcionado, desapontado e triste. Não haveria de ser diferente. O que me resta é agradecer a ti Matheus pelas boas rizadas, pelas morenas que não conquistaste, pelo aprendizado de palco e pela parceria incondicional. Perdi um grande músico, mas fiquei com o meu grande amigo. Sempre! É isso que importa! Sorte na tua jornada meu parceiro, que o patrão te ilumine. Descansa um pouco, por que sabe que muito em breve o destino nos colocará no mesmo palco novamente, pra tocar, cantar e encantar por este Rincão afora. Afinal, isso são coisas da vida.
Em nome do Grupo Fandangueiro, quero agradecer publicamente a alegria, dedicação, empenho e profissionalismo de Matheus Auri Rechenmacher para com nossa banda. Obrigado! Boa sorte e muita felicidade a todos nós.

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Bruno Costa “Campeiro”

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Abraço e um bom final de semana a todos.

domingo, 20 de setembro de 2009

De bota e bombacha

Porque eu sou gaúcho? Algum mais desavisado ou brincalhão logo vai me responder que é porque eu nasci no estado do Rio Grande do Sul e quem aqui nasce é chamado de gaúcho. Minha pergunta, contudo, vai além dos limites civis da unidade federada do nascimento, pois, fiz a pergunta baseado no sentimento ser gaúcho, algo muito mais profundo que uma simples questão de geografia. Ao longo dos últimos tempos tenho me tornado uma pessoa ainda mais ferrenha na defesa da nossa tradição e é por isso que eu fiz tal questionamento na abertura deste texto e refaço agora: Por que eu sou gaúcho? O fato de ter nascido neste estado não me causa obrigação de gostar das nossas raízes. Ter nascido na cidade considerada a mais gaúcha da nossa região serrana, São Francisco de Paula, também não carimba a resposta a tal questionamento. Talvez eu nem tenha uma resposta clara e objetiva para a pergunta que eu mesmo fiz, mas ouso dizer que a chave para a possibilidade do suprimento frente a pergunta seja uma palavra: sentimento. Nascer no estado do Rio Grande do Sul te faz simplesmente um gaúcho, assim como nascer no estado de São Paulo te faz um paulista, agora, o gaúcho de fato é aquele que tem um sentimento gaúcho que rompe toda ou qualquer fronteira. Supera todo ou qualquer obstáculo.
Tenho nas minhas mãos uma grande responsabilidade frente a este texto que os amigos e amigas lêem neste momento. Estamos no dia mais importante, da semana mais importante, do mês mais importante, dos anos que vão correndo pela nossa vida. Não basta vir aqui e dizer que o vinte de setembro é o precursor da liberdade e que graças a peleadores como Bento Gonçalves, Davi Canabarro, Antônio Netto, Giuseppe Garibaldi e tantos outros é que hoje podemos andar de cabeça erguida batendo forte no peito dizendo que somos riograndenses. É preciso, em primeiro lugar, firmar uma posição sobre o tema, pois, gaúcho que é gaúcho, sempre sabe o que quer. Ou foi chimango ou maragato; ou é colorado ou é gremista. Nossa cultura é assim. Ou se gosta do tradicionalismo ou não se gosta. Hoje ainda temos uma via alternativa de simpatizantes, e isso de certa forma é importante pois oxigena o pensamento sem precisar mudar o que é nosso. Bom, voltando a mim, minha posição é clara: sou um gaúcho tradicionalista que preza por tudo que é do Rio Grande. Me orgulha ser gaúcho e poder transmitir meus ideais as demais pessoas. Faço isso ao meu modo e tenho a consciência tranqüila de que, se não estou certo, ando bem próximo a ele.
Hoje é vinte de setembro, e a cento e setenta e quatro anos atrás tinha início a revolução farroupilha que veio gerar a República Riograndense e culminou com a grandeza deste povo, que mostrou ao Brasil que jamais iríamos e iremos aceitar uma situação de submissão a quem quer que seja. Desde então, forjou-se um legado e uma história de luta pela igualdade, fraternidade e humanidade, fazendo de todo um povo uma só bandeira na peleia pela união de todos. Eu sou gaúcho porque tenho orgulho desta bandeira e porque tenho orgulho do nosso passado de peleias e glórias. Eu sou gaúcho porque o meu peito bate mais forte quando trato das coisas do Rio Grande do Sul. Eu sou gaúcho porque ser gaúcho me basta. Eu sou gaúcho de bota e bombacha. E que baita orgulho eu tenho de tudo isso. Mil gracias meu Rio Grande!
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Forte abraço e bom domingo a todos.
São Francisco de Paula/Rio Grande do Sul, 20 de setembro de 2009